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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Implante auditivo tem tamanho de um grão de arroz

O aparelho totalmente miniaturizado inclui um microfone e um acelerômetro, para detectar vibrações e convertê-las em sinais eletrônicos. Esses sinais são enviados aos eletrodos na cóclea, e daí para o cérebro.

Implante auditivo interno

Implantes cocleares já restauraram a audição de centenas de milhares de pessoas.

Apesar dos benefícios, eles exigem o uso de um microfone e de um equipamento eletrônico no lado de fora da cabeça, levantando questões de confiabilidade e impedindo que seus portadores pratiquem esportes como a natação.

Agora, engenheiros das universidades de Utah e Ohio (EUA) desenvolveram um protótipo de implante auditivo que pode ser colocado no ouvido médio.

Isso significa "embutir" toda a aparelhagem, tornando virtualmente impossível detectar se uma pessoa possui o implante ou não, eliminando também eventuais estigmas sociais.

Grão de arroz

No estágio atual, o protótipo mede 2,5 milímetros por 6,2 milímetros e pesa 25 miligramas.

Os pesquisadores afirmam ter com meta reduzir o pacote para um cubo de 2 por 2 milímetros até a aprovação de seu uso pelas autoridades de saúde.

O estudo mostrou que o som é transmitido de forma mais eficiente para o microfone implantado internamente se os cirurgiões primeiro removerem a bigorna - um dos três pequenos ossos do ouvido médio.

Recarga noturna

O protótipo já foi testado em corpos humanos, mas o início dos testes em pacientes deverá demorar cerca de três anos.

Nesse período, Darrin Young e seus colegas vão se concentrar na miniaturização adicional do aparelho e na melhoria da captação dos sons agudos mais baixos.

O implante ainda terá uma conexão com o mundo externo: os pacientes precisarão usar um carregador atrás da orelha durante a noite, para recarregar a bateria implantada.

Young disse que cada carga da bateria deverá durar vários dias.
Biomarcadores na saliva evitam estresse oxidativo em atletas 

Com informações da Faperj

Atividade física profissional

Que a prática regular de exercícios físicos faz bem a saúde, todo mundo sabe.

Mas, em excesso, eles aumentam muito a concentração de radicais livres no organismo, podendo causar um estresse oxidativo.

O estresse oxidativo, por sua vez, gera danos às estruturas celulares, com consequente alteração funcional de diversos tecidos e órgãos.

E este é um problema potencial presente no dia-a-dia dos atletas, para os quais a atividade física é também a profissão.

Biomarcadores na saliva

Para tentar detectar esse risco, dosando o treinamento, a professora Verônica Salerno Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está identificando biomarcadores de estresse oxidativo presentes na saliva.

O objetivo de longo prazo é criar um kit para detectar, em tempo real, se as condições de treinamento do atleta estão adequadas.

"Uma das consequências do estresse oxidativo é o comprometimento da capacidade muscular, o que aumenta o risco de lesões. Por isso, um método preciso, rápido e, ainda por cima, não invasivo, pode ser útil para garantir uma combinação ótima entre estímulo e repouso e evitar o que chamamos de overtraining, em português, treinamento exagerado", explica Verônica.

Saliva e sangue

Segunda a pesquisadora, amostras de sangue e de saliva de cerca de 50 atletas de diferentes modalidades, como vôlei de praia e futebol, foram avaliadas durante uma pré-temporada de campeonato e durante o calendário de jogos.

Foi feita uma comparação entre as substâncias que respondem aos efeitos dos exercícios físicos - como a proteína carbonilada - na saliva e no sangue.

"Os componentes que apresentaram a mesma resposta do exame sanguíneo são os nossos potenciais biomarcadores salivares para estresse oxidativo," revela Verônica.

A pesquisadora explica que a partir desses resultados, a próxima fase é criar compostos reagentes para esses biomarcadores.

Kit para atletas

Em um primeiro momento, a equipe pensa em desenvolver um kit parecido com os testes de gravidez vendidos em farmácia: um reagente dentro de um tubo que possa apresentar uma escala de cor após entrar em contato com uma escovinha impregnada com a saliva do atleta.

"Dependendo da tonalidade da reação, o treinador saberá se aquele atleta está respondendo de forma sadia ao esforço ou se ele está começando a entrar em overtraining," exemplifica.

"Não descartamos a possibilidade de, em parceria com uma empresa de eletrônica, aplicarmos os conhecimentos na fabricação de um aparelho para fazer essas análises, tal como os usados para medir a quantidade de açúcar no sangue," disse Verônica.
Médicos não orientam mulheres sobre riscos de ansiolíticos 

Karina Toledo - Agência Fapesp


Pacientes compram medicamento com receita, mas apesar do acompanhamento profissional não recebem orientação sobre os riscos do uso prolongado da droga, o que inclui a dependência.

Sem orientação

A maioria das mulheres que fazem uso indevido de ansiolíticos - também conhecidos como antidepressivos ou psicoativos - compra os medicamentos com receita médica.

Contudo, apesar de serem acompanhadas por um profissional de saúde, não recebem orientação adequada sobre os riscos do uso prolongado desse tipo de droga.

As conclusões estão em um artigo publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Risco de dependência

O estudo qualitativo, coordenado por Ana Regina Noto, entrevistou 33 mulheres entre 18 e 60 anos com o objetivo de compreender os padrões de uso indevido de benzodiazepínicos.

Essa classe de medicamentos - da qual fazem parte o Rivotril, o Dormonid e o Alprazolam - é indicada principalmente para tratar quadros de ansiedade e insônia.

Seu uso por mais de quatro semanas, contudo, não é recomendado pelo risco de desenvolvimento de dependência.

No estudo da Unifesp, foram definidos como uso indevido os casos de pacientes que compraram o medicamento sem prescrição médica ou que consumiram a droga em quantidades ou prazos superiores ao recomendado.

"Levantamentos epidemiológicos têm indicado com frequência o uso abusivo de benzodiazepínicos e decidimos investigar esse fenômeno com mais profundidade. Optamos pelas mulheres porque é a população que esses estudos apontam como a de maior consumo", contou Ana Regina.

Desorientação

Das 33 mulheres entrevistadas, 24 disseram receber acompanhamento médico e 30 afirmaram comprar o medicamento com receita apropriada.

No entanto, apenas cinco entrevistadas souberam mencionar as principais orientações que devem ser dadas sobre o consumo de benzodiazepínicos: não usar em associação com o álcool, não dirigir sob o efeito da droga e o risco de dependência associado ao uso prolongado.

"Os benzodiazepínicos são drogas depressoras do sistema nervoso central e, se consumidas com álcool, esse efeito é potencializado. Isso diminui a coordenação motora e aumenta as chances de a paciente se envolver em vários tipos de acidente. É uma importante causa de queda entre os idosos", afirmou a pesquisadora.

A maioria das entrevistadas afirmou usar a droga por períodos superiores ao recomendado. O tempo mencionado variou entre 50 dias e 37 anos, sendo que a mediana foi de sete anos. Apesar disso, apenas 16 mulheres reconheceram ser dependentes e a maioria afirmou que prefere assumir os riscos do uso crônico para manter os benefícios proporcionados pela droga.

"Alguns estudos sugerem que o uso de benzodiazepínicos ao longo de muitos anos pode trazer prejuízos cognitivos, afetando principalmente a memória. Mas a dependência em si já é um grande problema, pois faz com que a paciente perca sua autonomia e a capacidade de controlar seu próprio comportamento", disse Ana Regina.

Desespero e angústia

No artigo, algumas pacientes relatam sentir desespero e angústia ao perceber que os comprimidos estão acabando e ao pensar que teriam de ficar sem o medicamento. Dizem ainda sentir irritação e dificuldade para dormir quando estão sem a droga.

Segundo Ana Regina, a maioria das pesquisas científicas tem como tema o consumo de drogas ilegais, como crack, cocaína e maconha, mas também é preciso dar atenção ao uso de psicotrópicos vendidos na forma de medicamentos.

"O uso abusivo desse tipo de droga não é tão valorizado na sociedade, mas acontece. Os dependentes existem e não são identificados. Há subnotificação", afirmou.

O relato das pacientes indica também que uma parcela dos médicos tem consciência do uso abusivo e facilita o acesso ao medicamento. "Nós tínhamos uma hipótese de que essas mulheres adquiriam os medicamentos de forma clandestina, mas não foi o observado. A maioria passa por um médico e consegue a receita", disse a pesquisadora.

As pacientes, completou, desenvolvem estratégias ao longo do tempo para garantir o acesso à droga. "Vão mudando de médico ou já procuram um profissional que elas sabem que vai prescrever o medicamento. Elas vão aprendendo a fazer a queixa. Já sabem que com um determinado discurso vão conseguir a receita."

Terapias Alternativas

Quando questionados sobre por que continuam prescrevendo a droga nesses casos, contou a pesquisadora, os médicos afirmam não existir alternativas na rede pública de saúde para lidar com a Ansiedade e a insônia de suas pacientes.

"Seria preciso proporcionar acesso a atividades como ioga, meditação e outras técnicas de relaxamento. Além disso, é necessário conscientizar os médicos para que possam orientar adequadamente as pacientes," conclui.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lactoferrina: o "canivete suíço" do sistema imunológico 

Lactoferrina

A lactoferrina é uma proteína importante na absorção do ferro pelo organismo, com inúmeros benefícios à saúde.

A forma principal dessa proteína, também conhecida como lactotransferrina, é secretada juntamente com os fluidos biológicos humanos, como leite, sangue, lágrimas e saliva.

A maior concentração da proteína está no colostro, o primeiro leite produzido pela mãe. A seguir vem o leite humano normal e, a seguir, o leite de vaca.

A lactoferrina é responsável pela maioria das propriedades de defesa do organismo.

Canivete suíço da imunidade

Com tantos benefícios, os cientistas estão começando a usar a lactoferrina como um composto terapêutico, um medicamento para tratamento de várias condições.

E, em contraste com muitas outras proteínas terapêuticas, que necessitam ser injetadas nos pacientes, a lactoferrina permanece ativa mesmo sendo tomada via oral.

Isso está abrindo a perspectiva de sua utilização nos chamados alimentos funcionais, ou nos nutracêuticos.

"Alguns pesquisadores descrevem essa proteína como o 'canivete suíço' do sistema imunológico humano. Em parte, ela faz tudo isso absorvendo o ferro, mas muitas outras propriedades da proteína contribuem para suas funções," diz o Dr. Hans Vogel, professor da Universidade de Calgary.

O composto tem-se tornado tão importante, e chamado tanto a atenção da classe médica, que a revista científica Biochemistry and Cell Biology dedicou um exemplar inteiro aos últimos estudos feitos com a proteína.

São nada menos do que 27 artigos e trabalhos de revisão, feitos por uma equipe selecionada de pesquisadores internacionais, líderes na área.

Benefícios da lactoferrina

Entre os benefícios documentados e descritos pelos pesquisadores estão o papel da lactoferrina na cicatrização de ferimentos da pele, os impactos da lactoferrina no crescimento do intestino delgado e no desenvolvimento nas primeiras fases da vida e o uso da lactoferrina bovina na inibição da gripe e na prevenção de partos prematuros.

Uma contribuição que merece destaque foi publicada pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Li Ning, de Pequim.

Eles mostraram que o consumo de leite enriquecido com a proteína lactoferrina modula a composição da microflora intestinal, um elemento essencial à saúde.

Isso demonstra a possibilidade de incorporação da lactoferrina em alimentos probióticos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Camarões ajudam a explicar nascimento de neurônios

Com informações da Faperj

O camarão é o ingrediente principal de uma pesquisa que está tentando entender como se dá a formação de novos neurônios no homem. [Imagem: Faperj]

Modelo de cérebro

O camarão é o ingrediente principal de uma pesquisa que está tentando entender como se dá a formação de novos neurônios no homem.

O camarão é um bom modelo porque, em organismos mais simples, como o dos crustáceos, é possível isolar um nicho da diferenciação celular, ou seja, o local onde uma célula-tronco se transforma em célula nervosa.

Isso possibilita analisar separadamente todas as etapas do processo.

Ativação do sistema nervoso

O estudo está sendo realizado no Laboratório de Neurobiologia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a coordenação da professora Silvana Allodi.

Silvana explica que, pela investigação deste modelo experimental, pode-se estimar como o fenômeno ocorre em animais mais desenvolvidos, incluindo o homem.

"Esta pode ser uma etapa para, no futuro, conseguirmos propor mecanismos ou substâncias que estimulem a criação de novas células do sistema nervoso, o que seria um avanço para as terapias de doenças ou acidentes cerebrais, como derrame, nos quais há significativa perda de massa neural," aposta a pesquisadora.

Nicho de células-tronco

Diferentemente de outros animais, os crustáceos continuam crescendo após atingir a fase adulta, ficando claro que possuem algum mecanismo para adicionar novas células nervosas ao organismo.

Em 2007, descobriu-se a formação de novos neurônios em camarões adultos, a partir de um nicho de células-tronco que são identificadas por marcadores de células da glia - células não-neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios.

"Como há uma associação entre a neurogênese (formação de novos neurônios) e as células sanguíneas, foi levantada a possibilidade de estas serem as verdadeiras células-tronco. Neste projeto, buscamos verificar a hipótese dessa associação, além de estudar a ultraestrutura do nicho de células-tronco gliais," explica Silvana.

"Observamos que a neurogênese está mesmo correlacionada com o sistema circulatório e a cavidade central do sistema nervoso, que equivale ao sistema ventricular dos vertebrados, que são estruturas que contêm o líquor - líquido que atua no suprimento de nutrientes e remoção de resíduos metabólicos do tecido nervoso", revela a pesquisadora, que teve um artigo com esses resultados aceito para publicação pela revista internacional PLoS ONE.
Mamografia fotoacústica substitui raios X por laser e ultrassom

Este é o primeiro mamoscópio fotoacústico, que substitui os perigosos raios X por raios laser e um aparelho de ultrassom. Ele está em testes na Holanda.

Riscos da mamografia

A mamografia é um instrumento valioso na luta contra o câncer de mama, embora venha sofrendo ataques recentes em razão de um alegado uso excessivo do exame.

Além de não ter a precisão que se gostaria, dando muitos falsos positivos e falsos negativos, a mamografia usa raios X.

As baixas doses de radiação que mulher recebe durante o exame são consideradas seguras - mas os médicos são unânimes em considerar que seria melhor não receber radiação nenhuma.

Por exemplo, já se demonstrou que a radiação do exame preventivo pode ser suficiente para aumentar risco do câncer de mama em mulheres sob alto risco.

É por isso que inúmeras equipes ao redor do mundo estão trabalhando em um exame de mamografia que elimine a necessidade dos raios X.

Distinguindo benigno de maligno

A novidade mais recente vem da Universidade de Twente, na Holanda.

A equipe da Dra. Michelle Heijblom terminou a primeira fase de testes de um novo equipamento de imageamento médico que usa uma mistura de luz e som para substituir a perigosa radiação ionizante dos raios X.

Os testes iniciais da técnica fotoacústica, feitos com 12 pacientes, mostraram que o aparelho consegue identificar com perfeição os tecidos malignos, graças a imagens de elevada contraste, superiores às obtidas com os aparelhos atuais.

Isso poderá permitir que o exame separe inclusive o que são tumores malignos daqueles que são tumores benignos, evitando o estresse causado pelos falsos positivos da mamografia.

"Ainda estamos nos estágios iniciais do desenvolvimento desta nova tecnologia, mas ela é muito promissora," disse a médica. "Nossa esperança é que esses primeiros resultados nos levem a um método seguro, preciso e confortável para detectar tumores de mama."

Mamografia fotoacústica

A mamografia fotoacústica é resultado de uma tecnologia híbrida, fruto da junção da mamografia óptica com o ultrassom.

A mamografia óptica usa luz vermelha e infravermelha, detectando tumores porque a hemoglobina do sangue absorve bem os comprimentos de onda mais avermelhados do espectro, o que revela um contraste claro entre as áreas mais densamente irrigadas, características dos tumores, e o tecido normal.

Contudo, é difícil focar uma área específica do corpo usando essa técnica.

Por isso, os cientistas estão combinando-a com ultrassom, que pode ser dirigido com precisão, para distinguir entre tumores malignos e tumores benignos.

Ao contrário da agressiva e desconfortável manipulação da mama, típica da mamografia atual, o novo exame é feito com a paciente deitada confortavelmente sobre uma cama.

Mamografia a laser

Para o exame, a luz de um laser de luz vermelha é projetado e movido de forma a fazer uma varredura completa da mama.

A temperatura do tecido sobe levemente conforme o corpo absorve a luz do laser.

Com a elevação da temperatura, a expansão térmica cria uma onda de pressão que é detectada por um aparelho de ultrasom colocado do lado da mama.

Os sinais resultantes são então processados por um programa de computador, que os transforma em imagens.

Estas imagens revelam áreas anormais em alta intensidade (tecidos tumorais) em contraposição com áreas de baixa intensidade (tecido benigno).

Cientistas suecos também estão trabalhando em uma alternativa aos raios X, mas usando micro-ondas: Micro-ondas substituem raios X na mamografia
Óleo de abacate: o "óleo de oliva das Américas"?

O óleo de abacate exerce seu efeito protetor contra os radicais livres diretamente nas mitocôndrias, algo não obtido com antioxidantes de nenhum outro vegetal até agora.

Radicais livres nas mitocôndrias

Uma série de fatores ambientais - como poluição, fumaça de cigarro e radiação - podem transformar as moléculas de oxigênio encontrados nas mitocôndrias, as fontes de energia das células, em radicais livres.

Essas moléculas instáveis destroem moléculas importantes para a formação das células, tais como lipídeos, proteínas e até mesmo o DNA, transformando-as também em radicais livres.

Este fenômeno destrutivo está associado com o envelhecimento, mas ocorre também em uma variedade de doenças, incluindo a hipertensão e o diabetes.

Em busca dos antioxidantes

Isso tem motivado cientistas em todo o mundo a procurar substâncias que reforcem a resistência das células aos efeitos nocivos dos radicais livres.

Muitos estudos de antioxidantes - moléculas que combatem os radicais livres - presentes em frutas e legumes, como cenouras e tomates, têm sido concluídos com resultados pouco encorajadores.

"O problema é que os antioxidantes nessas substâncias não conseguem entrar nas mitocôndrias. Com isso, os radicais livres danificam as mitocôndrias, fazendo a produção de energia da célula parar, e ela entra em colapso e morre," explica Christian Cortés-Rojo, da Universidade de Michoacán (México).

Mas o próprio Cortés-Rojo tem as primeiras boas notícias na área.

Seus estudos revelaram que o óleo de abacate tem efeitos protetores contra os radicais livres nas mitocôndrias.

Os resultados reforçam conclusões de outro estudo realizado recentemente no Brasil:
Óleo de abacate substitui óleo de oliva e controla gordura no sangue

Óleo de abacate

Segundo o pesquisador, o óleo de abacate permitiu que células de levedura sobrevivessem à exposição a altas concentrações de ferro, que produz uma enorme quantidade de radicais livres, "mesmo em níveis mais elevados do que os encontrados em algumas doenças humanas."

"Esses resultados podem ser atribuídos ao fato de que o óleo de abacate acelera a respiração da mitocôndria, o que indica que o uso de nutrientes para a produção de energia para as funções celulares continua a ser eficaz, mesmo em células atacadas pelos radicais livres," explica o pesquisador.

"Em alguns países do Mediterrâneo, a pequena ocorrência dessas doenças, ou mesmo a inexistência delas, têm sido associadas com o alto consumo de óleo de oliva," explica ele.
Cientista destaca ingredientes sagrados da alimentação mediterrânea

"O azeite tem uma composição de gordura similar à encontrada no óleo de abacate. Portanto, o óleo de abacate poderia eventualmente ser chamado de azeite de oliva das Américas," concluiu.
Horário das refeições é tão importante quanto o que você come

Os dois animais comeram a mesma quantidade da mesma comida. O da esquerda comia a qualquer hora, e o da direita, comia em horários definidos e limitados. [Imagem: Hatori et al./Cell Metabolism]

Comer em horários demarcados

Quando se trata de engordar, quando você come pode ser pelo menos tão importante quanto o que você come.

Um estudo com animais de laboratório mostrou que aqueles cuja alimentação ficou circunscrita a um período de oito horas por dia comem tanto quanto aqueles que podem comer o tempo todo.

A diferença é que, no primeiro caso, os animais mostraram-se protegidos contra a obesidade e outros males metabólicos.

Todos os grupos de animais foram submetidos a uma dieta rica em gordura.

Ciclos metabólicos

A descoberta sugere que as consequências de uma dieta ruim para a saúde podem resultar em parte de uma incompatibilidade entre os relógios do nosso corpo e nossos horários alimentares.

"Cada órgão tem um relógio," disse o principal autor do estudo, Satchidananda Panda, do Instituto Salk para Estudos Biológicos (EUA).

Isso significa que há momentos em que nossos fígados, intestinos, músculos e outros órgãos vão trabalhar com a máxima eficiência, e outros momentos nos quais eles estão, por assim dizer, mais ou menos dormindo.

Esses ciclos metabólicos são críticos para os processos de quebra do colesterol para a produção de glicose. E eles devem ser preparados para ligar quando nós comemos e desligar quando não comemos, ou vice-versa.

Quando se come frequentemente durante todo o dia e a noite, esses ciclos metabólicos normais podem entrar em descompasso.

"Quando comemos aleatoriamente, os genes não estão completamente ligados ou desligados," disse Panda.

Controlar o horário das refeições

O princípio é o mesmo de dormir e ficar acordado. Se não dormimos bem à noite, não ficamos completamente acordados durante o dia, e, por consequência, trabalhamos de forma menos eficiente.

"O foco tem sido o que as pessoas comem," disse Panda. "Nós não recolhemos dados sobre quando as pessoas comem."

As descobertas sugerem controlar o horário das refeições pode ser uma mudança de estilo de vida capaz de ajudar as pessoas a controlarem o próprio peso.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Diabetes entre homens tem tendência de alta

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

O percentual de homens com 18 anos ou mais diagnosticados com diabetes subiu de 4,4% em 2006 para 5,2% no ano passado, indica estudo apresentado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira.

Esse histórico, aliado a outras pesquisas já feitas, levou o ministério a dizer que existe uma tendência de alta da doença entre os homens, explicada pela pasta como a união entre o crescimento do diagnóstico e de fatores de risco, como obesidade e envelhecimento da população.

Já entre a população como um todo (5,6%) e as mulheres (6%), a tendência é de estabilidade, segundo Deborah Malta, coordenadora de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis do ministério.

Os dados foram retirados do Vigitel 2011, inquérito telefônico feito com 54.144 adultos com 18 anos ou mais, nas 27 capitais. A pesquisa, anual, questiona sobre hábitos de vida e fatores de risco.

A presença do diabetes aumenta com o avanço da idade. Enquanto apenas 0,6% dos jovens de 18 a 24 anos informaram ter tido diagnóstico da doença, esse percentual sobe para 21,6% entre os adultos com 65 anos ou mais.

Também está relacionada à escolaridade, porque tende a cair entre pessoas mais instruídas. "A educação tem peso importante nas ações de saúde. O índice é duas vezes maior se comparadas as pessoas com menos de oito anos de escolaridade e as com 12 anos ou mais de estudos", afirmou o ministro da saúde Alexandre Padilha.

Essa relação com o estudo, segundo Malta, deve estar ligada à presença de hábitos de vida mais saudáveis na população mais escolarizada.

O programa de popularização de academias de ginástica, entre outras medidas adotadas recentemente pelo governo, foi citado como armas para reverter a tendência de alta do diabetes.

INTERNAÇÕES

O custo das internações por diabetes na rede pública chegou a R$ 87,9 milhões, informou o ministério. Em 2008, estava na faixa dos R$ 65 milhões. Uma única internação custa, em média, R$ 603 e dura seis dias.

Segundo o ministro Padilha, é possível notar uma redução no número das internações em 2011, se comparado ao ano anterior: de 148, 4 mil para 145,8 mil --segundo dado ainda preliminar de 2011.

Ele avalia que essa variação está relacionada à oferta gratuita de medicamentos contra o diabetes, iniciada no ano passado.

Malta diz que é preciso avaliar os dados dos próximos anos para verificar se essa é uma tendência que se mantém. "Precisamos de mais tempo para avaliar. Mas, ao mesmo tempo que teve um aumento do diagnóstico de homens, teve um recuo nas internações, é um movimento contrário. A gente esperaria até um aumento."

Em 2010, 54,5 mil pessoas morreram pelo diabetes. A meta do governo, para os próximos dez anos, é reduzir em 2% ao ano a mortalidade por doenças crônicas não-transmissíveis, onde está inserido o diabetes.
Descoberto lado mau do "bom colesterol"

Só há cerca de um ano os cientistas descobriram a a estrutura do HDL.

Passo a passo da ciência

Você certamente já sabia que o colesterol ruim não é tão ruim quanto se pensava.

Afinal, não é para haver em nosso organismo alguma coisa que seja intrinsecamente ruim - a menos que seja um invasor, o que não é o caso.

O que ocorre é que a ciência apenas aos poucos vai descobrindo os intrincados meandros de cada uma das substâncias presentes em nosso corpo.

Era então natural esperar que logo se descobrisse o outro lado da moeda: se o colesterol LDL não pode ser taxado de sempre ruim, tampouco o colesterol HDL, o chamado colesterol bom, será sempre bom.

E foi isto o que aconteceu, conforme relatado em um artigo publicado com destaque na última edição do Jornal da Associação Norte-Americana do Coração.

O lado mau do bom colesterol

Cientistas acabam de descobrir que uma subclasse do colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), o chamado "colesterol bom", não apenas não protege contra as doenças cardiovasculares, como na verdade pode ser prejudicial, aumentando o risco dessas doenças.

A "culpada" da vez, que levará a má-fama até que se descubram todas as suas funções, é uma pequena proteína chamada apolipoproteína C-III (Apoc-III), algumas vezes, mas nem sempre, encontrada na superfície do colesterol HDL.

A presença da proteína no HDL aumenta o risco de doenças cardíacas, enquanto o colesterol HDL sem esta proteína tem um efeito protetor, sobretudo do coração.

"Esta descoberta, se confirmada em novos estudos já em andamento, poderá levar a uma melhor avaliação do risco de doenças cardíacas, e a tratamentos mais precisos, para aumentar o HDL protetor, ou para diminuir o HDL desfavorável com ApoC-III," afirmou o Dr. Frank Sacks, professor de doenças cardiovasculares da Escola Harvard de Saúde Pública, principal autor do estudo.

Subtipo mau do "colesterol bom"

Um alto nível de colesterol HDL é um forte indicador de uma baixa incidência de doenças cardíacas coronarianas.

Contudo, testes clínicos de fármacos que aumentam o colesterol HDL não têm resultado em quedas consistentes nos riscos de doenças cardiovasculares.
Colesterol bom: não é só a quantidade que importa

Foi isto que levantou a hipótese de que o colesterol HDL poderia conter componentes tanto de proteção, quanto danosos - uma hipótese que agora se comprovou correta.

A Apoc-III, uma proteína pró-inflamatória, fica na superfície de algumas lipoproteínas - tanto do HDL, o "ex-sempre-bom-colesterol", quanto do LDL, o "ex-sempre-mau-colesterol".

Proteína do colesterol

Os pesquisadores compararam as concentrações plasmáticas de HDL total, HDL com a proteína Apoc-III, e HDL sem ApoC-III do sangue de 32.826 mulheres e 18.225 homens, em busca de indicadores do risco de doença coronariana.
As evidências já vinham se acumulando de que mais colesterol bom nem sempre é melhor para a saúde.

Depois de ajustar os dados para idade, tabagismo, dieta e outros fatores de estilo de vida que influem no risco cardiovascular, os pesquisadores descobriram que as duas subclasses diferentes de HDL - com e sem a proteína - têm associações opostas com o risco de doenças coronarianas em homens e mulheres saudáveis.

O tipo predominante de HDL, que não tem a ApoC-III, continuou apresentando o esperado efeito protetor do coração.

Mas a pequena fração do colesterol HDL que tem a ApoC-III - cerca de 13% do total - mostrou-se paradoxalmente associada, não com um risco menor ou normal, mas com um risco mais elevado de doenças coronarianas no futuro.

Homens e mulheres com uma concentração maior do HDL com ApoC-III chegam a ter um risco 60% maior de doença coronariana.

Tipos de colesterol

Os resultados sugerem que os exames de sangue no futuro terão que distinguir entre HDL sem Apoc-III e HDL com Apoc-III, este provavelmente somando-se ao LDL para indicação do risco de doenças cardiovasculares.

Em uma clara demonstração de que o conhecimento científico sobre o colesterol está apenas começando a se aprofundar, recentemente cientistas descobriram que os dois tipos de colesterol não são exatamente unidades estanques e isoladas:
Colesterol bom pode virar colesterol ruim
Estudante canadense descobre composto antienvelhecimento

Janelle Tam, 16, criou um poderoso antioxidante lidando com nanopartículas estado-da-arte, a nanocelulose e o carbono C60.

Nanocelulose

Uma estudante canadense de 16 anos de idade descobriu um composto inovador com potenciais efeitos antienvelhecimento e preventivos contra diversas condições.

Janelle Tam identificou a substância antioxidante em uma polpa superfina de celulose.

Essa chamada nanocelulose vem sendo pesquisada por inúmeros grupos de cientistas ao redor do mundo, devido às suas potencialidades em diversas áreas.

Mas a descoberta mais significativa até agora coube a uma estudante que ainda nem entrou para a faculdade.

Antioxidante de nanocelulose

Janelle Tam participou de um concurso nacional cujo desafio era "Como você irá mudar o mundo?".

Ela foi buscar a resposta nas fibras que mantêm as plantas de pé, a celulose.

A celulose é composta de minúsculas partículas, formando a chamada nanocelulose, ou celulose nanocristalina.

A estudante foi a primeira a demonstrar que a nanocelulose tem efeitos antioxidantes, com potencial para combater os radicais livres no organismo.

Seus resultados, que precisarão ser confirmados por cientistas de carteirinha, indicam que a nanocelulose pode ser um antioxidante melhor do que as vitaminas C e E, porque ela seria mais estável, mantendo o efeito por mais tempo.

Janelle juntou a nanocelulose com outras nanopartículas, moléculas de carbono C60 conhecidas como fulerenos, que têm o formato parecido com uma bola de futebol.

Segundo ela, a combinação fulereno-nanocelulose funciona como um "nano-aspirador de pó", sugando e neutralizando os radicais livres.

Suporte

A irmã da estudante também foi premiada no evento.

O pai das duas é professor de engenharia química da Universidade de Waterloo, o que pode explicar como ela teve acesso aos equipamentos de laboratório necessários para uma caracterização tão detalhada de materiais considerados "de ponta".

Janelle recebeu um prêmio de cinco mil dólares canadenses, mas o valor de mercado de sua substância pode ser muito maior.
Para combater superbactérias, deixe-as vivas

Desarmar sem matar

Na luta contra a resistência das bactérias aos antibióticos, a próxima estratégia pode ser a de desarmar as bactérias, sem necessariamente matá-las.

Pesquisadores descobriram que as bactérias possuem uma espécie de bomba molecular, formada por um complexo de proteínas chamado TAM (Translocation and Assembly Module, ou módulo de translocação e montagem.

O complexo TAM permite que as bactérias "lancem" as moléculas causadoras de doenças, de dentro da célula bacteriana onde elas são fabricadas, até a superfície exterior - e é isso que torna as bactérias prontas para a infecção.

"A TAM foi identificada em muitas bactérias causadoras de doenças, de microrganismos que causam coqueluche e meningite, até as superbactérias de hospitais, que estão desenvolvendo resistência aos antibióticos atuais," diz o Dr. Joel Selkrig, da Universidade de Monash, na Austrália.

Evitando mutações maléficas

Segundo Selkrig, essa descoberta abre caminho para futuros estudos para sintetizar novas drogas que inibam esse processo.

"É um bom alvo porque uma droga antibacteriana projetada para inibir a função TAM provavelmente não vai matar as bactérias, mas simplesmente privá-los de suas armas moleculares, e, ao fazer isso, desativa o processo da doença," explicou ele.

"Ao permitir que as bactérias permaneçam vivas após o tratamento antibiótico, poderemos prevenir o aparecimento da resistência aos antibióticos, que está rapidamente se tornando um grande problema em todo o mundo," completou.

Máquina molecular

O complexo TAM constitui-se de duas partes de proteína, TamB e TamB, que funcionam em conjunto para formar uma máquina de escala molecular.

Ao modificar geneticamente as bactérias para que elas não tivessem a máquina molecular TAM, os pesquisadores perceberam que elas perderam seu poder infeccioso.

"Percebemos que proteínas importantes para a doença estavam ausentes na membrana externa das bactérias mutantes," disse Selkrig. "As proteínas ausentes ajudam as bactérias a aderir aos nossos corpos e realizar funções relacionadas com a doença."

O próximo passo da pesquisa é projetar um antibiótico que iniba a TAM em bactérias.
Desenvolvida primeira alternativa real aos antibióticos