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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cientistas descobrem papel 'chave' de célula cerebral no Alzheimer

Uma equipe liderada por pesquisadores do CSIC (Conselho Superior de Pesquisas Científicas) da Espanha descobriu que os astrócitos, as células mais presentes no cérebro, têm papel "chave" no desenvolvimento do mal de Alzheimer.

Até agora se sabia que a inflamação do cérebro associada à doença se desencadeia pela ação das células microgliócitas, encarregadas da defesa do sistema nervoso central.

Esta pesquisa determinou, no entanto, que os astrócitos interferem ativamente na formação do Alzheimer porque nele transcorre "uma fase essencial" do processo inflamatório.

Por meio de técnicas de engenharia genética, os cientistas reproduziram a doença em ratos e observaram como ocorre a inflamação, um processo relacionado à produção de um tipo de proteína citotóxica --denominada citoquinas--, que acaba sendo prejudicial para o cérebro no longo prazo.

"Se não há inflamação nos astrócitos, a doença não se desenvolve", explica Ignacio Torres Alemán, pesquisador do CSIC do Instituto Cajal e diretor do estudo, publicado no último número da revista "Molecular Psychiatry".

Desde que foram descobertos, os astrócitos são responsáveis pela sustentação e nutrição dos neurônios.

"Atualmente acredita-se que seu papel é mais importante e que incidem diretamente na função cerebral. Sua influência nas doenças neurodegenerativas está ganhando relevância. Nossas observações sustentam este papel central", diz o pesquisador.

O trabalho abre caminho para desenvolver tratamentos que consigam atacar a doença, já que os especialistas confirmam a presença destes mesmos processos em cérebros humanos.

"Os anti-inflamatórios foram testados em doentes sem efeitos positivos. A razão não está clara, mas agora sabemos que os remédios devem lutar seletivamente contra a inflamação destas células", destaca Torres Alemán.

Estudo afirma que maconha causa "caos cognitivo" no cérebro

O consumo de maconha está associado a alterações na concentração e na memória que podem causar problemas neurofisiológicos e de conduta, indicou nesta terça-feira (25) um estudo publicado pela revista Journal of Neuroscience.

Os pesquisadores descobriram que a atividade cerebral fica descoordenada e inexata durante os estados de alteração mental com resultados similares aos observados na esquizofrenia.

O estudo, produzido por cientistas da Universidade de Farmacologia de Bristol (Inglaterra), analisou os efeitos negativos da maconha na memória e no pensamento, o que pode provocar redes cerebrais "desorquestradas".

O doutor Matt Jones, um dos autores da pesquisa, equiparou o funcionamento das ondas cerebrais ao de uma grande orquestra na qual cada uma das seções vai estabelecendo um determinado ritmo e uma afinação que permitem o processamento de informações e que guiam nosso comportamento.

Para comprovar a teoria, Jones e sua equipe administraram em um grupo de ratos um fármaco que se assemelha ao princípio psicoativo da maconha, a cannabis, e mediram sua atividade elétrica neuronal.

Embora os efeitos nas regiões individuais do cérebro tenham sido muito sutis, a cannabis interrompia completamente as ondas cerebrais através do hipocampo e do córtex pré-frontal, como se as seções de uma orquestra tocassem desafinadas e fora de ritmo.

Jones indicou que estas estruturas cerebrais são fundamentais para a memória e a tomada de decisões e estão estreitamente vinculadas à esquizofrenia.

Os ratos se mostravam desorientadas na hora de percorrer um labirinto no laboratório e eram incapazes de tomar decisões adequadas.

"O abuso da maconha é comum entre os esquizofrênicos, e estudos recentes mostraram que o princípio psicoativo da maconha pode provocar sintomas de esquizofrenia em indivíduos sãos", explicou Jones.

Estudos descartam risco psiquiátrico em droga antifumo

Fumantes que fazem tratamento com o medicamento antitabagismo Champix, da Pfizer, não correm um risco maior de hospitalização por problemas psiquiátricos, como depressão, em comparação com adesivos de nicotina, segundo estudos divulgados na segunda-feira (24).

Em pesquisas anteriores, usuários do remédio relataram depressão, agitação e tendência suicida. Em ensaios clínicos, a pílula já foi ligada a pesadelos.

Sintomas psiquiátricos ocorreram em pessoas sem história de doença mental e se agravaram em pessoas que já tiveram algum problema dessa natureza, de acordo com a FDA (agência que regula remédios e alimentos nos EUA).

Embora os investidores tivessem grandes esperanças para o medicamento --chamado Chantix nos EUA-- os relatos de efeitos psiquiátricos dificultaram o crescimento das vendas.

A agência reguladora lançou sua revisão de dois estudos que compararam o Champix à terapia padrão de reposição de nicotina, como o adesivo Nicoderm, da GlaxoSmithKline.

No entanto, a FDA disse que os estudos têm limitações e que iria manter uma advertência restritiva no rótulo do remédio, alertando sobre os efeitos colaterais psiquiátricos.

A droga também já foi associada a um pequeno aumento de risco cardíaco entre os usuários que já têm problemas no coração, anunciou a agência regulatória em junho.

"A FDA determinou que as advertências na bula do remédio Champix, baseadas em relatórios de vigilância pós-comercialização, continuam apropriadas", disse a agência em um comunicado.

As vendas anuais são de cerca de US$ 800 milhões.

A FDA disse que cerca de 9,8 milhões de pessoas obtiveram receitas de Champix em farmácias de varejo dos EUA desde que a droga foi aprovada, em maio de 2006, até julho deste ano.

Em um dos estudos divulgados ontem, o "Department of Veterans Affairs" (instituição americana responsável pelos cuidados médicos de veteranos das forças armadas do país) comparou 14.131 veteranos que usavam Champix com o mesmo número de usuários de adesivos de nicotina, para saber qual grupo foi hospitalizado com mais frequência para tratamento psiquiátrico durante um ano.

No segundo estudo, o Departamento de Defesa comparou cerca de 20.000 usuários de Champix com 16.000 pessoas que usavam adesivos de nicotina, durante 30 dias após o início do tratamento para parar de fumar.

A agência reguladora disse que as amostras dos dois estudos eram muito pequenas. Eles também não consideraram os eventos psiquiátricos que não levaram a hospitalização.

A Pfizer está realizando sua própria pesquisa de longo prazo para avaliar os riscos psiquiátricos causados pelo Champix. Os resultados são esperados para 2017, segundo a FDA.

A dengue no Brasil




Pesquisadores transformam células do sangue menstrual em embrionárias


Médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em parceria com o Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conseguiram transformar células do sangue menstrual em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês) – reprogramadas para terem as mesmas características de células embrionárias.
Trata-se de um importante avanço nas terapias celulares, que prometem reparar tecidos danificados por doenças ou traumas, já que as células embrionárias são capazes de se transformar em outros tecidos.
A ideia dos pesquisadores é gerar e estudar as células do músculo cardíaco de duas pacientes que têm uma arritmia cardíaca rara, chamada síndrome do QT longo. A primeira tentativa será com mãe e filha – que já tiveram amostras do sangue menstrual colhidas. Por conta da doença, elas sofrem crises de arritmias e podem ter uma morte súbita.
"Com as células induzidas, vamos reproduzir a doença de mãe e filha ‘in vitro’ e estudar as atividades elétricas envolvidas. Isso vai permitir entender o comportamento anormal das células e testar novas drogas", explica o pesquisador Antonio Carlos Campos de Carvalho, coordenador de ensino e pesquisa do INC.
Segundo Carvalho, a descoberta de que o sangue menstrual teria células possíveis de serem reprogramadas ocorreu no laboratório da UFRJ e surgiu da ideia de que o útero sofre uma renovação celular bastante acentuada – o que sugere uma plasticidade maior das células por causa da alta taxa de renovação. Na ocasião, foram coletadas amostras de sangue menstrual de cinco mulheres saudáveis.
"E, de fato, encontramos células mesenquimais, que são raríssimas no sangue periférico (do braço, por exemplo)", afirma.
A pesquisadora da UFRJ Regina Goldenberg percebeu que, em comparação com outros tipos de células, as mesenquimais eram "convencidas" mais facilmente a se comportar como células-tronco embrionárias – ou, dito de melhor forma, o procedimento para torná-las células de pluripotência induzida era mais simples e os resultados apresentados, melhores.
Carvalho diz que o método tem duas vantagens: não é invasivo, evitando a necessidade de fazer uma biópsia do coração das pacientes para coletar essas células; e é mais rápido do que o método atual, feito por meio da coleta de fibroblastos (um pequeno recorte) da pele.
"É uma questão de otimizar a metodologia. Pelo método do sangue menstrual, as colônias de células começam a se formar a partir do 10.º dia. Já pelo método dos fibroblastos, demora cerca de 30 dias", afirma.
Segundo Carvalho, apesar dos resultados positivos com as células do sangue menstrual, os pesquisadores ainda não conseguiram saber qual a quantidade necessária de sangue, nem atribuir a melhor idade para a coleta.
Carvalho diz, entretanto, que a pesquisa ainda não está focando no uso terapêutico dessas células (como aplicá-las direto no coração das pacientes), especialmente por se tratar de uma doença genética. "Nesses casos, a mutação genética responsável pela doença está nas células do paciente. Se reaplicarmos essas células, não estaríamos corrigindo o problema", afirmou.
Os cientistas, no entanto, também sonham com o dia em que as iPS poderão ser usadas em terapias. "Será muito legal quando pudermos induzir pluripotência nas células retiradas do sangue menstrual, corrigir o defeito genético que causa a doença e depois transplantá-las no órgão defeituoso", prevê Regina.
A técnica é especialmente promissora para as mulheres, pois são elas que fornecem as células usadas na reprogramação. "Homens, no entanto, também se beneficiarão indiretamente, caso os genes sejam parecidos com os de uma parente que se submeteu à técnica", diz a pesquisadora.

Injeções de silicone podem ser mortais, alertam especialistas


Riscos do silicone
Tem aumentado de forma preocupante os relatos de efeitos adversos dos implantes de silicone.
Além dos incidentes mostrados pela imprensa, levantamentos científicos mostram que nenhum dispositivo médico tem índice tão elevado de falhas quanto os implantes para os seios.
Mas os maiores problemas têm vindo das injeções de silicone feitas com objetivos cosméticos.
Nesta semana, durante uma conferência internacional realizada no Havaí, cientistas de quatro instituições diferentes apresentaram trabalhos relatando "efeitos adversos" das injeções de silicone.
Entre esses efeitos, há vários casos fatais.
Injeção de silicone
Apesar do silicone ser considerado quimicamente inerte e aprovado para uso em implantes médicos, o silicone líquido injetável tem apresentado resultados potencialmente fatais, segundo os médicos.
Em um dos estudos, um paciente morreu e dois outros apresentaram danos nervosos e respiratórios causados pela injeção de silicone.
Mais preocupante ainda, as mortes causadas pela chamada síndrome da embolia por silicone atingiram até 33% em um dos estudos.
Injeção de silicone pode ser fatal
"A injeção de silicone em tecidos moles com objetivos cosméticos é especialmente perigosa e frequentemente mortal, no melhor dos casos resultando em uma série de complicações pelo corpo," afirmaram os organizadores da conferência.
"Considerando as potenciais consequências de desconforto respiratório, e potencial morte, as pessoas devem ser informadas sobre as possíveis consequências mortais de suas escolhas," conclui a nota.

Obesidade diminui eficácia da vacina contra a gripe


Obesidade contra a vacina
A obesidade torna a vacina sazonal contra a gripe menos eficaz.
Esta é a conclusão da Dra. Melinda Beck e seus colegas da Universidade da Carolina do Norte (EUA).
A suspeita foi levantada pela primeira vez em 2009, durante a epidemia dovírus H1N1, quando pessoas obesas apresentaram uma menor imunidade.
Agora os cientistas encontraram a confirmação e a explicação do mecanismo que diminui a eficácia da vacina.
Anticorpos
O estudo relata que os níveis de anticorpos da vacina contra a gripe caem significativamente em pessoas obesas e com sobrepeso, em comparação com indivíduos com peso saudável.
Os níveis de anticorpos fornecidos pela vacina são semelhantes em indivíduos obesos e não-obesos até cerca de um mês após a vacinação.
A partir daí, o nível de anticorpos começa a cair muito mais rapidamente nos indivíduos obesos e com sobrepeso, diminuindo sua imunidade contra a gripe da estação.
Além disso, as respostas das células T CD8+, um tipo de célula sanguínea que desempenha um papel crucial no sistema imunológico humano, apresentam-se "defeituosas" nos indivíduos obesos.
Interferon lâmbda
Cerca de 50% dos participantes obesos tiveram um decréscimo de quatro vezes em seus níveis de anticorpos 11 meses depois da vacinação.
Entre os participantes com peso normal, esse índice foi de 25%.
Quando as amostras de sangue dos participantes foram expostas ao vírus em laboratório, os resultados foram ainda mais marcantes.
As células T CD8+ de cerca de 75% das pessoas com peso saudável continuavam expressando o interferon lâmbda, uma proteína que atua contra as infecções.
Por outro lado, as células de apenas 25% dos obesos responderam produzindo a proteína.

Descoberto na Europa vírus semelhante ao Ebola


Filovírus europeu
Cientistas norte-americanos e espanhóis descobriram o primeiro vírus do tipo filovírus nativo da Europa.
Os filovírus, que incluem os bem-conhecidos Ebola e Marburg, estão entre os patógenos mais mortais para os primatas, humanos e não-humanos.
Eles são geralmente encontrados no Leste da África e nas Filipinas.
A nova descoberta expande a distribuição geográfica natural dos filovírus, mostrando que eles podem ser mais comuns do que se acreditava.
Lloviu
O novo patógeno, similar ao Ebola, foi chamado de vírus Lloviu (LLOV).
Ele foi encontrado em morcegos no nordeste da Espanha, causando a morte dos animais.
As mortes dos animais foram registradas em 2002 na França, Espanha e Portugal, mas só agora os cientistas conseguiram rastrear suas causas em cavernas nas regiões de Astúrias e Cantabria.
"A detecção deste novo filovírus na Espanha é intrigante porque ele está completamente fora de sua área de ocorrência descrita anteriormente. Precisamos verificar se existem outros filovírus nativos da Europa e, mais importante, se e como eles causam doenças," disse Gustavo Palacios, um dos autores da identificação do Lloviu.
Importância dos morcegos
Os morcegos têm um papel importante na polinização das plantas, espalhando sementes e controlando populações de insetos.
Com isto, patógenos que atacam as populações de morcegos podem ter consequências importantes tanto ecológicas quanto indiretamente para a saúde do homem, que pode passar a ser mais atacado por insetos.
Os filovírus normalmente não deixam os morcegos doentes, mas a equipe de pesquisadores detectou o vírus Lloviu apenas em morcegos que tinham morrido e cujos tecidos mostravam sinais de uma resposta imune.
Outros 1.300 morcegos saudáveis não apresentavam o Lloviu.