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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Malária impõe toque de recolher no Peru


O dia termina cedo no pequeno povoado de Caserío San Pedro, na Amazônia peruana. Por volta das 18 horas, os cerca de 350 moradores vão para suas camas e lá permanecem até a manhã do dia seguinte. Esse, no entanto, não é um hábito que nasceu com a comunidade, há 92 anos. A regra foi instituída em 2008, quando teve início um projeto de combate à malária na região.
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Doação. Mosquiteiros são impregnados com inseticida que dura 5 anos - Marco Simola/Fundo Global
Marco Simola/Fundo Global
Doação. Mosquiteiros são impregnados com inseticida que dura 5 anos
“O objetivo é evitar o horário que o mosquito transmissor da doença sai para se alimentar”, explica Felix Gutierrez, agente comunitário de saúde e morador local. “Não foi difícil convencer a população. Ninguém aqui quer ficar doente”, diz ele, com a experiência de quem já contraiu malária três vezes e a descreve como uma dor insuportável e uma sensação de frio que parece congelar os ossos.
Mas se esconder dentro das casas rusticamente construídas com ripas de madeira e cobertas de palha não é suficiente. As camas, também feitas de madeira e palha e revestidas com tecido, têm de ser protegidas com mosquiteiros especiais, impregnados com inseticida capaz de manter os insetos longe por cinco anos.
As telas de proteção foram doadas pelo Projeto de Controle da Malária nas Áreas de Fronteira da Região Andina (Pamafro), que em cinco anos reduziu em 85% os casos de malária e em mais de 70% a mortalidade pela doença em 51 distritos peruanos, onde moram 1 milhão de pessoas. A iniciativa teve financiamento do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
A estratégia. Gutierrez tem a missão de ensinar a população de Caserío San Pedro a usar os mosquiteiros, queimar o lixo e não deixar acumular água parada, para evitar que o ambiente se torne propício para a proliferação do mosquito Anopheles. Sua mais importante tarefa, porém, é notificar o posto de saúde mais próximo - a 40 minutos de caminhada na mata e mais uma hora de barco - sempre que alguém fica doente. Mas antes ele aplica testes sanguíneos nos demais moradores para identificar possíveis contaminados e garantir tratamento imediato.
Essa estratégia é a chave para evitar a disseminação da malária, explica o imunologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Maurício Rodrigues. Isso porque, ao picar uma pessoa doente, o mosquito se contamina com o parasita causador da enfermidade - o Plasmodium - e o transmite para sua próxima vítima. “Um único doente sem tratamento pode, em uma semana, resultar em 50 novos casos”, diz Rodrigues.
Em 2007, quase metade da população de Caserío San Pedro estava acometida. “Para onde você olhava havia malária. Meus vizinhos, filhos e netos caíram de cama”, lembra Javier Valencia, de 62 anos, descendente de um dos fundadores da vila. “A doença me agarrou pela primeira vez aos 40 anos. Quase morri. Foram 15 dias de febre sem saber a causa. Não havia malária por aqui até então.” Mal tinha se recuperado, seis meses depois, Valência se tornou novamente vítima do Anopheles.
No auge da epidemia, a comunidade chegou a registrar 20 novos casos por mês. “Éramos uma zona de emergência sanitária”, conta Marcos Hoyos, “tenente-governador” do povoado. Em outubro deste ano, apenas o garoto Darwin Macahuachi, de 8 anos, ficou doente. Em toda a região de Loreto, nordeste do Peru, os casos caíram de 15 mil para 900 por ano. Nenhuma morte foi registrada desde 2008.
Mas o projeto Pamafro e o financiamento do Fundo Global terminaram em 2010. Agora, o Ministério da Saúde peruano tenta manter a iniciativa com recursos próprios. “As ações continuam, mas não com a mesma periodicidade. Poderíamos estar em melhores condições”, admite Teresa Chunga, técnica do ministério.
O caso brasileiro. No Brasil, os casos de malária também estão em queda. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número passou de 168 mil para 115 mil nos primeiros seis meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2010 - redução de 31%. As internações tiveram queda de 20%, passando de 2,5 mil para 2 mil. Mas os índices ainda são altos. Por aqui, as ações de combate à doença também contam com apoio do Fundo Global, que doou cerca de R$ 30 milhões.
O dinheiro está sendo usado na aquisição de 1,1 milhão de mosquiteiros, distribuídos nos 47 municípios da Amazônia Legal com mais casos de malária no País. Também ajudou na compra de testes de diagnóstico rápido e no trabalho de conscientização dos moradores sobre como se proteger da doença.
O financiamento, porém, termina neste ano. Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, afirma que o País não terá dificuldade para manter o trabalho.
“A estratégia brasileira se baseia na busca ativa dos casos. Os agentes de saúde vão de casa em casa e perguntam se tem algum doente”, conta Maurício Rodrigues. Mas, por medo dos efeitos colaterais do tratamento, muitos contaminados negam sua condição e acabam se tornando foco de proliferação da doença. “É um trabalho sem fim, como enxugar gelo. Mas, se deixar correr solto, haverá uma epidemia que vai afetar milhões.”

Exposição na Suíça mostra que informação demais pode provocar doenças

Uma insólita exposição no Museu da Comunicação de Berna, na Suíça, aletar para os malefícios do excesso de comunicação e propõe um tratamento para o problema.

Na entrada da mostra, aberta até 12 de julho de 2012, o visitante encontra uma sala na penumbra com 12 mil livros amontoados em estantes, simbolizando a quantidade de dados que cada habitante da Terra recebe diariamente.

"Em princípio, a comunicação é algo importante, algo prazeroso, mas atualmente há um excesso de informação", explicou a diretora do Museu da Comunicação, Jacqueline Strauss.

"É como a alimentação. Podemos comer demais, comer sempre o mesmo (...), isso faz mal, mas se temos uma alimentação equilibrada, é algo prazeroso", argumentou.

Segundo especialistas da Universidade de Berna que participaram da exposição, um ser humano consegue ler no máximo 350 páginas por dia caso se dedique exclusivamente a isso durante todo o dia.

Mas o volume de informação que atualmente cada pessoa recebe, por internet, e-mail, telefone, imprensa, rádio e televisão representa 7.355 gigas, o equivalente a bilhões de livros.

Diante desse fluxo de informação, "algumas pessoas adoecem" e podem chegar a padecer de um mal que a psicologia conhece como síndrome de "burnout", afirmou Strauss.

Por esse motivo, foi criada uma "clínica" na exposição, para que o visitante se conscientize do problema.

Em um aparelho de televisão instalado na entrada da clínica, uma voz feminina diz: "a publicidade invade nossas caixas de correio, os 'spams' obstruem nosso e-mail, a TV a cabo nos oferece 200 canais de televisão".

"Você está estressado, sobrecarregado, esgotado?", pergunta ela.

Se o visitante responder afirmativamente, é convidado a seguir para uma "sala de check-up", onde responderá a um questionário que determinará seu Índice Pessoal de Comunicação (IPC).

Com esse índice em mãos, o visitante inicia um percurso, orientado por uma dezena de "preparadores" que indicam que porta deve abrir. A verde é indicada para quem não tem problemas. A amarela, para aqueles que sofrem de alguns males causados pelo fluxo de informação e dá acesso a espaços de aconselhamento onde, por exemplo, se ensina a selecionar as mensagens recebidas por e-mail.

Para os realmente "doentes" há dois tipos de tratamento intensivo: uma porta vermelha leva a uma "sala de meditação", onde o visitante se acomoda em almofadas pretas, uma luz vermelha o obriga a fechar os olhos e uma voz feminina o convida a relaxar.

já uma sala laranja simula um passeio pela natureza, com paredes de madeira e chão de pedras. O visitante também pode ouvir o barulho de um riacho ou o canto de pássaros.

Ao final do percurso, uma máquina entrega ao visitante um medicamento, a "Comucaína", cujo prospecto resume os principais conselhos dados na exposição.

Para os mais intoxicados, a clínica oferece um serviço online, disponível na páginawww.facebook.com/svanbelkom.

Desenvolvida primeira alternativa real aos antibióticos


Desenvolvida primeira alternativa real aos antibióticos
Pesquisadores partiram das plantas para desenvolver uma alternativa aos antibióticos que desarma as bactérias sem precisar matá-las, eliminando o problema da resistência bacteriana.

Superando os antibióticos
Os antibióticos representam um dos maiores sucessos na história da medicina.
Contudo, por várias razões, esta solução vem mostrando seus limites, sobretudo na forma de uma crescente resistência dos microorganismos a esses medicamentos.
Agora, o pesquisador Ching-Hong Yang, da Universidade de Wisconsin (EUA), desenvolveu uma técnica que pode superar os antibióticos.
Yang descobriu uma técnica alternativa que, em vez de se concentrar em matar as bactérias, apenas "desarma" esses microorganismos, incapacitando-os de causar infecções.
Desarmando as bactérias
O Dr. Yang descobriu um composto químico que desliga uma "válvula" no DNA das bactérias que é essencial para que elas invadam e infestem outros organismos.
"Nós analisamos as rotas genômicas de defesa nas plantas para identificar todos os precursores da infecção. Então nós usamos essa informação para descobrir um grupo de novas pequenas moléculas que interrompem um canal nessa rota," explica ele.
A equipe testou o composto em bactérias de alto poder infeccioso, duas das quais afetam plantas e uma que ataca humanos. O composto foi eficaz contra todos os três patógenos.
A pesquisa é tão promissora que, mesmo em suas fases iniciais, duas empresas farmacêuticas já se ofereceram para bancar os testes em maior escala.
Causa da resistência aos antibióticos
Segundo os pesquisadores, a resistência aos antibióticos não é meramente uma questão de uso indevido dos medicamentos por humanos.
Ocorre que os antibióticos são rotineiramente pulverizados em plantações e largamente utilizados na criação de animais, o que seriam as principais causas do desenvolvimento da resistência.
A resistência aos antibióticos é então transferida aos humanos que comem os alimentos contendo as bactérias resistentes.
O que é único na nova pesquisa é que os compostos agora descobertos não são antibióticos, mas produzem o mesmo efeito.
Um grupo de pesquisadores alemães está desenvolvendo uma outra alternativa aos antibióticos, mas usando bactérias decompositoras.