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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Pesquisadores criam rota alternativa para medicamento contra os altos níveis do colesterol

    

Uma rota de síntese original e alternativa vai possibilitar aos especialistas do INCT de Fármacos e Medicamentos (INCT-Inofar) a produção mais barata, mais prática e mais rápida de um dos medicamentos mais usados no mundo para reduzir taxas de colesterol. O projeto é um primeiro passo para que indústrias nacionais interessadas possam produzir a versão genérica da atorvastatina, cuja patente está em vias de expirar. Este é um dos vários projetos que os pesquisadores estão desenvolvendo no INCT-Inofar.

Criada por uma rota de síntese alternativa, a
   atorvastatina logo poderá se tornar um genérico
A rota recém-criada por cientistas da Universidade de Campinas (Unicamp) tem características muito específicas, que permitem produzir a atorvastatina desde a matéria-prima até o produto final. "De saída, já poderemos usar como matéria-prima um insumo químico mais acessível, que, embora também seja importado, é mais barato e conta com um maior número de fornecedores, em vários países", diz o professor Eliezer J. Barreiro, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do INCT-Inofar. Além disso, entre as vantagens da descoberta, ele cita mais uma: "Trata-se de uma rota mais curta, de poucos passos e reações pouco complexas, de fácil domínio tecnológico. E o rendimento global do produto final é de cerca de 35%, o que é muito bom. A maior vantagem de tudo isso, no entanto, é que se trata da primeira rota criada para um fármaco com características absolutamente originais e inteiramente dominada por nossa equipe", garante Barreiro.

Do grupo das estatinas, a atorvastatina age pela inibição da enzima chave na biosíntese do colesterol. Dentre as estatinas, ela foi idealmente eleita, entre outros motivos, porque o acúmulo do substrato dessa enzima não provoca nenhum tipo de ônus, nem efeitos tóxicos ao organismo. Para o pesquisador, a descoberta abre uma importante oportunidade de negócios para a indústria farmacêutica nacional. Até porque criará um genérico para um dos redutores de colesterol mais consumidos no mundo inteiro, o LipitorR, comercializado pela multinacional Pfizer.

"Ao pesquisarmos quais os medicamentos estariam com patente por expirar, descobrimos que o LipitorR era um deles e procuramos investir em alternativas. Um genérico desses conta com um mercado expressivo e pode significar uma significativa economia para o Sistema Único de Saúde", diz Barreiro. Os pesquisadores agora querem fechar parceria com uma empresa farmacêutica e depositar a patente desse novo processo.

Além da atorvastatina, várias outras pesquisas em andamento se mostram promissoras. "Neste primeiro ano de funcionamento efetivo do nosso INCT-Inofar, estamos investindo também no desenvolvimento de medicamentos de alto custo para o SUS, como os oncológicos, e também em inovação radical, que é a criação de fármacos inteiramente novos, que possam falar português do início ao fim", diz Barreiro. Nesse segundo caso, está o projeto para controlar doenças crônicas pulmonares, como a asma. Para isso, os cientistas estão pesquisando uma substância nova, que também atua num mecanismo diferente dos remédios habituais. "Trata-se do LASSBio-596, desenvolvido em laboratório da UFRJ, que em testes feitos com ratos mostrou-se bem-sucedido", comenta Barreiro.

Outro projeto promissor, na área de doenças negligenciadas, é uma substância sintética, planejada para agir contra o protozoário da leishmania. Em animais, os resultados não só protegeram como fizeram regredir infestações já instaladas. "Isso nos leva a crer que ela efetivamente tem efeito curativo. Com uma vantagem adicional: como nossa abordagem é multiprotozoário, essa mesma substância também poderá ser aplicada contra outros protozoários da mesma árvore evolutiva, como o da doença de Chagas e da malária", explica Eliezer Barreiro. Testar o espectro de atividade da molécula descoberta é o próximo passo do projeto. Os pesquisadores também querem saber qual é o mecanismo de atuação da molécula, saber como ela elimina o protozoário causador da leishmaniose.

Todas essas pesquisas, no entanto, vêm esbarrando num gargalo já identificado pelos pesquisadores do INCT-Inofar. "Nossa dificuldade é fazer a transposição de escala para realizar os ensaios finais da fase pré-clínica. Como não há laboratórios de escalonamento no país, vamos assumir esse ônus. Será nossa agenda para 2011, procurar construir um laboratório de escala que cumpra todas as exigências das boas práticas necessárias, como não permitir acesso público e sem pressão do ar de fora para dentro, por exemplo", planeja Barreiro.

Segundo o coordenador do INCT-Inofar, esse será um passo importante num estado como o Rio de Janeiro, com vocação latente para o desenvolvimento de fármacos. Vocação endossada por diversos fatores enumerados por Barreiro: a densidade de pesquisadores ativos e produtivos do estado, que segundo Barreiro é a maior por Km2 no País. E além desse capital humano, outro patrimônio fluminense é a planta física do Rio de Janeiro. "Contamos com os três laboratórios das Forças Armadas, capacitados para a formulação de fármacos, que atualmente atendem às necessidades do SUS. Temos também Farmaguinhos e o Instituto Vital Brasil, parceiros no desenho da competência em fármacos no estado. Por tudo isso, nada mais natural que o primeiro laboratório de escalonamento no País seja implantado no Rio de Janeiro", conclui Barreiro.

O diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, é um dos grandes entusiastas do programa INCT: “A FAPERJ foi uma das primeiras fundações estaduais a aderir ao programa, junto com o CNPq e demais parceiros. Dezenove INCTs estão sediados aqui no estado, com recursos financeiros da ordem de R$ 72 milhões, dos quais R$ 36 milhões são oriundos da FAPERJ. Esta é uma ‘descoberta’ que, de certa forma, já esperávamos. Não exatamente essa, mas sabíamos que estávamos investindo em 19 grupos altamente competentes e que, muito cedo, os resultados começariam a surgir. Uma das grandes características desse programa é, justamente, o de fazer com que ocorra transferência do conhecimento adquirido para a melhoria da nossa população.” E complementa: “Com a utilização desse novo método para a obtenção da atorvastatina, a economia que será gerada é incalculável, haja vista que esse é um medicamento de grande consumo, tanto em nosso País quanto no mundo. Quero parabenizar toda a equipe do INCT-Inofar por essa grande conquista, que vai beneficiar milhões de usuários."

Fundação contempla 105 novos projetos em três editais

Mais 105 novos projetos receberão recursos da FAPERJ. Eles foram contemplados em três editais, cujos resultados estão sendo divulgados nesta quinta, 16 de dezembro, pela Fundação: Apoio à Melhoria do Ensino Público, com 55 propostas aprovadas;Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitários, com 23; e Apoio ao Estudo da Biodiversidade no Estado (Biota-RJ), com 27. Os três programas contam com recursos da ordem de R$ 10,5 milhões.

No edital de Apoio à Melhoria do Ensino, dos 55 projetos contemplados, 15 tiveram origem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Das 14 instituições beneficiadas, a segunda colocação ficou com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com 12 propostas aprovadas, seguida pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com oito. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), tiveram, cada, três projetos aprovados, enquanto a Fundação de Apoio à Escola Técnica do Rio de Janeiro (Faetec) teve dois. A Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), a Universidade do Grande Rio (Unigranrio), o Centro Universitário Plínio Leite (Unipli), o Espaço Ciência Viva (ECV), a Universidade Estácio de Sá (Unesa), o Instituto Federal Fluminense (IFF) aprovaram, cada, um projeto.

Com recursos de R$ 1,5 milhão, dos quais 30% serão aplicados em escolas fora da região metropolitana do estado, o programa se destina a projetos que permitam o aprimoramento da infraestrutura das escolas públicas e a atualização ou capacitação de professores e desenvolvam temas relevantes ao processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para estabelecer níveis de excelência do ensino nas escolas da rede pública. Para tanto, o edital custeará despesas de capital, como aquisição de materiais permanentes e equipamentos, e acervo bibliográfico; e despesas de custeio, como aquisição de componentes ou peças de reposição; material de consumo; pequenas obras de infraestrutura e instalações (até o limite de 30% do montante solicitado); serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas), desde que eventuais (até o limite de 20% do montante solicitado); diárias e passagens (até o limite de 10% do montante solicitado); e despesas acessórias de importação (até o limite máximo de 18% do valor do bem importado).

No caso do edital de Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitários, das 23 propostas aprovadas, de quatro instituições do estado, 10 foram da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), seguida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com nove; e a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) tiveram, cada, duas propostas selecionadas.

Voltado a financiar a aquisição e manutenção de equipamentos, bem como obras de infraestrutura que se mostrem importantes para a execução de pesquisas clínicas visando ao diagnóstico, prognóstico e tratamento de enfermidades, o edital conta com recursos de R$ 5 milhões. Os recursos serão pagos em duas parcelas, e os projetos submetidos foram classificados em duas faixas, de acordo com o montante solicitado: A – entre R$ 250.001 e R$ 500 mil; e B – valor inferior ou igual a R$ 250 mil. A verba solicitada custeará despesas de capital, como material permanente e equipamentos, e obras e instalações de grande porte; despesas de custeio, como pequenos reparos e adaptações de bens imóveis (até 30% do montante solicitado em despesas de custeio); manutenção corretiva e preventiva de equipamentos; material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas acessórias de importação (até 18% do bem importado).

Para financiar pesquisas interdisciplinares que ampliem o conhecimento sobre a biodiversidade fluminense, sua conservação e uso sustentado, o programa inédito de Apoio ao Estudo da Biodiversidade no Estado (Biota) conta com R$ 4 milhões, que serão distribuídos pelos 27 projetos aprovados. Das 10 instituições beneficiadas, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) teve nove propostas contempladas, enquanto a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tiveram, cada, quatro projetos beneficiados, seguidas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com três; a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) tiveram, ambas, duas propostas selecionadas; enquanto o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro (IPJBRJ) aprovaram, cada, um projeto.

Entre os objetivos do programa estão o levantamento, mapeamento, caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da fauna, flora e microbiota fluminenses, para aperfeiçoar os estudos de impacto e planejamento das ações ambientais, subsidiando políticas públicas para a melhoria da qualidade do ambiente e vida da população do estado; estudos de investigação do potencial biotecnológico e etnobiológico de produtos adquiridos de forma sustentável, a partir do conhecimento dos recursos da biodiversidade fluminense; o mapeamento dos diferentes níveis de diversidade, assim como o mapeamento sistemático de alterações das paisagens e o seu monitoramento, envolvendo estudos para estabelecer patamares de referência (baseline); conhecimento sobre a distribuição e o status de conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção, com diagnósticos e recomendações quanto a sua conservação in situ e ex situ; e iniciativas que visem, futuramente, à estruturação e consolidação de uma rede de estudos acerca da biodiversidade fluminense.

Com propostas enquadradas em uma de três faixas, de acordo com o montante solicitado – Faixa A: entre R$ 300.001 e R$ 500 mil; Faixa B: entre R$ 150.001 e R$ 300 mil; Faixa C: até R$ 150 mil –, os recursos do edital poderão financiar despesas de capital, como aquisição de materiais permanentes e equipamentos, incluindo componentes e/ou peças de reposição de equipamentos, obras e instalações de grande porte; e despesas de custeio, como serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual para manutenção de equipamentos e material permanente e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis (até o máximo de 30% do montante solicitado em despesas de custeio); diárias e passagens, até o limite de 10% do montante solicitado em despesas de custeio (desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa); não serão permitidas diárias e passagens para participação em reuniões científicas; material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas de importação (até o limite máximo de 18% do valor do bem importado).

O diretor científico da Fundação comenta sobre os três editais: “Esta é a quarta edição do programa Apoio à melhoria do ensino às escolas públicas, lançado em todos os anos deste quadriênio. Trata-se de um compromisso da FAPERJ e da Secretaria de Ciência e Tecnologia apoiar iniciativas que elevem substancialmente a qualidade da educação dispensada em nossas escolas. No tocante ao edital Apoio à pesquisa clínica em hospitais universitários, esta é a segunda edição (a primeira foi lançada em 2008). Precisamos dotar nossos hospitais universitários, reconhecidamente de excelência, da infraestrutura necessária para a prática da pesquisa clínica. Dessa forma, também a assistência e o ensino serão privilegiados. E, como um programa inédito, o Biota – RJ era uma necessidade para o nosso estado, haja vista a grande biodiversidade de que dispomos, com a maior parte do que resta da Mata Atlântica.” Analisando os resultados hoje divulgados, Jerson comentou: “Em todos os casos, o comitê de julgamento teve grande dificuldade na seleção das propostas a serem contempladas. A demanda qualilficada, como sempre tem ocorrido, foi muito elevada, muito superior ao montante disponibilizado. Assim, muitas boas propostas não puderam ser aprovadas.”

Confira a listagem completa dos aprovados nos editais:



Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitário - 2010

Veterinary Radiology & Ultrasound


Cover image for Vol. 51 Issue 6



Edited by: Donald E. Thrall, North Carolina State University
Impact Factor: 1.055
ISI Journal Citation Reports © Ranking: 2009: 52/141 (Veterinary Sciences)
Online ISSN: 1740-8261
  1. 2010 - Volume 51 Veterinary Radiology & Ultrasound
  2. 2009 - Volume 50 Veterinary Radiology & Ultrasound
  3. 2008 - Volume 49 Veterinary Radiology & Ultrasound
  4. 2007 - Volume 48 Veterinary Radiology & Ultrasound
  5. 2006 - Volume 47 Veterinary Radiology & Ultrasound
  6. 2005 - Volume 46 Veterinary Radiology & Ultrasound
  7. 2004 - Volume 45 Veterinary Radiology & Ultrasound
  8. 2003 - Volume 44 Veterinary Radiology & Ultrasound
  9. 2002 - Volume 43 Veterinary Radiology & Ultrasound
  10. 2001 - Volume 42 Veterinary Radiology & Ultrasound
  11. 2000 - Volume 41 Veterinary Radiology & Ultrasound
  12. 1999 - Volume 40 Veterinary Radiology & Ultrasound
  13. 1998 - Volume 39 Veterinary Radiology & Ultrasound
  14. 1997 - Volume 38 Veterinary Radiology & Ultrasound
  15. 1996 - Volume 37 Veterinary Radiology & Ultrasound
  16. 1995 - Volume 36 Veterinary Radiology & Ultrasound
  17. 1994 - Volume 35 Veterinary Radiology & Ultrasound
  18. 1993 - Volume 34 Veterinary Radiology & Ultrasound
  19. 1992 - Volume 33 Veterinary Radiology & Ultrasound
  20. 1991 - Volume 32 Veterinary Radiology
  21. 1990 - Volume 31 Veterinary Radiology
  22. 1989 - Volume 30 Veterinary Radiology
  23. 1988 - Volume 29 Veterinary Radiology
  24. 1987 - Volume 28 Veterinary Radiology
  25. 1986 - Volume 27 Veterinary Radiology
  26. 1985 - Volume 26 Veterinary Radiology
  27. 1984 - Volume 25 Veterinary Radiology
  28. 1983 - Volume 24 Veterinary Radiology
  29. 1982 - Volume 23 Veterinary Radiology
  30. 1981 - Volume 22 Veterinary Radiology
  31. 1980 - Volume 21 Veterinary Radiology
  32. 1979 - Volume 20 Veterinary Radiology
  33. 1978 - Volume 19 Veterinary Radiology
  34. 1977 - Volume 18 Veterinary Radiology
  35. 1976 - Volume 17 Veterinary Radiology
  36. 1975 - Volume 16 Veterinary Radiology
  37. 1974 - Volume 15 Veterinary Radiology
  38. 1973 - Volume 14 Veterinary Radiology
  39. 1972 - Volume 13 Veterinary Radiology
  40. 1971 - Volume 12 Veterinary Radiology
  41. 1970 - Volume 11 Veterinary Radiology
  42. 1969 - Volume 10 Veterinary Radiology
  43. 1968 - Volume 9 Veterinary Radiology
  44. 1967 - Volume 8 Veterinary Radiology
  45. 1966 - Volume 7 Veterinary Radiology
  46. 1965 - Volume 6 Veterinary Radiology
  47. 1964 - Volume 5 Veterinary Radiology
  48. 1963 - Volume 4 Veterinary Radiology
  49. 1962 - Volume 3 Veterinary Radiology
  50. 1961 - Volume 2 Veterinary Radiology
  51. 1960 - Volume 1 Veterinary Radiology