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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Técnica revoluciona diagnóstico e monitoramento da leucemia

Células leucêmicas: presentes nos pacientes acima de 70 anos - 

Divulgação / UFRJ


Vilma Homero

Para acompanhar o tratamento contra a leucemia nos pequenos pacientes do setor de oncologia no Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadores uniram conhecimentos de engenharia e de medicina. Juntando modelos matemáticos e estatísticos à inteligência computacional, chegaram a um modo inteligente de processar a complexidade de numerosos dados: dentre as medidas de milhares de células, vistas uma a uma, identificar quantas células tumorais ainda restam. É o chamado teste de doença residual mínima, que se tornou muito mais eficiente com novos modelos implementados no software Infinicyt, que permite análises mais precisas de dados gerados por uma citometria de fluxo. 

O trabalho uniu o engenheiro Carlos Eduardo Pedreira, do Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pesquisas em Engenharia (Coppe) e da Faculdade de Medicina da UFRJ, também Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, e a médica Elaine da Costa Sobral, do IPPMG, Jovem Cientista do Nosso Estado, também da FAPERJ, ao hematologista espanhol Alberto Orfao, do Centro de Investigação do Câncer, da Universidade de Salamanca. Integrante do programa de engenharia elétrica da Coppe, Pedreira contou com recursos do programa Pensa Rio, da FAPERJ, para a reforma de seu laboratório e para a aquisição de um citômetro. “Hoje, a UFRJ é a única instituição não europeia a fazer parte do grupo Euroflow, um consórcio de grandes universidades que reúne os maiores especialistas em citometria de fluxo, diagnóstico molecular e engenharia aplicada a estas áreas”, fala o pesquisador.

Coordenado por Pedreira e integrado por Elaine Sobral, o grupo brasileiro agora recebe cientistas de vários países para o I Workshop de Citometria de Fluxo Euroflow, que acontece a partir desta quinta, 25 de agosto, até sábado, 27, e terá lugar no auditório da Coppe, instituição que, junto com o IPPMG, está organizando o evento. Estão confirmadas as presenças de Orfao (Universidade de Salamanca); de Jacques van Dongen (Erasmus University, de Roterdã, na Holanda); Quentin Lécrevisse (Universidade de Salamanca); de Tomazs Szczepanki (Medical University of Silesia, na Polônia); e Esther Mejstrikova (Charles University, da República Tcheca). Nesses dois dias, serão discutidos desde os últimos avanços do Euroflow às novas estratégias de diagnóstico e classificação de diferentes tipos de leucemia.  


Usado em mais de 20 países, entre eles o Brasil, o Infinicyt vem se tornando um importante aliado no diagnóstico das leucemias, além de ter possibilitado uma descoberta importante: ainda como parte da pesquisa conjunta entre UFRJ e Universidade de Salamanca, os cientistas demonstraram que células idênticas às da leucemia linfática crônica (LLC) estão presentes em todos os pacientes acima dos 70 anos. O estudo foi recentemente publicado no prestigiado periódico Leukemia, do grupo Nature. “Como essas células são muito pouco numerosas no sangue, calculamos, a partir de modelos matemáticos, a necessidade de uma quantidade mínima de sangue para que se pudesse detectar essas células. Verificamos que era preciso uma quantidade bem maior do que as amostras usualmente coletadas para análise, ou seja, de 50ml. Foi na construção deste modelo que entrou a participação da engenharia”, explica Pedreira.
Como mostra a tabela, todos os pacientes acima de 70 anos apresentavam células de leucemia LLC.

Analisadas as amostras de 50ml de sangue de voluntários, a maioria moradores da região de Castilla Leon, na Espanha, os resultados foram contundentes: dos 40 aos 59 anos, 18% apresentavam células leucêmicas; dos 60 aos 69 anos, 36%; e acima dos 70 anos, 100%. Quanto maior a faixa etária, maior o número de amostras com células LLC. “Nosso trabalho mostrou que essas células podem não ser necessariamente tumorais, que podem ser uma contrapartida natural do organismo, como rugas ou cabelos brancos. Talvez, se o homem vivesse 140 anos, terminaríamos todos por desenvolver essa leucemia", explica o pesquisador.

Para Pedreira, o importante é saber que, hoje, a leucemia é uma doença que se cura. Câncer (leucemias e tumores sólidos) é o maior motivo de óbito em crianças e adolescentes, depois das mortes por causas externas. "As leucemias agudas do tipo LLA têm remissão em 80% dos casos. “Para isso, é necessário chegar a um diagnóstico rápido e preciso. E é exatamente isso que o Infinicyt torna possível, um significativo avanço para se detectar a doença. Hoje, as crianças do IPPGM são diagnosticadas e recebem tratamento para leucemia tão bom quanto o dos melhores hospitais do mundo”, entusiasma-se. Agora a equipe arregaça mais uma vez as mangas. Além do diagnóstico e monitoramento de pacientes leucêmicos, a equipe se prepara para pesquisar também as possibilidades de empregar o método em tumores sólidos. "Conseguimos transpassar todas as áreas da investigação. E desenvolvemos um trabalho conjunto visando aplicação prática dos resultados porque pesquisa só tem graça quando é aplicada." Os pacientes agradecem.

BOLETIM INFORMATIVO ABR


O que está em jogo na Saúde
Ligia Bahia, vice-presidente da ABRASCO e professora de economia da saúde no Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ), publicou o artigo "O que está em jogo na Saúde", no Jornal O Globo, no dia 22 de agosto. No artigo Lígia fala sobre a saúde pública e faz uma reflexão sobre a trajetória histórica do setor no Brasil. Para Lígia "Sucessivos governantes, ansiosos por conduzir o Brasil ao primeiro mundo, juraram obedecer às leis do país e asfixiaram a saúde pública. Apesar do subfinanciamento crônico do SUS se deu nó em pingo d’água. Considerando que vivemos em um país que desde 1989 não aporta os recursos previstos ao SUS e desde 2004 investe mais recursos com o pagamento do pessoal do Ministério da Fazenda do que com o da pasta da saúde, falta muito que fazer (...) As restrições orçamentárias impostas ao SUS transformam-se em subsídios para dinamizar o mercado de planos privados. Temos duas políticas estatais de saúde que concorrem entre si. Qual delas será expandida para atender a nova classe média emergente? Para que 90 milhões de pessoas acessem planos privados de saúde os subsídios indiretos são insuficientes. Abrir uma rota falsa de fuga do SUS não atende os pleitos de empresas ávidas por comercializar contratos que caibam no bolso desses potenciais clientes. São Paulo saiu na frente e aprovou uma legislação estadual que admite a oferta de um pedaço das unidades públicas hospitalares (25% dos leitos) para o atendimento de clientes de planos privados na rede SUS, em acomodações diferenciadas. Se a alternativa for a ampliação do SUS, a efetiva universalização não ocorrerá sem a ampliação da rede pública e integração dos estabelecimentos privados em torno de projetos para a melhoria da saúde da população. ", afirma Lígia. Confira o artigo na íntegra e aAgenda Estratégica para a Saúde no Brasil e participe da preparação da 14a. Conferência Nacional de Saúde!
Saúde, Trabalho e Ambiente em pauta permanente
O número de agosto da Revista Ciência & Saúde Coletiva, que tem como tema "Saúde, Trabalho e Ambiente em pauta permanente", já está à disposição dos leitores, nos formatos impresso e eletrônico. Neste número, a Revista trata de um tema fundamental para a atenção e os cuidados em saúde: as tecnologias leves. Do ponto de vista sistemático, tecnologias são ações humanas objetivadas: instrumentos e meios desenvolvidos pelas sociedades para solucionar seus problemas e promover seu bem estar, e também há tecnologias usadas para oprimir ou dominar. Em qualquer sociedade, os sistemas científicos e tecnológicos – como um todo - formam uma extensa rede de objetos materiais, culturais e simbólicos. No caso do setor saúde, fortemente inundado por máquinas e produtos químicos e biológicos, as tecnologias leves são fundamentais particularmente em dois sentidos: para mediar, de forma humanizada, os artefatos de todos os tipos que se interpõem entre a pessoa do profissional de saúde e a pessoa do paciente; e para tornar os cuidados mais eficientes, eficazes e efetivos. Entende-se que as tecnologias leves, embora menos ostensivas, são imprescindíveis para o manejo dos artefatos e produtos e para ir muito além daquilo que as máquinas podem fazer. Por isso, nunca se deveria pensar separadamente a esfera das tecnologias mecânicas, eletrônicas, químicas e biológicas das que asseguram a efetividade do planejamento, da gestão, das relações médico-pacientes, do acolhimento e da avaliação, dentre outros. Veja o sumário da Revista clicando aqui.
Cecília Minayo lança livro em que discute a violência entre os jovens no Brasil
Maria Cecília Minayo, editora científica da Revista Ciência & Saúde Coletiva, Coordenadora Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde (Claves/Fiocruz) e ex-presidente da ABRASCO é uma das organizadoras da coletânea "Amor e Violência: um paradoxo das relações de namoro e do ‘ficar’ entre jovens brasileiros", junto com as pesquisadoras Simone Gonçalves de Assis e Kathie Njainedo. A  lançamento da . O livro é um lançamento da Editora Fiocruz e é fruto de um estudo pioneiro realizado por pesquisadores de nove universidades públicas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O trabalho, que teve início em 2007, coletou, produziu e analisou dados quantitativos e qualitativos de âmbito nacional. O estudo foi realizado com cerca de 3.200 jovens, de 15 a 19 anos, matriculados em escolas públicas e particulares de dez cidades (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, Recife e Teresina). Leia a entrevista concedida por Maria Cecília ao site da Editora Fiocruz clicando aqui.
Roberto Medronho toma posse como diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ
Roberto de Andrade Medronho, tomou posse como diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FM/UFRJ) na última sexta-feira, 19 de agosto. A vice-presidente Lígia Bahia e o Secretário Executivo Carlos Silva, representaram a Associação na solenidade presidida pelo reitor Carlos Antônio Levi. Durante seu discurso de posse Medronho defendeu um  aprimoramento ainda maior do Sistema Único de Saúde citando a Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil.Roberto Medronho é um dos coordenadores do Fórum dos Cursos de Graduação em Saúde Coletiva da ABRASCO. Mais detalhes sobre a posse aqui.
ABRASCO Livros divulga a lista das obras mais vendidas no mês de julho
"Saúde, Trabalho e Direito - uma trajetória crítica e a crítica de uma trajetória", de autoria de Luiz Carlos Fadel De Vasconcellos e Maria Helena Barros De Oliveira (orgs.), foi a obra mais vendida pela ABRASCO Livros no mês de julho, seguido por "Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde" (Roseni Pinheiro e Ruben Araujo De Mattos - orgs.) e "Regionalização e Relações Federativas na Política de Saúde do Brasil" (Ana Luiza D´Àvila Viana e Luciana Dias de Lima - orgs.), segundo ranking divulgado pela Livraria (confira a lista dos 10 livros mais vendidos). A ABRASCO Livros tem sede no térreo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, aberta das 9h às 17h e também atende os pedidos à distância pelo e-mail abrlivro@ensp.fiocruz.br. Para os pesquisadores, professores e alunos da Fiocruz Pernambuco, no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), os pedidos podem ser feitos diretamente em nosso ponto de vendas no mezanino, das 8h às 16h, ou pelo e-mailrosi03@cpqam.fiocruz.br. Lembramos que todos os associados da ABRASCO que mantém a anuidade em dia, tem desconto especial.




Nova Diretoria Executiva do Conasems toma posse
O secretário municipal de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Figueiredo Nardi, tomou posse da presidência do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conasems) no dia 23 de agosto. Na ocasião foram empossados os membros da Diretoria Executiva do Conselho para o biênio 2012-2013, eleitos no XXVII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que aconteceu entre os dias 09 a 12 de julho. O cirurgião dentista Antônio Carlos Nardi foi secretário de Saúde de Floresta, Marialva (2000-2006) e Maringá (até esta data). É presidente do Conselho Estadual de secretários municipais de Saúde do Paraná, membro titular da Comissão Intergestores Bipartite do Paraná e da Comissão Intergestores Tripartite do Ministério da Saúde. Foi presidente do Conselho Deliberativo do Consórcio Paraná Saúde e conselheiro titular do Conselho Estadual de Saúde do Paraná. Nardi também é secretário do Conselho Deliberativo do Consórcio Paraná Saúde e presidente do CONASEMS desde 02/02/2009. Mais detalhes aqui.
As Redes de Atenção à Saúde
O Ministério da Saúde (MS), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e a representação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, lançaram a segunda edição do livro "As Redes de Atenção à Saúde",  de Eugênio Vilaça Mendes. A obra tem como objetivo contribuir para a ampliação do debate sobre o SUS, colocando essas questões centrais que se articulam em torno de uma proposta moderna de implantação das Redes de Atenção à Saúde (RASs). A obra está estruturado em cinco capítulos: as situações das condições de saúde e os sistemas de atenção à saúde; as redes de atenção à saúde: revisão bibliográfica, fundamentos, conceito e elementos constitutivos; os modelos de atenção à saúde; as mudanças na atenção à saúde e a gestão da clínica e; uma experiência bem-sucedida de rede de atenção à saúde no SUS: o programa mãe curitibana (PMC). Faça o download do livro clicando aqui.


Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê
UNICEF e o Ministério da Saúde lançaram hoje o Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê, desenvolvido em parceria pelas duas organizações para fortalecer a capacidade de mães, gestantes e famílias de exigir seus direitos. A publicação foi apresentada no dia 01 de agosto, no Palácio do Catete (Rio de Janeiro), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela representante do UNICEF no Brasil, Marie-Pierre Poirier, durante a abertura nacional da Semana Mundial da Amamentação (SMAM 2011), realizada pelo Ministério em parceria com o UNICEF e a Sociedade Brasileira de Pediatria. A publicação faz parte das ações da Rede Cegonha, programa do governo federal, e do Selo UNICEF Município Aprovado nos municípios da Amazônia Legal, do Semiárido brasileiro e nas comunidades populares do Rio de Janeiro e de São Paulo. O guia foi elaborado para servir co guia será instrumento de capacitação de agentes multiplicadores, que levarão as informações para as comunidades. O objetivo é contribuir para que a sociedade conheça e saiba como exigir esses direitos, fortalecendo o controle social e, assim, garantindo que os direitos assegurados em lei e transformados em políticas públicas sejam cumpridos. Ilustrado pelo cartunista Ziraldo, o guia apresenta de forma simples e direta informações essenciais sobre o direito ao pré-natal de qualidade, ao parto humanizado e à assistência ao recém-nascido e à mãe, além de informações sobre a legislação vigente. Mais informações aqui.


2012 World Congress on Public HealthTowards Global Health Equity: Opportunities and Threats - Call for Abstracts

The 13th Triennial World Congress on Public Health, to be hosted by Ethiopia and held from April 23-27, 2012 in Addis Ababa, will bring together leaders in health from across the globe to discuss these important issues on African soil. The Congress will harness the synergy and strengths of innovation and experience from the developing and developed worlds. It will address the enormous challenges and opportunities facing public health organizations worldwide in making progress towards collectively attaining global health equity. The World Federation of Public Health Associations and the Ethiopian Public Health Association invite local, national and international public health leaders, service providers, advocates, trainers and students to submit abstracts dealing with major issues related to opportunities and threats in realizing global health equity. These abstracts should demonstrate the role that public health could play in addressing emerging issues and current problems that contribute to global health inequity. Abstracts should also showcase innovations, tools, transferrable knowledge, and technology. Highlighting these lessons learned from across the globe, will help us make collective decisions and recommendations to the global health community, thereby, moving us forward towards sustainable global health equity. More information about general topics and submissiona guidelines here.