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quarta-feira, 9 de maio de 2012


Vacina reduz em 59% casos de meningite Campanha nacional contra gripe vai até 25 de maio

Vacina pneumocócica 10-valente introduzida em 2010 no SUS diminuiu morte de crianças

CLARISSA THOMÉ/ RIO - O Estado de S.Paulo

A introdução da vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) no calendário do Programa Nacional de Imunização em 2010 provocou uma redução de 59% nos casos de meningite pneumocócica em crianças com menos de dois anos de vida, em São Paulo.

Também houve redução de 62% nas mortes provocadas pela doença - antes da distribuição da vacina eram registradas 43 mortes por ano, em média. Em 2011, ano seguinte ao início da imunização, caiu para 16.

Os dados são de estudo realizado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o Setor de Infectologia Pediátrica da Santa Casa. Foram analisados os casos da doença durante o ano de 2011 e comparados com os dados entre 2001 e 2009.

No período anterior à vacinação, foram registrados 1.187 casos de meningite em crianças com menos de 2 anos - média de 131 por ano. Em 2011, houve 57 registros. A incidência da doença caiu de 10 para 5 casos em cada 100 mil crianças.

O Brasil foi um dos pioneiros na introdução dessa vacina, ao lado de Finlândia, Holanda, algumas regiões do Canadá e da África. "Vacinas pneumocócicas conjugadas tinham demonstração de efetividade inequívoca. A novidade é que fizemos esse estudo no Brasil e com uma vacina nova", afirmou o infectologista Aurélio Sáfadi, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e autor do estudo.

Eficácia. A vacina protege contra 10 sorotipos de pneumococo, responsáveis por cerca de 80% dos casos de meningite e pneumonia pneumocócicas, sinusite, inflamação no ouvido, entre outras doenças provocadas por essas bactérias. A eficácia do imunizante começou a ser estudado a partir da meningite porque é doença de notificação compulsória, o que garante dados mais confiáveis.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), em 2011 foram confirmados no País 19.427 casos de meningites - 3.396 pacientes tinham menos de 2 anos. Do total, 41% tiveram meningites bacterianas; 16% delas provocadas por pneumococo (1.114 casos) Entre as crianças até 2 anos, causou 15% das meningites.

"A meningite por pneumococo é a ponta da pirâmide. A base são as pneumonias, que não são de notificação compulsória. A expectativa de prevenção de morte é muito grande, porque é uma doença mais frequente e por isso mata mais", afirma Sáfadi.

O pediatra Reinaldo Martins, consultor científico do Instituto de Tecnologia de Biológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Biomanguinhos/Fiocruz), ressalta que a imunização de crianças também provoca proteção coletiva. "O impacto foi avaliado apenas em crianças menores de dois anos. Mas quando elas são imunizadas, diminui a circulação de pneumococos e protege outras faixas etárias. Mas será necessário esperar um pouco mais para avaliar esse efeito", explica.

Tecnologia. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a inserir a vacina pneumocócica 10-valente em um programa de imunização. A vacina é produzida pela GlaxoSmithKline (GSK) e o processamento final é feito em Biomanguinhos - um convênio garante a transferência da tecnologia de produção da GSK para a Fundação Oswaldo Cruz.

"A vacina conjugada é uma combinação de 10 antígenos do pneumococo com proteínas. Essa combinação garante imunidade maior e mais duradoura, inclusive de crianças bem pequenas", explica Martins.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vai até 25 de maio em 65 mil postos de saúde espalhados pelo País. O horário de funcionamento será das 8h às 17h. A meta é imunizar 24,1 milhões de pessoas contra a gripe comum e também o vírus influenza A (H1N1), a gripe suína.

A vacina será aplicada gratuitamente em idosos, crianças entre seis meses e dois anos de idade, grávidas em qualquer período da gestação, indígenas, presidiários, pacientes com comorbidades, mediante indicação médica, e profissionais que trabalham nas unidades que oferecem a vacina.
Sobe para 15 o número de mortos pela dengue na cidade do Rio de Janeiro

Mapa de distribuição da dengue na cidade aponta os bairros de Bangu e Realengo, na zona oeste, como os de maior incidência de vítimas

Agência Brasil
Reprodução
Número de notificações da doença no município chega a 62.601 casos

A capital fluminense já registra 15 mortes por dengue este ano, de acordo com o boletim semanal divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde. O número de notificações acumuladas da doença no município chega a 62.601 casos.

O mapa de distribuição da dengue na cidade aponta os bairros de Bangu e Realengo, na zona oeste, como os de maior incidência de vítimas da doença, com 17,691 infectados, seguido de Madureira e bairros vizinhos, na zona norte, com 12.693 contaminados.

Segundo a secretaria, entre as amostras de sangue coletadas das pessoas com dengue, o o vírus tipo 4 é o predominante entre o total de soropositivos, com 84,7% dos casos.

Desde o início de janeiro, em 12 caminhadas de mobilização contra a dengue, reunindo profissionais de saúde, alunos da rede municipal de ensino e voluntários, foram eliminados mais de 44 mil focos do mosquito Aedes aegipty, transmissor da doença, e identificados aproximadamente 78 mil possíveis criadouros do mosquito.
Genérico cresce e representa 25,4% do mercado brasileiro

Vendas no primeiro trimestre deste ano sobem 23,5% em relação ao mesmo período de 2011
08 de maio de 2012 | 3h 02

Clarissa Thomé - O Estado de S. Paulo

RIO - Um em cada quatro medicamentos vendidos no Brasil, entre janeiro e março, foi genérico. Esse tipo de medicamento agora representa 25,4% do mercado brasileiro, uma marca histórica.
Tiago Queiroz/AE
O número de medicamentos registrados no País saltou de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010

O dado, divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), corresponde a um aumento de 23,5% nas vendas de genéricos em relação ao primeiro trimestre de 2011.

As informações, que estão no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também apontam a evolução dos genéricos. Na última década, o número de medicamentos registrados no País saltou de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010.

Para o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti, no entanto, esse número poderia ser maior. O setor se queixa da demora de até 15 meses para o registro de novos produtos na Anvisa.

"Houve crescimento de medicamentos genéricos registrados, no ano passado, em torno de 30%. Poderia ter havido mais produtos registrados se no último trimestre do ano não tivesse ocorrido uma demora maior na análise desses registros", diz.

De acordo com o executivo, entre 2001 e 2006, a agência manteve equipe exclusiva para cuidar da licença de novos genéricos. A partir de 2006, esses produtos passaram a entrar na fila junto com outros medicamentos.

"O setor não quer mudança no nível de exigência para a liberação dos produtos. A ideia é priorizar os genéricos inéditos, aqueles em que venceu a patente do medicamento de marca e não há outro genérico no mercado. É a maneira de garantir o acesso da população a esses remédios", defende o executivo.

A assessoria de imprensa da Anvisa foi procurada pela reportagem às 18h20, mas informou que o expediente se encerra às 18 horas e não havia quem pudesse comentar o crescimento.

Crescimento. Além do crescimento em unidades vendidas, as indústrias do setor de genérico também arrecadaram mais, em relação ao ano passado.

As vendas somaram R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre do ano - uma participação de 23,5% do mercado -, ante R$ 1,772 bilhão entre janeiro e março de 2011 (18,5%).

De acordo com estimativa da Pró-Genéricos, a diferença de preço entre o remédio de marca e o genérico está em torno de 52%, com pico de até 85%.

"Quem já comprava medicamentos passou a acreditar que não precisa pagar mais para ter remédios de qualidade. O genérico também representa a porta de entrada para quem não tinha condições de comprar medicamentos. Agora, as pessoas cuidam melhor da saúde", afirma.

Ele acredita que a tendência de crescimento será mantida, nos próximos meses, com a entrada de genéricos de nova geração, como o antipsicótico ziprasidona e o imunossupressor sirolimo (usado em transplantes), cujas patentes vencem ainda nesse ano. "São drogas mais modernas, ainda mais eficazes e por isso possuem maior valor agregado."
Catarata congênita corresponde a 40% dos casos de cegueira na infância


FOLHA DE SÃO PAULO

Se você pensa que catarata é doença de velho, está na hora de rever seus conceitos. Cada vez mais os oftalmologistas têm atendido crianças e jovens com o problema.

Na infância, a catarata congênita responde por até 40% de todas as causas de cegueira. Afeta um em cada 250 recém-nascidos e é provocada por doenças infecciosas contraídas pela mãe durante a gestação, como a rubéola, a sífilis e a toxoplasmose.

Na juventude, não há estimativa da incidência. Traumatismos nos olhos, doenças metabólicas, medicamentos e até a exposição excessiva ao sol podem acelerar a doença, que deixa o cristalino opaco.

Segundo o oftalmologista Newton Kara José Júnior, professor livre docente da USP, o uso crônico de corticoide é a principal causa de catarata em jovens. Diabéticos e pessoas com alto grau de miopia também têm mais risco de desenvolver o problema.

Em muitos casos, porém, não há explicação. O empresário Sae Wonsong, 32, por exemplo, operou a catarata há um mês e até agora não sabe o que a causou.

"O olho começou a ficar embaçado, parecia que sempre tinha uma remela. Precisei ir a três oftalmologistas até me convencer de que sim, eu tinha catarata. Nunca imaginei isso na minha idade. Foi um choque", conta.

O desconforto seguiu até a sala de espera da clínica onde fez a cirurgia. "Estávamos eu e mais quatro velhinhos. Hoje já me conformei", diz. Segundo o oftalmologista Myung Kyu Kim, embora a catarata afete mais os idosos, ela pode surgir em qualquer idade e, muitas vezes, não existe uma razão conhecida.

"Aparece mais cedo como, às vezes, o cabelo branco. A catarata é uma evolução normal do envelhecimento do indivíduo", diz José Júnior.

Cirurgias oculares, como a de correção da miopia, e até injeções para tratar infecções no interior dos olhos também podem provocar a doença.

"Não é raro ver pacientes que fizeram uma cirurgia ocular e depois têm de operar a catarata", diz Kim.

Editoria de arte/Folhapress


CIRURGIA

O tratamento do problema é sempre cirúrgico. "Colírios vendidos por aí dizendo que estacionam a doença não funcionam", afirma Kim.

Para José Júnior, o fato de as cirurgias estarem sendo feitas mais precocemente está dando mais visibilidade à doença nos jovens.

Ele afirma que está ultrapassado o conceito de deixar a catarata "amadurecer" para depois operá-la. "A técnica está mais segura. A cirurgia deve ser considerada quando a perda de visão prejudica as atividades."

Segundo o médico, hoje já não é mais possível conviver com "um pouco de perda da visão". "As pessoas usam muito mais computador, tablet, celular com internet. Na geração passada, a opacidade do cristalino não criava tanto impacto quanto agora."

Durante a cirurgia de catarata, a lente opaca do olho é substituída por uma artificial.

Em cerca de 20% das pessoas que se submetem à cirurgia, a cápsula natural que apoia a lente intraocular torna-se opaca. É necessário, então, realizar uma aplicação de laser para abrir uma "janela" na cápsula e restabelecer a visão.