Pesquisar Neste Blog

quarta-feira, 18 de maio de 2011

São Paulo: diagnóstico de hepatite cresce 57%

SÃO PAULO - A capital teve um aumento de 56,9% no número de diagnósticos de hepatites virais em cinco anos, segundo dados do Ambulatório de Hepatites do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT-DST/Aids), ligado à Secretaria Estadual de Saúde. Em 2004, quando a unidade iniciou suas atividades, foram identificados 388 casos da doença, número que pulou para 609 em 2009 - ano do último dado consolidado disponível.    
Tanto em homens como em mulheres diagnosticados com hepatite, o tipo C foi o mais prevalente na amostra do CRT, justamente a forma mais perigosa da doença - já que está mais associada à evolução para quadros de cirrose, segundo os especialistas. O contato com sangue contaminado é a forma mais comum de transmissão - um alicate de unha não esterilizado, por exemplo, pode transmitir. Entre os pacientes do sexo masculino contaminados, 51,8% eram portadores do tipo C, índice que chegou a 69,8% na população feminina.

No caso do tipo B, de contágio prioritariamente sexual, a proporção de infectados entre os homens é quase o dobro em relação às mulheres: 33,1% dos pacientes masculinos diagnosticados com hepatite tinham essa variante da doença, ante 18,1% das mulheres. Mas já é possível, via Sistema Único de Saúde (SUS), se vacinar contra o tipo B (veja ao lado), possibilidade que não existe para o subtipo C.
No total, o CRT diagnosticou 4.164 casos de hepatites virais, sendo que a doença se mostrou predominante no público masculino, que responde por quase 70% dos casos. Para o hepatologista Fernando Pandullo, do Hospital Israelita Albert Einstein, isso pode ser resultado da maior exposição masculina à atividade sexual desprotegida, uso de drogas e riscos de ferimentos - formas de contaminação associadas à doença.
Segundo Pandullo, a hepatite é uma doença geralmente esquecida pela população. "A maioria das pessoas tem medo de morrer do coração ou de câncer, mas esquece de quadros crônicas como a hepatite e não pede para os médicos pesquisarem a presença desses vírus."
A própria característica da hepatite, doença que geralmente não provoca sintomas, agrava ainda mais a situação. "Como a grande maioria dos pacientes com hepatite B ou C é assintomática, esse aumento de diagnósticos significa que mais pessoas estão sendo testadas", diz a diretora do Ambulatório de Hepatites do CRT-DST/Aids, Mariliza Henrique da Silva. Ela acrescenta que, quanto antes feito o diagnóstico, melhor o paciente costuma responder ao tratamento.
A médica Edna Strauss, representante da Sociedade Brasileira de Hepatologia na Associação Médica Brasileira, lembra que a hepatite C está entre as principais causas de cirrose, junto com o alcoolismo. "Pesquisas em determinados hospitais mostram a hepatite C como primeira causa da cirrose. Em outros locais, o alcoolismo fica à frente", afirma.
Apesar de a evolução para a cirrose ocorrer mais comumente na hepatite C, portadores do tipo B também pedem atenção. Em ambos os casos, diz Edna, se o paciente bebe em excesso, a progressão da doença é ainda mais rápida e que a cirrose é um importante fator de risco para o câncer no fígado.
Para o químico Carlos Varaldo, fundador da ONG Grupo Otimismo de apoio ao Portador de Hepatite, a principal dificuldade em relação à doença é a dificuldade de diagnóstico. "Ela é silenciosa, vai ‘comendo’ devagarzinho o fígado. O paciente com hepatite B ou C não fica com aqueles sintomas típicos da hepatite A, como olhos amarelados, urina escura ou fezes claras", comenta.
Varaldo foi diagnosticado com hepatite C em 1995, quando ainda não havia tratamento no País. Importou, então, a medicação que hoje é acessível pelo SUS. "Segundo a OMS, há 5 milhões de pessoas com hepatite B e C no Brasil, mas apenas 150 mil diagnosticados".

Corpo rejeita célula adulta que voltou a estado embrionário

Experimentos feitos nos EUA acenderam o sinal amarelo para uma das grandes promessas biomédicas dos últimos anos, as células-tronco reprogramadas, ou iPS.

Capazes, em tese, de reconstruir qualquer tecido do organismo, elas também podem iniciar uma rejeição no organismo que as recebe, revela pesquisa na "Nature".

O fato é surpreendente porque tanto os doadores quanto os receptores das células-tronco foram os mesmos indivíduos --no caso, camundongos de laboratório.

Em situações como essa, não era para acontecer rejeição, já que o organismo deveria reconhecer as células como parte de si mesmo.

Não foi o que aconteceu com os roedores estudados por Yang Xu e seus colegas da Universidade da Califórnia. Caso o problema persista em humanos, cai por terra um dos principais atrativos de trabalhar com as células iPS.

Essa abreviação quer dizer "pluripotentes induzidas", porque a metodologia para criá-las induz células adultas (obtidas da pele, por exemplo) a adotarem estado semelhante ao embrionário, por meio da ativação de um coquetel de genes ligados à versatilidade das células.

Com isso, não é preciso destruir um embrião de verdade, escapando da controvérsia ética que torna terapias com células-tronco embrionárias proibidas para a Igreja Católica, por exemplo.



Segundo Xu e seus colegas, no entanto, ainda faltava verificar em detalhe o efeito das células reprogramadas sobre o sistema de defesa do organismo. Foi o que eles fizeram, inserindo nos camundongos tanto as células iPS quanto células embrionárias.

O objetivo dos cientistas era formar teratomas, tumores que são uma maçaroca de vários tecidos (incluindo pele, osso, músculo e outros) e que comprovam a capacidade das células de gerar essa variedade de tipos celulares.

Foi então que veio a surpresa: quando as células eram do tipo reprogramado, ou os teratomas não surgiam ou eles ficavam "murchos", atacados pelo sistema de defesa dos camundongos.

A explicação mais provável é que em muitos casos células de defesa do corpo dos roedores destruíam o tecido reprogramado como se ele fosse só um corpo estranho.

Ao que tudo indica, certos genes ligados ao processo de reprogramação têm como efeito indesejado justamente a capacidade de ativar o sistema de defesa do organismo.

Agora, é preciso ver como o processo aconteceria num teste terapêutico. A ideia, numa futura terapia, seria usar as células iPS já transformadas em outro tecido, e não em seu estado "bruto".

Tratamento curto evita novos casos de tuberculose



Um novo tratamento, mais curto, mostrou-se seguro e eficaz para tratar pessoas que foram infectadas pela tuberculose, mas não manifestaram a doença de imediato.

Entre essas pessoas, que contraíram o bacilo de Koch (responsável pela tuberculose) mas não mostram sintomas, 10% desenvolvem a doença nos dois primeiros anos após a contaminação.

Hoje, a prevenção é feita com o uso diário de um antibiótico oral (isoniazida) por seis a nove meses. O novo tratamento, que dura só três meses, é feito com uma dose semanal desse remédio combinado a outro antibiótico, a rifapentina.

De acordo com um estudo apresentado ontem no congresso da Sociedade Americana do Tórax, em Denver (EUA), o tratamento mais curto não provocou mais reações adversas do que a terapia tradicional e conseguiu melhores resultados, reduzindo pela metade a chance de a doença aparecer.

Coordenado pelos Centros de Controle de Doenças dos EUA, o trabalho foi feito em 19 centros nos Estados Unidos, no Canadá, na Espanha e no Brasil. Participaram do estudo cerca de 8.000 pessoas ""660 do Brasil.

Durante dez anos, as pessoas contaminadas foram encaminhadas, aleatoriamente, para o tratamento diário de nove meses ou para o semanal, de três meses.

No primeiro grupo, 15 pessoas adoeceram, contra sete da terapia mais curta.

MENOS REMÉDIOS

"O objetivo era pesquisar se um tratamento mais rápido e mais fácil de ser seguido era seguro e tinha, no mínimo, o mesmo resultado da terapia convencional", diz o pneumologista Marcus Conde, da comissão de tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Conde foi o coordenador do grupo brasileiro do estudo, realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"No novo tratamento, você toma menos remédio e por menos tempo. É muito mais fácil a pessoa não desistir [de se tratar] no meio."

Para o pneumologista Elie Fiss, da Faculdade de Medicina do ABC, que não participou do estudo, os resultados são muito importantes para melhorar o controle da doença no país.

"Um dos grandes problemas é a baixa adesão ao tratamento. Essa nova forma de tratar economiza remédios e tempo e aumenta a aderência do paciente."

O Brasil tem, aproximadamente, 75 mil novos casos de tuberculose por ano, mas o número total de pessoas contaminadas pelo bacilo é cerca de 250 mil, segundo Marcus Conde.

"O tratamento preventivo evita o aparecimento da doença em cerca de 20 mil pessoas. Isso quer dizer que podemos reduzir em quase 30% os casos de tuberculose."

QUEM DEVE FAZER

Pessoas que tiveram contato direto com doentes devem procurar um serviço de saúde para fazer o teste que detecta o bacilo. No Brasil, o exame é feito na pele.

"A transmissão da tuberculose é feita principalmente por via aéreas. Quem fica muito próximo do doente, em lugar fechado, deve fazer o teste o mais rápido possível e se for positivo, começar o tratamento", diz Conde.

Cientistas descobrem relação entre depressão e DNA

Cientistas afirmam ter descoberto a primeira evidência concreta de que variações genéticas em algumas pessoas podem causar depressão.

Em uma ocorrência rara na pesquisa genética, a descoberta de uma equipe internacional liderada por britânicos, de uma região do DNA ligada à depressão, foi replicada por outra equipe dos Estados Unidos que estava estudando um grupo distinto de pessoas.

"O que é notável é que ambos os grupos encontraram exatamente na mesma região em dois estudos separados", disse Pamela Madden, que dirigiu a equipe dos EUA na Universidade de Washington.

Os pesquisadores disseram esperar que as conclusões ajudem os cientistas a desenvolver tratamentos mais eficazes para pacientes com depressão, já que os medicamentos disponíveis funcionam somente em cerca de metade dos pacientes.

"Essas descobertas vão nos ajudar a rastrear os genes específicos que são alterados com doença", disse Gerome Breen, do Instituto do King's College de Psiquiatria de Londres, que liderou o grupo de pesquisa.

Os pesquisadores acreditam que há muitos genes envolvidos na depressão.

Os resultados não devem beneficiar os pacientes de imediato. Novos medicamentos desenvolvidos a partir deles provavelmente levarão entre dez a 15 anos. No entanto, eles vão ajudar os cientistas a entender o que pode estar acontecendo nos níveis molecular e genético em pessoas com depressão.

O primeiro estudo analisou mais de 800 famílias com depressão recorrente, enquanto o segundo examinou a doença e tabagismo em uma série de famílias da Austrália e da Finlândia.

Ambos os estudos foram publicados no "American Journal of Psychiatry" e as duas equipes relataram uma forte ligação entre depressão e variações genéticas em uma região denominada cromossomo 3p25-26.

"Normalmente, em estudos genéticos da depressão, a replicação dos resultados é muito difícil e muitas vezes leva anos para surgir, se alguma vez", disse Breen, que deu uma conferência em Londres sobre o trabalho.

A depressão afeta cerca de 20% das pessoas em algum momento de suas vidas. Depressão grave e recorrente afeta até 4% das pessoas e é notoriamente difícil de tratar.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) previu que a depressão vai disputar com a doença cardíaca o posto do transtorno de saúde que mais afeta as pessoas no mundo até 2020.

"Estamos apenas começando a fazer o nosso caminho através do labirinto de influências sobre a depressão e este é um passo importante para a compreensão do que pode estar acontecendo nos níveis genético e molecular", disse Michele Pergadia, que trabalhou no estudo da Universidade de Washington.

A equipe de Breen está realizando estudos de sequenciamento genético detalhados em 40 das famílias envolvidas na primeira pesquisa para tentar encontrar genes específicos e variações que mostram a ligação.

Gut Bacteria Linked to Behavior: That Anxiety May Be in Your Gut, Not in Your Head

ScienceDaily (May 17, 2011) — For the first time, researchers at McMaster University have conclusive evidence that bacteria residing in the gut influence brain chemistry and behaviour.
Rendering of bacteria. For the first time, researchers at McMaster University have conclusive evidence that bacteria residing in the gut influence brain chemistry and behavior.
"The exciting results provide stimulus for further investigating a microbial component to the causation of behavioural illnesses," said Stephen Collins, professor of medicine and associate dean research, Michael G. DeGroote School of Medicine. Collins and Premysl Bercik, assistant professor of medicine, undertook the research in the Farncombe Family Digestive Health Research Institute.The findings are important because several common types of gastrointestinal disease, including irritable bowel syndrome, are frequently associated with anxiety or depression. In addition there has been speculation that some psychiatric disorders, such as late onset autism, may be associated with an abnormal bacterial content in the gut.

The research appears in the online edition of the journalGastroenterology.

For each person, the gut is home to about 1,000 trillium bacteria with which we live in harmony. These bacteria perform a number of functions vital to health: They harvest energy from the diet, protect against infections and provide nutrition to cells in the gut. Any disruption can result in life-threatening conditions, such as antibiotic-induced colitis from infection with the "superbug" Clostridium difficile.

Working with healthy adult mice, the researchers showed that disrupting the normal bacterial content of the gut with antibiotics produced changes in behaviour; the mice became less cautious or anxious. This change was accompanied by an increase in brain derived neurotrophic factor (BDNF), which has been linked, to depression and anxiety.

When oral antibiotics were discontinued, bacteria in the gut returned to normal. "This was accompanied by restoration of normal behaviour and brain chemistry," Collins said.

To confirm that bacteria can influence behaviour, the researchers colonized germ-free mice with bacteria taken from mice with a different behavioural pattern. They found that when germ-free mice with a genetic background associated with passive behaviour were colonized with bacteria from mice with higher exploratory behaviour, they became more active and daring. Similarly, normally active mice became more passive after receiving bacteria from mice whose genetic background is associated with passive behaviour.

While previous research has focused on the role bacteria play in brain development early in life, Collins said this latest research indicates that while many factors determine behaviour, the nature and stability of bacteria in the gut appear to influence behaviour and any disruption , from antibiotics or infection, might produce changes in behaviour. Bercik said that these results lay the foundation for investigating the therapeutic potential of probiotic bacteria and their products in the treatment of behavioural disorders, particularly those associated with gastrointestinal conditions such as irritable bowel syndrome.

The research was funded by grants from the Canadian Institutes of Health Research (CIHR) and the Crohn's and Colitis Foundation of Canada (CCFC).