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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Casca de banana transformada em pó pode despoluir água

Esnobada por indústrias, restaurantes e até donas de casa, a casca de banana pode em breve dar a volta por cima.

Descobriu-se que, a partir de um pó feito com ela, é possível descontaminar a água com metais pesados de um jeito eficaz e barato.

O projeto é de Milena Boniolo, doutoranda em química pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista), que teve a ideia ao assistir a uma reportagem sobre o desperdício de banana no Brasil.


"Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso é apenas nos restaurantes", diz a pesquisadora.

Boniolo já trabalhava com estratégias de despoluição da água, mas eram métodos caros --como as nanopartículas magnéticas--, o que inviabilizava o uso em pequenas indústrias.

Com as cascas de banana, não há esse problema. Como o produto tem pouquíssimo interesse comercial, já existem empresas dispostas a simplesmente doá-las.

MASSA CRÍTICA

"Como o volume de sobras de banana é muito grande, as empresas têm gastos para descartar adequadamente esse material. Isso é um incentivo para que elas participem das pesquisas", afirma.

O método de despoluição se aproveita de um dos princípios básicos da química: os opostos se atraem.

Na casca da banana, há grande quantidade de moléculas carregadas negativamente. Elas conseguem atrair os metais pesados, positivamente carregados.

Para que isso aconteça, no entanto, é preciso potencializar essas propriedades na banana. Isso é feito de forma bastante simples e quase sem gastos de energia.

"Eu comecei fazendo em casa. É realmente muito fácil", diz Boniolo.

As cascas de banana são colocadas em assadeiras e ficam secando ao sol durante quase uma semana. Esse material é então triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes.

O resultado é um pó finíssimo, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, usa-se cerca de 5 mg do pó de banana.

Em laboratório, o índice de descontaminação foi de no mínimo 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Ou seja: se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a níveis altos de "limpeza".

O projeto, que foi apresentado na dissertação de mestrado da pesquisadora no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), foi pensado com urânio.

Mas, segundo Boniolo, é eficaz também com outros metais, como cádmio, chumbo e níquel --muito usados na indústria. Além de convites para apresentar a ideia no Brasil e na Inglaterra, a química também ganhou o Prêmio Jovem Cientista.

Agora, segundo ela, é preciso encontrar parceiros para viabilizar o uso da técnica em escala industrial.

Pesquisas com células-tronco fizeram avanços inéditos em 2010

Duas companhias americanas fizeram avanços inéditos, neste ano, ao conseguir aprovação regulamentar para iniciar os primeiros experimentos com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira.

As poderosas e controversas células-tronco embrionárias são capazes de se especializar e formar qualquer tecido do corpo humano, abrindo um caminho para a cura de doenças como mal de Parkinson, diabetes, paralisia, doenças cardíacas e, quem sabe, reverter os males advindos do envelhecimento.

Empresas receberam aval para testes com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira
Empresas receberam aval para testes com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira
Outros experimentos em humanos estão a caminho, enquanto os cientistas refinam novos métodos para contornar a controvérsia que cerca as pesquisas com células-tronco embrionárias porque envolvem a destruição de embriões humanos nos primeiros estágios de desenvolvimento.

"Depois de uma década de intensa controvérsia, o campo está finalmente pronto para começar a se abastecer e realmente começar a ajudar os pacientes que padecem de uma série de doenças terríveis", comemorou Bob Lanza, cientista chefe da empresa Advanced Cell Technology.

DOENÇA DE STARGARDT

Em novembro, a companhia recebeu sinal verde da agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos (o Food and Drug Administration, FDA na sigla em inglês) para começar a testar uma terapia derivada de células-tronco embrionárias para tratar uma forma rara de cegueira que acomete crianças, conhecida como doença de Stargardt.

O início dos testes clínicos é aguardado para os próximos meses e os resultados podem ser divulgados no prazo de um semestre.

Em outubro, a Geron Corporation anunciou ter iniciado o primeiro teste de células-tronco embrionárias humanas em um paciente com lesão na medula. Espera-se que um total de 12 pacientes participem do estudo, com um ano de duração.

O objetivo principal dos dois estudos é determinar padrões de segurança e não necessariamente restaurar a mobilidade ou a visão.

A grande procupação com os tratamentos de células-tronco é que as células modificadas possam formar tumores. Mas se os métodos se revelarem seguros, as duas empresas esperam expandir seus testes para populações maiores na esperança de encontrar uma cura para a paralisia e a cegueira.

Doze anos atrás, uma equipe do cientista americano James Thomson isolou células-tronco embrionárias humanas pela primeira vez e a área tem se revelado um campo minado de polêmicas desde então.

O ex-presidente americano George W. Bush proibiu o financiamento federal para estas pesquisas por envolverem o descarte de embriões humanos, uma decisão revertida pelo presidente Barack Obama logo após chegar ao poder, em 2009.

Mas, em agosto deste ano, o juiz Royce Lamberth bloqueou o financiamento do governo americano às pesquisas com células-tronco, em decisão favorável a uma coalizão de grupos, inclusive algumas organizações cristãs.

Enquanto o financiamento público tem sido permitido desde que uma apelação, em setembro, contestou a proibição, a disputa legal deixou alguns cientistas preocupados com o futuro.

"Esta situação hesitante só vai paralisar o progresso do trabalho de todos", disse na ocasião Tim Kamp, chefe do Centro de Medicina Regenerativa e Células-tronco da Universidade do Wisconsin.

Para contornar os problemas associados às pesquisas com células-tronco embrionárias, os cientistas têm buscado alternativas, e este ano criaram as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês), capazes de se transformarem em células da pele, do sangue ou do coração, assim como as células-tronco embrionárias.

DESAFIOS

O campo das células-tronco pluripotentes induzidas enfrenta seus próprios desafios, uma vez que estudos demostraram que são menos eficientes e mais imprevisíveis que as embrionárias.

Entretanto, cientistas canadenses descreveram neste ano, na revista científica "Nature", o método que desenvolveram para transformar células de pele de adultos humanos em células sanguíneas, sem torná-las células pluripotentes, tornando o processo mais eficiente e potencialmente mais seguro.

De volta aos Estados Unidos, um cientista da Universidade de Harvard, Derrick Rossi, descobriu uma forma de evitar perigosas alterações genéticas e, ao invés disso, usar moléculas de RNA para reprogramar as células humanas adultas em células-tronco pluripotentes sem alterar o DNA.

Segundo Lanza, os avanços, embora ainda precisem passar por testes rigorosos, oferecem uma promessa de tratar uma série de doenças e de um dia eliminar a necessidade de amputação de membros, de transfusão de sangue e transplantes de órgãos de terceiros.

"Em algum momento no futuro, talvez no tempo de vida da maioria dos seus leitores, você pode sofrer um acidente e perder um rim e uma célula da pele simplesmente lhe dará um novo órgão", ilustrou Lanza. "Esta área está apenas começando", emendou.

Paciente sem diagnóstico de doença pode passar por mais estresse

Eles vivem tensos, com medo de uma piora repentina. Saem frustrados do médico ao ouvir: "Seus exames estão perfeitos." E esperam por um resposta, para saber o que têm e como tratar.

Não saber o diagnóstico de uma doença pode gerar mais estresse do que receber a notícia de que se tem um problema de saúde grave.

Bruno Soares mora em Curitiba; ele tem caixa de exames em casa, mas médicos não diagnosticaram seu problema
Bruno Soares mora em Curitiba; ele tem caixa de exames em casa, mas médicos não diagnosticaram seu problema
A constatação, de um estudo da Sociedade Norte-Americana de Radiologia, é confirmada por quem vive a angústia de não ter respostas para suas dores.

Conhecer a causa dos sintomas dá conforto ao paciente, porque tira o foco da ameaça da doença, diz o psiquiatra Renério Fráguas Júnior, do HC de São Paulo. "O problema passa a ter nome e prescrição médica."

Ceane Soares, de Curitiba, espera por um "nome" há 12 anos. Seu filho, Bruno, nasceu em 1998 e teve hipoglicemia no segundo dia de vida. Aos seis meses, não ficava "durinho" e era apático, não sorria nem chorava.

Um neuropediatra constatou que ele tinha traços autistas. Meses depois, começou a ter convulsões que nenhum remédio controlava.

Bruno já recebeu os diagnósticos "mais cabeludos", diz a mãe, todos descartados.
Tanta investigação rendeu uma caixa de exames no guarda-roupa: tomografias, ressonâncias, avaliações genéticas, endoscopias.

"A gente o observa 24 horas por dia. Nunca sabemos se a medicação é a certa, se vai melhorar. Estamos andando sem saber para onde."

A sensação de estar perdido é compartilhada pelo professor J.S., 25, de São Paulo. Neste ano, ele começou a ter urticária. Foi a dermatologistas, alergistas, fez exames e foi internado com dores e inchaço no rosto e no corpo.

Em 45 dias, gastou quase R$ 1.000 em remédios, trocados a cada nova consulta.

Os médicos cogitaram imunidade baixa, estresse, sífilis e Aids. Exames para os dois últimos deram negativo.

J.S. também tem convulsões. Foi a neurologistas e cada um fez um diagnóstico. "Não saber o que acontece no próprio corpo assusta."

COMUNICAÇÃO

Infelizmente, é comum que urticárias fiquem sem solução, diz Ana Paula Castro, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia de SP.

Exames de sangue detectam substâncias que causam alergia. Mas não há testes para várias delas, como remédios, corantes e conservantes. O diagnóstico é limitado.

Em casos sem solução, médicos e pacientes concordam: a ansiedade é pior quando a comunicação entre as duas partes é falha.

Profissionais que prescrevem drogas e exames sem explicar por que geram desconfiança nos pacientes.

A aposentada Maria Amália Moraes, 57, que passou quase a vida toda acordando com dores nos olhos e nas têmporas, reclama que sua relação com os médicos foi sempre superficial.

Quatro vezes ao ano, tomava antibióticos para uma suposta sinusite, mas achava que o problema tinha origem dentária. "Já gastei o valor de um carro na minha boca."

Foi uma dentista que acertou o que ela tinha: distúrbio temporomandibular (DTM), que a fazia apertar os dentes durante o sono. A solução é uma placa usada à noite. A aposentada criou um blog para ajudar quem tem o problema.

Maria Amália diz que torcia para que os exames achassem o problema. Quando isso não acontecia, saía chorando do consultório. "Ficava desiludida. Ao mesmo tempo, agradecia a Deus por não ter nada grave. Achavam que eu inventava doenças, ninguém acreditava nas dores."


Protein Helps Parasite, Toxoplasma Gondii, Survive in Host Cells

ScienceDaily (Dec. 29, 2010) — Researchers at Washington University School of Medicine in St. Louis have learned why changes in a single gene,ROP18, contribute substantially to dangerous forms of the parasite Toxoplasma gondii. The answer has likely moved science a step closer to new ways to beat Toxoplasma and many other parasites.
In a study published in Cell Host & Microbe, scientists show that the ROP18 protein disables host cell proteins that would otherwise pop a protective bubble the parasite makes for itself. The parasite puts the bubble on like a spacesuit by forming a membrane around itself when it enters host cells. This protects it from the hostile environment inside the cell, which would otherwise kill it.
"If we can find therapies that block ROP18 and other parasite proteins like it, that could give the host the upper hand in the battle against infection," says first author Sarah Fentress, a graduate student in the laboratory of L. David Sibley, PhD, professor of molecular microbiology.
Infection with Toxoplasma, or toxoplasmosis, is most familiar to the general public from the recommendation that pregnant women avoid changing cat litter. Cats are commonly infected with the parasite, as are some livestock and wildlife.
"The exact role of ROP18 and related proteins in human disease remains to be studied," says Sibley. "But mice are natural hosts of Toxoplasma, so studies in laboratory mice are relevant to the spread of infection."
Epidemiologists estimate that as many as one in every four humans is infected with Toxoplasma. Infections typically cause serious disease only in patients with weakened immune systems. In some rare cases, though, infection in patients with healthy immune systems leads to serious eye or central nervous system disease, or congenital defects or death in the fetuses of pregnant women.
In the new study, Fentress showed that the ROP18 protein binds to a class of host proteins known as immunity-related GTPases. Tests in cell cultures and animal models showed that this binding leads to a reaction that disables the GTPases, which normally would rupture the parasite's protective membrane.
"With one exception, humans don't have the same family of immunity-related GTPases," Fentress notes. "But we do have a similar group of immune recognition proteins called guanylate-binding proteins, and we are currently testing to see if ROP18 deactivates these proteins in human cells in a similar manner."
The findings could be applicable to other parasites and pathogens. Toxoplasmosis belongs to a family of parasites that includes the parasite Plasmodium, which causes malaria. All surround themselves with protective membranes when they enter host cells.
"Plasmodium doesn't make ROP18, but it does secrete related proteins called FIKK," says Fentress. "It's possible they also act to thwart host defense mechanisms like GTPases and guanylate-binding proteins."
This research was supported by the National Institutes of Health and the Veteran's Administration.

Toxoplasma gondii and other related parasites surround themselves with a membrane to protect against factors in host cells that would otherwise kill them. Scientists at Washington University School of Medicine in St. Louis have identified a parasite protein that protects this membrane from host proteins that can rupture it. According to the researchers, disabling the parasite's defensive protein could help give hosts an advantage in the battle against infection. (Credit: Wandy Beatty)
Divulgado o Calendário de Bolsas e Auxílios 2011A diretoria da Fundação divulgou nesta quinta-feira (30/12) o Calendário de Bolsas e Auxílios para 2011 do programa básico de fomento da Fundação. O Calendário de Bolsas e Auxilio da FAPERJ 2011 inclui a nova modalidade de bolsa para estágio de doutorandos no exterior (doutorado sanduíche) ao calendário regular do programa básico de fomento da FAPERJ. Outra novidade está nos auxílios à organização de eventos (APQ 2) e à participação em reunião científica (APQ 5) que passaram a estar divididas em duas chamadas anuais, uma para eventos com realização no segundo semestre de 2011 (junho a dezembro) e a outra para o primeiro semestre de 2012 (janeiro a junho de 2012). Já as bolsas de pós-doutorado recém-doutor (PDR) permanecem temporariamente suspensa do calendário regular, haja vista a negociação existente entre a Capes e a FAPERJ, visando ao lançamento de nova edição de edital específico para "Apoio ao Programa de Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro". Os interessados em submeter propostas ao programa básico de fomento da Fundação devem estar com cadastro atualizado noSistema inFAPERJ, preencher os critérios de elegibilidade previstos no Manual de Bolsas e Auxílios da FAPERJ e não podem estar inadimplentes. Mais informações: http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=6036