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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Corante natural obtido de liquens pode combater Mal de Alzheimer

Corante natural obtido de líquen pode combater Mal de Alzheimer
A orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras, não-tóxicas.

Orceína
Um corante vermelho extraído de liquens é usado há séculos para colorir roupas e até alimentos.
Agora, cientistas alemães descobriram que esse corante natural, chamado orceína, tem a capacidade de reduzir agregados tóxicos de proteínas que caracterizam o Mal de Alzheimer.
A orceína, juntamente com uma substância relacionada, chamada O4, ligam-se aos pequenos agregados de beta-amiloide que são considerados tóxicos e causadores das disfunções neurais e dos danos à memória que caracterizam o Alzheimer.
Placas não-tóxicas
O que a equipe liderada pelo Dr. Jan Bieschke, do Instituto Max Planck, descobriu agora é que a orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras.
E essas placas maiores não são tóxicas para o sistema nervoso.
Problemas no dobramento das proteínas são consideradas as principais causas não apenas do Alzheimer, mas também das doenças de Parkinson eHuntington.
As proteínas defeituosas acabam se acumulando em placas intra e extra-celulares.
Os pesquisadores assumem que essas pequenas placas são tóxicas para as células nervosas. Contudo, quando elas se aglomeram em placas maduras, bem maiores, esse efeito deixa de existir.
Corantes salvadores
A orceína é extraída de um líquen que cresce principalmente nas Ilhas Canárias, e é explorado há séculos para uso como corante.
Há alguns anos, o Dr. Erich Wanker, outro membro da equipe, descobriu que um composto químico natural encontrado no chá verde, chamado EGCG (Epigalocatequina-3-galato), é capaz de desativar a toxicidade dos aglomerados de proteínas.
Com a orceína e o O4, eles agora descobriram um outro mecanismo que, em vez de destruir as placas, faz com que elas se aglomerem, perdendo a toxicidade.
Outros pesquisadores já estão testando um outro corante, chamado azul de metileno, com o mesmo objetivo.

Bandagem com células vivas cria novos vasos sanguíneos

Bandagem com células vivas cria novos vasos sanguíneos
Depois que a bandagem é removida, o padrão de novos vasos sanguíneos está completamente formado.
Biomaterial
"Selo microvascular".
Este é nome de uma nova bandagem capaz de estimular e dirigir o crescimento de novos vasos sanguíneos na superfície de um tecido vivo.
O biomaterial contém células vivas, que fornecem fatores de crescimento para os tecidos danificados, seguindo um padrão pré-definido, traçado no próprio selo.
Depois de uma semana, o padrão desse selo biológico é "impresso" na forma de vasos sanguíneos.
Carimbo biológico
A nova bandagem será apresentada em um artigo científico agendado para publicação em Janeiro, como matéria de capa da revista técnica Advanced Materials.
O que mais impressionou neste novo recurso médico é que ele não se aplica apenas a ferimentos externos.
"Qualquer tipo de tecido que você queira reconstruir, incluindo ossos, músculos ou pele, é altamente vascularizado. Mas um dos maiores desafios na recriação de redes vasculares é como controlar o crescimento e o espaçamento dos novos vasos sanguíneos," explica do Dr. Rashid Bashir, da Universidade de Illinois.
Um desafio tão grande que ninguém havia conseguido fazer isso até agora, apesar de inúmeras tentativas de colocar fatores de crescimento diretamente nos curativos.
A nova bandagem deve seu sucesso à sua nova abordagem: uma espécie de carimbo, que libera os fatores de crescimento de forma mais sustentada e mais dirigida.
Revascularização
O selo microvascular tem cerca de 1 centímetro quadrado e é feito de camadas de um hidrogel à base de polietileno glicol, um material biocompatível aprovado para uso médico.
O outro material usado é o alginato metacrílico, uma substância comestível.
Os pesquisadores afirmam que a nova bandagem terá sobretudo uso interno, por exemplo, para a revascularização pós-cirúrgica, para a "normalização" dos vasos sanguíneos que alimentam um tumor, melhorando o rendimento da quimioterapia, e na liberação de artérias bloqueadas.

As controvérsias científicas e a proibição do fumo


A aceitação do cigarro
O século XX foi o cenário para o estabelecimento do consumo de derivados de tabaco como um hábito socialmente aceito e, em alguns casos, até mesmo desejável.
Nesse período, o cigarro (surgido como um substituto barato dos charutos e cigarrilhas e, a princípio, visto como um produto moralmente questionável) tornou-se gradativamente um produto massificado, fortemente associado com um simbolismo de masculinidade, sofisticação, emancipação e liberdade.
Como aponta o pesquisador norte-americano Allan Brandt, em seu livro The Cigarette Century, o processo de popularização do cigarro foi uma mudança rápida e significativa, intimamente relacionada com uma série de inovações tecnológicas, de marketing e profundas mudanças culturais.
A negação do cigarro
Por sua vez, o século atual parece ser o pano de fundo para um movimento contrário: ainda que os efeitos nocivos do consumo de tabaco já sejam conhecidos desde a segunda metade do século passado, apenas recentemente os hábitos tabagistas passaram a ser combatidos com maior ênfase.
Se, inicialmente, o "combate ao fumo" baseava-se em políticas públicas voltadas para a conscientização individual sobre os riscos do tabaco, a mais nova forma de combater os hábitos tabagistas está relacionada com a proibição do consumo de derivados de tabaco em espaços públicos.
No Brasil, essa segunda tendência manifesta-se por meio da promulgação de leis que proíbem o consumo de tabaco em ambientes fechados de uso coletivo como, por exemplo, a Lei Municipal nº 29.284/2008 da cidade do Rio de Janeiro, a Lei nº 13.541/2009, do Estado de São Paulo, e, finalmente, a lei federal que proíbe o fumo em locais fechados em todo o país.
A racionalidade por detrás dessas leis é muito clara: se o consumo ativo de derivados de tabaco possui efeitos negativos para o fumante, é possível que também a exposição passiva à fumaça tabágica seja nociva à saúde.
Assim, a proibição do fumo em locais públicos seria uma medida justificada, pois garantiria que os não-fumantes não sejam sujeitados aos eventuais efeitos negativos dos hábitos tabagistas de terceiros.
Associação questionável
No entanto, poucas pessoas sabem que a exposição à fumaça tabágica ambiental e seus efeitos para a saúde humana são ainda um assunto em aberto.
É verdade que o fumo em locais públicos pode ser definitivamente incômodo, mas ainda não sabemos com certeza se ele é, afinal, nocivo.
Ao contrário do consenso científico existente em torno dos efeitos do consumo ativo de tabaco, a correlação entre a exposição passiva à fumaça de tabaco e doenças cardíacas ou o câncer de pulmão não é tão clara e pode ser questionada por diversos ângulos:
Os componentes tóxicos da fumaça agem da mesma maneira nos fumantes ativos e nos casos de exposição passiva? O que caracteriza a exposição passiva à fumaça tabágica ambiental, e quais os métodos para seu dimensionamento e medição? A partir de que nível de exposição a fumaça de tabaco é prejudicial? Qual o papel de outras fontes de poluição ambiental na causalidade, por exemplo, das doenças respiratórias?
Para algumas pessoas, a indefinição e o ceticismo podem diminuir a importância de tais medidas de saúde pública. Para outras, a existência de um consenso é pouco significativa, pois, em última instância, em caso de incertezas, é preferível adotar o "princípio da precaução" e assumir uma postura que proporciona maior segurança.
De qualquer maneira, como nos mostra o campo dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (ESCT), as controvérsias científicas são, sobretudo, interessantes oportunidades analíticas. Deste modo, o estudo da controvérsia sobre a exposição passiva à fumaça de tabaco pode fornecer elementos importantes para compreendermos tanto o funcionamento da Ciência, quanto as noções de adoecimento, saúde e vida pública de nossa sociedade.
Conflito de interesses
Uma das mais conhecidas controvérsias sobre a exposição tabágica ambiental tem como protagonistas dois pesquisadores estadunidenses, James E. Enstrom e Geoffrey C. Kabat.
Pesquisadores da área de saúde pública nas universidades da Califórnia e Nova Iorque, respectivamente, eles publicaram em 2003, no British Medical Journal(BMJ), um artigo intitulado Environmental tobacco smoke and tobacco related mortality in a prospective study of Californians, 1960-98.
Apesar de o trabalho publicado seguir todos os preceitos da prática científica e ter sido submetido ao processo de revisão pelos pares, ele foi quase que universalmente condenado por negar a existência de qualquer relação significativa entre a fumaça ambiental de tabaco e as doenças cardíacas e o câncer.
Nem mesmo o fato de os pesquisadores se basearem em um estudo epidemiológico reconhecido (o Cancer Prevention Study - CPS I, produzido pelaAmerican Cancer Society) evitou a polêmica e os ataques à credibilidade dos autores e até mesmo do processo editorial da revista.
A primeira e mais comum acusação ao artigo é sobre o envolvimento dos autores com as empresas de tabaco norte-americanas.
De fato, ambos os autores estiveram em algum momento relacionados com as companhias produtoras de cigarro ou com escritórios de advocacia que representam essas empresas, caracterizando um claro conflito de interesses.
Mas, e quanto aos seus opositores, que também recebem financiamento (governamental e privado) para comprovar os efeitos negativos da fumaça tabágica?
Nesse caso, a idealização da Ciência como uma atividade desinteressada não contribuiu para a solução do impasse, e acabou privilegiando apenas um lado da disputa.
Analiticamente, se as acusações sobre conflitos de interesse podem recair sobre os autores do trabalho, porque elas não poderiam ser aplicadas também para seus críticos?
Percepção sobre riscos
Para além dessa questão, outros pontos decorrentes da controvérsia merecem destaque.
Em primeiro lugar, como indica a antropóloga Mary Douglas, nossas noções de risco são socialmente condicionadas e representam nossos ideais coletivos de segurança, bem-estar e normalidade.
Os processos de secularização e a mediação científica fizeram com que os discursos sistematizados sobre risco substituíssem noções mais tradicionais como, digamos, pecado ou tabu.
Sua função social, no entanto, é muito similar: as percepções sobre os riscos são sempre politizadas e buscam conformar os indivíduos aos ideais coletivos.
Especialmente no caso de algumas doenças crônicas, comportamentos "desviantes" (como os hábitos tabagistas ou dietas ricas em gorduras) contrariam padrões morais e científicos estabelecidos, transformando as pessoas nos principais culpados por sua própria situação de adoecimento.
A vinculação entre adoecimento e comportamentos proscritos, e a medicalização do fumante passivo (isto é, sua constituição como um sujeito passível de adoecimento) construiu a noção do fumante como o "outro" culpado pelos riscos à saúde de terceiros.
Assim, mesmo sem um consenso sólido a respeito do tema, os hábitos tabagistas (e, portanto, os fumantes!) passaram a ser estigmatizados e sujeitos ao controle governamental e ampla reprovação social.
Controvérsias científicas
De forma resumida, o estudo das controvérsias científicas revela elementos sociais normalmente ocultos no processo de construção dos enunciados científicos.
No caso específico dos efeitos do fumo passivo, para além de levantar a questão da intervenção "externa" e do financiamento da atividade científica, a análise sociológica demonstra um lado usualmente negligenciado dos grandes estudos epidemiológicos e das prescrições médicas: muito mais do que representações de uma suposta realidade objetiva, em muitos casos esses construtos tecnocientíficos refletem nossos ideais coletivos de segurança e bem-estar que, por definição, são sempre socialmente contextualizados.
Assim sendo, ao invés de proceder com uma simples desconstrução do conhecimento médico e epidemiológico, o estudo social de tais enunciados científicos pode fornecer elementos para uma compreensão mais ampla sobre os temas abordados, seus desenvolvimentos históricos e, principalmente, suas implicações sociais mais amplas.
Desta forma, estaremos colaborando para compreender o problema dos malefícios do cigarro sem incorrermos em uma perseguição moralista contra suas maiores vítimas, os próprios fumantes.

Gordura boa é usada pelo sistema imunológico


Reserva de calor
Desde que descobriram os mecanismos de formação da gordura marrom, há pouco mais de três anos, os cientistas vinham considerando que essa gordura boa era controlada somente pelo cérebro.
Mas estudos realizados na Universidade da Califórnia (EUA) revelaram que ela tem tudo a ver com o nosso passado evolucionário.
A queima de calorias pela gordura marrom não apenas está associada ao sistema imunológico, como também representa um mecanismo eficiente para manter o corpo aquecido, uma espécie de reserva de calor para momentos de frio.
Calor para o corpo
Células da chamada gordura marrom são equipadas com grandes quantidades de mitocôndrias, organelas que usam oxigênio para queimar açúcar da dieta e produzir calor.
A gordura branca, por sua vez, a "gordura ruim", armazena tal energia, como gordura mesmo, causando o aumento de peso.
Em resposta ao frio, descobriram agora os cientistas, células do sistema imunológico, conhecidas como macrófagos, acionam a gordura marrom, induzindo-a a queimar energia para gerar calor para o corpo.
Controle da gordura marrom
É uma completa novidade o fato de que os macrófagos desempenhem um papel no metabolismo - seu papel era considerado como sendo unicamente o de combater invasores.
O controle da gordura marrom pelo cérebro já era um processo melhor compreendido.
Monitorando a temperatura corporal, o cérebro envia sinais para que o corpo queime calorias, quebrando moléculas da gordura branca, conhecidas como triglicérides, e liberando-as na corrente sanguínea.
Esses ácidos graxos circulando pelo sangue são então capturados pela gordura marrom, que os queima para produzir calor.
O novo estudo revelou que os macrófagos fazem isto diretamente, produzindo uma enzima conhecida como norepinefrina, que libera as moléculas de gordura branca na corrente sanguínea.
Interessado em usar o mecanismo para combater o sobrepeso e a obesidade, o Dr. Ajay Chawla afirma que "talvez nós possamos modular esse programa para melhorá-lo, de forma a acelerar o metabolismo".

Nova tecnologia de desinfecção limpa de hospitais a navios


Desinfecção rápida
Cientistas canadenses desenvolveram uma nova técnica que promete alterar radicalmente a forma como são desinfetados hospitais, hotéis, prédios públicos e... até navios.
"Este é o futuro, porque muitas mortes em hospitais podem ser evitadas com melhores técnicas de limpeza e desinfecção," afirma o Dr. Dick Zoutman, da Universidade de Queens.
A nova tecnologia envolve a aspersão de um vapor especial, fácil de fabricar e de baixo custo, no interior do ambiente a ser esterilizado - e esperar cerca de uma hora para que as bactérias e outros patógenos sejam exterminados.
Esterilização a vapor
A limpeza a vapor usa uma mistura de ozônio e peróxido de hidrogênio, imitando o que a própria natureza faz em nosso corpo para eliminar bactérias.
Quando um anticorpo ataca um germe, ele gera ozônio e uma quantidade muito pequena de peróxido de hidrogênio, gerando um composto altamente reativo que é letal para bactérias, vírus e fungos.
Já existem outras tecnologias de desinfecção que usam o bombeamento de um gás no interior do ambiente, mas o novo método é o primeiro a alcançar um nível de esterilização equivalente à realizada em instrumentos cirúrgicos.
Ela também deixa um agradável odor no ambiente e não danifica os equipamentos médicos, facilitando a aplicação ao dispensar que todos os equipamentos sejam "plastificados" antes do procedimento.
Ácaros em colchões
O Dr. Zoutmam afirma que a tecnologia também poderá ser usada em cozinhas, restaurantes, fábricas e em navios de cruzeiro, que frequentemente sofrem de surtos de infecção por bactérias e norovírus.
A grande vantagem é que tudo na sala fica desinfetado, incluindo piso, paredes, teto e móveis, incluindo todas as suas reentrâncias - até ácaros em colchões foram mortos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Brasileiros descobrem novo tipo de onda cerebral

Pesquisadores da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) conseguiram flagrar um novo tipo de onda cerebral, que se propaga pelas camadas superficiais de uma área do cérebro ligada à formação de memórias.

As medições foram feitas, por enquanto, nos neurônios de ratos, mas provavelmente valem para outros mamíferos, como os seres humanos.

As ondas recém-descobertas parecem interagir com outras já conhecidas, numa coreografia que provavelmente é importante para a construção e consolidação das lembranças no cérebro, afirmam os pesquisadores. 
"Estamos no começo do trabalho", diz Adriano Tort, professor do Instituto do Cérebro da UFRN e coordenador da pesquisa. "Mas já temos indícios de que as novas ondas aparecem no sono REM [o sono com sonhos], que já é conhecido por sua importância para a memória." 
GPS

Tort e o aluno de doutorado Robson Scheffer-Teixeira, junto com outros colegas, descrevem as descobertas em artigo na revista científica "Cerebral Cortex". O ritmo novo detectado por eles ocorre no hipocampo, uma região que os cientistas comparam a um GPS do cérebro.

É graças ao hipocampo que motoristas aprendem a dirigir pelas ruas de uma cidade que ainda não conhecem, decorando pontos de referência ou a localização de semáforos, por exemplo. 

O hipocampo monta esse quadro da mesma maneira como funcionam outras áreas do cérebro: como uma orquestra elétrica. 

ORQUESTRA 

Os neurônios, células que são a unidade básica do órgão, são atravessados por impulsos elétricos, que se propagam (ou não) para as células vizinhas. Quando o vaivém elétrico acontece de forma sincronizada em vários neurônios (como uma guitarra e uma bateria tocando no mesmo ritmo, digamos), surgem as ondas cerebrais. 

Essas oscilações acontecem em frequências específicas, como ondas de uma estação de rádio. O novo tipo detectado pela equipe da UFRN, por exemplo, tem um pico de atividade em 140 Hz. 
No entanto, Tort e seus colegas verificaram que essa oscilação não aparece sozinha, mas sim acoplada com outro tipo mais lento de onda, que interage com ela. As propriedades de um tipo de onda ficam ligadas ao que acontece com a onda "companheira".

Voltando à analogia musical, é como se a guitarra só conseguisse alcançar certas notas com a ajuda de outro instrumento de apoio.

"A gente ainda não tem muita informação sobre os grupos de neurônios que estão em atividade para gerar esse resultado", afirma Tort. "Essa é uma das próximas fases do nosso trabalho." 

Seja como for, a associação com o sono REM (cujo nome vem da sigla inglesa de "movimento rápido dos olhos", que ocorre durante os sonhos) faz a equipe apostar num elo entre as novas ondas cerebrais e o processo de fortalecimento das memórias durante a noite. 

Parte do trabalho também foi realizada no Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lily Safra.

Ossos artificiais são fabricados por impressora

Ossos artificiais são feitos em impressora 3D
Cientistas usaram uma impressora 3D para fabricar materiais similares aos ossos, que poderão ser usados em implantes ortopédicos e dentários.

Ossos impressos
As técnicas de impressão 3D estão iniciando uma espécie de "Quarta Revolução Industrial".
Essa técnica, que começou como um método de prototipagem rápida, e que agora já é chamada de fabricação aditiva, já permitiu a fabricação desde aviões e carros até vasos sanguíneos artificiais.
Por isso, não deveria causar surpresa que uma equipe da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, tenha agora construído "ossos" usando uma impressora jato-de-tinta modificada.
Não é exatamente um osso, mas o material se parece com um osso e tem quase todas as características mecânicas de um osso humano.
Depois de impresso, o material é colocado em uma cultura de células ósseas, transformando-se então em um verdadeiro osso artificial.
Implantes e suportes
A equipe da Dra. Susmita Bose afirma que os ossos artificiais impressos poderão ser usados em procedimentos ortopédicos e implantes dentários, mas também para carregar medicamentos para tratar a osteoporose.
Colocado junto a um osso natural - sem o tratamento com a cultura de células ósseas -, o novo material funciona como um suporte para que o osso biológico cresça e supere deficiências naturais ou fraturas.
Ao final do processo, o "material ósseo" impresso se dissolve, sem deixar vestígios.
Já o osso artificial, enriquecido com as células biológicas, é basicamente composto por fosfato de cálcio. Mas a adição de silício e zinco mais do que dobrou a resistência natural desse material, abrindo a possibilidade de seu uso também para implantes médicos.
Impressora de ossos
Por enquanto o material só foi testado em ratos e coelhos, mas a Dra. Bose afirma que, dentro de poucos anos, os médicos poderão encomendar implantes de tecidos ósseos, em qualquer formato e tamanho.
Como se trata de um processo de baixo custo, os próprios hospitais poderão ter suas "impressoras de ossos".
A impressora asperge o material em pó, dispondo-o em camadas de 20 micrômetros, de forma a criar uma estrutura porosa.
Depois de uma semana mergulhado em uma solução com células ósseas humanas imaturas, o suporte impresso é preenchido com uma rede de novas células ósseas, permitindo seu implante direto.

Genoma de plantas medicinais será tornado público


Genes de plantas medicinais
Cientistas vão disponibilizar dados completos sobre a genética de plantas medicinais que já tiveram seus genomas sequenciados.
Os bancos de dados que serão tornados públicos revelam também as propriedades benéficas associadas com os genes já mapeados.
"Nosso maior objetivo tem sido o de capturar o mapa genético das plantas medicinais, com vistas ao avanço do desenvolvimento e da descoberta de novas drogas," afirmou Joe Chappel, da Universidade de Kentucky (EUA).
Chappel é coordenador do projeto "Consórcio Plantas Medicinais", cujo conteúdo será disponibilizado.
Medicamentos naturais
A disponibilização é uma tentativa para reverter a queda contínua de novos medicamentos descobertos ao longo dos últimos anos.
Segundo a Dra. Sarah O'Connor, essa queda na taxa de descobrimento de novos fármacos deve-se à excessiva dependência de compostos químicos sintéticos nas pesquisas atuais.
"Em nossas vidas aceleradas, nós nos esquecemos de aproveitar as lições oferecidas pela Mãe Natureza. Isto está mudando agora com o reconhecimento de que dois terços de todos os medicamentos prescritos se originaram de fontes naturais," diz ela.
"Da mesma forma que as propriedades sensoriais das plantas acionam seu olfato, outros compostos naturais das mesmas plantas podem causar reações no interior do seu corpo. Isto nos dá um potencial farmacêutico tremendo," afirmou Chappell.
Com os dados disponibilizados para todos os cientistas, os responsáveis pelo projeto esperam otimizar o processo de descobrimento de novas moléculas naturais interessantes para uso farmacêutico.
Biossíntese
Durante o projeto, o grupo desenvolveu uma coleção de dados que ajudam a entender como as plantas sintetizam seus próprios químicos, um processo chamado biossíntese.
Em última instância, esse conhecimento pode ajudar a "moldar" geneticamente as plantas para produzir grandes quantidades de compostos medicinais.
O banco de dados contém os perfis químicos e genéticos de plantas conhecidas por suas propriedades medicinais ou por possuírem compostos com atividade biológica.
Os pesquisadores reconhecem que este é apenas um primeiro passo.
"O entendimento atual das moléculas e dos genes envolvidos na formação de compostos químicos benéficos é muito incompleto," disse O'Connor.
Esse entendimento vem aumentando com a capacidade de realização de estudos de genoma integral das espécies, ainda que os cientistas já saibam que os genes não têm todas as respostas para as doenças humanas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra

O mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra
A figura mostra como a mesma mutação pode afetar diferentemente cada indivíduo. O dado representa o componente aleatório da expressão genética.



Papel dos genes
Por mais que as manchetes estejam repletas de "gene disso" e "gene daquilo", o fato é que o papel dos genes é muito menos determinístico do que se faz crer.
Na verdade, a vasta maioria das desordens genéticas - seja esquizofrenia ou câncer de mama, por exemplo - têm efeitos diferentes em cada pessoa.
Mais do que isso, um indivíduo portador de uma determinada mutação genética pode desenvolver a doença, enquanto outra com a mesma mutação não a desenvolve.
E isso vale até mesmo quando são comparados dois gêmeos idênticos, que têm genomas idênticos.
Há poucos dias, por exemplo, cientistas anunciaram que as células herdam informações que não estão no DNA.
Mais complicado do que parecia
Mas, então, isso significa que as informações genéticas não têm valor?
Também não é assim, embora agora já seja claro que apenas o mapeamento do genoma não ajuda muito a prevenir doenças ou preservar a saúde de uma pessoa.
A rigor, os cientistas descobriram que as coisas são um pouco mais complicadas do que eles haviam pensado a princípio.
O genoma não é tudo
Os cientistas concluíram que, mesmo que cheguemos a entender completamente todos os genes que influenciam o surgimento de uma determinada doença, poderemos nunca ser capazes de prever o que vai acontecer com cada pessoa olhando apenas seu genoma.
Mais importante do que isso será descobrir o que faz com que cada gene seja expresso ou não em cada indivíduo.
Sem isso, as promessas de uma medicina personalizada ou preditiva são infundadas, porque o genoma sozinho não é capaz de dizer o que vai ou não acontecer ao longo da vida de uma pessoa em termos de suas chances de desenvolver ou não qualquer doença que seja.
Genética e ambiente
Há décadas os cientistas vêm estudando o papel que a variabilidade genética (mutações) e o ambiente (hábitos alimentares, estilo de vida etc.) têm no desenvolvimento das doenças.
"Contudo, diferenças ambientais e genéticas não são o suficiente," afirma o Dr. Alejandro Burga, um dos autores de um estudo patrocinado pelo Conselho Europeu de Pesquisas.
Os estudos mais recentes demonstraram que a expressão genética - a extensão na qual um gene está "ligado" ou "desligado" - varia enormemente entre indivíduos, mesmo na ausência de variações genéticas ou ambientais.
"Duas células não são completamente idênticas e, algumas vezes, essas diferenças têm sua origem em processos aleatórios. Os resultados do nosso estudo mostram que esse tipo de variação pode ajudar a prever a chance de desenvolvimento de um fenótipo anormal - uma doença," diz o pesquisador.

Substância tóxica é encontrada em mais de 100 medicamentos


Ftalatos em remédios
O último lugar que você esperaria encontrar uma substância reconhecidamente danosa à saúde seria em um medicamento, certo?
Infelizmente, cientistas das universidades de Harvard e Boston (EUA) descobriram que vários medicamentos e suplementos aprovados pelas autoridades de saúde contêm substâncias que não apenas não ajudam, como podem atrapalhar seriamente a saúde.
As substâncias pertencem a um grupo de compostos químicos conhecidos como ftalatos, que são adicionados aos medicamentos como compostos inativos.
Riscos dos ftalatos
Alguns ftalatos causam danos ao desenvolvimento, sobretudo do sistema reprodutivo.
Estudos em seres humanos ainda são esparsos, mas os primeiros indicaram que os ftalatos podem causar danos ao sistema reprodutor masculino.
Mas os cientistas argumentam que quase nada se sabe sobre os efeitos dessas substâncias, e algumas delas nunca foram realmente testadas para seus efeitos tóxicos sobre o ser humano, sobretudo quando são usadas de forma combinada.
Revestimento de remédios
Ftalatos como o DBP (dibutil ftalato) e o DEP (dietil ftalato) são usados em medicamentos para cumprir várias funções.
Geralmente eles são usados no revestimento de comprimidos e cápsulas para garantir que o medicamento atinja uma determinada área do trato gastrointestinal, ou libere o princípio ativo aos poucos.
Os cientistas identificaram mais de 100 medicamentos e suplementos alimentares que contêm ftalatos.
Além disso, um grande número de outros produtos possui polímeros de ftalatos que apresentam pequena toxicidade, ou de toxicidade desconhecida - mas eles frequentemente são usados em combinação com outros ftalatos.
Segundo os cientistas, os possíveis efeitos à saúde desses elementos, contidos em medicamentos ou em outros produtos, ainda não são adequadamente conhecidos, o que exige pesquisas a respeito.
Eles acreditam que seu trabalho é um primeiro passo nesse sentido, uma vez que, até agora, nem mesmo há uma lista completa e exaustiva de produtos que utilizam a substância - começar a resolver o problema pelos medicamentos seria um caminho natural.