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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Corante natural obtido de liquens pode combater Mal de Alzheimer

Corante natural obtido de líquen pode combater Mal de Alzheimer
A orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras, não-tóxicas.

Orceína
Um corante vermelho extraído de liquens é usado há séculos para colorir roupas e até alimentos.
Agora, cientistas alemães descobriram que esse corante natural, chamado orceína, tem a capacidade de reduzir agregados tóxicos de proteínas que caracterizam o Mal de Alzheimer.
A orceína, juntamente com uma substância relacionada, chamada O4, ligam-se aos pequenos agregados de beta-amiloide que são considerados tóxicos e causadores das disfunções neurais e dos danos à memória que caracterizam o Alzheimer.
Placas não-tóxicas
O que a equipe liderada pelo Dr. Jan Bieschke, do Instituto Max Planck, descobriu agora é que a orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras.
E essas placas maiores não são tóxicas para o sistema nervoso.
Problemas no dobramento das proteínas são consideradas as principais causas não apenas do Alzheimer, mas também das doenças de Parkinson eHuntington.
As proteínas defeituosas acabam se acumulando em placas intra e extra-celulares.
Os pesquisadores assumem que essas pequenas placas são tóxicas para as células nervosas. Contudo, quando elas se aglomeram em placas maduras, bem maiores, esse efeito deixa de existir.
Corantes salvadores
A orceína é extraída de um líquen que cresce principalmente nas Ilhas Canárias, e é explorado há séculos para uso como corante.
Há alguns anos, o Dr. Erich Wanker, outro membro da equipe, descobriu que um composto químico natural encontrado no chá verde, chamado EGCG (Epigalocatequina-3-galato), é capaz de desativar a toxicidade dos aglomerados de proteínas.
Com a orceína e o O4, eles agora descobriram um outro mecanismo que, em vez de destruir as placas, faz com que elas se aglomerem, perdendo a toxicidade.
Outros pesquisadores já estão testando um outro corante, chamado azul de metileno, com o mesmo objetivo.

Bandagem com células vivas cria novos vasos sanguíneos

Bandagem com células vivas cria novos vasos sanguíneos
Depois que a bandagem é removida, o padrão de novos vasos sanguíneos está completamente formado.
Biomaterial
"Selo microvascular".
Este é nome de uma nova bandagem capaz de estimular e dirigir o crescimento de novos vasos sanguíneos na superfície de um tecido vivo.
O biomaterial contém células vivas, que fornecem fatores de crescimento para os tecidos danificados, seguindo um padrão pré-definido, traçado no próprio selo.
Depois de uma semana, o padrão desse selo biológico é "impresso" na forma de vasos sanguíneos.
Carimbo biológico
A nova bandagem será apresentada em um artigo científico agendado para publicação em Janeiro, como matéria de capa da revista técnica Advanced Materials.
O que mais impressionou neste novo recurso médico é que ele não se aplica apenas a ferimentos externos.
"Qualquer tipo de tecido que você queira reconstruir, incluindo ossos, músculos ou pele, é altamente vascularizado. Mas um dos maiores desafios na recriação de redes vasculares é como controlar o crescimento e o espaçamento dos novos vasos sanguíneos," explica do Dr. Rashid Bashir, da Universidade de Illinois.
Um desafio tão grande que ninguém havia conseguido fazer isso até agora, apesar de inúmeras tentativas de colocar fatores de crescimento diretamente nos curativos.
A nova bandagem deve seu sucesso à sua nova abordagem: uma espécie de carimbo, que libera os fatores de crescimento de forma mais sustentada e mais dirigida.
Revascularização
O selo microvascular tem cerca de 1 centímetro quadrado e é feito de camadas de um hidrogel à base de polietileno glicol, um material biocompatível aprovado para uso médico.
O outro material usado é o alginato metacrílico, uma substância comestível.
Os pesquisadores afirmam que a nova bandagem terá sobretudo uso interno, por exemplo, para a revascularização pós-cirúrgica, para a "normalização" dos vasos sanguíneos que alimentam um tumor, melhorando o rendimento da quimioterapia, e na liberação de artérias bloqueadas.

As controvérsias científicas e a proibição do fumo


A aceitação do cigarro
O século XX foi o cenário para o estabelecimento do consumo de derivados de tabaco como um hábito socialmente aceito e, em alguns casos, até mesmo desejável.
Nesse período, o cigarro (surgido como um substituto barato dos charutos e cigarrilhas e, a princípio, visto como um produto moralmente questionável) tornou-se gradativamente um produto massificado, fortemente associado com um simbolismo de masculinidade, sofisticação, emancipação e liberdade.
Como aponta o pesquisador norte-americano Allan Brandt, em seu livro The Cigarette Century, o processo de popularização do cigarro foi uma mudança rápida e significativa, intimamente relacionada com uma série de inovações tecnológicas, de marketing e profundas mudanças culturais.
A negação do cigarro
Por sua vez, o século atual parece ser o pano de fundo para um movimento contrário: ainda que os efeitos nocivos do consumo de tabaco já sejam conhecidos desde a segunda metade do século passado, apenas recentemente os hábitos tabagistas passaram a ser combatidos com maior ênfase.
Se, inicialmente, o "combate ao fumo" baseava-se em políticas públicas voltadas para a conscientização individual sobre os riscos do tabaco, a mais nova forma de combater os hábitos tabagistas está relacionada com a proibição do consumo de derivados de tabaco em espaços públicos.
No Brasil, essa segunda tendência manifesta-se por meio da promulgação de leis que proíbem o consumo de tabaco em ambientes fechados de uso coletivo como, por exemplo, a Lei Municipal nº 29.284/2008 da cidade do Rio de Janeiro, a Lei nº 13.541/2009, do Estado de São Paulo, e, finalmente, a lei federal que proíbe o fumo em locais fechados em todo o país.
A racionalidade por detrás dessas leis é muito clara: se o consumo ativo de derivados de tabaco possui efeitos negativos para o fumante, é possível que também a exposição passiva à fumaça tabágica seja nociva à saúde.
Assim, a proibição do fumo em locais públicos seria uma medida justificada, pois garantiria que os não-fumantes não sejam sujeitados aos eventuais efeitos negativos dos hábitos tabagistas de terceiros.
Associação questionável
No entanto, poucas pessoas sabem que a exposição à fumaça tabágica ambiental e seus efeitos para a saúde humana são ainda um assunto em aberto.
É verdade que o fumo em locais públicos pode ser definitivamente incômodo, mas ainda não sabemos com certeza se ele é, afinal, nocivo.
Ao contrário do consenso científico existente em torno dos efeitos do consumo ativo de tabaco, a correlação entre a exposição passiva à fumaça de tabaco e doenças cardíacas ou o câncer de pulmão não é tão clara e pode ser questionada por diversos ângulos:
Os componentes tóxicos da fumaça agem da mesma maneira nos fumantes ativos e nos casos de exposição passiva? O que caracteriza a exposição passiva à fumaça tabágica ambiental, e quais os métodos para seu dimensionamento e medição? A partir de que nível de exposição a fumaça de tabaco é prejudicial? Qual o papel de outras fontes de poluição ambiental na causalidade, por exemplo, das doenças respiratórias?
Para algumas pessoas, a indefinição e o ceticismo podem diminuir a importância de tais medidas de saúde pública. Para outras, a existência de um consenso é pouco significativa, pois, em última instância, em caso de incertezas, é preferível adotar o "princípio da precaução" e assumir uma postura que proporciona maior segurança.
De qualquer maneira, como nos mostra o campo dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (ESCT), as controvérsias científicas são, sobretudo, interessantes oportunidades analíticas. Deste modo, o estudo da controvérsia sobre a exposição passiva à fumaça de tabaco pode fornecer elementos importantes para compreendermos tanto o funcionamento da Ciência, quanto as noções de adoecimento, saúde e vida pública de nossa sociedade.
Conflito de interesses
Uma das mais conhecidas controvérsias sobre a exposição tabágica ambiental tem como protagonistas dois pesquisadores estadunidenses, James E. Enstrom e Geoffrey C. Kabat.
Pesquisadores da área de saúde pública nas universidades da Califórnia e Nova Iorque, respectivamente, eles publicaram em 2003, no British Medical Journal(BMJ), um artigo intitulado Environmental tobacco smoke and tobacco related mortality in a prospective study of Californians, 1960-98.
Apesar de o trabalho publicado seguir todos os preceitos da prática científica e ter sido submetido ao processo de revisão pelos pares, ele foi quase que universalmente condenado por negar a existência de qualquer relação significativa entre a fumaça ambiental de tabaco e as doenças cardíacas e o câncer.
Nem mesmo o fato de os pesquisadores se basearem em um estudo epidemiológico reconhecido (o Cancer Prevention Study - CPS I, produzido pelaAmerican Cancer Society) evitou a polêmica e os ataques à credibilidade dos autores e até mesmo do processo editorial da revista.
A primeira e mais comum acusação ao artigo é sobre o envolvimento dos autores com as empresas de tabaco norte-americanas.
De fato, ambos os autores estiveram em algum momento relacionados com as companhias produtoras de cigarro ou com escritórios de advocacia que representam essas empresas, caracterizando um claro conflito de interesses.
Mas, e quanto aos seus opositores, que também recebem financiamento (governamental e privado) para comprovar os efeitos negativos da fumaça tabágica?
Nesse caso, a idealização da Ciência como uma atividade desinteressada não contribuiu para a solução do impasse, e acabou privilegiando apenas um lado da disputa.
Analiticamente, se as acusações sobre conflitos de interesse podem recair sobre os autores do trabalho, porque elas não poderiam ser aplicadas também para seus críticos?
Percepção sobre riscos
Para além dessa questão, outros pontos decorrentes da controvérsia merecem destaque.
Em primeiro lugar, como indica a antropóloga Mary Douglas, nossas noções de risco são socialmente condicionadas e representam nossos ideais coletivos de segurança, bem-estar e normalidade.
Os processos de secularização e a mediação científica fizeram com que os discursos sistematizados sobre risco substituíssem noções mais tradicionais como, digamos, pecado ou tabu.
Sua função social, no entanto, é muito similar: as percepções sobre os riscos são sempre politizadas e buscam conformar os indivíduos aos ideais coletivos.
Especialmente no caso de algumas doenças crônicas, comportamentos "desviantes" (como os hábitos tabagistas ou dietas ricas em gorduras) contrariam padrões morais e científicos estabelecidos, transformando as pessoas nos principais culpados por sua própria situação de adoecimento.
A vinculação entre adoecimento e comportamentos proscritos, e a medicalização do fumante passivo (isto é, sua constituição como um sujeito passível de adoecimento) construiu a noção do fumante como o "outro" culpado pelos riscos à saúde de terceiros.
Assim, mesmo sem um consenso sólido a respeito do tema, os hábitos tabagistas (e, portanto, os fumantes!) passaram a ser estigmatizados e sujeitos ao controle governamental e ampla reprovação social.
Controvérsias científicas
De forma resumida, o estudo das controvérsias científicas revela elementos sociais normalmente ocultos no processo de construção dos enunciados científicos.
No caso específico dos efeitos do fumo passivo, para além de levantar a questão da intervenção "externa" e do financiamento da atividade científica, a análise sociológica demonstra um lado usualmente negligenciado dos grandes estudos epidemiológicos e das prescrições médicas: muito mais do que representações de uma suposta realidade objetiva, em muitos casos esses construtos tecnocientíficos refletem nossos ideais coletivos de segurança e bem-estar que, por definição, são sempre socialmente contextualizados.
Assim sendo, ao invés de proceder com uma simples desconstrução do conhecimento médico e epidemiológico, o estudo social de tais enunciados científicos pode fornecer elementos para uma compreensão mais ampla sobre os temas abordados, seus desenvolvimentos históricos e, principalmente, suas implicações sociais mais amplas.
Desta forma, estaremos colaborando para compreender o problema dos malefícios do cigarro sem incorrermos em uma perseguição moralista contra suas maiores vítimas, os próprios fumantes.

Gordura boa é usada pelo sistema imunológico


Reserva de calor
Desde que descobriram os mecanismos de formação da gordura marrom, há pouco mais de três anos, os cientistas vinham considerando que essa gordura boa era controlada somente pelo cérebro.
Mas estudos realizados na Universidade da Califórnia (EUA) revelaram que ela tem tudo a ver com o nosso passado evolucionário.
A queima de calorias pela gordura marrom não apenas está associada ao sistema imunológico, como também representa um mecanismo eficiente para manter o corpo aquecido, uma espécie de reserva de calor para momentos de frio.
Calor para o corpo
Células da chamada gordura marrom são equipadas com grandes quantidades de mitocôndrias, organelas que usam oxigênio para queimar açúcar da dieta e produzir calor.
A gordura branca, por sua vez, a "gordura ruim", armazena tal energia, como gordura mesmo, causando o aumento de peso.
Em resposta ao frio, descobriram agora os cientistas, células do sistema imunológico, conhecidas como macrófagos, acionam a gordura marrom, induzindo-a a queimar energia para gerar calor para o corpo.
Controle da gordura marrom
É uma completa novidade o fato de que os macrófagos desempenhem um papel no metabolismo - seu papel era considerado como sendo unicamente o de combater invasores.
O controle da gordura marrom pelo cérebro já era um processo melhor compreendido.
Monitorando a temperatura corporal, o cérebro envia sinais para que o corpo queime calorias, quebrando moléculas da gordura branca, conhecidas como triglicérides, e liberando-as na corrente sanguínea.
Esses ácidos graxos circulando pelo sangue são então capturados pela gordura marrom, que os queima para produzir calor.
O novo estudo revelou que os macrófagos fazem isto diretamente, produzindo uma enzima conhecida como norepinefrina, que libera as moléculas de gordura branca na corrente sanguínea.
Interessado em usar o mecanismo para combater o sobrepeso e a obesidade, o Dr. Ajay Chawla afirma que "talvez nós possamos modular esse programa para melhorá-lo, de forma a acelerar o metabolismo".

Nova tecnologia de desinfecção limpa de hospitais a navios


Desinfecção rápida
Cientistas canadenses desenvolveram uma nova técnica que promete alterar radicalmente a forma como são desinfetados hospitais, hotéis, prédios públicos e... até navios.
"Este é o futuro, porque muitas mortes em hospitais podem ser evitadas com melhores técnicas de limpeza e desinfecção," afirma o Dr. Dick Zoutman, da Universidade de Queens.
A nova tecnologia envolve a aspersão de um vapor especial, fácil de fabricar e de baixo custo, no interior do ambiente a ser esterilizado - e esperar cerca de uma hora para que as bactérias e outros patógenos sejam exterminados.
Esterilização a vapor
A limpeza a vapor usa uma mistura de ozônio e peróxido de hidrogênio, imitando o que a própria natureza faz em nosso corpo para eliminar bactérias.
Quando um anticorpo ataca um germe, ele gera ozônio e uma quantidade muito pequena de peróxido de hidrogênio, gerando um composto altamente reativo que é letal para bactérias, vírus e fungos.
Já existem outras tecnologias de desinfecção que usam o bombeamento de um gás no interior do ambiente, mas o novo método é o primeiro a alcançar um nível de esterilização equivalente à realizada em instrumentos cirúrgicos.
Ela também deixa um agradável odor no ambiente e não danifica os equipamentos médicos, facilitando a aplicação ao dispensar que todos os equipamentos sejam "plastificados" antes do procedimento.
Ácaros em colchões
O Dr. Zoutmam afirma que a tecnologia também poderá ser usada em cozinhas, restaurantes, fábricas e em navios de cruzeiro, que frequentemente sofrem de surtos de infecção por bactérias e norovírus.
A grande vantagem é que tudo na sala fica desinfetado, incluindo piso, paredes, teto e móveis, incluindo todas as suas reentrâncias - até ácaros em colchões foram mortos.