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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SUS terá teste rápido para diagnóstico de sífilis

Até o fim deste ano, o Ministério da Saúde pretende adquirir 392 mil kits para implementação o teste na rede pública

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferecerá teste rápido de triagem para o diagnóstico de sífilis. Até o fim deste ano, o Ministério da Saúde pretende adquirir 392 mil kits para implementação o teste na rede pública. A ação fará parte da celebração do Dia Nacional de Combate à Sífilis, realizado todo terceiro sábado de outubro.

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde já capacitou 350 multiplicadores para treinar profissionais de saúde e implantar a testagem rápida. Até o final do ano, 680 técnicos estarão capacitados a orientar os serviços locais sobre como realizar o exame, segundo o Ministério.

No Brasil, dados da pasta mostram que a prevalência de sífilis em parturientes encontra-se em 1,6%, cerca de quatro vezes maior que a prevalência da infecção pelo HIV.

"O esforço é para conseguirmos eliminar a forma congênita da doença, aquela que é transmitida de mãe para filho, até o ano de 2015. Esses casos são inaceitáveis e revelam dificuldades de acesso a um pré-natal de qualidade que precisam ser superadas rapidamente", disse o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. 

De 2005 a 2010, foram notificados 29,5 mil casos de sífilis em gestantes, no país. A maioria dos casos no período ocorreu nas Regiões Sudeste e Nordeste, com 9.340 (31,6%) e 8.054 (27,3%) de casos, respectivamente. No ano de 2009, a taxa de detecção para o país foi de três casos por 1.000 nascidos vivos, sendo que as maiores taxas estão nas regiões Centro-Oeste, com 5,2 e Norte, com 4,5.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano no mundo ocorrem aproximadamente 12 milhões de novos casos da doença. No Brasil, as estimativas da OMS de infecções de sífilis por transmissão sexual, na população sexualmente ativa, a cada ano, são de 937 mil casos.

Novo consenso alerta para dores mais comuns em crianças

Documento da Sociedade Brasileira de Pediatria ajuda médicos a diagnosticar e tratar queixas pouco valorizadas

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SÃO PAULO - A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de lançar o Consenso sobre Dores Pouco Valorizadas em Crianças. O material reúne as mais modernas evidências científicas para ajudar os médicos a diagnosticar e tratar oito tipos de dores que, embora sejam bastante comuns em crianças e adolescentes, recebem pouca atenção nos consultórios.

"Reunimos as evidências mais modernas e a opinião de médicos especialistas nessas áreas", conta Claudio Len, professor Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da SBP. O objetivo, diz, é ressaltar a importância de reconhecer e tratar essas dores. "Criança tem dor e essa queixa tem de ser valorizada. Estudos mostram que quando a criança fica muito tempo com dor e não recebe tratamento, desenvolve uma memória dolorosa e se torna um adulto mais sensível à dor", explica.

O consenso também pretende evitar que as crianças recebam remédios inadequados, que além de não resolverem o problema aumentam o risco de efeitos colaterais.

As queixas de dor correspondem a mais de um terço das consultas pediátricas, tanto em pronto-socorros quanto em consultórios e ambulatórios, e acometem crianças de todas as idades. A cefaleia ou dor de cabeça é a queixa mais frequente da população infantil, sendo a enxaqueca a principal causa de dor de cabeça recorrente. A dor abdominal recorrente é a segunda mais comum e atinge cerca de 10% dos escolares.
 
SAIBA MAIS SOBRE AS 8 DORES POUCO VALORIZADAS

 Cólica do lactente: Caracterizada por irritabilidade, choro inconsolável e grito acompanhado de mão apertada, flexão dos joelhos, excesso de gases e face vermelha. Não apresenta alívio após a alimentação e geralmente aparece ao final da tarde e início da noite. Normalmente, apresenta-se algumas semanas após o nascimento e tem o pico em torno de cinco a oito semanas de vida. Resolve-se espontaneamente até os quatro meses de idade. Não há evidências suficientes para indicar uso de remédios, chás ou mudança de dieta. Mas intervenções para reduzir o estresse dos pais, que pode refletir no estado do recém-nascido,podem ser úteis. 

 Dor em erupção dental: O incômodo causado depende do limiar de dor individual. Começa por volta do 6.º mês de vida, podendo variar de 3 a 9 meses. Termina por volta dos 2 anos e meio de idade. Os distúrbios locais mais observados são: salivação excessiva; inflamação gengival; irritação local percebida pelo ato de morder e coçar; aumento de sucção dos dedos; vermelhidão e inchaço da gengiva; úlceras bucais; vermelhidão na face; cistos de erupção. As manifestações sistêmicas mais observadas são: irritabilidade, redução de apetite, distúrbios do sono, febre, tendência a morder objetos, diminuição da resistência orgânica e perturbações gastrointestinais. Anestésicos locais, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados sob prescrição médica.

 Desordens Temporomandibulares (DTM): Grupo heterogêneo e complexo de condições caracterizadas por sinais e sintomas envolvendo os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas. A origem é multifatorial, mas fatores psicossociais desempenham um papel importante. Podem se apresentar com vários sinais e sintomas. Os mais prevalentes são sons articulares durante a movimentação mandibular, limitação dos movimentos articulares e dor localizada na região próxima à orelha ou nos músculos da mastigação.o tratamento é multidisciplinar e pode incluir medicamentos, aparelhos ortodônticos, terapia, fisioterapia e até cirurgia.

 Dor de cabeça recorrente: a principal causa de cefaleia recorrente em crianças é a enxaqueca. Distúrbios visuais e sinusite são causas pouco frequentes de cefaleia, mas a maior parte das crianças atendidas por médicos generalistas recebe erroneamente esses diagnósticos. Pesquisa recente indicou que mais de 2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil sofrem de cefaleia recorrente e mais da metade faz uso abusivo de analgésicos, o que poder piorar o quadro. Há medicamentos para tratar as crises e outros usados na prevenção delas. Também é preciso evitar os gatilhos da dor, o que pode exigir mudanças na alimentação, sono e hábitos de vida.

 Dor do crescimento: Ocorre predominantemente nas meninas na na faixa entre 4 e 14 anos. É a terceira causa de dor recorrente em crianças e adolescentes, após a cefaleia e as dores abdominais. Afeta principalmente os membros inferiores e costuma aparecer à tarde ou à noite. A dor pode causar despertar noturno e sumir completamente pela manhã. Analgésicos, massagens e alongamento ajudam a aliviar o incômodo.

 Fibromialgia juvenil: É uma das causas mais comuns de dores musculares crônicas e pode vir acompanhada de sintomas como fadiga crônica, sensação de peso ou inchaço nas extremidades, distúrbio do sono, depressão, ansiedade e baixa autoestima. O tratamento inclui atividade física regular e terapia cognitivo-comportamental.

 Dores relacionadas à pratica de esportes: Entre as crianças e os adolescentes, as queixas mais frequentes são a dor muscular crônica, a dor na região lombar e a dor no púbis. Fisioterapia e medicamentos podem ser indicados de acordo com o diagnóstico.

 Dor abdominal recorrente: É definida na presença de pelo menos três episódios de dor, suficientemente fortes para interferir nas atividades habituais da criança por um período mínimo de três meses. Várias causas estão relacionadas, como processos infecciosos (por exemplo, infecção do trato urinário), inflamatórios (doença de Crohn), distensão ou obstrução de vísceras, doenças parasitárias e constipação. Há medicamentos que podem ser indicados pelo médico de acordo com as diferentes causas.

Brasil inaugura em 2012 um dos maiores bancos genéticos do mundo

Reservatório deve quadruplicar a capacidade de armazenamento de sementes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

ISTAMBUL - O Brasil vai inaugurar em 2012 um dos maiores bancos genéticos do mundo para o estoque de sementes e variedades de alimentos. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que investirá R$ 10 milhões para multiplicar por quatro a atual estrutura da instituição.

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“É questão de segurança nacional, tanto por motivos econômicos quanto para garantir a capacidade de produzir alimentos para a população”, declarou ao Estado o presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira, durante viagem à Europa com a presidente Dilma Rousseff.

Hoje, a Embrapa armazena 200 mil espécies de plantas, sementes e informações em seu germoplasma - unidade conservadora de material genético. Com a quadruplicação dessa cifra, apenas Estados Unidos, Europa e China teriam bancos genéticos superiores aos do Brasil.

Na avaliação de Pereira, a construção do reservatório genético pretende dar garantia ao Brasil no enfrentamento de eventuais surtos de novas doenças. “É uma proteção para o futuro”, disse, lembrando que os recursos genéticos podem ficar até cem anos estocados dessa forma.

O Brasil é o terceiro maior exportador agrícola, superado apenas por Estados Unidos e União Europeia. Pelas projeções da Embrapa, a produção de alimentos no mundo terá de dobrar até 2030 para abastecer os mercados. Internamente, o combate à pobreza significará consumo cada vez maior. A proteção da riqueza agrícola do País, portanto, passa a ser exigência estratégica.

Além de multiplicar o reservatório de recursos genéticos de plantas e sementes autóctones, a Embrapa promete focar suas atenções na cana-de-açúcar, tanto para desenvolver espécies mais produtivas em termos energéticos como para se proteger de pragas. Onze novas espécies de canas estão sendo trazidas dos reservatórios genéticos dos Estados Unidos para o Brasil.

Outro exemplo é a tentativa de se aproximar da China, com a abertura de um laboratório no país asiático para trazer ao Brasil resultados de pesquisas e informações genéticas sobre a soja. A soja tem origem na China e uma colaboração é vista como importante para permitir que a Embrapa possa desenvolver sementes com novas resistências. “Essa pesquisa pode dar maior resistência às nossas variedades de soja”, explicou.

Para Pereira, é o comportamento do Brasil que dificulta a ampliação da base de dados genéticos, já que países como os EUA oferecem informações genéticas apenas ao ver que há uma atitude de reciprocidade. Ele critica o fato de que, no País, parte da classe política resiste a qualquer indicação de que o Brasil possa facilitar a troca de informações genéticas com um parceiro estrangeiro, alegando que o País revelaria dados fundamentais a concorrentes. Para ele, a discussão sobre a proteção de recursos genéticos pelo governo, sob a alegação de defender a soberania nacional, não faz sentido.

Estratégia. A construção do reservatório de recursos genéticos faz parte de uma estratégia de internacionalização da Embrapa. Nos últimos cinco anos, a empresa duplicou seu orçamento destinado a apoiar atividades no exterior, chegando a quase US$ 2 milhões por ano para manter projetos, escritórios e troca de informações. Apesar de ser usada como uma perna científica da diplomacia brasileira, a empresa não conseguiu do Executivo a aprovação de uma legislação internacionalizando a Embrapa.

Nesta semana, o presidente da entidade aproveitou a viagem com a comitiva presidencial para voltar a fazer o apelo ao assessor de Assuntos Internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, que prometeu acelerar os trâmites.