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terça-feira, 26 de junho de 2012

Gripe aviária pode virar pandemia humana
 
Estudo mostra que faltam só três mutações para que vírus se torne transmissível entre humanos por via aérea

LONDRES - O Estado de S.Paulo

O mundo ainda não conheceu uma forma do vírus letal da gripe aviária que possa ser transmitida facilmente entre seres humanos, mas o risco de que o microrganismo sofra mutações e cause uma pandemia é real. É o que mostra um estudo divulgado na última edição da revista Science.

Os cientistas analisaram dados obtidos nos últimos 15 anos sobre o vírus que costuma circular entre aves. Concluíram que algumas cepas já estão a meio caminho de adquirir as mutações necessárias para causar uma pandemia humana devastadora.

"As mutações que faltam poderiam ocorrer em um único hospedeiro humano", afirma Derek Smith, da Universidade de Cambridge, responsável pelo estudo.

Atualmente, a gripe aviária - causada pelo vírus H5N1 - pode ser transmitida entre aves e de aves para seres humanos, em quem costuma ser letal.

Um estudo realizado por pesquisadores da Holanda mostrou que bastam cinco mutações para que o vírus seja transmissível entre mamíferos por via aérea, ou seja, por um simples espirro. A pesquisa foi muito controversa pois os cientistas manipularam os vírus em laboratório para produzir as cepas com as mutações.

O trabalho gerou enorme polêmica pois o governo americano teve receio de que os resultados obtidos fossem utilizados por terroristas para a criação de uma arma biológica. Depois de muita discussão, o estudo foi publicado, também na última edição da Science.

Um trabalho análogo também foi realizado por pesquisadores americanos e publicado na revista Nature.

Faltam três. "Vírus que contem duas mutações (das cinco necessárias para que sejam transmissíveis entre humanos) são comuns entre as aves, o que implica que há vírus que só precisariam adquirir três mutações", explica Smith Russell, coautor do trabalho.

O vírus da gripe aviária H5N1 foi detectado pela primeira vez em Hong Kong em 1997. Ao todo, 606 pessoas já foram infectadas e 357 morreram. Russell comparou a pesquisa ao trabalho de cientistas que tentam prever um terremoto. "Vivemos sobre uma falha geológica ativa", disse. "E não há nenhum obstáculo para que aconteça (a pandemia)." / REUTERS
Descoberto primeiro alarme do corpo na invasão de um vírus Redação do Diário da Saúde

Alarme avançado

Pesquisadores localizaram um ponto exato no corpo humano onde é dado o primeiro sinal de alerta do ataque de um vírus, acionando o sistema imunológico.

Eles também caracterizaram o próprio alarme, que é ativado mesmo antes que o vírus entre na célula.

"Pode acontecer que os pacientes que sofrem de infecções frequentes na verdade tenham problemas com a ativação do mecanismo que acabamos de detectar," disseram Riis Soren Paludan e Christian Holm, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca.

Membrana celular dispara o alarme

Até agora se considerava que nosso sistema imunológico é alertado sobre a invasão por um vírus quando o material genômico do vírus entra na célula.

Mas esta nova pesquisa revelou um processo que é acionado antes mesmo de o material genômico externo entrar na célula.

O processo se inicia na própria membrana externa, que envolve a célula.

Sem esse aviso, o corpo não sabe que precisa começar a combater o vírus, que então tem tempo para se espalhar e, eventualmente, resultar em, por exemplo, hepatite, gripe, herpes labial, ou mesmo AIDS.

Alarmes em dois sentidos

O "posto avançado" na membrana celular envia sinais de alarme nos dois sentidos quando o perigo é detectado.

Um sinal (de saída) irá alertar o sistema imunológico, preparando o corpo para um possível ataque. O outro sinal (de entrada) fará com que a célula investigue a ameaça.

Os pesquisadores acrescentam que este novo conhecimento poderá levar ao desenvolvimento de vacinas mais eficientes.
A difícil tarefa de desenvolver novos anti-inflamatórios Redação do Diário da Saúde

Oxidantes e antioxidantes

Cientistas descobriram uma nova rota para tratar inflamações.

O novo tipo de composto anti-inflamatório poderá ser útil para tratar inúmeras condições, incluindo doenças neurodegenerativas e autoimunes.

Sua forma de ação se dá através da inibição da enzima NOx2, uma parte da família de enzimas responsáveis pela produção das espécies reativas de oxigênio.

Espécies reativas de oxigênio (ou ROS, do inglês Reactive Oxygen Species) são os chamados oxidantes, que deram mais fama aos compostos que os combatem, os antioxidantes.

Espécies reativas de oxigênio

Tanto as espécies reativas de oxigênio quanto as enzimas NOx desempenham um papel essencial no sistema imunológico e no sistema cardiovascular.

Ocorre que um excesso de espécies reativas de oxigênio leva ao estresse oxidativo, associado com danos aos tecidos e condições como derrame, infarto e doenças neurodegenerativas.

A ideia era que os antioxidantes absorvessem os oxidantes, mas todos os estudos clínicos analisando candidatos a medicamentos para fazer isso foram desapontadores.

Em vez de parar a produção das espécies reativas de oxigênio, os antioxidantes produzidos em laboratório acabam espalhando-as por todo o corpo.

Ebselen

"Nós estamos adotando um enfoque completamente diferente," disse Susan Smith, da Universidade de Emory (EUA). "Quando um cano começa a vazar, a primeira coisa que você precisa é de uma torneira para desligar a água, e não de uma vassoura de pano para tentar secar a água."

A "torneira" vem na forma de um composto específico para inibir a enzima NOx2, evitando sua "montagem" - o composto chama-se ebselen.

Mas nem tudo está pronto, porque fechar o registro geral pode deixar a casa sem água.

A inibição radical da produção da NOx2 impede que o sistema imunológico responda ao ataque de bactérias e fungos, deixando o paciente vulnerável - uma das principais funções da enzima nas células imunológicas é produzir um "disparo" tóxico de espécies reativas de oxigênio para matar as bactérias e fungos.

Os pesquisadores esperam que seu composto possa servir como meio de ação temporário, aplicado a curto prazo, enquanto eles procuram um jeito de controlar a vazão de água em sua torneira.

"Esta é apenas a ponta do icebergue. É um bom sinal que o ebselen seja relativamente não tóxico. Por meio da química medicinal, pode ser possível gerar inibidores mais potentes, que se tornarão candidatos para o desenvolvimento de novos medicamentos," disse o Dr. David Lambeth, coordenador da pesquisa.
Comer depressa aumenta risco de diabetes Redação do Diário da Saúde
 
Comer mais devagar

Você deve ter ouvido sua mãe falar milhares de vezes: "Não coma tão rápido, mastigue direito".

Nesses tempos em que cada afirmação parece exigir o complemento "comprovado pela ciência", você poderá então dizer aos seus próprios filhos: "Não coma tão rápido, dizem os cientistas".

Uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Endocrinologia, em Florença, na Itália, mostrou que pessoas que comem rápido demais têm 2,5 mais probabilidade de sofrer de diabetes tipo 2.

Falta de educação

O estudo comparou pacientes que eram diagnosticados com diabetes tipo 2 com um grupo de controle de pessoas que não sofriam da doença.

Foram identificados e isolados diversos outros riscos, incluindo histórico familiar de diabetes, educação, atividades físicas, índice de massa corporal, circunferência da cintura, tabagismo e níveis de triglicérides.

Tudo isso à parte, os pacientes com mania de comer rápido demais apresentaram uma chance significativamente mais elevada de adquirirem o diabetes tipo 2 - uma chance 2,52 vezes maior.

Os dados também mostraram que essas pessoas tinham um maior índice de massa corporal e um menor nível educacional do que a média do grupo controle.

Riscos para o diabetes

"A prevalência do diabetes tipo 2 parece envolver uma interação entre fatores genéticos e ambientais. É importante identificar fatores de risco que podem ser modificados, que possam ajudar as pessoas a reduzir suas chances de desenvolver a doença," disse a Dra. Lina Radzeviciene, da Universidade de Lituânia.

De posse desses resultados, a pesquisadora afirmou que agora irá tentar avaliar o tipo de alimento, a quantidade de calorias e fatores psicológicos e emocionais que possam afetar o risco do diabetes.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Microchip faz exame de HIV e leucemia

Contagem de células

Um equipamento que hoje custa por volta de US$100.000 poderá logo ser substituído por um pequeno chip cujo sistema completo custará 100 vezes menos.

Cientistas demonstraram que um pequeno biochip é capaz de rastrear rapidamente células de leucemia ou HIV, fazendo uma contagem que pode definir o diagnóstico.

"O HIV é diagnosticado com base na contagem das células CD4," explica Tony Jun Huang, da Universidade da Pensilvânia (EUA). "Noventa por cento desses diagnósticos são feitos por citometria de fluxo."
Depois da aferição com os aparelhos atualmente certificados para os exames, os cientistas pretendem encontrar parceiros na indústria para fabricar o novo biochip.
Citometria de fluxo

A citometria de fluxo usa raios laser para fazer três diferentes avaliações ópticas para cada célula, que devem ser postas para circular em canais, para que possam ser focadas pelo laser de forma tridimesional.

Huang e seus colegas construíram um dispositivo, que pode ser fabricado em escala industrial, capaz de concentrar toda as células em um único fluxo.

Eles acreditam que o biochip representa um passo importante para deixar o diagnóstico por citometria de fluxo ao alcance de hospitais e clínicas, e até mesmo na forma de aparelhos portáteis.

"Seu custo muito elevado, o enorme tamanho dos aparelhos, a complexidade mecânica e a necessidade de pessoal altamente treinado têm limitado a utilidade desta técnica," disse a equipe em seu artigo na revista Biomicrofluidics.

Fluxo bidimensional

Uma das razões pela qual os equipamentos atuais são tão grandes e caros é o método utilizado para canalizar as células e alinhá-las à frente dos lasers e múltiplos sensores necessários para identificá-las e contá-las.

Essa canalização controlada das células exige uma infinidade de lentes e espelhos, que exigem um delicado alinhamento óptico.

"Nosso biochip precisa apenas de um fluxo bidimensional de células, uma única camada, e não depende de nenhum alinhamento óptico," disse Huang.

Depois da aferição com os aparelhos atualmente certificados para os exames, os cientistas pretendem encontrar parceiros na indústria para fabricar o novo biochip.
Superinfecção com HIV é tão comum quanto infecção inicial

Superinfecção

A superinfecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode ser tão comum quanto o ritmo da infecção inicial pelo HIV.

E o fenômeno não está limitado a populações de alto risco.

A superinfecção pelo HIV ocorre quando um indivíduo infectado pelo HIV adquire uma nova cepa viral que é filogeneticamente diferente de todas as outras cepas detectáveis.

A superinfecção pode ter efeitos clínicos muito sérios, incluindo a progressão acelerada da AIDS e um aumento na resistência do HIV aos medicamentos, mesmo entre pessoas que não estavam ainda usando os antirretrovirais.

Resistência à reinfecção

Neste que é o primeiro estudo em larga escala da superinfecção pelo HIV na população heterossexual em geral, os pesquisadores examinaram a taxa de superinfecção em uma comunidade na África subsaariana.

"Nós estranhamos que as taxas de superinfecção e as taxas de novas infecções pelo HIV fossem equivalentes. Isto levanta muitas questões sobre a resposta imunológica natural e sua incapacidade de gerar resistência à reinfecção pelo HIV," disse Thomas Quinn, coordenador do estudo.

As amostras foram testadas no momento do diagnóstico inicial de HIV e pelo menos um ano mais tarde, antes de se iniciar a terapia anti-retroviral.

A taxa de superinfecção foi então comparada com uma taxa global de incidência de HIV para indivíduos HIV-negativos durante este mesmo período.

Subtipos do HIV

Dos 149 indivíduos testados, Quinn e seus colegas identificaram sete casos de superinfecção pelo HIV durante o acompanhamento, e todos foram inicialmente infectados com alguma variante do HIV subtipo D.

Além disso, a taxa de superinfecção foi de 1,44 por 100 pessoas, consistindo de superinfecções tanto "entre" como "intra" subtipos do vírus.

Os resultados foram publicados no Journal of Infectious Diseases por uma equipe da Escola Johns Hopkins de Saúde Pública e do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, ambos dos EUA.
Começa teste da primeira vacina contra Mal de Parkinson

Vacina contra Parkinson

Dez pessoas com doença de Parkinson receberam esta semana injeções da primeira vacina destinada a combater a doença.

Ao todo, 32 pessoas receberão a vacina no primeiro teste em seres humanos.

O objetivo é verificar se a vacina é segura, mas os pesquisadores também vão monitorar os sinais de melhora dos sintomas.

O teste está sendo financiado pela fundação do ator Michael J.Fox, que tem a doença.

Alfa-sinucleína

Chamado PD01A, a droga pretende induzir o sistema imunológico do organismo a destruir a proteína alfa-sinucleína.

Embora ainda não esteja claro quais são as verdadeiras origens do Mal de Parkinson, alguns cientistas acreditam que a alfa-sinucleína possa desencadear a doença, acumulando-se no cérebro e atrapalhando a produção de dopamina.

A vacina foi produzida pela empresa austríaca Affiris, que afirma que seu fármaco é o primeiro tratamento a alvejar a causa da doença.

"Quando gera aglomerados nas células, a alfa-sinucleína perturba os níveis normais de dopamina, travando-a no interior das células que a produzem. Ela também é tóxica, matando neurônios e suas conexões," disse Markus Mandler, diretor de desenvolvimento pré-clínico da empresa.

A maioria dos tratamentos existentes apenas alivia os sintomas, aumentando os níveis de dopamina.

Origens do Mal de Parkinson

Várias pesquisas afirmam que o Mal de Parkinson não é uma doença única, e pode nem mesmo se originar no cérebro:
Parkinson pode ter origem periférica e migrar para o cérebro
Mal de Parkinson pode não se originar no cérebro

Contudo, ainda que não produza os resultados esperados, o teste da vacina ajudará a verificar a teoria dominante sobre a doença e, eventualmente, ajudar os cientistas a ligarem os muitos pontos do Mal de Parkinson.
Antidepressivos na água potável podem contribuir para o autismo

Medicamentos contaminam água

Pesquisadores já detectaram uma série de contaminantes emergentes presentes na água potável que chega às nossas casas.

Um desses contaminantes são medicamentos, o que já está contribuindo para o reforço das superbactérias resistentes aos antibióticos.

Agora, um novo estudo mostrou que os traços de antidepressivos e outros medicamentos psicoativos que estão poluindo a água acionam a expressão de genes associados com o autismo - ao menos em peixes.

Antidepressivos na torneira

Recentemente, um grupo de pesquisadores divulgou uma lista de 10 produtos químicos suspeitos de causar o autismo,

Agora, usando modelos animais, pesquisadores demonstraram experimentalmente que os antidepressivos têm um papel importante nesse mecanismo.

Além de o consumo desses medicamentos psicoativos ter aumentado dramaticamente ao longo dos últimos 25 anos, cerca de 80% de cada dose passa direto pelo organismo humano, sem qualquer metabolização.

E praticamente nenhuma estação de tratamento de água no mundo possui tecnologia para filtrar esses fármacos, o que significa que eles retornam pela água, sendo ingeridos por toda a população - e sem precisar de receita médica.

Igualmente, a ocorrência de autismo tem subido rapidamente ao longo dos últimos 30 anos.

Ação no sistema nervoso

Segundo o Dr. Michael Thomas, da Universidade do Estado de Idaho (EUA), as concentrações de antidepressivos na água potável podem chegar a 1 centésimo da dose normalmente prescrita a um paciente.

Mas como essas drogas são projetadas para agir diretamente no sistema nervoso, ele levantou a hipótese de que essa quantidade seria suficiente para afetar um feto em desenvolvimento.

Para verificar se isto realmente ocorre, os pesquisadores submeteram peixes a essas doses diluídas na água em que viviam.

Embora eles esperassem que as drogas pudessem ativar genes envolvidos em vários tipos de doenças neurológicas, apenas 324 genes associados com o autismo em humanos parecem ter sido significativamente alterados.

A maioria desses genes está envolvida nas etapas iniciais do desenvolvimento cerebral.

Mamíferos

Os resultados coincidem com os obtidos em outras pesquisas, que mostraram que mulheres grávidas que tomam esse tipo de medicamento têm uma chance ligeiramente maior de terem filhos autistas.

O Dr. Thomas enfatiza que a pesquisa, publicada hoje na revista Plos One, é muito preliminar - "não há necessidade de que as mulheres grávidas se preocupem com a água que estão tomando," disse ele. O próximo passo da pesquisa é verificar se os efeitos se mantêm em
Estimulação magnética melhora visão de pessoas saudáveis
Visão magnética

Cientistas franceses usaram uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana para melhorar a visão de pessoas saudáveis.

Depois da estimulação magnética de uma área no hemisfério direito do cérebro, envolvida na percepção e na orientação espacial, os voluntários apresentaram uma maior capacidade de detectar alvos aparecendo em uma tela de computador.

Segundo os pesquisadores, a descoberta abre o caminho para o desenvolvimento de novas técnicas de reabilitação para algumas desordens visuais.

Mas, argumentam, há também a possibilidade de melhorar o desempenho visual de pessoas saudáveis cujas tarefas exijam grande precisão.

Estimulação magnética transcraniana

A estimulação magnética transcraniana é uma técnica não-invasiva, que consiste na aplicação de pulsos magnéticos em uma determinada área do cérebro.
CFM autoriza uso da Estimulação Magnética Transcraniana

O magnetismo força a ativação dos neurônios corticais localizados dentro da área de alcance do campo magnético aplicado. Assim, a atividade neuronal é modificada de forma controlada, indolor, e temporária.

Há vários anos, pesquisadores vêm tentando aprimorar a técnica para sua utilização terapêutica, bem como para melhorar determinadas funções cerebrais em pessoas saudáveis.

Recentemente, uma pesquisa descobriu que uma técnica similar, baseada em eletricidade, pode aumentar a capacidade de aprendizado.
Estimular o cérebro com eletricidade acelera aprendizado

Sensibilidade visual

Antoni Valero-Cabré e seus colegas do instituto CNRS descobriram uma área do cérebro que dá bons resultados no aprimoramento da visão: o campo visual frontal.

A região não é propriamente a área primária da visão, mas ela participa no planejamento dos movimentos oculares e na orientação da atenção que damos ao espaço visual.

Usando pulsos magnéticos com duração entre 80 e 140 milissegundos, a sensibilidade visual dos participantes melhorou em até 12%.

Os resultados foram publicados na revista científica Plos One.
"Bomba relógio" libera medicamentos para doenças cardiovasculares

Na forma de uma lente, os nanocarreadores passam pelas artérias normais sem se romper, mas quebram quando sentem os efeitos da tensão mecânica nas artérias doentes.

Dilatação geral

O tratamento padrão disponível para a arteriosclerose não é tão bom quanto se gostaria.

O problema é que nenhum medicamento disponível consegue alvejar apenas as áreas doentes.

A injeção intravenosa de um vasodilatador - uma substância que dilata os vasos sanguíneos - dilata tanto os vasos doentes quando o restante das artérias.

Isso pode ocasionar queda na pressão, limitando o efeito que se busca, de aumentar o fluxo sanguíneo durante um ataque cardíaco.

Estenose

Pesquisadores suíços estão desenvolvendo uma alternativa que pode resolver o problema.

Embora nenhum biomarcador específico para a arteriosclerose tenha sido identificado, há uma fenômeno físico inerente à estenose - o estreitamento dos vasos sanguíneos - conhecido como tensão de cisalhamento.

Esta força resulta de flutuações do fluxo de sangue induzidas pelo estreitamento da artéria, e corre paralelamente ao fluxo de sangue.

Tirando proveito desse fenômeno, a equipe desenvolveu uma verdadeira "bomba relógio", um carreador que libera o medicamento vasodilatador apenas quando sofre a pressão da tensão de cisalhamento nas artérias estenosadas.

Nanocarreadores

O grupo do Dr. Till Saxer, da Universidade de Genebra, usou fosfolipídios para alterar o formato de nanocontêineres, conhecidos como lipossomos, fazendo-os passar de sua forma esférica tradicional para uma forma lenticular.

Na forma de uma lente, eles passam pelas artérias normais sem se romper, mas quebram quando sentem os efeitos da tensão mecânica nas artérias doentes, liberando o medicamento vasodilatador que levam em seu interior.

"Em resumo, nós tiramos proveito de um aspecto até agora inexplorado de uma tecnologia já existente," disse Saxer, referindo-se aos nanocarreadores, moléculas que estão sendo usadas para levar medicamentos para pontos específicos do corpo.

O próximo passo da pesquisa será testar o mecanismo in vivo.