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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Conheça os sintomas que podem indicar a iminência de um derrame

Sintomas adicionais

Pesquisadores anunciaram a descoberta de dois sintomas adicionais que podem indicar que uma pessoa está sofrendo um derrame, ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Ross Naylor e seus colegas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, demonstraram que fraqueza nas pernas e perda de visão podem ser o prenúncio de um derrame.

Até agora, os médicos recomendavam a observação de três sintomas: fraqueza facial, fraqueza nos braços e problemas de fala.

O Dr. Naylor afirma que é necessário ficar de olho nos cinco sintomas.

"Temo que muitas pessoas não saibam que qualquer um que esteja com um ou ambos destes sinais adicionais, sozinhos ou com um dos outros três sintomas, pode significar um indicador de que a pessoa, ou um ente querido, está tendo um derrame e também precisa procurar ajuda médica com urgência", disse ele.

Sintomas do derrame

O primeiro indicador de um derrame iminente é a fraqueza facial, quando a pessoa pode não conseguir sorrir ou apresentar caimento em um dos olhos ou no canto da boca.

Já a fraqueza nos braços pode ser aferida pedindo-se que a pessoa levante os dois braços simultaneamente e observando se ambos sobem no mesmo ritmo e à mesma altura.

Os problemas na fala também podem vir na forma de uma incapacidade de entender o que outras pessoas estão falando.

O que o Dr. Naylor recomenda é que se preste atenção também no surgimento repentino de fraqueza nas pernas, eventualmente com alterações no ritmo do andar, e um turvamento repentino da visão.

No caso da observação de um ou mais desses sintomas, é essencial que se busque auxílio médico imediatamente, uma vez que a recuperação de um derrame depende de um atendimento rápido.

Combinação de genes aumenta cinco vezes o risco de câncer de pele

Melanoma

A combinação de alguns genes aumenta em cerca de cinco vezes o risco do desenvolvimento de câncer de pele do tipo melanoma.

São genes polimórficos relacionados com o reparo de lesões do DNA de células da pele, causadas por exposição aos raios ultravioleta da luz solar.

A conclusão é de Cristiane Oliveira, do Laboratório de Genética do Câncer da Unicamp.

O trabalho Polimorfismos em genes de reparo de DNA, XPC A2920C, XPF T30028C e P53 Arg72Pro no risco de melanoma cutâneo foi apresentado durante o 36º Congresso da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica, em Estocolmo, na Suécia.

Genes polimórficos

Segundo Cristiane, o melanoma cutâneo, tipo mais agressivo de câncer de pele e um dos tumores mais letais, está associado à exposição da pele aos raios ultravioleta da luz solar, que causam quebras no DNA de células epiteliais.

Os genes XPC, XPF e P53 estão envolvidos no mecanismo de reparo de lesões de DNA por raios ultravioleta e, consequentemente, da proteção ao câncer de pele.

Estes genes são polimórficos, isto é, são mais ou menos eficazes para o reparo de lesões de DNA por raios ultravioleta. Assim, indivíduos distintos apresentam capacidade diferenciada para o reparo de lesões de DNA e herdam esta capacidade de seus ancestrais.

Aqueles com menor habilidade ao reparo de lesões de DNA em células epiteliais estão, hipoteticamente, mais suscetíveis a tumores cutâneos.

Cinco vezes mais

Para o estudo, foram avaliados 137 pacientes com melanoma cutâneo de 22 a 86 anos, de ambos os sexos, em sua maioria brancos, atendidos no ambulatório do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

"O que avaliamos nesse tipo de pesquisa é a predisposição hereditária de cada um de nós, indivíduos saudáveis, para reparar lesões causadas pelos raios ultravioleta da luz solar e, consequentemente, para a ocorrência do melanoma cutâneo", diz a pesquisadora.

"Observamos que pacientes com o genótipo variante do gene XPC (CC) são menos hábeis para o reparo de lesões de DNA causadas pela luz solar e têm maior risco de desenvolver melanoma cutâneo. O mesmo observamos com o gene P53. Quem tem o genótipo selvagem (Arg/Arg) também tem uma deficiência no reparo do DNA e são mais susceptíveis ao tumor.

"Quando associamos esses dois polimorfismos, observamos um aumento de cinco vezes na chance de indivíduos com os referidos genótipos dos genes XPC e P53 (CC + ArgArg) desenvolverem melanoma cutâneo. Há um aparente sinergismo entre eles, que atuam no reparo de lesões de DNA, na origem do tumor", explica Cristiane.

Associação

De acordo com Carmen Silvia Passos Lima, orientadora do trabalho, essa característica genética herdada, precisa estar associada à exposição a agentes agressores, no caso a luz solar, para se manifestar na forma de tumor.

Pessoas de pela clara, descendentes de europeus, particularmente as portadoras dos referidos genótipos e que se expõem ao Sol por questões de lazer ou profissional no período das 10 às 14 horas, devem tomar cuidado e se proteger do sol com roupas adequadas e uso de protetor solar, para a prevenção do tumor.

"Além disso, merecem receber avaliação dermatológica rotineira para o diagnóstico e tratamento precoces de casos do tumor", diz Carmen.

Brasil adota nova técnica para diagnosticar doenças neuromusculares

Miastenia grave

Os pacientes com suspeita de doenças neuromusculares que afetam a junção neuromuscular podem contar agora no Brasil com uma técnica mais sensível para detectá-las.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em parceria com cientistas da Suécia, estão utilizando a eletromiografia de fibra única para o diagnóstico de miastenia grave.

A miastenia grave é uma doença neuromuscular que causa fraqueza anormalmente rápida nos músculos voluntários, e afeta de 10 a 20 pessoas por milhão por ano.

Eletromiografia de fibra única

Desenvolvida no fim da década de 1960 pelo neurofisiologista Erik Stålberg, da Universidade de Uppsala, a eletromiografia de fibra única ainda não era utilizada no Brasil devido à falta de pesquisadores que dominassem a técnica, que é bastante complexa.

Para aprender a utilizá-la, o professor João Aris Kouyoumdjian, da Famerp, realizou, uma especialização em Uppsala, em que foi orientado pelo próprio professor Stålberg, e iniciou pesquisas sobre a técnica no Brasil.

Os resultados da pesquisa, realizada por Kouyoumdjian em parceria com Stålberg, foram publicados em dezembro na revista Muscle & Nerve. Anteriormente, o grupo publicou outros quatro trabalhos sobre a utilização da técnica em pessoas saudáveis para obtenção de valores de referência.

"Esse trabalho representa um marco para a neurofisiologia clínica brasileira. É o primeiro relato acadêmico da utilização dessa técnica em miastênicos no país", disse Kouyoumdjian.

De acordo com ele, o método é muito eficaz para o diagnóstico da miastenia grave, assim como relatado em outras pesquisas internacionais. Entre os 20 pacientes com miastenia grave examinados no projeto de pesquisa, o método identificou anormalidade na transmissão neuromuscular em 18 deles. "A sensibilidade foi de 90%", disse.

Agulhas concêntricas

No estudo, foram utilizados apenas eletrodos de agulhas concêntricas descartáveis, mais seguros e mais finos do que os utilizados até então para a realização de eletromiografia de fibra única.

Introduzido no músculo do paciente, o eletrodo é capaz de detectar contrações isoladas de duas fibras musculares próximas, em uma mesma unidade motora, que são registradas como potenciais de ação na tela do equipamento.

Ao comparar os registros é possível medir a variação do tempo de contração de uma fibra muscular em relação à outra - denominada jitter -, que em pessoas sem a doença dura, no máximo, de 35 a 40 microssegundos, dependendo do músculo analisado.

Já em pacientes com desordem da transmissão neuromuscular, como os com miastenia grave, o jitter aumenta, podendo atingir valores tão elevados como de 100 a 150 microssegundos.

"Na miastenia grave, os receptores de acetilcolina que regulam a contração são parcialmente bloqueados por anticorpos de tal maneira que a transmissão sináptica se torna mais lenta, originando os sintomas", explicou Kouyoumdjian.

Tratamento

Segundo Kouyoumdjian, atualmente há 80 pacientes com miastenia grave em atendimento no ambulatório da Famerp. O tratamento é realizado com um medicamento que aumenta a oferta de acetilcolina na junção neuromuscular (anticolinesterásico piridostigmina) e, posteriormente, com imunossupressores.

A estimativa do pesquisador é que surjam entre 10 e 20 novos casos da doença apenas na região de São José do Rio Preto por ano. A doença atinge principalmente mulheres jovens, na faixa etária de 18 a 30 anos, e homens na faixa dos 50 anos.

O principal sintoma da miastenia grave é fraqueza que oscila durante o dia. Os pacientes costumam acordar bem pela manhã e, no decorrer do dia, começam a sentir fraqueza, apresentando queda assimétrica das pálpebras, diplopia (visão dupla), dificuldade para estender os braços ou subir escadas.

Corrida de células ajuda cientistas entenderem o câncer

A corrida de células vai ajudar a entender a migração de células durante processos importantes, como o desenvolvimento embrionário e a metástase de um câncer.[Imagem: World Cell Race]
Corrida celular

Cientistas realizaram o que pode ser denominada a primeira "corrida celular" do mundo para determinar as células mais velozes do tecido humano.

Uma "pista" especial, feita de placas de vidro com espaços microscópicos por onde as células se movimentavam, foi encomendada junto ao laboratório francês Cytoo e enviada para laboratórios em diversos países do mundo, que por sua vez se encarregaram de realizar as "provas".

O resultado, segundo os cientistas, pode ajudar a entender a migração de células durante processos importantes, como o desenvolvimento embrionário e a metástase de um câncer.

Deslocamento celular

Um dos organizadores da "competição", o especialista em física do citoesqueleto Manuel Théry, disse que a ideia surgiu como uma resposta à crescente necessidade de observar os mecanismos de deslocamento celular dentro dos organismos.

"Era muito difícil compilar todas as informações sobre a dinâmica da migração celular de todos os campos de pesquisa", disse Théry.

Por isso, explicou o cientista, a ideia de submeter as células às mesmas condições e anotar as diferenças.

Circuito mundial

As "pistas" por onde as células corriam mediam entre 4 e 12 micrômetros de largura por 400 micrômetros de comprimento. Um micrômetro corresponde à milésima parte de um milímetro.

Estas pistas foram enviadas a seis laboratórios na França, Alemanha, Grã-Bretanha, Cingapura e nos Estados Unidos (duas instituições), que realizaram os experimentos.

Durante 24 horas, os cientistas registraram a velocidade de centenas de células e fizeram gravações em vídeo.

Célula mais veloz

A mais veloz foi uma célula-mãe extraída da medula óssea de um feto pela especialista Yuchun Liu, de Cingapura. O tempo registrado foi de 5,2 micrômetros por segundo.

Manuel Théry salientou que, no universo celular, essa é uma velocidade bastante rápida. A segunda célula mais veloz atingiu 3,2 micrômetros por segundo.

Avanços contra o câncer

O especialista Simon Atkinson, do Departamento de Biologia da Universidade de Indiana, ressaltou o fato de as células mais rápidas no experimento serem as células-mãe (em estado primitivo) e as células cancerosas.

As células jovens ou mãe estão programadas para migrar durante o seu estado embrionário para diferentes partes de um organismo, onde se converterão em células especializadas segundo a função a ser desempenhada naquela parte do corpo.

Em um indivíduo adulto, no qual as células já estão formadas e têm funções específicas, há mecanismos para conter esse deslocamento.

"Quando as células se tornam cancerosas, ou altamente perigosas, tendem a sofrer uma espécie de regressão que volta a ativar o programa que as fazia migrar durante o seu estado de desenvolvimento", afirmou Atkinson.

Essa migração é a metástase do câncer, quando a doença que nasceu em um tecido ou região do corpo humano se manifesta em outro.

Corrida de células

O biólogo acredita que a "corrida de células" pode ajudar os cientistas a entender a complexidade do câncer e assim abrir as portas para a descoberta de novas formas de tratamento.

"Cada tipo de câncer é diferente, cada paciente reage de forma diferente e o mesmo câncer em pessoas diferentes tem diferentes comportamentos", afirmou.

"Essa corrida pode nos mostrar o caminho de terapias específicas para cada caso de câncer."

As conclusões do experimento foram apresentadas no congresso anual da Sociedade Americana de Biologia Celular (ASCB, na sigla em inglês), que ocorre em Denver, Colorado, com a participação de mais de 7 mil especialistas do mundo.