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sexta-feira, 3 de junho de 2011

FLORA BRASILIENSIS - O PROJETO


Prezados amigos, bom dia!

Envio-lhes o site sobre a importante obra de Carl Friedrich Philipp von Martius, naturalista alemão que escreveu (sem sombra de dúvidas) a mais completa obra sobre a botânica e a etnografia brasileiras, ainda que com opiniões bem controversas.

Seu trabalho (e lógico unido a outros grandes nomes da época) é até hoje referenciado e tornou-se um projeto complexo, onde são expostos seus apontamentos sobre os táxons e as fabulosas pranchas feitas a bico de pena, pois refere-se inicialmente aos táxons.

Não há como descrever com palavras toda a magnitude desta obra, que agora se nos é apresentado como um verdadeiro presente aos que militam nas questões ambientais, na narrativa de um estudioso da época, que encontrou um Brasil ainda preservado e que hoje se depara com tantos desafios para preservar seus biomas, suas espécies de fauna e flora e principalmente os povos que aqui já estavam antes de Cabral...

Atenciosamente,
Miguel Ângelo Brück
Biólogo - Departamento de Meio Ambiente
Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
Ministério da Saúde
 

Fundação investe R$ 21,5 milhões em três editais

A diretoria da FAPERJ anunciou nesta quinta-feira, 2 de junho, o investimento de R$ 21,5 milhões em novos projetos. Os recursos se referem a três editais que estão sendo agora reeditados: Apoio à Infraestrutura de Biotérios em Instituições de Ensino e Pesquisa; Apoio às Instituições de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado; e Apoio às Universidades Estaduais. Esta será a quinta edição dos três programas, que fazem parte da estratégia de fortalecimento da infraestrutura de pesquisa de instituições fluminenses e estão entre os mais concorridos e tradicionais da Fundação.

Para os três programas, os proponentes e demais integrantes da equipe devem ter grau de doutor ou equivalente, estar ativa e produtivamente envolvidos em pesquisa relevante para a proposta e manter vínculo empregatício em instituição fluminense. Dentre eles, o que for nomeado coordenador será também o responsável pelo encaminhamento da proposta.

No caso do edital de Apoio à Infraestrutura de Biotérios - 2011, o objetivo é garantir a implantação, modernização, adequação ou o funcionamento de biotérios destinados a criar e manter animais para pesquisas científicas e tecnológicas. Para que tudo isso seja feito de acordo com o que determina a lei Arouca, e que os animais estejam em boas condições, mantidos segundo normas internacionais e de acordo com os critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea), desde 2008, o programa passou a incluir o apoio à estruturação e ao estabelecimento de Comitês de Ética em Pesquisa com Animais (Ceuas) nas instituições de ensino e pesquisa fluminenses, como estabelece a Lei n.º 11.794, de 8 de novembro daquele mesmo ano.

Com recursos de R$ 1,5 milhão, o programa inscreverá projetos enquadrados em uma de duas faixas (A e B), de acordo com o montante solicitado. Na faixa A, as propostas deverão ser de valores entre R$ 50.001 a R$ 200 mil, e deverão designar um Comitê Gestor do Biotério com, no mínimo, três membros; enquanto na faixa B, as propostas deverão ser de valores até R$ 50 mil. Os recursos do programa custearão despesas de capital, como aquisição de materiais permanentes e equipamentos; e obras e instalações de grande porte; e também despesas de custeio, como serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual e serviços de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis; materiais de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas de importação (até o limite máximo de 18% do valor do bem importado).

O prazo para submissão de propostas se encerra em 21 de julho, e a entrega da documentação impressa do projeto deverá ser feita até 29 de julho. Os resultados estão previstos para ser divulgados a partir de 6 de outubro.

Com um total de recursos de R$ 8 milhões, o edital de Apoio às Universidades Estaduais do Rio de Janeiro – Uenf, Uerj e Uezo – 2011, se destina a impulsionar novas perspectivas para as universidades estaduais fluminenses, por meio da aquisição e manutenção de equipamentos, e despesas de custeio, para desenvolver projetos nas diversas áreas da ciência e tecnologia, também enfatizem o desenvolvimento institucional, previstas em projetos apresentados por pesquisadores com vínculo empregatício ou funcional com a Uerj, Uenf e Uezo.

Classificadas em uma de três faixas, de acordo com o montante solicitado e a quantidade de pesquisadores associados, as propostas estarão na faixa A – entre R$ 250.001 e R$ 500 mil, com no mínimo 10 pesquisadores associados; B – entre R$ 125.001 e R$ 250 mil, com no mínimo cinco pesquisadores associados; e C – valor inferior ou igual a R$ 125 mil, com no mínimo três pesquisadores associados. Os recursos serão pagos em duas ou mais parcelas e poderão custear despesas de capital, como a aquisição de materiais permanentes e equipamentos; e despesas de custeio, como serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual para manutenção de equipamentos e material permanente e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis (até o máximo de 30% do montante solicitado em despesas de custeio); diárias e passagens, até o limite de 5% do montante solicitado em despesas de custeio (desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa); não serão permitidas diárias e passagens para participação em reuniões científicas; material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas de importação (até o limite máximo de 18% do valor do bem importado).

As propostas poderão ser submetidas até o dia 27 de julho e a entrega da documentação impressa do projeto deverá ser entregue até 5 de agosto. A divulgação dos resultados está prevista para ser feita a partir de 6 de outubro.

Com o maior volume de recursos, R$ 12 milhões, o programa de Apoio às Instituições de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado, tem como objetivo a aquisição e manutenção de equipamentos, e despesas de custeio, previstas em projetos apresentados por pesquisadores com vínculo empregatício ou funcional com instituições de ensino e pesquisa fluminenses.

De acordo com os critérios do edital, os projetos submetidos deverão estar classificados em uma de três faixas, de acordo com o montante solicitado: A – entre R$ 250.001 e R$ 500 mil; B – entre R$ 125.001 e R$ 250 mil; C – valor inferior ou igual a R$ 125 mil. O prazo para a execução de cada proposta contratada será de até 24 meses, contados a partir da data de liberação dos recursos. Os valores solicitados poderão apenas custear despesas de capital, como aquisição de materiais permanentes e equipamentos; e despesas de custeio, como serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual para manutenção de equipamentos e material permanente e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis (até o máximo de 30% do montante solicitado em despesas de custeio); diárias e passagens, até o limite de 5% do montante solicitado em despesas de custeio (desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa); não serão permitidas diárias e passagens para participação em reuniões científicas; material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas de importação (até o limite máximo de 18% do valor do bem importado).

Para submeter propostas, os proponentes terão prazo até 4 de agosto, e a entrega da documentação impressa deverá ser feita até 12 de agosto. A divulgação dos resultados está prevista para ser realizada até 6 de outubro.

Confira a íntegra dos editais:



Novas perspectivas para o tratamento da doença de Chagas

Elena Mandarim

 Divulgação/Uezo
       
       Para Fábio Fortes, a pesquisa pode resultar em
    
alternativas de tratamento para a doença de Chagas
Embora a doença de Chagas tenha sido descoberta há mais de 100 anos, pelo então jovem cientista Carlos Chagas (1878-1934), ainda hoje não se tem um conjunto eficaz de mecanismos para sua cura. Fabio da Silva de Azevedo Fortes, professor adjunto de biofísica e fisiologia do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), estuda as alterações funcionais e estruturais nas junções comunicantes de macrófagos infectados, ou não, pelo protozoárioTrypanosoma cruzi(T.cruzi), agente causador da doença de Chagas. O pesquisador explica que, no sistema imunológico, essas estruturas estão associadas à liberação de substâncias que ativam a resposta imune. “Dependendo de como os macrófagos sejam ativados, há aumento ou diminuição na atividade das junções comunicantes, o que influencia diretamente na intensidade da resposta imunológica. Nosso objetivo é entender como essas estruturas se comportam, em diferentes situações. Isso pode nos dar subsídios para, no futuro, descrever novas vias para ação de fármacos” adianta Fortes.

Sabe-se que os macrófagos participam da resposta imunológica inata, com a função de eliminar micro-organismos através da fagocitose e de apresentar, ao sistema imune, os antígenos que devem ser combatidos. Contudo, contrariando alguns estudos da literatura, o pesquisador conta que conseguiram demonstrar que essas células também apresentam atividade nas junções comunicantes. Trata-se de estruturas que permitem a comunicação entre células através de conexinas – proteínas que atravessam cada uma das células. Por meio deste tipo de junção, substâncias celulares como, por exemplo, íons, podem passar de célula para célula, fazendo com que grupos celulares formem um conjunto funcional.  “Já está bem demonstrado como as estruturas e os receptores de membranas dos macrófagos se comportam em situações de inflamação e resposta imunológica. O diferencial do nosso estudo é justamente buscar essas informações nas junções comunicantes”, relata Fortes.

O projeto, que conta com recursos do edital de Apoio às Universidades Estaduais, da FAPERJ, tem cinco fases. O pesquisador explica que as três primeiras são experimentos in vitro que mimetizam o ponto da inflamação, com ou sem infecção por T.cruzi. O objetivo é entender todas as possíveis alterações funcionais e estruturais das junções comunicantes. “Na fase um, simulamos somente a inflamação e verificamos aumento da atividade das junções comunicantes. Já na fase atual, que é a segunda, simulamos somente infecção com T.cruzi. Nossos dados preliminares sugerem diminuição na atividade das junções comunicantes. A próxima fase é avaliar o comportamento das junções comunicantes em um ambiente com inflamação e infecção ao mesmo tempo”, explica Fortes.

Na fase seguinte, segundo Fortes, no mesmo ambiente de inflamação e infecção juntos serão testados, ainda in vitro, novos fármacos, desenvolvidos em parceria com o professor Sergio Henrique Seabra. “Se os resultados dessa quarta fase forem promissores, o que significaria que conseguimos descrever novas vias para ação de fármacos, vamos passar para a quinta e última fase: testar a eficiência dos novos tratamentos in vivo, com animais”, aposta o pesquisador, ressaltando a colaboração também da professora Regina Goldemberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mais de um século da doença de Chagas

A forma como a doença de Chagas se manifesta pode variar durante o curso da infecção. Segundo o pesquisador, o tratamento só é satisfatório quando administrado nos dez primeiros dias. “Só que isso quase nunca acontece, porque no início, geralmente, aparece somente um inchaço no local da picada e febre, que desaparecem em seguida. O problema é que a doença continua progredindo e, caso não seja feito o tratamento na fase aguda, os sintomas tornam-se crônicos e graves, tais como o desenvolvimento de insuficiência cardíaca e desordens do sistema digestivo”, relata Fortes.

Para o pesquisador, a doença de Chagas é um caso típico de doença negligenciada, a qual é caracterizada por ter mecanismos de erradicação, mas que continua presente em localidades com condições precárias de vida e pobreza. “Uma medida importante, por exemplo, para o combate da doença de Chagas seria a construção de casas de alvenaria no lugar de casas de pau-a-pique. Só que em áreas pobres, isso se torna uma dificuldade”, exemplifica.   

De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 5.000 brasileiros morrem, por ano, decorrente de complicações da doença de Chagas. Diante desse fato, pesquisas como a do professor Fortes se mostram relevantes para melhorar o cenário da saúde pública brasileira. “Cabe ressaltar que um dos principais objetivos da Uezo, instituição da qual sou membro, é promover a interação entre academia e indústria, tal como buscamos nesse projeto. Isso permite aplicar o conhecimento e as soluções geradas na universidade em beneficio da sociedade”, conclui Fortes.