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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

VII Fórum Ciência e Sociedade: Juventudes, prazeres e riscos

FIOCRUZ Brasília vira palco de debates entre estudantes de Ensino Médio, pesquisadores, professores, instituições públicas e sociedade

 Com o tema Juventudes, prazeres e riscos, e considerando o jovem como ator multiplicador de informação na escola e comunidade, o Fórum Ciência e Sociedade deu início hoje ao seu momento máximo. Até o dia 1º de outubro, estudantes de Ensino Médio das escolas públicas do DF, professores, pesquisadores e representantes da sociedade debatem na FIOCRUZ Brasília questões que interferem no presente e no futuro dos jovens brasileiros. Na abertura do evento, hoje pela manhã, representantes dos ministérios da Saúde e Educação, e das secretarias de Educação e de Saúde do DF, além de pesquisadores da Fiocruz, saudaram os jovens participantes do Fórum.
O evento abordará temas delicados da atualidade, como discussões sobre o acesso a preservativos nas escolas e a participação dos jovens na campanha “1billionhungry” (Um bilhão de pessoas com fome), promovida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO). No prédio da FIOCRUZ Brasília, foi preparado o “Cantinho da Prevenção”, espaço de orientação aos jovens sobre o uso de preservativos, e de distribuição de materiais sobre sexualidade e jogos interativos, entre eles o ZigAids e Amor e Sexo.
A programação prevê a realização das mesas redondas: Desafios atuais para os jovens; Cultura, ciência e educação: sexualidade e uso de drogas; e Direitos e projetos de vida, além de mostras culturais e apresentações dos grupos formados durante a fase de sensibilização do Fórum.
Entre os participantes desta edição estão representantes do Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretaria de Saúde do DF, Secretaria de Educação do DF, Fiocruz, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade de São Paulo (USP).
O evento prevê ainda apresentação de trabalhos dos estudantes, feitos a partir da utilização das mais variadas linguagens artísticas, como pintura, fotografia, escultura e dramatização. O objetivo do Fórum é aproximar o jovem da ciência, por meio de assuntos relacionados ao seu cotidiano.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Rebanho capixaba contabiliza 64 casos de raiva


Produtores devem ficar em alerta e vacinar seus gadosPor Redação Multimídia ES Hoje (redacao@eshoje.com.br) Foto: Divulgação.
O Espírito Santo já registra 64 casos de raiva no rebanho capixaba, entre ovinos, suínos e eqüinos. A ocorrência, identificada este ano em pelo menos 23 municípios do Estado, alerta para a necessidade de vacinação dos animais.

"Os animais vacinados mantêm a imunidade em nível suficiente para se proteger da doença", alerta Abdo Gomes, presidente do Sindicato Rural de Viana, município que contabiliza quatro casos da doença. Ele ressalta que cabe aos produtores adquirirem a vacina e aplicarem no rebanho. 
  
A imunização exige dos criadores alguns cuidados no transporte, armazenamento e aplicação. Para manter a eficácia, a vacina deve ser conservada em temperatura de 3° a 8° graus e o aplicador deve utilizar luvas para tratar o animal doente, como forma de evitar o contágio. 

A vacinação deve ser feita anualmente em bovinos e equinos com idade igual ou superior a três meses. Animais que receberem a vacina pela primeira vez devem ser vacinados novamente 30 dias após a primeira aplicação. 

Controle - Em caso de qualquer suspeita de raiva no rebanho e de mordidas nos animais por morcegos, os produtores devem procurar o IDAF (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES) e fazer a notificação. A entidade é responsável por fazer o controle da doença por meio do monitoramento dos abrigos dos animais transmissores, da colheita de material e do diagnóstico da raiva.

A doença é cíclica e manifesta-se a cada cinco ou oito anos. "O  que  se  observa  hoje  em  nosso  Estado  é  exatamente  uma  das  fases  deste processo,  com  um  gradativo  aumento  do  número  de  casos  de  raiva, principalmente em bovinos de diferentes municípios capixabas", ressalta Heloísa Helena Monteiro, chefe da seção de epidemiologia e análise de risco do IDAF.

Prejuízos - A doença no rebanho pode acarretar prejuízos aos produtores rurais. Os animais contaminados apresentam apatia, perda de apetite, sensibilidade, prurido na região de mordedura, mugido constante, salivação abundante e viscosa, e dificuldade para engolir.

Aos poucos, o animal passa a apresentar também movimentos desordenados da cabeça, tremor na musculatura e andar cambaleante. A evolução da doença faz com que o animal não consiga mais se levantar, tenha dificuldade respiratória e sofra episódios de asfixia, causando posteriormente a morte.
Números da Raiva no ES
64 é o total de ocorrências no ES
61 casos foram detectados em bovinos
02 casos registrados em equinos 
01 ocorrência em suíno

Municípios com ocorrências de Raiva animal: Afonso Cláudio, Água Doce do Norte, Águia Branca, Aracruz, Baixo Guandú, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Conceição do Castelo, Governador Lindenberg, Ibiraçú, Itapemirim, Itarana, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Montanha, Muqui, Pancas, Rio Novo do Sul, Santa Teresa, São Gabriel da Palha e Viana. (FONTE/DADOS: IDAF - até 30/08/2010)
Enviado por Prof. Clayton Gitti

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

testeira
Vol. 105(6) - September 2010
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Protoscolex of Echinococcus granulosus. See pages: 806-810.

CONTENTS
ARTICLES
Immunological and parasitological parameters after treatment with dexamethasone in murineSchistosoma mansoni
- Ibrahim RB Aly, Mohamed A Hendawy, Eman Ali, Eman Hassan, Mona MF Nosseir
[ Pdf ]

Low and high-dose intradermal infection with Leishmania major and Leishmania amazonensis in C57BL/6 mice
- Denise Fonseca Côrtes, Matheus Batista Heitor Carneiro, Liliane Martins Santos, Talita Correia de Oliveira Souza, Tatiane Uceli Maioli, Ana Luiza C Duz, Maria Letícia Ramos-Jorge, Luis Carlos Crocco Afonso, Claudia Carneiro, Leda Quercia Vieira
[ Pdf ]

The benefits of using selenium in the treatment of Chagas disease: prevention of right ventricle chamber dilatation and reversion of Trypanosoma cruzi-induced acute and chronic cardiomyopathy in mice
- Andréa P de Souza, Linda A Jelicks, Herbert B Tanowitz, Bianca P Olivieri, Monica M Medeiros, Gabriel M Oliveira, Andrea Rodrigues Cordovil Pires, Alessandro M dos Santos, Tania C Araújo-Jorge
[ Pdf ]

Residual effect of a micro-encapsulated formulation of organophosphates and piriproxifen on the mortality of deltamethrin resistant Triatoma infestans populations in rural houses of the Bolivian Chaco region
- Abraham Gemio Alarico, Nahuel Romero, Laura Hernández, Silvia Catalá, David Gorla
[ Pdf ]

IgG and IgM western blot assay for diagnosis of congenital toxoplasmosis
- Anderson S Machado, Gláucia MQ Andrade, José N Januário, Matheus D Fernandes, Ana Carolina AV Carneiro, Mariângela Carneiro, Ericka VM Carellos, Roberta MC Romanelli, Daniel V Vasconcelos-Santos, Ricardo WA Vitor
[ Pdf ]

Phylogeny, ultrastructure, histopathology and prevalence of Myxobolus oliveirai sp. nov., a parasite ofBrycon hilarii (Characidae) in the Pantanal wetland, Brazil
- Tiago Milanin, Jorge C Eiras, Sarah Arana, Antônio AM Maia, Anderson L Alves, Márcia RM Silva, Mateus M Carriero, Paulo S Ceccarelli, Edson A Adriano
[ Pdf ]

Hepatitis B genotype G and high frequency of lamivudine-resistance mutations among human immunodeficiency virus/hepatitis B virus co-infected patients in Brazil
- Adriana Cristina da Silva, Ângela Maria Miranda Spina, Marcílio Figueiredo Lemos, Isabel Takano Oba, Cristina de Fátima Guastini, Michele Soares Gomes-Gouvêa, João Renato Rebello Pinho, Maria Cássia Jacintho Mendes-Correa
[ Pdf ]

Genotyping of Mycobacterium tuberculosis isolates from a low-endemic setting in northwestern state of Paraná in southern Brazil
- Erika Noda Noguti, Clarice Queico Fujimura Leite, Ana Carolina Malaspina, Adolfo Carlos Barreto Santos, Rosário Dominguez Crespo Hirata, Mario Hiroyuki Hirata, Elsa Massae Mamizuka, Rosilene Fressatti Cardoso
[ Pdf ]

Expression of bacterial virulence factors and cytokines during in vitro macrophage infection by enteroinvasive Escherichia coli and Shigella flexneri: a comparative study
- Silvia Y Bando, Ana CR Moreno, José AT Albuquerque, Juliana MK Amhaz, Carlos A Moreira-Filho, Marina B Martinez
[ Pdf ]

Description of Sergentomyia (Parrotomyia) rectangulata sp. nov. (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) from southern India
- Srinivasan Renganathan, Jambulingam Purushothaman
[ Pdf ]

Detection of Leishmania infantum in naturally infected Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) and Canis familiaris in Misiones, Argentina: the first report of a RFLP-PCR and sequencing-based confirmation assay
- Soraya Alejandra Acardi, Domingo Javier Liotta, María Soledad Santini, Carlo Mariano Romagosa, Oscar Daniel Salomón
[ Pdf ]

Socioepidemiological screening of serologically ineligible blood donors due to Chagas disease for the definition of inconclusive cases
- Márcia M Ferreira-Silva, Gilberto A Pereira, Eliane Lages-Silva, Helio Moraes-Souza
[ Pdf ]

Molecular characterization of Echinococcus granulosus from Peru by sequencing of the mitochondrial cytochrome C oxidase subunit 1 gene
- Elizabeth Sánchez, Omar Cáceres, César Náquira, David Garcia, Gladys Patiño, Herrera Silvia, Aline C Volotão, Octavio Fernandes
[ Pdf ]

Immune response to Leishmania (Leishmania) chagasi infection is reduced in malnourished BALB/c mice
- Tiago Donatelli Serafim, Guilherme Malafaia, Marcelo Eustáquio Silva, Maria Lúcia Pedrosa, Simone Aparecida Rezende
[ Pdf ]

Antigenic extracts of Leishmania braziliensis and Leishmania amazonensis associated with saponin partially protects BALB/c mice against Leishmania chagasi infection by suppressing IL-10 and IL-4 production
- Rafaella FQ Grenfell, Eduardo A Marques-da-Silva, Miriam C Souza-Testasicca, Eduardo AF Coelho, Ana Paula Fernandes, Luís Carlos C Afonso, Simone A Rezende
[ Pdf ]

Nested PCR to detect and distinguish the sympatric filarial species Onchocerca volvulus, Mansonella ozzardi and Mansonella perstans in the Amazon Region
- Thuy-Huong Ta Tang, Rogelio López-Vélez, Marta Lanza, Anthony John Shelley, Jose Miguel Rubio, Sérgio Luiz Bessa Luz
[ Pdf ]

SHORT COMMUNICATIONS
Serologic evidence of the recent circulation of Saint Louis encephalitis virus and high prevalence of equine encephalitis viruses in horses in the Nhecolândia sub-region in South Pantanal, Central-West Brazil
- Alex Pauvolid-Corrêa, Fernando Neto Tavares, Eliane Veiga da Costa, Fernanda Marcicano Burlandy, Michele Murta, Aiesca Oliveira Pellegrin, Márcia Furlan Nogueira, Edson Elias da Silva
[ Pdf ]

Differential tissue tropism of Trypanosoma cruzi strains: an in vitro study
- Luciana O Andrade, Lúcia MC Galvão, Maria de Nazareth SL Meirelles, Egler Chiari, Sergio DJ Pena, Andrea M Macedo
[ Pdf ]

High prevalence of drug-resistant tuberculosis and other mycobacteria among HIV-infected patients in Brazil: a systematic review
- Ricardo H Bammann, Liliana A Zamarioli, Valdir S Pinto, Carla MP Vázquez, Marcelo N Litvoc, Giselle B Klautau, Fernando A Fiúza de Melo, Nilton J Cavalcante, Lucilaine Ferrazoli
[ Pdf ]

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Inscrições para o mestrado em saúde pública da Fiocruz PE


Estão abertas a partir da próxima segunda-feira (27), as inscrições para o mestrado acadêmico em saúde pública da Fiocruz Pernambuco, no site da Plataforma SIGA (www.sigass.fiocruz.br), link inscrições - Saúde Pública CPqAM. Serão oferecidas 20 vagas. A seleção será composta de quatro etapas: prova de inglês, de conhecimento específico, entrevista e análise de currículo/anteprojeto.
Já as inscrições para o doutorado estarão abertas de 4 de outubro a 3 de novembro e serão disponibilizadas 15 vagas. Mais informações sobre os processos seletivos estão disponíveis no site www.cpqam.fiocruz.br e pelos telefones (81) 2101.2625 e 2101.2611

Listeriose em ovinos e caprinos

André Maciel Crespilho - Médico Veterinário, Doutorando do Depto. de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária da FMVZ - UNESP, Botucatu/SP
Carmo Emanuel Almeida Biscarde - Mestrando Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, FMVZ-UNESP, Botucatu/SP
Vitor Santiago de Carvalho - Mestrando em Ciência Animal nos Trópicos - UFBA

A listeriose é uma enfermidade infecciosa que acomete diversas espécies animais, sendo considerada uma zoonose, pois além dos animais domésticos a doença também pode ser transmitida aos seres humanos.

As bactérias da espécie Listeria correspondem ao agente causador da doença. Segundo Schild (2001) esses microorganismos encontram-se largamente distribuídos na natureza, podendo ser encontrados no solo, plantas, silagem, aguadas, paredes e pisos de instalações, podendo ser isolados inclusive das fezes e secreções nasais de animais doentes e sadios. Em virtude do caráter infeccioso e da susceptibilidade de ovinos e caprinos à doença, o objetivo dessa revisão é abordar os principais aspectos relacionados a epidemiologia, diagnóstico e prevenção da listeriose em pequenos ruminantes.

A doença

A listeriose afeta várias espécies animais, induzindo três formas de manifestação clínica, segundo Rissi et al., (2006) e Schild (2001):

1 - septicemia ou infecção generalizada manifestada pela formação de abscessos em vísceras como fígado e baço, comumente observada em ruminantes, suínos, coelhos e aves recém-nascidas;

2 - aborto, metrite e placentite que ocorrem em bovinos e ovinos;

3 - doença neurológica caracterizada como meningoencefalite, principalmente observada em ovinos, caprinos e bovinos. Geralmente, em caso de surto, apenas uma dessas três formas clínicas se manifesta no rebanho.

A listeriose é causada principalmente pelas bactérias L. monocytogenes e L. ivanovii (esta em menor frequência) em ovinos e caprinos (Figura 1). Segundo Ryser & Marth (2007), os ovinos apresentam uma susc eptibilidade 34% maior para a listeriose em relação aos bovinos, evidenciando uma maior suscetibilidade dessa espécie à doença.

A incidência da enfermidade pode ser considerada baixa e esporádica, sobretudo em condições nacionais. Em estudo recente, identificou- se a listeriose como agente causador de cerca de 6% dos casos de doença neurológica em ovinos e caprinos do semi-árido brasileiro (GUEDES et al., 2007).
Epidemiologia e fatores predisponentes

A listeriose é uma doença de ocorrência mundial, especialmente em países de clima temperado. Segundo revisões de Rissi et al., (2006), a doença se manifesta nos animais principalmente nos meses de inverno e início da primavera em associação ao consumo de silagem. A silagem de má qualidade (sobretudo àquelas onde ocorreu pouca fermentação, favorecendo a manutenção do pH acima de 5,5, situação comum na silagem da superfície ou borda dos silos onde frequentemente ocorre deterioração aeróbia) fornecem condições ideais para o crescimento e manutenção da Listeria (RADOSTITIS et al., 2002; SCHILD, 2001), favorecendo a disseminação da doença.

Outros fatores nutricionais como a utilização de cama de frango para a nutrição animal (proibida em todo o território nacional em virtude dos riscos de transmissão de encefalopatias aos animais) também predispõe a ocorrência dos surtos da doença. No entanto, a ampla difusão ambiental frequentemente dificulta o diagnóstico e a clara identificação de um determinado surto, devendo-se considerar outras fontes de contaminação além do consumo de silagem.

A infecção por Listeria acontece no momento da ingestão dos alimentos contaminados, quando frequentemente ocorrem pequenos traumatismos na mucosa da boca e da faringe (orofaringe) ou através da penetração direta pelas células intestinais. Quando a infecção ocorre via orofaringe observa-se uma penetração bacteriana ascendente através de nervos (via bainha neu ral das terminações nervosas do nervo trigêmeo) que conduzem o microorganismo até o cérebro, causando os sinais clínicos de incoordenação motora, andar em círculos, desvio lateral de cabeça (torcicolo) e do corpo, paralisia facial (caída de orelha e pálpebra superior), flacidez do lábio superior que evolui para a dificuldade de apreensão e mastigação dos alimentos (SCHILD, 2001). A morte geralmente ocorre após uma a duas semanas do início das manifestações clínicas (Figura 2).

Por outro lado, quando a penetração bacteriana ocorre pela via intestinal, além dos sinais neurológicos (desenvolvimento da meningoencefalite pela chegada de bactérias através do sistema sanguíneo) pode ocorrer o aborto no terço final de gestação provocado por edema seguido de necrose placentária após proliferação uterina, além da possibilidade de infecção generalizada (septicemia) , com a formação de abscessos em órgãos como baço, fígado, rins e co ração. A listeriose também pode ocasionar mastite clínica e subclínica que geralmente se manifestam em um único quarto do úbere e caracterizam- se, frequentemente, pela baixa responsividade ao tratamento.

Diagnóstico e controle da doença

O diagnóstico da doença é feito pela observação dos sinais clínicos e pela realização de exames laboratoriais de sorologia (pouco sensíveis) ou isolamento dos microorganismos a partir de amostras de fluido espinal, sangue, tecido nervoso, baço, fígado, fluido do abomaso e mecônio dos animais suspeitos.

O tratamento da listeriose é realizado através do uso de antibióticos como tetraciclina ou penicilina, sendo que a Listeria monocytogenes também apresenta susceptibilidade a sulfonamida- trimetropim, ceftiofur e eritromicina. No entanto, a terapêutica geralmente não impede a morte dos animais acometidos já que a Listeria consegue se "esconder" das dro gas no interior de outras células do organismo, especialmente no interior do sistema nervoso central (REBHUN et al., 2000).

Frente às dificuldades de tratamento, destaca-se a prevenção como principal medida de controle da doença. Boas práticas de manejo como a limpeza de instalações e de cochos, correta vedação e compactação de silos, oferecimento de silagem de boa qualidade realizando-se a adaptação prévia dos animais antes da introdução da silagem na dieta, representam as principais ações de combate a listeriose.

Em função do potencial zoonótico da doença, preconiza-se a pasteurização do leite previamente ao consumo ou processamento em derivados (representam a principal fonte de infecção para o homem) como a principal medida para a prevenção da listeriose humana (PINTADO et al.,2009).

Referências bibliográficas

BRUGERE-PICOUX, J. Ovine listeriosis, Small Ruminant Research, v.76, p.1 2-20, 2008

D'ARCE, R. Listeriose, Palestra, Encontro de Clínica de Ruminantes da Faculdade Jaguariúna, 2006.

GUEDES, K.M.R., RIET-CORREA, F., DANTAS, A.F.M. et al. Doenças do sistema nervosa central em caprinos e ovinos no semi-árido. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.27, n.1, p.29-38, 2007.

LOW, J.C., DONACHIE, W. A review of Listeria monocytogenes and listeriosis. Veterinary Journal, v.153, p.9-29, 1997.

PINTADO, C.M.B.S., GRANT, K. A., HALFORD-MAW, R., et al. Association between a case study of asymptomatic ovine listerial mastitis and the contamination of soft cheese and cheese processing environment with Listeria monocytogenes in Portugal. Foodborne Pathogens and Disease, v.6, n.5. p.560-575, 2009.

RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C. et al. Doenças Causadas por Algas e Fungos. In:___. Clínica Veterinária - Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9 .ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. v.1, p.661-665, 2002.

REBHUN, W.C.; GUARD, C.; RICHARDS, M. Doenças do Gado Leiteiro. 1 ed. São Paulo: Roca, 2000, p.505-509.

RISSI, D.R., RECH, R.R., BARROS, R.R. et al. Forma nervosa da listeriose em caprinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.26, n.1, p.14-20, 2006.

RYSER, E. T.; MARTH. E. H. Listeriosis in animals. In: ______ Listeria, listeriosis, and food safety. 3.ed. Boca Raton: Flórida, p.55-84, 2007.

SCHILD, A.L. Listeriose. In:___ RIET-CORREA, F.; SHILD, A.L.; MÉNDEZ, M.C.; LEMOS, R.A.A. Doenças de Ruminantes e Equinos. São Paulo: Varela, 2001. p.288-292.

SCOTT, P.R. Listeriose. In: ____ Manual Merck de Veterinária. 8.ed. São Paulo: Roca, p.392-394, 2001.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Representantes de candidatos à Presidência expõem programas para a saúde


Três especialistas da área de saúde pública - Helvécio Magalhães Júnior, Renilson Rehen e Suely Rozenfeld - foram os representantes dos candidatos à Presidência da República (PT, PSDB e PSOL, respectivamente) no principal evento das comemorações dos 56 anos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Os convidados apresentaram os programas de governo à comunidade da área de saúde, em evento realizado em 15 de setembro. Cada expositor abordou quatro temas combinados anteriormente: financiamento ao SUS; qualidade da atenção; saúde suplementar; e eficiência da gestão. Antes do evento, foi formada uma mesa solene com as participações do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, do diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho, do secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sergio Cortês, do presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Cosems-RJ), Antonio Carlos de Oliveira Junior, e do presidente da Asfoc-SN, Paulo César de Castro Ribeiro.
 Renilson Rehen, Helvécio Magalhães Júnior, Antônio Ivo, Paulo Gadelha e Suely Rozenfeld no debate que reuniu os representantes dos candidatos à Presidência (Foto: Virginia Damas/Ensp)
Renilson Rehen, Helvécio Magalhães Júnior, Antônio Ivo, Paulo Gadelha e Suely Rozenfeld no debate que reuniu os representantes dos candidatos à Presidência (Foto: Virginia Damas/Ensp)

O representante da candidata Dilma Rousseff, do PT, Helvécio Magalhães Júnior, ex-secretário de Saúde de Belo Horizonte e ex-presidente do Conasems, lembrou que defender o SUS é cumprir a Constituição, embora essa mesma Constituição tenha deixado um complexo sistema de saúde para ser cuidado pelos governos, o que deixou livre um espaço para a iniciativa privada. "Não podemos confundir a liberdade de iniciativa privada com a privatização do Estado na sua lógica de gestor e regulador do Sistema Único de Saúde", afirmou. O expositor destacou que existem diversas avaliações positivas, de acordo com a Pnad 2008, sobre a qualidade do atendimento na saúde, na extensão da cobertura em várias áreas e nos indicadores epidemiológicos.
Helvécio destacou que, atualmente, um dos problemas mais impactantes para o SUS é o desfinanciamento da saúde. Para ele, o fato de o país contar a renúncia fiscal como gasto público é um grande problema, já que, no montante, o governo gasta pouco com saúde em relação a qualquer país que tenha sistema público universal no mundo desenvolvido. Ele lembrou que o Brasil gasta cerca de 8% do seu PIB com a saúde; no entanto, o problema está na relação público X privado. Segundo o especialista, os 190 milhões de brasileiros usam o SUS de uma ou outra maneira, só que, desse total, cerca de 50 milhões possuem plano privado de saúde. "Temos de mudar radicalmente a postura do Ministério da Saúde no sentido de termos um setor privado submetido à lógica pública, contratualizado, com transparência e controle social, a partir do desenho de redes articuladas públicas e privadas", disse.
Já o representante do candidato José Serra, do PSDB, Renilson Rehen, ex-secretário-adjunto de Estado da Saúde de São Paulo e ex-secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, apresentou quatro importantes desafios para a saúde que integram o programa do candidato do PSDB. O primeiro aborda o envelhecimento da população brasileira, que, apesar de ser uma vantagem, traz mudanças significativas no quadro de saúde da população, com prevalências de doenças crônicas e degenerativas que têm um custo elevado para o SUS, requerendo um novo modelo de atenção para o país. O segundo desafio apresentado é sobre as desigualdades sociais, o que traz inúmeras brechas sanitárias entre as regiões do país e entre os grupos de populações de diferentes níveis socioeconômicos. O terceiro ponto explorado diz respeito à necessidade de responder adequadamente às expectativas da população em relação ao sistema de saúde e, por fim, é a resolução dos problemas pendentes existentes na saúde e manutenção das conquistas sanitárias ao longo dos anos.
Sobre a questão do financiamento, Renilson afirmou que, se colocar mais dinheiro para o modelo de atenção à saúde existente atualmente, não resolverá nada, já que o financiamento destinado à atenção básica será apropriado pelo setor médico e pela alta complexidade, e não destinado às ações de saúde voltadas diretamente para a população. No entender dele, o fim da CPMF não pode ser utilizado como desculpa pelo atual governo pela falta de investimentos na saúde, uma vez que a arrecadação federal cresce a cada ano por conta dos impostos já existentes.
A pesquisadora da Ensp Suely Rozenfeld, que representou o candidato do PSOL Plínio de Arruda Sampaio, entende que não existe um único projeto para a saúde pública no Brasil, sendo fundamental ampliar o debate para novos projetos com a finalidade de reduzir os índices de desigualdade existentes no Brasil. "Nossa plataforma centra na redução das desigualdades sociais e na não concordância da privatização da saúde, mantendo-a como um serviço público e não com o foco no mercado", afirmou. A pesquisadora criticou os 16 anos de governo do PSDB e do PT, uma vez que não conseguiram resolver as questões da renúncia fiscal, acarretando menos investimentos para a saúde.
"Nós temos de mudar o discurso da saúde e entendê-la como um bem não negociável e não submetido às normas do mercado", disse. Para Suely, o SUS é a saúde suplementar no Brasil, uma vez que ele é complementar para 75% da população que não tem plano de saúde, porque é nele que se tomam vacinas, se faz transplantes, que se tem controle de endemias etc. Seu candidato é ainda contra as privatizações na saúde, uma vez que é certo, para ele, que a relação público x privado carece de maior fiscalização e mostra que as mudanças nos indicadores de saúde são pífias, aumentando, cada vez mais, os índices de desigualdade social no país, principalmente para mulheres e negros.
Tanto os representantes da Asfoc quanto os do Cosems-RJ parabenizaram a Escola pelos seus 56 anos de luta pela Reforma Sanitária brasileira e pela construção de uma qualidade de vida mais justa para a população do Brasil. Já o secretário Sérgio Cortês aproveitou a oportunidade e entregou um ofício conjunto do Conass/Conasems para os três representantes dos candidatos, resultado do congresso das instituições, realizado em Gramado (RS) em maio de 2010, trazendo uma série de propostas para a saúde pública. Por fim, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que o momento político do debate é ideal para a instituição, uma vez que a Fundação realizará, em breve, seu 6º Congresso Interno, e as deliberações deverão estar em consonância com as políticas públicas do país para os próximos anos.
O diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho, que coordenou os debates, lembrou que as comemorações do aniversário da Escola são oportunidades de reafirmar o compromisso da instituição com a sociedade. "Não houve momento, nessas cinco décadas, em que a Escola não tenha estado presente na construção da história da saúde, da ciência e tecnologia e da cidadania do Brasil", afirmou. Antônio Ivo leu o documento que serviu de base para as exposições de cada especialista. O texto compõe um conjunto de discussões dentro do 6º Congresso da Fiocruz e, apesar de estar ainda em construção, será um capítulo do documento-base de abertura do Congresso.

1º Ciclo de Palestras do Sistema Gestec-NIT: Propriedade Intelectual Parceria Fiocruz – INPI

A Coordenação de Gestão Tecnológica da Fiocruz – GESTEC/VPPIS, através do Sistema Gestec-NIT, em parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, convida para participar do primeiro “Ciclo de Palestras do Sistema Gestec-NIT” a ser realizado de 4 de outubro de 2010 a 3 de dezembro de 2010, sempre as segundas e sextas-feiras.

Este primeiro ciclo tem o objetivo de ampliar o debate acerca de temas relacionados à Propriedade Intelectual, Transferência e Comercialização de Tecnologia no Setor Saúde. O foco das palestras será o uso da Propriedade Intelectual na proteção do conhecimento gerado na Fiocruz e como aliado na Gestão da Inovação. Para tanto, convidamos os pesquisadores, gestores e demais interessados em fazer parte das discussões de temas relevantes e relacionados à pesquisa e desenvolvimento nas instituições públicas de C&T.

PROGRAMAÇÃO:
  
 4/10/2010 - Proteção ao Software
Horário: 13:00 às 17:00 horas
Local: Tenda da Ciência – Fiocruz Campos Manguinhos
Palestrante: Representante da Divisão de Registro de Programa de Computador do INPI

22/10/2010 - Informação Tecnológica:uma base para prospecção em Saúde
Horário: 9:00 às 12:00 horas
Local: Auditório Maria Deane / Pavilhão Leônidas Deane – Pav. 26 / Fiocruz Campos Manguinhos
Palestrantes: Vânia Araújo - Hermes Consultoria em Informação e Conhecimento
Representante do Centro de Divulgação, Documentação e Informação Tecnológica do INPI

25/10/2010 - Direito Autoral em Instituições Públicas de Pesquisa
Horário: 9:00 às 12:00 horas
Local: Auditório Maria Deane / Pavilhão Leônidas Deane – Pav. 26 / Fiocruz Campos Manguinhos
Palestrante: Allan Rocha – especialista em Direito Autoral

08/11/2010 - Contratos e Transferência de Tecnologia: Papel do INPI
Horário: 13:00 às 17:00 horas
Local: Tenda da Ciência – Fiocruz Campos Manguinhos
Palestrante: Representante da Diretoria de Contratos de Tecnologia e Outros Registros do INPI

03/12/2010 - Marcas em Instituições Públicas de Pesquisa
Horário: 9:00 às 12:00 horas
Local: Tenda da Ciência – Fiocruz Campos Manguinhos
Palestrante: Representante da Diretoria de Marcas do INPI

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

INSCRIÇÕES PARA O PPGICS JÁ ESTÃO ABERTAS


As inscrições para o Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) de 2011, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), já estão abertas. Até o dia 13/10 os interessados devem realizar a inscrição pelo site da Plataforma SIGA (www.sigass.fiocruz.br), seguindo os links: inscrição > Informação e Comunicação em Saúde - Icict. O candidato deverá preencher o formulário eletrônico de inscrição, imprimi-lo, assiná-lo e juntar ao mesmo os documentos exigidos. Ao todo, serão oferecidas 12 vagas para o mestrado e seis para o doutorado.
Os cursos de mestrado e doutorado do Icict têm por objetivo a formação de pessoal qualificado para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e atividades profissionais relacionadas à informação e comunicação no campo da saúde. Em seu conjunto, o programa apresenta uma permanente atitude de busca e aprofundamento das articulações epistemológicas, teóricas e metodológicas da informação e da comunicação. O profissional a ser formado terá o título de Doutor em Ciências (doutorado) e Mestre em Ciências (mestrado).

Curso de Atualização em Diagnóstico e Epidemiologia das Micoses Sistêmicas


O prazo de inscrição do curso de Atualização em Diagnóstico e Epidemiologia das Micoses Sistêmicas, Oportunistas e Emergentes - I Curso Bilateral Brasil/Argentina foi prorrogado até o dia 20/9/2010.

Coordenado pelas Dras. Rosely Maria Zancope Oliveira e Cristina Canteros, o curso tem carga horária total de 40 horas e será desenvolvido com atividades teóricas de segunda à sexta-feira de 8h30 as 17h20, com início no dia 4/10/2010 e término em 8/10/2010.

Serão oferecidas 50 vagas e o público alvo são profissionais de nível superior e estudantes de pós-graduação que exerçam atividades na área de saúdepreferencialmente voltados ao diagnóstico de doenças infecciosas.

Confira a Chamada Pública do curso.

SEMINÁRIO DISCUTIRÁ OS RUMOS DA NAMOTECNOLOGIA

Os interessados em apresentar trabalhos científicos no 7º Seminário Internacional de Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente têm até o dia 10 de outubro para enviar os resumos. Organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e seguindo a tradição dos seminários da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (Renanosoma), o evento será realizado de 10 a 12 de novembro, no Rio de Janeiro. Ele apresentará e discutirá a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em produtos nanotecnológicos, especialmente na área da saúde. Ao mesmo tempo, incentivará o conhecimento e o debate sobre os potenciais riscos desses produtos e seus impactos sociais, ambientais, sanitários, éticos, regulatórios e, inclusive, sobre o desenvolvimento rural. O seminário se dirige a cientistas, professores, estudantes, formuladores de políticas públicas, formadores de opinião e a todos os cidadãos interessados em conhecer o assunto e participar dos rumos de seu desenvolvimento.
A inscrição e o envio de resumos devem ser feitos por meio de formulários eletrônicos disponíveis no site www.nanoseminar.com.br. Os trabalhos devem abordar um dos seguintes temas: produtos e usos das nanotecnologias, em especial no setor saúde; efeitos e impactos potenciais das nanotecnologias na saúde e no ambiente; nanotecnologias, convergência tecnológica e sociedade; e regulação de nanotecnologias. Os resumos aprovados pela comissão científica do seminário serão apresentados sob a forma de pôster.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Terminação de ovinos em pastagem com e sem creep: custo e lucro



Alda Lúcia Gomes Monteiro
Professora Depto Zootecnia UFPR

Carina Simionato de Barros
Médica veterinária, Doutoranda FMVZ-USP

Maria Angela Machado Fernandes
Médica Veterinária e Mestre em Ciências Veterinárias
Neste mês vamos voltar a falar de custo de produção de ovinos com um estudo que foi realizado no rebanho de ovelhas Suffolk do Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos (LAPOC-UFPR) localizado na região metropolitana de Curitiba, em Pinhais/PR.

Nosso objetivo foi avaliar o custo de produção com a terminação de cordeiros ao pé da mãe em pastagem com e sem o uso de creep feeding em um módulo de 150 ovelhas.

O manejo para todo o rebanho foi praticamente igual em todo o período avaliado, que compreendeu um ano. A única mudança foi no fornecimento ou não do concentrado em creep feeding no momento da terminação. Nesse sistema, os cordeiros eram alimentados duas vezes ao dia com um concentrado de 20% de proteína bruta na matéria seca. A quantidade ofertada foi de 1% do peso dos cordeiros, sendo ajustada conforme as pesagens dos animais.

A pastagem utilizada foi Cynodon spp. cultivar Tifton 85 (Tifton 85) sobressemeada com Lolium multiflorum (azevém) no inverno, em área de 9 hectares de pastagem (150 ovelhas/9 ha). Todos os animais tinham à disposição sal mineralizado para ovinos e água à vontade. As ovelhas foram suplementadas na época do vazio forrageiro com silagem pré-secada de milho e antes da monta com concentrado (flushing). Realizou-se uma estação de monta no ano. A Figura 1 representa a matéria seca disponível na pastagem durante a fase de terminação dos cordeiros.

Figura 1 - matéria seca disponível na pastagem durante a fase de terminação dos cordeiros.


Clique na imagem para ampliá-la.

Os preços utilizados nos cálculos foram obtidos na SEAB (SEAB-PR, 2010) ou por orçamentos em fevereiro de 2010.

Os componentes do custo variável foram:

- gastos com alimentação;
- sanidade;
- pastagem;
- energia elétrica;
- impostos;
- conservação e reparos (benfeitorias, máquinas e equipamentos);
- juros sobre capital de giro.

O custo fixo foi composto pela soma de:

- gasto com mão-de-obra;
- depreciação (benfeitorias, máquinas e equipamentos, pastagem);
- custo de oportunidade do capital investido em benfeitorias, rebanho, máquinas e equipamentos.

Como custo operacional considerou-se o custo total (custo fixo + custo variável) menos o custo de oportunidade.

A receita total foi composta pela venda de animais para abate no preço de R$ 3,50 o kg do animal vivo, venda de fêmeas e machos para reprodução e animais descarte. 

Os cálculos foram realizados por meio do programa Custare (BARROS et al., 2009) com metodologia citada em Barros (2008), cuja metodologia já foi apresentada em artigos anteriores. Com os dados obtidos montou-se a Tabela 1 e Figura 1. Observe no Gráfico 1 a distribuição dos custos conforme os itens.

Figura 1 - Composição do custo total de produção.



Tabela 1 - Resultado anual de sistemas de terminação de cordeiros.



O custo variável dos sistemas apresentou pequena diferença. Essa pode ser explicada por alguns itens:

Gasto com alimentação - a diferença de valor observada (R$ 555,74) maior no creep deveu-se somente ao uso do concentrado para os cordeiros.

Custo de conservação e reparos - um pouco maior no creep devido à conservação e reparos das instalações que ficavam no pasto para ofertar a dieta dos cordeiros.

Com relação ao gasto com anti-helmínticos, não houve diferença significativa entre esses sistemas. Os cordeiros sem suplementação receberam 1,91 doses de anti-helmínticos durante a terminação, enquanto os do creep receberam 1,92.

O mesmo número de animais foi terminado em ambos os sistemas, pois a mortalidade foi de 3% em ambos os casos.

O custo fixo diferiu entre os sistemas devido:

- à depreciação das instalações do creep;
- ao custo de oportunidade do capital investido que também foi maior quando houve creep. Como esse custo é baixo, a diferença foi mínima.

Mesmo havendo pouca diferença, ao avaliar o lucro nota-se que esse foi maior para os cordeiros que não receberam suplementação em creep. Isso porque o desempenho dos cordeiros não diferiu estatisticamente (P>0,05) entre os sistemas, mas o creep teve um custo a mais da suplementação. 

Tabela 2 - Desempenho de cordeiros nos sistemas de terminação.



O creep feeding não apresentou efeito na melhoria do desempenho, e consequentemente, do resultado econômico. Isso deve-se, provavelmente, ao fato de haver pastagem de boa qualidade e alta oferta aos animais, portanto o acréscimo do concentrado não representou grande mudança na dieta. E segundo, pelo fato dos sistemas de terminação terem iniciado aos 60 dias de idade dos cordeiros. Sabe-se que o creep feeding apresenta efeitos benéficos como já foi relatado por diversos autores em situações diferentes da presente pesquisa. No entanto, por motivos operacionais da instituição da pesquisa, não foi possível iniciar o experimento mais precocemente.

Observou-se que houve lucro, mesmo remunerando todos os itens componentes do custo de produção, entretanto, esse foi pequeno, menos de mil reais em um ano. Ressalta-se que esse índices foram obtidos nas condições ambientais específicas, no modelo descrito e desenvolvido no LAPOC-UFPR. 

Referências bibliográficas

BARROS, C. S. Análise econômica de sistemas de produção de ovinos para carne. 2008. 144p. Disertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 

BARROS, C. S.; MONTEIRO, A. L. G.; PRADO, O. R. Custare. 2009. 1 CD-ROM.

SEAB-PR. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná: Preços pagos pelo produtor, trimestre: fevereiro-2010. Disponível em: Acesso em: 08/04/2010.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

PORTARIA No- 2.472, DE 31 DE AGOSTO DE 2010




Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelecer fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando os § 2º e § 3º, do art. 6º, da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento  dos serviços correspondentes;
Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados;
Considerando o inciso I, do art. 8º, do Decreto nº 78.231, de 12 de agosto de 1976, que regulamenta a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças;
Considerando o Decreto Legislativo nº 395, de 9 de julho de 2009, que aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional 2005, acordado na 58ª Assembléia Geral da Organização Mundial da Saúde, em 23 de maio de 2005;
Considerando o Regulamento Sanitário Internacional 2005, aprovado na 58ª Assembléia Geral da Organização Mundial da Saúde, em 23 de maio de 2005;
Considerando a Portaria nº 2.259/GM/MS, de 23 de novembro de 2005, que estabelece o Glossário de Terminologia de Vigilância Epidemiológica no âmbito do Mercosul;
Considerando a Portaria nº 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006, que aprova e divulga as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS - com seus três componentes - Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão;
Considerando a Portaria nº 2.728/GM/MS, de 11 de novembro de 2009, que dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - Renast;
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios; eConsiderando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação compulsória e à vigilância em saúde no âmbito do SUS, resolve:

Art. 1º Definir as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005):
I - Doença: significa uma enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos;
II - Agravo: significa qualquer dano à integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas, e lesões auto ou heteroinfligidas;
III - Evento: significa manifestação de doença ou uma ocorrência que apresente potencial para causar doença;
IV - Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN: é um evento que apresente risco de propagação ou disseminação de doenças para mais de uma Unidade Federada – Estados e Distrito Federal - com priorização das doenças de notificação imediata e outros eventos de saúde pública, independente da natureza ou origem, depois de avaliação de risco, e que possa necessitar de resposta nacional imediata; e
V - Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional - ESPII: é evento extraordinário que constitui risco para a saúde pública de outros países por meio da propagação internacional de doenças e que potencialmente requerem uma resposta internacional coordenada.
Art. 2º Adotar, na forma do Anexo I a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória - LNC, referente às doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública de abrangência nacional em toda a rede de saúde, pública e privada.
Art. 3º As doenças e eventos constantes no Anexo I a esta Portaria serão notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan, obedecendo às normas e rotinas estabelecidas pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde - SVS/MS.
§ 1º Os casos de malária na região da Amazônia Legal deverão ser registrados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica - Malária - SIVEP-Malária, sendo que na região extraamazônica deverão ser registrados no Sinan, conforme o disposto no caput deste artigo.
§ 2º Os casos de esquistossomose nas áreas endêmicas serão registrados no Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose - SISPCE e os casos de formas graves deverão ser registrados no Sinan, sendo que nas áreas não endêmicas, todos os casos devem ser registrados no Sinan, conforme o disposto no caput deste artigo.
Art. 4º Adotar, na forma do Anexo II a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória Imediata - LNCI, referente às doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública de abrangência nacional em toda a rede de saúde, pública e privada.
§ 1º As doenças, agravos e eventos constantes do Anexo II a esta Portaria, devem ser notificados às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde (SES e SMS) em, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas a partir da suspeita inicial, e às SES e SMS que também deverão informar imediatamente a SVS/MS.
§ 2º Diante de doenças ou eventos constantes no Anexo II a esta Portaria, deve-se aplicar a avaliação de risco de acordo com o Anexo II do RSI 2005, para classificação da situação como uma potencial ESPIN ou ESPII.
Art. 5º A notificação imediata será realizada por telefone como meio de comunicação ao serviço de vigilância epidemiológica da SMS, cabendo a essa instituição disponibilizar e divulgar amplamente o número na rede de serviços de saúde, pública e privada.
§ 1º Na impossibilidade de comunicação à SMS, a notificação será realizada à SES, cabendo a esta instituição disponibilizar e divulgar amplamente o número junto aos Municípios de sua abrangência;
§ 2º Na impossibilidade de comunicação à SMS e à SES, principalmente nos finais de semana, feriados e período noturno, a notificação será realizada à SVS/MS por um dos seguintes meios:
I - disque notifica (0800-644-6645) ou;
II - notificação eletrônica pelo e-mail (notifica@saude.gov.br) ou diretamente pelo sítio eletrônico da SVS/MS (www.saude.gov. br/ svs).
§ 3º O serviço Disque Notifica da SVS/MS é de uso exclusivo dos profissionais de saúde para a realização das notificações imediatas.
§ 4º A notificação imediata realizada pelos meios de comunicação não isenta o profissional ou serviço de saúde em realizar o registro dessa notificação nos instrumentos estabelecidos.
§ 5º Os casos suspeitos ou confirmados da LNCI deverão ser registrados no Sinan no prazo máximo de 7 (sete) dias a partir da data
de notificação.
§ 6º A confirmação laboratorial de amostra de caso individual ou procedente de investigação de surto constante no Anexo II
a esta Portaria deve ser notificada pelos laboratórios públicos (referência nacional, regional e laboratórios centrais de saúde pública) ou laboratórios privados de cada Unidade Federada.
Art. 6º Adotar, na forma do Anexo III a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas (LNCS).
Parágrafo único. As doenças e eventos constantes no Anexo III a esta Portaria devem ser registrados no Sinan, obedecendo as normas e rotinas estabelecidas para o Sistema.
Art. 7º A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de saúde médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino, em conformidade com os arts. 7º e 8º, da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Art. 8º A definição de caso para cada doença, agravo e evento relacionados nos Anexos a esta Portaria, obedecerão à padronização definida no Guia de Vigilância Epidemiológica da SVS/MS.
Art. 9º É vedado aos gestores estaduais e municipais do SUS a exclusão de doenças, agravos e eventos constantes nos Anexos a esta Portaria.
Art. 10. É facultada a elaboração de listas estaduais ou municipais de Notificação Compulsória, no âmbito de sua competência e de acordo com perfil epidemiológico local.
Art. 11. As normas complementares relativas às doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória e demais disposições contidas nesta Portaria serão publicadas por ato específico do Secretário de Vigilância em Saúde. Parágrafo único. As normas de vigilância das doenças, agravos e eventos constantes nos Anexos I, II e III serão regulamentadas no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Portaria.
Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Ficam revogadas as Portarias nº 5/SVS/MS, de 21 de fevereiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nº38, Seção 1, pág. 34, de 22 de fevereiro de 2006, a Portaria nº777/GM/MS de 28 de abril de 2004, publicada no DOU nº 81, Seção 1, págs 37 e 38, de 29 de abril de 2004 e a Portaria nº 2.325/GM/MS de 8 de dezembro de 2003, publicada no DOU nº.240, Seção 1, pág.81, de 10 de dezembro de 2003.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO I

Lista de Notificação Compulsória - LNC
1. Acidentes por animais peçonhentos;
2. Atendimento antirrrábico;
3. Botulismo;
4. Carbúnculo ou Antraz;
5. Cólera;
6. Coqueluche;
7. Dengue;
8. Difteria;
9. Doença de Creutzfeldt - Jacob;
10. Doença Meningocócica e outras Meningites;
11. Doenças de Chagas Aguda;
12. Esquistossomose;
13. Eventos Adversos Pós-Vacinação;
14. Febre Amarela;
15. Febre do Nilo Ocidental;
16. Febre Maculosa;
17. Febre Tifóide;
18. Hanseníase;
19. Hantavirose;
20. Hepatites Virais;
21. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical;
22. Influenza humana por novo subtipo;
23. Intoxicações Exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados);
24. Leishmaniose Tegumentar Americana;
25. Leishmaniose Visceral;
26. Leptospirose;
27. Malária;
28. Paralisia Flácida Aguda;
29. Peste;
30. Poliomielite;
31. Raiva Humana;
32. Rubéola;
33. Sarampo;
34. Sífilis Adquirida;
35. Sífilis Congênita;
36. Sífilis em Gestante;
37. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS;
38. Síndrome da Rubéola Congênita;
39. Síndrome do Corrimento Uretral Masculino;
40. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);
41. Tétano;
42. Tuberculose;
43. Tularemia; e
44. Varíola.

ANEXO II

Lista Nacional de Compulsória Imediata - LNCI
I. Caso suspeito ou confirmado de:
1. Botulismo;
2. Carbúnculo ou Antraz;
3. Cólera;
4. Dengue pelo sorotipo DENV 4;
5. Doença de Chagas Aguda;
6. Doença conhecida sem circulação ou com circulação esporádica no território nacional que não constam no Anexo I desta Portaria, como: Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint Louis, Ilhéus, Mormo, Encefalites Eqüinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chickungunya, Encefalite Japonesa, entre outras;
7. Febre Amarela;
8. Febre do Nilo Ocidental;
9. Hantavirose;
10. Influenza humana por novo subtipo;
11. Peste;
12. Poliomielite;
13. Raiva Humana;
14. Sarampo em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior;
15. Rubéola em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior;
16. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);
17. Varíola;
18. Tularemia; e
19. Síndrome de Rubéola Congênita (SRC).
II. Surto ou agregação de casos ou óbitos por:
1. Difteria;
2. Doença Meningocócica;
3. Doença Transmitida por Alimentos (DTA) em navios ou aeronaves; 4. Influenza Humana;
5. Meningites Virais;
6. Sarampo;
7. Rubéola; e
8. Outros eventos de potencial relevância em saúde pública, após a avaliação de risco de acordo com o Anexo II do RSI 2005, destacando-se:
a) Alteração no padrão epidemiológico de doença que constam no Anexo I desta Portaria;
b) Doença de origem desconhecida;
c) Exposição a contaminantes químicos;
d) Exposição à água para consumo humano fora dos padrões preconizados pela SVS;
e) Exposição ao ar contaminado, fora dos padrões preconizados pela Resolução do CONAMA;
f) Acidentes envolvendo radiações ionizantes e não ionizantes por fontes não controladas, por fontes utilizadas nas atividades industriais ou médicas e acidentes de transporte com produtos radioativos da classe 7 da ONU.
g) Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver desalojados ou desabrigados;
h) Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver comprometimento da capacidade de funcionamento e infraestrutura das unidades de saúde locais em conseqüência evento.
III. Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em humanos, destaca-se:
1. Primatas não humanos
2. Eqüinos
3. Aves
4. Morcegos
Raiva: Morcego morto sem causa definida ou encontrado em situação não usual, tais como: vôos diurnos, atividade alimentar diurna, incoordenação de movimentos, agressividade, contrações musculares, paralisias, encontrado durante o dia no chão ou em paredes.
5. Canídeos
Raiva: canídeos domésticos ou silvestres que apresentaram doença com sintomatologia neurológica e evoluíram para morte num período de até 10 dias ou confirmado laboratorialmente para raiva.
Leishmaniose visceral: primeiro registro de canídeo doméstico em área indene, confirmado por meio da identificação laboratorial da espécie Leishmania chagasi.
6. Roedores silvestres
Peste: Roedores silvestres mortos em áreas de focos naturais de peste.

ANEXO III

Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas - LNCS
1. Acidente com exposição a material biológico relacionado ao trabalho;
2. Acidente de trabalho com mutilações;
3. Acidente de trabalho em crianças e adolescentes;
4. Acidente de trabalho fatal;
5. Câncer Relacionado ao Trabalho;
6. Dermatoses ocupacionais;
7. Distúrbios Ostemusculares Relacionados ao Trabalho ( DORT)
8. Influenza humana;
9. Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao trabalho;
10. Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;
11. Rotavírus;
12. Toxoplasmose aguda gestacional e congênita;
13. Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho; e
14. Violência doméstica, sexual e/ou auto-provocada.