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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Agrotóxicos contaminam água e até o leite materno

Impacto dos agrotóxicos
Educação e fiscalização.
Estes são os dois principais aspectos para conter os danos provocados pela utilização dos agrotóxicos na agricultura brasileira.
A conclusão é do pesquisador Josino Costa Moreira, da Fiocruz , que coordenou estudos sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde e ambiente na região centro-oeste e nordeste do país.
"Os agrotóxicos contaminam os alimentos, o ambiente e selecionam as espécies mais resistentes em determinado local. Esse impacto chega ao homem tanto pela exposição direta nas lavouras como pelas alterações que ele provoca no ambiente", alertou.
Triste recorde
De acordo com Josino, o Brasil compõe a lista dos principais consumidores de agrotóxicos. Em volume, é o maior do mundo, sendo também, um dos primeiros quando se observa o consumo por hectare plantado.
Dessa forma, o pesquisador direcionou uma de suas pesquisas à região que mais produz soja e grãos no país.
"O Estado do Mato Grosso foi o que mais consumiu pesticidas no Brasil em 2008 e 2009. É o que mais produz soja, e isso traz um grande impacto no ambiente, pois lá temos biomas importantes, e essa utilização vem acompanhada de vários riscos, já que o cerrado e mesmo a floresta estão sendo substituídos por áreas de cultivo".
Agrotóxicos no leite materno
A pesquisa evidenciou grande contaminação em pessoas, segmentos ambientais, ar e animais.
"Observamos contaminação em águas de rios, chuva e de poços artesianos, por exemplo. Outro resultado obtido foi em relação à contaminação de anfíbios. Animais que habitam as áreas contaminadas apresentaram alterações morfológicas mais frequentes quando comparadas às mesmas espécies que habitam áreas não contaminadas. Achamos um aumento de mais de 50% de deformações nessas áreas", justificou.
O estudo também observou as minhocas. "Comparamos a situação dessas espécies nos dois ambientes. Ficou comprovado que os herbicidas estudados (2,4 D e glifosato), quando não matam, impedem a reprodução da minhoca. Também foram encontrados resíduos de agrotóxicos no leite materno. Apesar de estarem em níveis muito baixos, podem, eventualmente, comprometer o desenvolvimento normal ou a saúde dos bebês."
Educação
O crescimento do agronegócio no país é preocupante, segundo o pesquisador. Porém, deve ser enfrentado com duas ações.
"O primeiro fator para solucionar esse problema é a educação!
"Conscientizando a população de que os agrotóxicos contaminam os alimentos, o ambiente, o homem, além de selecionarem as espécies mais resistentes em determinado ambiente, fica mais fácil trabalharmos.
"Por conta disso, nossa linha de ação busca focalizar a educação em todos os níveis, mas, principalmente, na escola primária.
"O trabalhador ficará mais sensibilizado se a informação vier pela fala de seu filho, pois, para eles que já trabalham há muito tempo com a substância, é difícil relacionar seus problemas de saúde ao uso dos agrotóxicos," afirmou
Fiscalização
Outra linha de ação, na opinião do pesquisador, deve ser a fiscalização.
Nesse aspecto, o Brasil vem deixando a desejar.
"O governo tem de ser ativo na fiscalização e orientação das pessoas, particularmente dos trabalhadores rurais. Eles acabam sendo os responsáveis pela manipulação dessas substâncias que são tóxicas em alguma extensão.
"A falta de suporte técnico e científico a estes trabalhadores na utilização dos produtos é uma das falhas que estamos cometendo," completa.
Sobre os agrotóxicos
Veja outras reportagens publicadas no Diário da Saúde sobre os perigos dos agrotóxicos.

Medicina e tecnologia vão convergir em 5 áreas

Convergência entre medicina e tecnologia
A Medicina e a tecnologia estão convergindo no cuidado aos pacientes em um ritmo mais rápido do que a maioria das pessoas imagina.
Os avanços de tecnologias da era espacial aplicadas à saúde - do atendimento inicial, como a telemedicina, até os robôs cirurgiões - estão rapidamente se tornando comuns em muitos hospitais.
E o que poderemos esperar a seguir? Quais serão os benefícios que a tecnologia trará à Medicina no futuro próximo?
Este foi o tema do estudo realizado pelo Professor Atam Dhawan, do Instituto de Tecnologia de Nova Jérsei, nos Estados Unidos, especialmente para uma Conferência sobre Engenharia, Medicina e Biologia, que se realizará em Boston, em Agosto.
Futuro da Medicina
O evento, considerado como a maior reunião mundial de bioengenheiros, tem por objetivo analisar profundamente o futuro da Medicina.
"Nosso objetivo é investigar quais as tecnologias de engenharia biológica e biomédica que tendem a se tornar importantes na próxima década," afirmou Dhawan. "Um amanhã mais saudável consiste em avanços que vão desde biomarcadores para o diagnóstico precoce e o monitoramento de doenças, até a engenharia de sistemas neurais."
Foram identificadas cinco novas "áreas quentes" no campo da bioengenharia. Segundo Dhawan, é aí que a Medicina e a eletrônica irão se unir e exercer o maior impacto sobre a vida das pessoas.
Tecnologias para o atendimento médico
"É através das tecnologias no ponto de atendimento que a Medicina pode ser exercida em situações individuais, que variam de monitoramento da saúde até a telemedicina," diz o pesquisador.
Todas as soluções de atendimento médico dependerão da conexão entre os pacientes e os profissionais de saúde através de computadores.
Tratar as pessoas dessa maneira pode ter benefícios não apenas na forma de uma grande redução de custos, mas também do ponto de vista da qualidade do atendimento.
Dentro desta abordagem, a "engenharia de enfermagem" está se tornando rapidamente uma carreira do futuro. O mesmo ocorre com a vigilância, a tele-saúde, a gestão de informações de saúde em situações de desastres e várias outras.
Todas estas soluções dependerão de melhorias de hardware e de software, desenvolvidos especialmente para a área de saúde.
Bioeletrônica
Avanços entusiasmantes em várias áreas da neurociência estão sendo obtidos com os avanços rápidos verificados na bioeletrônica, na tecnologia de bio-nano-sensores (sensores construídos com nanotecnologia, usando materiais biológicos) e na engenharia neural.
Estes progressos tecnológicos são fundamentais para enfrentar os desafios de melhorar os conhecimentos básicos do sistema nervoso, a neurofisiologia e os distúrbios neurológicos e para desenvolver dispositivos de interface com tecidos neurais.
Engenharia de tecidos
A engenharia de tecidos e a Medicina regenerativa é considerada por muitos como a onda do futuro.
O advento de terapias baseadas em células-tronco colocou a Medicina regenerativa no centro das atenções.
A terapia gênica também vai desempenhar um papel mais importante nesta nova era da Medicina.
Imageamento óptico
As tecnologias de imagens ópticas serão cada vez mais utilizadas para o diagnóstico e para o acompanhamento do câncer, das doenças cardiovasculares e outras doenças fibróticas.
As atuais pesquisas sobre imageamento molecular e agentes terapêuticos estão se centrando na descoberta e uso de alvos moleculares naturais para tratar as diversas doenças.
Essas pesquisas também buscam novas abordagens para encontrar forma melhores de explorar as diferenças associadas com os alvos moleculares - entres os estados normal e doente.
Bio-robôs
Cada vez mais, os pacientes verão robôs médicos ou bio-robôs se tornando uma parte importante no seu atendimento e nos seus tratamentos.
"Estes robôs irão desenvolver novos micros e macros dispositivos para auxiliar no diagnóstico, cirurgia, prótese, reabilitação e apoio domiciliário," afirmou Dhawan.
"As aplicações clínicas, terapêuticas e cirúrgicas dos robôs médicos com instrumentação avançada, sensores, atuadores e sistemas de tempo real podem ter um impacto revolucionário na Medicina e no cuidado da saúde," conclui ele.

BOLETIM ELETRÔNICO ABRASCO


Presidente da ABRASCO é eleito representante das Américas na WFPHA
O presidente da ABRASCO, Luiz Augusto Facchini, passou a integrar o comitê executivo da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (World Federation of Public Health Associations/WFPHA) ao ser eleito representante das Américas durante a Assembléia Geral, realizada de 13 a 15 de maio, em Genebra. Respondendo à mensagem de boas-vindas enviada pelo presidente da WFPHA, Ulrich Laaser, Facchini afirmou que "é um prazer e uma honra participar do comitê e é meu desejo contribuir na luta da Federação por um mundo mais saudável e justo. Farei o meu melhor, com o apoio dos nossos colegas da ABRASCO, para reforçar a nossa cooperação e parceria com a América Latina, especialmente com universidades, institutos de pesquisa e serviços de saúde, trabalhando temas como os determinantes sociais da saúde, as doenças negligenciadas, entre outras questões estratégicas", afirmou Facchini.


Gastão Wagner apresenta o plano de relatoria da 14a. CNS
O Conselheiro da ABRASCO, Gastão Wagner de Souza Campos, apresentou no dia 24 de maio, o plano de relatoria da 14a. Conferência Nacional de Saúde à comissão organizadora do evento.  A equipe da relatoria terá 40 integrantes e um grupo de trabalho com dois relatores, que terá por objetivo ser fiel ao regimento da conferência e, ao mesmo tempo, garantir a manifestação e registro do contraditório. Uma das grandes preocupações da relatoria está ligada à eficácia política da 14a. CNS junto à opinião pública. Para Gastão, um dos limitadores da comunicação com a opinião pública vem sendo o formato dos relatórios, tradicionalmente muito voltados para a gestão. A nova proposta desdobra o relatório em duas partes: uma carta, ser que será um documento político com liguagem acessível que traduzirá as diretrizes aprovadas e um documento com um consolidado das diretrizes e propostas detalhadas e aprovadas na Conferência. Gastão lembrou que não serão apresentadas novas propostas de nível nacional durante o encontro, portanto é fundamental que as conferências estaduais produzam propostas de forma muito qualificada (com informações de @Comunica14CNS, via Twitter).


Saúde Mental e Reforma Psiquiátrica em pauta
O coordenador do GT de Saúde Mental, Paulo Amarante, conceceu entrevista ao Portal Minas Saúde falando sobre o preconceito que ronda as doenças mentais, a diminuição do número de leitos para a saúde mental e o acesso a tratamentos no SUS, entre outros temas. Confira a matéria, divulgada no dia 20 de maio, clicandoaqui. Leia também Desafios da Reforma Psiquiátricapublicada no site da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) que fala sobre a busca no Brasil pela mudança na percepção e nos direitos dos pacientes psiquiátricos 10 anos depois da promulgação da Lei 10216, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.


Documento de referência da Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde está em consulta pública
A Organização Mundial da Saúde colocou em consulta pública a primeira versão do documento de referência da Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde. Na mais recente reunião preparatória, organizada pelo Ministro da Saúde Alexandre Padilha durante a 64ª Assembleia Mundial da Saúde, foram apresentados os temas a serem discutidos na Conferência e um alerta para a consulta pública sobre os cinco temas principais da Conferência: governaça, o papel do setor saúde, participação comunitária, ação global sobre os determinantes sociais e monitoramento dos avanços. Na ocasião, a Ministra da saúde de Cabo Verde, Cristina Fontes Lima, fez uma intervenção ressaltando a importância do tema "Determinantes da saúde" em seu país e felicitou a iniciativa e a liderança do governo brasileiro, dando ênfase à importância de se ter uma boa governância para assegurar o sucesso das políticas. A Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde será realizada de 19 a 21 de outubro, no Rio de Janeiro. Não deixe de participar, a consulta está aberta até o dia 03 de junho. Leia o documento e faça suas contribuições clicando aqui (Com informações da Rede ePORTUGUÊSe).


IMS/UERJ apresenta uma série de conferências internacionais em junho e julho
O Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ) vai realizar uma série de conferências internacionais nos meses de junho e julho. Inaugurando as apresentações, no dia 6 de junho, às 10h, o auditório do IMS receberá o Prof. Jason Theodore Szabo (Family Medicine, McGill University /Assistant Professor Department of History, McGill University Member McGill AIDS Centre) para a conferência "The Dark Underside of Medical History - Chronic Progressive Disease in the 19th Century". Em 8 de junho, Szabo apresentará o evento "AIDS: Past, Present & Future", às 10h30min, no Auditório Ney Palmeiro (Hospital Universitário Pedro Ernesto, Boulevard 28 de Setembro, 77). Mais detalhes aqui.


Sobre Sérgio Arouca, protagonismo político e a criação do SUS
O ano de 1986 é considerado um marco para a saúde pública no Brasil. Naquele momento, logo após a redemocratização do País, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, em que, pela primeira vez, os usuários dos serviços de saúde puderam participar e exercer o direito de voto. O evento também serviu para plantar as bases para a criação, três anos depois, em 1989, do Sistema Único de Saúde (SUS) – projeto que buscava a prestação dos serviços médicos para toda a população brasileira, entendendo a saúde como um direito de todos e um dever do estado. Para entender melhor esta história, um DVD contando a história da construção do SUS, com especial ênfase no protagonismo do médico sanitarista Sérgio Arouca (1941-2003) neste processo, acaba de ser finalizado. O vídeo é composto por fotografias e imagens de época, além de depoimentos de pesquisadores que tiveram forte influência das ideias transmitidas por Arouca. O material é resultado de uma pesquisa coordenada pela antropóloga e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Regina Abreu, em parceria com o médico sanitarista Guilherme Franco Netto, do Ministério da Saúde, e participação da psicóloga Helena Rego Monteiro que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Veja a matéria completa clicando aqui.


O clínico geral perde espaço na classe média, e a relação entre médico e paciente se enfraquece cada vez mais
O clínico geral Fábio Miranda, de 54 anos, mantém um consultório particular há 30 anos. Atende de cinco a seis pessoas por dia, passando, pelo menos, 45 minutos com cada uma delas. Quando se trata da primeira consulta, o atendimento pode ultrapassar os 60 minutos, entre a conversa e o exame físico. Certa vez, num desses casos, o médico foi interpelado por uma paciente visivelmente nervosa: “Doutor, eu estou ficando muito preocupada, eu estou com alguma coisa grave? Nunca ninguém me examinou tanto, me perguntou tanta coisa”. O que era normal umas décadas atrás hoje é visto como exceção total à regra. Não há números — o Conselho Federal de Medicina não registra os médicos por especialidade —, mas é generalizada a percepção de que o clínico geral é uma espécie em extinção hoje na ampliada classe média nacional com acesso a planos de saúde. Nesta nova realidade, reinam as especialidades médicas e as consultas mais curtas. A relação entre médico e paciente, antes cultivada em consultas mais longas e sempre com o mesmo sujeito, que te acompanhava por toda a vida, perdeu-se em meio à diversidade de profissionais — um modelo de atendimento importado dos EUA. Os chamados médicos de família hoje, no Brasil, não são poucos, mas trabalham basicamente para o governo, no atendimento de comunidades carentes: são 32 mil profissionais. — A cultura (do médico de família) se perdeu (na classe média) — afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Gustavo Gusso. — Mesmo que o plano ofereça, as pessoas não valorizam, não têm tanta confiança, preferem ir no especialista, acham que esses caras são ótimos e que o médico de família é para os pobres. Pobres dos ricos brasileiros. Aqui não há uma relação histórica. Na Inglaterra, por exemplo, a pessoa vai ao seu médico de família desde que nasceu. Em vários países da Europa não se consegue ir a um dermatologista sem passar antes por um médico de família. O modelo de atendimento brasileiro, no entanto, segue o americano, onde o fenômeno da proliferação das especialidades e da extinção do clínico se repete. O número desses profissionais caiu de 44% do total de médicos em 1986 para 18% em 2008, segundo dados da Sociedade Americana dos Médicos de Família(...). Veja a matéria completa, publicada pelo jornal O Globo, no dia 22 de maio, clicando aqui.


7ª edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), em parceria com o a ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lançam a 7ª edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. As inscrições terão início no dia 1º de junho e se encerrão no dia 16 de setembro. O Prêmio faz parte do Programa Mulher e Ciência/SPM/PR, que estimula a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero, mulheres e feminismos no País e promove a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas. O concurso premia redações e artigos científicos dos estudantes de ensino médio; estudantes de graduação; graduados, especialistas, estudantes de Mestrado; Mestres e estudantes de Doutorado. Para fomentar melhor a perspectiva de gênero no meio educacional, em 2009 foi criado um prêmio especial para as escolas de nível médio: Escola Promotora da Igualdade.


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