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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pesquisadores desenvolvem equipamento portátil para diagnosticar e tratar câncer de pele

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um equipamento portátil capaz de diagnosticar e também tratar, de maneira rápida, o câncer de pele. O aparelho usa a fluorescência e padrões de luz para detectar lesões.
Segundo o físico e pesquisador da USP Mardoqueu Martins da Costa, para fazer o diagnóstico, uma substância chamada ácido aminolevulínico (ALA) é passada como uma pomada na pele do paciente. Depois, a região é exposta ao aparelho, que emite uma luz que faz a região onde há células cancerígenas ficarem avermelhadas. Com a exposição a uma luz de cor vermelha por cerca de 20 minutos, as células cancerígenas morrem.
- Em apenas uma sessão as células (cancerígenas) morrem. Mas estamos focando o equipamento, inicialmente, em pequenas lesões. Depois que consolidarmos o equipamento para pequenas lesões, vamos trabalhar com lesões maiores - disse Costa.
De acordo com Costa, este será o primeiro equipamento no mundo capaz de diagnosticar e também tratar o câncer de pele. Os que já existem têm apenas uma das funções. Outra vantagem do aparelho é que ele evita que partes da pele do paciente tenham que ser extraídas para que a doença seja diagnosticada, procedimento comum no Brasil. Grande parte dos pacientes tem lesões no rosto e a extração do tecido normalmente requer o trabalho de cirurgiões plásticos.
O equipamento já foi testado com bons resultados em cerca de mil pessoas ao longo dos dez anos em que vem sendo desenvolvido no Instituto de Física e na Escola de Engenharia da USP. Agora, uma empresa da área médica de São Carlos (SP), a MMOptics, vai realizar testes de validação com cerca de 8 mil pessoas em cem pontos diferentes do Brasil, para depois pedir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e, em seguida, comercializar o produto. O pesquisador Mardoqueu Costa acredita que todo esse processo demore de um a dois anos para ser concluído.
A estimativa dos pesquisadores é que o equipamento custe R$ 7 mil, um valor considerado baixo se comparado a outros aparelhos de diagnóstico de câncer desenvolvidos no exterior.
Os pesquisadores descobriram que o equipamento também serve para prevenir cáries, já que quando ele emite uma luz violeta na boca do paciente permite detectar bactérias que normalmente não podem ser vistas a olho nu. Com isso, é possível recomendar ao paciente um reforço na higiene bucal.

Agenda Fiocruz: de 6 a 10 de dezembro

SEGUNDA-FEIRA: 6/12

Comemorações do centenário de Nascimento de Carlos Chagas Filho: Cientista brasileiro – profissão esperança.
Horário: 15h
Local: Tenda da Ciência

5° Seminário de práticas docentes e o Museu da Vida: Construindo novos caminhos na colaboração entre o museu e a escola.
Horário: 9h
Local: auditório do Museu da Vida

Palestra Dirac: Sistema de eliminação de descargas elétricas atmosféricas.
Horário: 14h30
Local: auditório da Dirac

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Queima de biomassa e internações por doenças respiratórias agudas em Rondônia, no período de 2000 a 2009. Por Rute Bessa Pinto. Orientadora: Ana Lúcia Escobar.
Horário: 9h
Local: sala 4 / Riomar / Rondônia

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Criadouros de Anopheles e a intensidade da produção da malária, na zona urbana de Porto Velho/RO. Por Régia de Lourdes Ferreira Pachêco Martins. Orientador: Reinaldo Souza dos Santos.
Horário: 10h
Local: Universidade Federal de Rondônia

1° Encontro de técnicos do IOC: Os profissionais de nível técnico e a ciência brasileira.
Horário: 8h30
Local: auditório Emmanuel Dias / Pavilhão Arthur Neiva / IOC

Centro de estudos extraordinário no IOC: Evolução genômica vista através da gametogênese. Por Maria D. Vibranovski, do departamento de ecologia e evolução da Universidade de Chicago.
Horário: 14h
Local: auditório Maria Deane / Pavilhão Leonidas Deane / IOC

TERÇA-FEIRA: 7/12

Inauguração do Pavilhão Olympio da Fonseca no campus da Fiocruz Mata Atlântica.
Horário: 11h
Local: Rua Sampaio Correia 1/A / Pavilhão Agrícola / Jacarepaguá

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Distribuição espaço-temporal da Aids no estado de Rondônia, 1994 - 2008. Por Márcia Maria Mororó Alves. Orientador: Guilherme Loureiro Werneck.
Horário: 14h
Local: Unir / Porto Velho

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação de projetos e incorporação de resultados. Por Ana Lourdes Vilela. Orientador: Jeni Vaitsman.
Horário: 9h
Local: Diretoria Regional de Brasília

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Políticas públicas de fomento ao controle social – estudo da relação entre participação social e falhas na gestão pública em prefeituras municipais do Nordeste. Por Claudemiro Soares Ferreira. Orientador: Jeni Vaitsman.
Horário: 12h
Local: Diretoria Regional de Brasília

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da aplicabilidade dos indicadores propostos para o monitoramento da assistência à saúde de média e alta complexidade no SUS, ao longo do Plano Plurianual 2008-2011. Por Carolina Palhares Lima. Orientador: José Mendes Ribeiro.
Horário: 13h30
Local: Diretoria Regional de Brasília

Defesa de dissertação de mestrado em ensino em biociências e saúde: Praça da ciência itinerante – avaliando 12 anos de experiência. Por Oneida Enne. Orientadora: Deise Miranda Vianna.
Horário: 14h
Local: auditório Maria Deane / Pavilhão Leônidas Deane / IOC

QUARTA-FEIRA: 8/12

Workshop PDTIS: Tecnologias para o desenvolvimento e produção de proteínas recombinantes e biofármacos.
Horário: 9h
Local: auditório do Pavilhão Leônidas Deane

Defesa de dissertação de mestrado em saúde pública na Ensp: A atuação dos terapeutas ocupacionais em unidades públicas de saúde da cidade do Rio de Janeiro. Por Claudia Reinoso Araújo de Carvalho. Orientador: Carlos Otávio Fiúza Moreira.
Horário: 9h30
Local: sala 406 da Ensp

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da implementação da assistência pré-natal no município de Cuiabá – um estudo de caso. Por Ingrid Botelho Saldanha Handell. Orientadoras: Marly Marques da Cruz e Marina Atanaka dos Santos.
Horário: 14h
Local: sala 602 da Ensp

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da implementação das ações de prevenção da transmissão vertical de sífilis no pré-natal e Unidades Saúde da Família de Cuiabá. Por Maria Helena Lopes. Orientadora: Elizabeth Moreira dos Santos.
Horário: 9h
Local: sala 602 da Ensp

QUINTA-FEIRA: 9/12

Seminário comemorativo dos 30 anos da pós-graduação em medicina tropical no IOC.
Horário: 9h
Local: auditório Emmanuel Dias / Pavilhão Arthur Neiva
O evento continua no dia 10/12.

Defesa de tese de doutorado em biologia parasitária no IOC: Helmintos parasitos de linguados (Paralichthis isosceles Jordan, 1890 e P. patagonicus Jordan, 1889) do litoral do estado do Rio de Janeiro - taxonomia, patologia e enfoque zoonótico. Por Nilza Nunes Felizardo. Orientadora: Delir Corrêa Gomes Maués da Serra Freire.
Horário: 10h
Local: sala 14B do Pavilhão Hélio e Peggy Pereira / IOC

SEXTA-FEIRA: 10/12

Defesa de dissertação de mestrado em saúde pública na Ensp: Análise estatística espacial da mortalidade por câncer de mama feminina no estado do Rio de Janeiro, 2001 a 2006. Por Marcelo Adeodato Bello. Orientadora: Carla Lourenço Tavares de Andrade.
Horário: 9h30
Local: sala 718 da Ensp

Defesa de tese de doutorado em pesquisa clínica em doenças infecciosas no Ipec:
Toxoplasmose aguda adquirida – aspectos clínico-laboratoriais, avaliação oftalmológica e estudo do polimorfismo genético para IFN-ɤ(+874) em pacientes acompanhados no Ipec/Fiocruz (2006 a 2009). Por Elizabeth de Souza Neves. Orientador: Octavio Fernandes.
Horário: 9h
Local: auditório do Ipec

Máquina papa-lâmpadas: o princípio da reciclagem para lâmpadas fluorescentes


                                                                            
         
      Antes de serem descontaminadas no papa-lâmpadas, as lâmpadas
      fluorescentes são separadas e coletadas com segurança
Fabricadas à base de vapor de mercúrio, elemento altamente tóxico, as lâmpadas fluorescentes queimadas são objeto de permanente preocupação por parte das autoridades ambientais. Estima-se que mais de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes sejam consumidas anualmente no Brasil. A maior parte ainda é descartada em lixões, aterros sanitários ou em terrenos baldios, sem qualquer tipo de tratamento, contaminando solo, vegetação e água com metais pesados, como mercúrio, chumbo, argônio, bário, zinco e cádmio. Mas graças ao uso do papa-lâmpadas, possível por meio da parceria entre as empresas Escolha Ecológica Engenharia Ltda., da cidade de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, com a Naturalis Brasil, de São Paulo, esse cenário pode mudar. A máquina tritura e separa os resíduos tóxicos, tornando mais barato, eficiente e descomplicado o processo de descarte e descontaminação dessas lâmpadas. O processo foi desenvolvido com recursos do programa Apoio à Inovação Tecnológica, da FAPERJ. 
Se por um lado as lâmpadas fluorescentes são um grande potencial poluidor, por outro, em caso de reciclagem, delas tudo se pode aproveitar. O mercúrio pode ser reempregado como matéria-prima para a indústria farmacêutica ou para a produção de termômetros. O vidro, uma vez triturado, é inteiramente reaproveitado como material para revestimento de pisos cerâmicos ou para indústria vidraceira. Ao licenciar a tecnologia da empresa americana Air Cycle Corporation, os sócios Thiago Santos Alves de Oliveira e Bruno Faria de Azevedo, engenheiros ambientais, passaram a contar com a tecnologia do "papa-lâmpadas", dispositivo móvel que coleta lâmpadas fluorescentes de tubo ou de bulbo e as descontamina no próprio local. A ideia dos dois engenheiros surgiu ainda nos tempos de faculdade de engenharia ambiental. "O descarte de lâmpadas fluorescentes e a liberação de seus resíduos tóxicos, principalmente o mercúrio era algo que nos preocupava. Resolvemos então usar um equipamento que simplificava o processo e barateava o custo", diz Bruno Azevedo.

Concebido para uso em larga escala, no Brasil, o equipamento foi adaptado para o uso sem restrições pelo tipo nem pelo número de lâmpadas. Tambor metálico de 200 litros, o equipamento tem capacidade para armazenar até 850 lâmpadas e um sistema de filtragem triplo: um filtro para o pó fosfórico, outro para as partículas de vidro e um terceiro para retenção de gases tóxicos. Na primeira etapa, as lâmpadas são trituradas no interior do tambor. Em seguida, o primeiro filtro captura o pó de fósforo e as micropartículas de vidro. O segundo filtro retém substâncias, como mercúrio, bário, cádmio, zinco e micropartículas alumínio, entre outros. Ali, o filtro de carvão ativado fica impregnado pelos vapores de mercúrio, que é passado para uma embalagem especial, hermeticamente fechada. Passados dois anos, o vapor de mercúrio é convertido à forma líquida para ser utilizado em indústrias farmacêuticas. Da coleta à separação e descontaminação dos elementos, tudo é feito pela empresa fluminense. De lá, os resíduos são enviados para a Naturalis Brasil, que tem licenças ambientais e já possui uma destilaria para o processamento do mercúrio. Ali, ficam estocados para novo uso industrial.

O equipamento é portátil e sua operação segue todos os requisitos de segurança. Os operadores usam equipamentos de proteção, como máscaras, óculos protetores, luvas e botas, especialmente para evitar qualquer contato com o vapor de mercúrio. Uma das vantagens do sistema é que ele não tem limite mínimo de lâmpadas: como o tubo da máquina é removível, ela pode processar apenas uma lâmpada, e ainda armazenar, em cada um de seus tambores, entre 850 e 1.000 lâmpadas, dependendo do tamanho. 

Entre os clientes que contrataram os serviços de descontaminação da Escolha Ecológica, estão empresas de grande porte, como Volkswagen, Peugeot e Votorantim, todas empresas do sul fluminense, além de prefeituras e órgãos públicos. "Estimamos que a Escolha Ecológica já descontaminou mais de 150 mil unidades de lâmpadas fluorescentes. Nosso próximo passo é a obtenção de todas as licenças ambientais, de modo a eliminar a necessidade do envio dos resíduos gerados no processo para São Paulo", fala Bruno. 

Para quem não sabe, uma simples lâmpada fluorescente possui cerca de 40 elementos químicos, com diferentes graus de toxicidade. Entre eles, estão presentes resíduos de mercúrio e chumbo que excedem os limites toleráveis pelo organismo humano. Como exemplo, sabe-se que, em caso de vazamento, o mercúrio contido em apenas uma delas é o suficiente para poluir cerca de 20 mil litros de água. Esta água, se ingerida, pode causar doenças como anemia, paralisia e câncer, afetando também fígado, rins e pulmões. 

Segundo o engenheiro, uma das vantagens da empresa é prestar o serviço no local, à vista de todos, independentemente da quantidade, tamanho e diâmetro da lâmpada. "Outra vantagem é a redução de custos. As empresas que operam no mesmo ramo, coletam a lâmpada inteira, transportando, assim, um resíduo perigoso, e trabalham com roteiros de coleta, fazendo com que as empresas tenham, elas próprias, que manipular e acondicionar adequadamente as lâmpadas. Além disto, cobram fretes e preços diferenciados por tamanho de lâmpada, pois precisam de espaço nos caminhões que transportam a lâmpada inteira", compara Bruno. 

"Nossa empresa desenvolve um trabalho socioambiental importante, também orientando a população, especialmente os estudantes das escolas públicas, sobre os procedimentos adequados de eliminação de produtos contendo resíduos tóxicos, e alertando sobre os perigos do descarte inadequado de lâmpadas fluorescentes. Em palestras e em demonstrações em escolas públicas, associações de moradores e eventos, Bruno Azevedo e Thiago de Oliveira explicam o funcionamento do papa-lâmpadas. "Acreditamos que a importância de nosso trabalho é imensa, pois tentamos convencer empresas, prefeituras e a população em geral a dar o destino correto para resíduos que, de outra forma, vão para os lixões, contaminando o meio ambiente e fazendo mal à saúde", afirma Bruno Azevedo. Quem quiser conhecer mais sobre o projeto, veja o site http://www.escolhaecologica.com.br