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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Shape—Brasil II Conferncia Brasileira de Enriquecimento Ambiental

A II Conferncia Brasileira de Enriquecimento Ambiental será de 22 a 24 de outubro de 2010 no Anfiteatro "Altino Antunes" da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.

Contaremos com a participação de três palestrantes internacionais (veja programção) desta vez com tradução simultânea.
A nossa outra novidade será o envio de resumos para apresenta‹o oral e pôster.
Faça já a sua inscrição. As vagas s‹o limitadas.

Como chegar ao evento: http://maplink.uol.com.br


Haverá traslado saindo da USP às 17 horas com destino ao jantar de abertura do evento no Aquário de São Paulo. O retorno para USP está previsto para às 22 horas.

O traslado será gratuito. Os interessados em utilizar nosso transporte devem confirmar a presena até dia 18 de outubro via e-mail (cbeainfo@gmail.com). Não serão aceitas reservas após esta data.

Lotustravel Viagens e Turismo Ltda,
Tel - 55-11-2896-4665, e-mail – viagens@lotustravel.com.br

Enriched Environments Slow Tumor Growth in Mice

Cancer progression depends on a complex network of cancer susceptibility genes, exposure to inducing agents, and/or exogenous environmental conditions. In a ground-breaking study, a team of researchers from Ohio State and Cornell Universities demonstrated that an enriched environment (EE) – more space, more opportunity for physical activity and social interaction, toys, etc. – significantly slows cancer progression in mice (Cao et al. 2010). Led by Dr. Matthew J. During, the team demonstrated that mice living in an EE express increased levels of hypothalamic brain-derived neurotrophic factor (BDNF), lowering leptin levels and suppressing tumor progression. The findings suggest that either genetic or environmental activation of the BDNF/leptin axis might inhibit or slow cancer progression in humans.

EE slows tumor growth

JAX Mice strain 000664
C57BL/6J mice housed in enriched environments (18-20 mice per large 1.5m x 1.5m x 1.0m cage supplemented with running wheels, tunnels, igloos, huts, retreats, wood toys, a maze, and nesting material) develop smaller tumors than do conventionally caged controls (five mice/cage).
During's team investigated the effects of an EE on tumor progression in several transplantation and genetic mouse models. They found that EE-housed mice from JAX® Mice strain C57BL/6J (B6J, 000664) transplanted with either B16 melanoma or MC38 colon cancer cells develop smaller and later tumors and exhibit significantly less active tumor-proliferating pathways than conventionally caged controls. Likewise, EE-housed mice from JAX® Mice strain C57BL/6J-ApcMin/J (002020), an intestinal/colon cancer model, develop fewer and smaller polyps, exhibit attenuated splenomegaly, and live longer than conventionally caged controls.

EE suppresses tumorigenesis by activating the BDNF/leptin pathway


During's team found that numerous metabolic and genetic changes are associated with EE-housed mouse cancer models. Cancer cell-engrafted mice weigh less, have lower levels of insulin-like growth factor 1 (IGF1), higher levels of adiponectin, adrenal glucocorticoid and the stress hormone corticosterone, and significantly lower levels of serum leptin, a mitogen in many peripheral organs and recently linked to increased risk of prostate cancer, breast cancer, and melanoma. Similarly, EE-housed ApcMin mice exhibit significantly lower leptin, higher adiponectin and corticosterone, and lower triglyceride levels than conventionally caged controls.

BDNF mutant mice mimic EE effects


JAX Mice strain 002020
JAX® Mice strain C57BL/6J-ApcMin/J is highly susceptible to spontaneous intestinal adenomas.
To determine what neurological pathways are affected by an EE, During's team assessed the gene expression pattern in the hypothalamus, a brain region critical in regulating energy balance and neuroendocrine-immune interactions. They found that only one gene, brain-derived neurotrophic factor (Bdnf), is significantly up-regulated in EE-housed mice. BDNF plays an important role in brain development and plasticity, and its expression is greatly influenced by activity and the environment.
During's team found that mice in which gene therapy was used to over-express human BDNF in the hypothalamus weigh significantly less, develop slower and smaller tumors, and exhibit stronger immune responses than controls. Their serum has the same characteristics as that of EE-housed mice – low levels of IGF1 and leptin and high levels of the soluble leptin receptor, adiponectin, and corticosterone. Additionally, their serum slows the growth of cultured B16 melanoma cells. In contrast, whether EE-housed or conventionally caged, mice with hypothalamic knockdown of Bdnf have higher leptin and lower adiponectin levels, gain more weight, and develop larger tumors than controls.

A BDNF-leptin signaling pathway is proposed

JAX Mice strain 000632
JAX® Mice strain B6.V-Lepob/J is widely used in obesity and diabetes research.


During and his colleagues wanted to know what part leptin plays in suppressing tumor growth in EE-housed mice. After conducting a series of experiments involving diet-induced B6J mice, leptin-deficient ob/ob mice – B6.V-Lepob/J (000632), the hypothalamic BDNF overexpressing model mentioned above, and syngeneic transplantations of tumor cells, they proposed the following signaling pathway: EE stimulates the hypothalamus, which releases BDNF and induces signal transduction genes, such as Fosand Junb. This signaling stimulates white adipose tissue (and the sympathetic nervous system) to release norepinephrine, which activates beta-adrenergic receptors. These activated receptors mediate the increased expression of adiponectin and the inhibition of leptin, increasing energy consumption, reducing body weight, and ultimately suppressing tumor growth.

The findings by the During team substantiate and mechanistically explain many physicians' observations that healthy and stimulating social and physical environments may help people fight cancer. They also suggest new and potentially very powerful cancer-fighting tools – therapies that activate the BDNF/leptin axis.


ENVIADO POR: Miguel Ângelo Brück Gonçalves

Documentário “Silvestre Não é Pet!” é exibido no I Fórum de Saúde Pública e Meio Ambiente do CRMV-RJ


Imagem do documentário Silvestre Não é Pet
A WSPA Brasil  participou do I Fórum de Saúde Pública e Meio Ambiente do CRMV-RJ (Conselho Regional de Medicina Veterinária do RJ), que começou nesta quarta, dia 20 de outubro, em Nova Friburgo, RJ e termina amanhã.
A organização apresentou o documentário “Silvestre não é Pet!”, que faz parte de uma campanha para conscientização do público de que  animais silvestres não devem ser mantidos como animais de estimação.
A Gerente de Campanhas da WSPA Brasil, Ingrid Eder, falou sobre a importância da campanha e o trabalho de promoção do bem-estar animal. A programação do evento traz palestras de representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e outros órgãos ligados a saúde e meio ambiente. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no dia e local onde acontece o Fórum.

I Fórum de Saúde Pública e Meio Ambiente do CRMV-RJ

Nova Friburgo Country Clube  
Av. Conselheiro Julius Arp, 140 – Nova Friburgo – RJ 
Tel: 22-2522-9552 
E-mail: country@nfcc.com.br
Inscrições: Gratuitas

Indice de conforto térmico para ovinos e caprinos: índice de temperatura do globo negro e umidade registrado em pesquisas no Brasil


Bonifácio Benicio de Souza
Professor Associado - UAMV/CSTR/UFCG, Bolsista de Produtividade do CNPq
Curriculo Lattes
Introdução

A exploração agropecuária da região Nordeste do Brasil é amplamente afetada por fatores climáticos, dentre os quais, a temperatura e a umidade do ar afetam diretamente os animais. De acordo com Baêta e Souza (1997) a zona de conforto térmico para ovinos está entre 25 e 30 oC e para caprinos entre 20 e 30 oC. Em condições ideais de temperatura para ovinos, 20% das perdas de calor são feitas através da respiração. Acima de 35 °C a perda total de calor via respiração chega a 60% do calor total perdido (QUESADA et al., 2001).

Os efeitos da interação da temperatura com a umidade relativa e outros fatores como radiação e velocidade do vento torna imprescindível a utilização de um índice que incorpore estes fatores. Um dos índices que tem sido bastante utilizado para vacas leiteiras é o índice de temperatura do globo negro e umidade (ITGU) com faixas que determinam o grau de estresse. Para ovinos e caprinos, vários pesquisadores têm usado este índice, contudo não existe ainda uma tabela que determine os valores ideais para estas espécies. Assim este trabalho teve como objetivo identificar através de resultados obtidos em pesquisas realizadas no Brasil, com essas espécies, os gradientes das respostas fisiológicas, temperatura retal e frequência respiratória em função do gradiente do índice de temperatura do globo negro e umidade (ITGU).


Para a avaliação do índice de conforto térmico para ovinos e caprinos com base na interação dos principais elementos climáticos, temperatura e umidade relativa do ar, radiação e velocidade do vento, e nas principais respostas fisiológicas, temperatura retal e frequência respiratória tem sido utilizado o índice de temperatura do globo e umidade (ITGU). Considerando o elevado número de artigos publicados na área de Bioclimatologia e Ambiência tem utilizado este índice de conforto térmico para ovinos e caprinos

Considerando que a maioria das pesquisas nessa área tem sido desenvolvida em condições de campo, tendo como fatores principais para a variação do índice o horário do dia e épocas do ano. E tendo sido verificado que em grande parte das pesquisa houve diferença significativa entre os turnos manhã e tarde tanto para o ITGU como para as respostas fisiológicas acima mencionadas. Tomou-se como parâmetros as espécies ovina e caprina e os turnos manhã e tarde, para determinar os gradientes de temperatura retal e da frequência respiratória em função do gradiente do ITGU, nos turnos manhã e tarde. Além dos gradiente determinados foi calculado a variação percentual da frequência respiratória em função do gradiente do ITGU.

Tabela 1 - Médias da temperatura retal (TR) e freqüência respiratória (FR) de ovinos e caprinos em função da variação do Índice de temperatura do globo negro e umidade (ITGU) registradas por diversos autores.




Gráfico 1 - Temperatura retal de ovinos e caprinos em função do ITGU.




Gráfico 2 - Frequência Respiratória de ovinos e caprinos em função do ITGU.




A taxa de respiração pode quantificar a severidade do estresse pelo calor, em que uma freqüência de 40-60, 60-80, 80-120 movimentos/minuto caracteriza um estresse baixo, médio-alto e alto para os ruminantes, respectivamente; e acima de 200 mov./min. para ovinos, o estresse é classificado como severo (SILANIKOVE, 2000).

Em condições de ITGU médio de 77 e 83 (Tabela 3) em pesquisas realizadas com ovinos e caprinos no Brasil, verificou-se um aumento médio de 32,24 mov./min. (45,13 e 77,37 mov./min.) para ovinos (ANDREDE et al., 2007; SANTOS et al., 2006). E de 13,73 mov./min. (34,27 e 48,00 mov./min.) para caprinos (SOUZA, et al. 2005; SANTOS et al. 2005; SILVA, et al. 2006) nos turnos manhã e tarde, respectivamente.

Tabela 3 - Gradientes (∆) da TR e FR de ovinos e caprinos em função do gradiente do ITGU.




Com base nesses dados verifica-se que para cada unidade de ITGU elevada houve um aumento na FR de 11,45% para ovinos e de 6,9% para os caprinos (Tabela 4). Ainda assim, os ovinos sofreram um aumento na temperatura retal superior aos caprinos (0,69 e 0,40 oC) respectivamente. Considerando a classificação de Silanikove (2000) os ovinos sofreram um estresse médio-alto e os caprinos um estresse baixo, no turno da tarde com o ITGU médio de 83.

Tabela 4 - Variação da freqüência respiratória (FR) de ovinos e caprinos unidade de ITGU elevada.




Conclusões

Há correlação positiva do ITGU com a temperatura retal e a frequência respiratória de em ovinos e caprinos. Os valores de ITGU considerados estressantes para ovinos e caprinos diferem dos recomendados para bovinos. O valor de ITGU igual a 83 pode indicar uma condição de estresse médio-alto para ovinos enquanto para caprinos um estresse baixo.

Recomendam-se pesquisas para determinar as faixas de conforto térmico para ovinos e caprinos.

Referências bibliográficas

ANDRADE, I.S. et al. Parâmetros fisiológicos e desempenho de ovinos Santa Inês submetidos a diferentes tipos de sombreamento e a suplementação em pastejo. Ciência e Agrotecnologia, v.31, v.2, p.540-547, 2007.

QUESADA, M. et al. F.A.d'A. Tolerância ao calor de duas raças de ovinos deslanados no distrito federal. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.3, p.1021-1026, 2001 (Supl.1).

SANTOS, J.R.S.; SOUZA, B. B.; SOUZA, W. H.; CEZAR, M. F.; TAVARES, G. P. Respostas fisiológicas e gradientes térmicos de ovinos das Santa Inês, Morada Nova e de seus cruzamentos com a raça Dorper as condições do semi-árido nordestino. Ciência e Agrotecnologia, v.30, n.30, n.5, p.1-6, 2006.

SILANIKOVE, N. Effects of heat stress on the welfare of extensively managed domestic ruminants. Livestock Production Science, v.67, n.1, p.1-18, 2000.

SOUZA, E.D; SOUZA, B.B.; SOUZA, W.H.; CÉZAR,M.F.; SANTOS, J. R. S.: TAVARES, G. P. Determinação dos parâmetros fisiológicos e gradientes térmicos de diferentes grupos genéticos de caprinos no semi-árido. Ciência e Agrotecnologia, v.29, n.1, p.177-184, 2005.

SOUZA, B.B. et al. Temperatura superficial e índice de tolerância ao calor de caprinos de diferentes grupos raciais no semi-árido nordestino. Ciência e Agrotecnologia, v.32, n.1, p.275-280, 2008.

Minerais na Forma Orgânica: O que são, porque usar e quais os benefícios para seu rebanho ovino


Zootecnista, Mestre em Nutrição e Produção de Ovinos,   Promotor Técnico Comercial e Integrante Comitê gestor Ovinocaprinocultura - Tortuga
A primeira coisa que devemos saber sobre a suplementação mineral de qualquer animal é que ela é fundamental para a saúde dos animais e essencial para que estes animais sejam produtivos.

Os ovinos, assim como outras espécies, necessitam de uma reposição ou suplementação de minerais dependendo da sua condição fisiológica (vazia, prenhe, lactação, crescimento e enfermos).

Diariamente os ovinos perdem pelos ou lã, transpiram, repõem tecidos e produzem mucos, além dos minerais que são eliminados via urina e fezes, esta reposição refere-se à de manutenção.

Uma ovelha prenhe durante os dois primeiros terços da gestação apresentará praticamente as mesmas exigências de nutrientes e minerais que uma ovelha vazia, mas no terço final, quando ocorrem cerca de 70% do desenvolvimento do feto, representado em grande parte pela formação dos tecidos ósseos, cartilagens, sistema nervoso, entre outros, a exigência em minerais nessa fase é extremamente elevada. Falhas nessa fase podem levar ao aborto por uma má formação do feto, interferir no tamanho do cordeiro ao nascer, no desenvolvimento inicial pós-natal, etc.

Após o parto, a grande demanda de minerais para essas ovelhas é devida à produção de leite, riquíssimo em minerais, sendo que tudo que sai via leite precisa ser reposto através da nutrição para que a matriz não fique desmineralizada, podendo ter uma queda drástica do seu sistema imune, queda da produção de leite, atraso no próximo ciclo reprodutivo ou baixa produtividade.

Abaixo um comparativo entre a composição do leite de bovinos e ovinos:




Apesar de o leite ovino ser rico em minerais, para o melhor crescimento e desenvolvimento dos filhotes, a suplementação mineral é muito importante. A ingestão média de 7g/cab/dia, é suficiente para complementar os minerais do leite e suprir as exigências dos cordeiros em crescimento.

Considerando que um cordeiro recém-nascido tem um enorme potencial de conversão alimentar e que no desenvolvimento inicial é priorizado o de tecido ósseo, mais uma vez a suplementação mineral torna-se importante, não somente pelo desenvolvimento ósseo, mas no desenvolvimento de outros sistemas tais como nervoso, reprodutivo, muscular, os quais são dependentes de diversos microminerais para a sua formação e funcionamento.

No entanto, é fundamental saber que suplementos minerais não são commodities como milho, soja, arroba do boi, café, leite, entre outros. Cada empresa tem a sua fórmula, cada produto tem os seus níveis de garantia, no pressuposto que o seu produto contém por quilo de suplemento as quantidades de macro e microminerais indicadas.




Mas como avaliar um mineral?

Inicialmente, verificamos a relação cálcio:fósforo do produto. Considerando o fosfato bicálcico, que é a melhor fonte de Ca e P, e que um mineral de boa qualidade seria aquele com a relação calcio:fósforo próxima de 1,3, pois o fosfato bicálcico possui 24% de Ca e 18% de P em sua composição. Dividindo 24/18 chegamos à relação 1,3.

Existem outras fontes de P permitidas pelo Ministério da Agricultura, como o fosfato monoamônio (MAP), de qualidade e preço inferiores, mas muito utilizado pelas indústrias de minerais. No entanto, o MAP é apenas fonte de P e N e não de Ca e por este motivo é necessário adicionar calcário calcítico no suplemento mineral para fornecer o Ca. Porém, como o calcário calcítico possui em média 37% de Ca, a relação Ca:P do produto fica bastante diferente daquela que se tem quando é utilizado o fosfato bicálcico, sendo muito maior que 1,3.

O calcário calcítico e o MAP são então fontes de Ca e P, respectivamente, que barateiam o suplemento mineral e substituem totalmente ou parcialmente a inclusão do fosfato bicálcico na formulação do suplemento mineral.

Outro fator que se deve levar em conta é que um suplemento mineral não deve ter palatabilizante, nem farelos, nem qualquer teor de proteína (exceto os proteinados). Se existe algo desse tipo no mineral, pode-se entender que o produto não é naturalmente palatável pelos animais ou pode haver o interesse de forçar o consumo do produto pelo animal, levando-o a ingerir em algumas vezes mais de 60g/cab/dia, o que significa risco de intoxicação, desperdício de minerais e aumento da contaminação dos solos, uma vez que o excesso de minerais será eliminado pelas fezes e urina dos ovinos.

Entre as matérias-primas para a formulação de um suplemento mineral, temos basicamente os óxidos, os sulfatos e os minerais em forma orgânica (Quelatos), sendo que os minerais em forma orgânica têm mais qualidade, expressada por sua maior biodisponibilidade, isto é, eles são retidos em maior quantidade pelo organismo, o que redunda em melhor aproveitamento pelos órgãos, sistemas e tecidos. Os sulfatos apresentam qualidade intermediária e os óxidos têm baixa qualidade. Portanto, a utilização de um produto de qualidade fará toda a diferença no desempenho dos animais.

Vários são os fatores que interferem na absorção dos elementos minerais em forma inorgânica (iônica): formação de precipitados insolúveis (que não são absorvidos), sinergismo e antagonismo, competição entre íons pelas proteínas transportadoras que fazem a ponte entre a luz do intestino e a corrente circulatória, diferente dos minerais em forma orgânica que não são afetados por esses fatores, o que significa dizer que eles são absorvidos em maior quantidade.

Abaixo uma figura que ilustra as relações de antagonismo e sinergismo dos minerais iônicos.




Entre as diversas inter-relações, pode-se chamar atenção ao sinergismo do cobre (Cu) com o ferro (Fe), Cobalto (Co) e Fósforo (P) e o forte antagonismo do Cálcio (Ca) e Zinco (Zn) com diversos minerais, assim como, o antagonismo do Molibdênio (Mo) e Enxofre (S) com o Cu.

Isto representa que nem tudo que é oferecido e ingerido pelo ovino vai ficar disponível para o aproveitamento do animal, pois as diversas interações dos minerais irão influenciar fortemente nisto.

Com relação ao cobre, observa-se que muitos produtos não possuem este mineral em sua composição, mas além dos ovinos serem exigentes em cobre, ele aumenta a biodisponibilidade do ferro e em casos de anemia, provocada por verminoses, tão comuns nos ovinos, principalmente as provocadas pelo Haemonchus contortus, vemos que o cobre é importante também neste sentido.

Os minerais em forma orgânica (quelatos) são estáveis e não são sujeitos às interações com outros elementos. No caso de suplementos minerais para ovinos, o molibdênio é utilizado na forma inorgânica, com a função de sequestrar o cobre que os ovinos possam ingerir via volumoso e/ou concentrado, impedindo assim qualquer risco de intoxicação.

Esta molécula orgânica na prática permite um enorme aumento na biodisponibilidade dos minerais para os animais, resultando em maiores desempenhos com ingestão adequada de minerais, que fica por volta de 15 a 30g/cab/dia, dependendo da região e qualidade do pasto.

Os minerais quelatados melhoram o desempenho dos animais com relação ao ganho de peso e desenvolvimento dos animais em crescimento (ganharam 2,5 kg a mais na recria de fêmeas), melhoram o desempenho reprodutivo de ovelhas (aumento de 4% na fertilidade e 15% nos partos duplos) e carneiros (qualidade do sêmen 15% melhor), além de melhorar a resposta imune do rebanho ovino como um todo. O que nos mostra que o investimento neste tipo de mineral é pago com aumento da produtividade e saúde do rebanho que ao longo dos ciclos se torna mais produtivo e rentável.


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Os produtos da linha caprinos e ovinos da Tortuga possuem todos os microminerais quelatados (na forma orgânica), exceto o molibdênio.

Pegue agora a embalagem do mineral que você está utilizando e compare o custo-benefício de utilizar um ou outro produto. Observe o consumo de minerais do seu rebanho e veja se está com excesso de consumo, o que encarece a diária de mineralização do rebanho ou se o consumo está muito baixo, não suprindo a quantidade de mineral necessária para os animais, o que se reflete em baixo desempenho zootécnico.

A suplementação mineral de qualidade é o insumo de melhor custo-benefício para o rebanho, pois os minerais estão presentes em vários processos metabólicos que envolvem reprodução, sistema imune, produção de leite e desenvolvimento muscular.

Representando cerca de 2 a 4% do custo de produção, será que vale a pena cortar custos nos minerais?

Estudo sobre bactérias multirresistentes a antibióticos recebe prêmio em simpósio

Um estudo que investigou a incidência de duas importantes bactérias multirresistentes a antibióticos – as enterobactérias produtoras de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) e as carbapenemases do tipo KPC (KPC-2) – em hospitais do Rio de Janeiro obteve o prêmio de segundo melhor trabalho acadêmico no 2º Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica, realizado pela Sociedade Brasileira de Microbiologia, em Florianópolis. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
 Polyana diz que prêmio é incentivo para dar prosseguimento à pesquisa
Polyana diz que prêmio é incentivo para dar prosseguimento à pesquisa

Cinco hospitais foram avaliados no estudo. “O interesse sobre o assunto surgiu a partir da crescente incidência dessas bactérias nos hospitais estudados e a carência de dados sobre o tema”, relata a estudante Polyana Silva Pereira, que iniciou o trabalho como projeto de iniciação científica e que, devido à importância, continuou  nessa linha de pesquisa no projeto de mestrado, conduzido no programa de pós-graduação stricto sensu em biologia celular e molecular do IOC.
O trabalho teve como objetivo determinar a prevalência dos genes codificadores de β-lactamases em 293 amostras de enterobactérias isoladas de hemocultura – coletadas em cinco hospitais do Rio de Janeiro no período de 2007 a 2008. Os resultados demonstraram que 41% das amostras foram produtoras de ESBL, encontradas em bactérias comoKlebsiella pneumoniaeEnterobacter cloacaeEscherichia coliProteus mirabilisSerratia marcescensM. morganniiE. aerogenes, P. stuartiiC. freundiiS. rubidae e K. oxytoca. Todas as cepas foram resistentes às cefalosporinas de terceira geração e algumas apresentaram resistência a outros grupos de medicamentos antibióticos, como aminoglicosídeos, quinolonas e sulfamidas. Já 19% das cepas de K. pneumoniaeapresentaram resistência aos carbapenemas e foram produtoras de KPC-2.
A presença destes mecanismos de resistência tem uma interferência direta no tratamento do paciente, reduzindo as alternativas terapêuticas disponíveis. No caso, surge a necessidade de recorrer a antimicrobianos de última geração, o que aumenta a pressão seletiva e pode ocasionar o aparecimento de novos tipos de resistência, restringindo cada vez mais as possíveis opções de tratamento.
De acordo com Polyana, o reconhecimento do trabalho num simpósio internacional de microbiologia clínica, em que foram apresentados trabalhos de grande relevância na área e discutidos temas relacionados a resistência bacteriana foi gratificante. “O prêmio é um incentivo para darmos prosseguimento à linha de pesquisa”, conclui.
A pesquisa também é assinada pela pesquisadora Liliane Miyuki Seki e Carlos Machado Felipe de Araújo (aluno de iniciação científica) e contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
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Engenheiro de vírus em palestra no IOC

Eckard Wimmer, o primeiro cientista a criar um vírus sintético em laboratório, apresenta palestra gratuita no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) nesta quinta-feira (21/10). Wimmer, que atua no Departamento de Genética e Microbiologia da Stony Brook University, nos Estados Unidos, publicou na revista Science, em 2002, o artigo que relata a criação do vírus artificial da poliomielite.
 
A palestra “Recodificação de Genomas Virais de RNA Através da Síntese do Genoma Inteiro: Genética e Aplicações Práticas” será realizada nesta quinta-feira (21/10), às 14h, no Auditório Emmanuel Dias, Pavilhão Arthur Neiva (Av. Brasil, 4365 – Manguinhos – RJ).
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Biblioteca Multimídia da ENSP ganha registro em diretório de acesso livre

A Biblioteca Multimídia da ENSP ganhou status internacional com o registro no Diretório de Repositórios de Acesso Aberto (OpenDOAR). Trata-se do 28º repositório brasileiro registrado nesse diretório acadêmico de acesso livre e o primeiro da Fiocruz. A Biblioteca Multimídia foi criada e desenvolvida pela ENSP para divulgar material de saúde pública, garantir o acesso livre a áudios, vídeos e apresentações multimídias da Escola e ampliar o conhecimento através de uma rede. Para integrar o OpenDOAR, a Biblioteca Multimídia foi visitada e checada por uma equipe internacional - assim como é feito com todos os repositórios registrados no diretório - garantindo o controle de qualidade da informação.
 
Saiba mais aqui.

“Se houvesse uma alternativa, não faríamos testes com animais”


O americano Michael Conn afirma que o uso de cobaias animais é uma necessidade da ciência e que a ideia de que os bichos são submetidos a crueldades nos laboratórios é fruto da desinformação

Marco Túlio Pires
"Se a sua tia está sendo tratada de câncer de mama, se suas crianças e animais estão imunizados por vacinas, se seu pai fez cirurgia do coração ou se você tem um joelho artificial, você deve tudo isso à pesquisa animal."
Em 2008, cansado de ver amigos deixando a pesquisa biomédica sob ameaças de ativistas contra a pesquisa com animais, o endocrinologista americano Michael Conn resolveu sair do anonimato e publicar o livro The Animal Research War, sem edição no Brasil. Nele, além de falar de pesquisadores que chegaram a ter suas vidas ameaçadas por radicais, Conn defende o uso de cobaias como essencial ao avanço da medicina.
A publicação foi aclamada por renomados periódicos científicos como ScienceNature New Scientist como um dos principais documentos na defesa da pesquisa animal. “Relatamos casos de profissionais que abandonaram carreiras de sucesso porque não queriam ver suas esposas, parentes e filhos em perigo”, escreveu Conn em uma coluna do jornal americano Washington Post em 2008. Orientado pelos colegas e advogados, o endocrinologista prefere não mostrar o rosto visando à própria segurança. 

Conn é também o diretor de pesquisa da Universidade de Saúde e Ciência do estado de Oregon (EUA) e editor-chefe dos periódicos científicos EndocrineContemporary Endocrinologye Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders. Ele conversou com o site de VEJA e disse que, se os seres humanos vivem cada vez mais e melhor, isso se deve ao vasto conhecimento médico acumulado por meio de pesquisas com animais.

O que nos dá o direito de submeter outros seres vivos indefesos ao sofrimento em pesquisas médicas?

O fato de que existe um meio termo entre abusar dos animais e acreditar que eles não devem ser usados em pesquisas de maneira nenhuma. E não é preciso ser médico, ou estar envolvido nas pesquisas, para pensar assim. O caso do Dalai Lama, um líder espiritual que não come carne, é interessante nesse aspecto. Ele afirma que devemos tratar os animais com respeito e que não devemos explorá-los. Especificamente em resposta à experimentação animal, ele já  disse que as perdas são de curto prazo, mas os benefícios de longo prazo são muitos. Se surgir a necessidade de sacrificar um animal, afirma o Dalai Lama, devemos fazê-lo com empatia, causando o mínimo de dor possível. Menciono o Dalai Lama como um exemplo de que é possível desenvolver um raciocínio ético a respeito desse assunto, compatível inclusive com outras formas de respeito à vida animal, como o vegetarianismo.
Leis internacionais como o Código de Nuremberg e a Declaração de Helsinki dizem que qualquer experimentação com humanos em pesquisa científica requer o pleno consentimento do indivíduo. É óbvio que os animais não podem "consentir" em ser usados, mas, como eles fogem da dor e do sofrimento na natureza, podemos inferir que eles evitariam situações em que são submetidos a elas. Por que não estender aos animais, ainda que por empatia, o mesmo princípio que protege os humanos?
Conceitos como os de consentimento e autonomia só fazem sentido dentro de um código moral que diz respeito aos homens, e não aos animais. Os animais não planejam significativamente o futuro. Eles não têm leis como as nossas. eles não tomam decisões coletivas e não fazem assembleias para resolver esta ou aquela questão. Com frequencia, eles se canibalizam no meio selvagem. Somos seres diferentes. Nossa obrigação com nossos vizinhos é respeitá-los como indivíduos e dar, a cada um, o direito de tomar suas próprias decisões, dentro dos limites estabelecidos pela sociedade. Nossa obrigação com os animais é fazer com que eles sejam devidamente cuidados, não sofram nem sintam dor - e não tratá-los como se fossem humanos, o que seria uma ficção. Nossas leis - dirigidas a outros seres humanos - devem garantir que esses procedimentos serão observados na pesquisa científica.
Há quem diga que o único motivo por que os cientistas se preocupam com o bem estar dos animais é porque o estresse e o sofrimento alteram o resultado das pesquisas. É assim que os cientistas agem?
Penso que os cientistas são pessoas extremamente morais. Em nosso laboratório, por exemplo, os cientistas tratam os animais como indivíduos muito especiais. Passamos muito tempo cuidando deles. Nós nos certificamos de que eles estão confortáveis e suas necessidades supridas. As instalações nas quais a maioria dos animais de pesquisas são acomodados são muito superiores às dos animais de estimação. O problema é partir do pressuposto de que pessoas e animais são a mesma coisa. Existem muitos aspectos que diferenciam os humanos dos outros animais. Por exemplo, os ativistas querem que os coelhos sejam colocados em gaiolas maiores. Acontece que quando um coelho é colocado em uma gaiola grande ele acredita que está em um campo aberto e que será presa fácil para um falcão ou algum pássaro grande que pode matá-lo. Por causa disso, ele entra em pânico. Eles gostam de gaiolas pequenas. O que quero dizer é que são feitos estudos para entender as necessidades desses animais. E com isso, tiramos vantagem do fato de que é possível manter coelhos em gaiolas pequenas deixando-os confortáveis. Repito: as necessidades de um coelho e as necessidades de uma pessoa são muito diferentes. Animais não são pessoas.
Quais valores pautam o seu trabalho, quando o senhor promove testes em animais?
Nós nos pautamos por aquilo que, em inglês, chamamos de "princípio dos três Rs”:  Reduce, Refine, Replace [em português, reduzir, refinar e substituir]. Reduzir significa utilizar o menor número possível de animais em determinado estudo. Refinar significa desenvolver experimentos de modo que o ser menos evoluído da cadeia evolutiva possa ser utilizado. Se é possível utilizar amebas, vamos usar amebas — a mesma coisa para insetos ou minhocas, por exemplo. A minoria absoluta dos experimentos, muito menos de 1%, utiliza primatas. A maior parte dos estudos é feita em roedores e outras espécies não-primatas. Substituir, finalmente, significa não utilizar animais sempre que possível. Nos Estados Unidos e no Brasil, o conceito dos três Rs é adotado por todos os cientistas éticos como requerimento e padrão para a condução do trabalho.

Alguns cientistas, como o médico Ray Greek, dizem que testes de remédios em animais não têm valor preditivo - que os resultados válidos de verdade só começam a ser obtidos na hora em que as cobaias humanas entram na experiência. O senhor concorda?

A verdade é que se você observar o que aconteceu com as doenças humanas, virtualmente todos os resultados positivos, que fizeram as pessoas viverem vidas mais longas e saudáveis, vieram de pesquisa animal. Nesse momento, sou um ótimo exemplo. Semana passada tive o osso do meu quadril substituído. Esse tipo de procedimento médico veio de pesquisa animal. E mais, se a sua tia está sendo tratada de câncer de mama, se suas crianças e animais estão imunizados por vacinas, se seu pai fez cirurgia do coração ou se você tem um joelho artificial, você deve tudo isso à pesquisa animal. Na próxima vez que seus leitores levarem os filhos ao pediatra para diagnosticar uma gripe, eles estarão utilizando produtos advindos de pesquisa animal. Mesma coisa para exames que vão da rubéola até a gravidez.  Então, do que exatamente esses cientistas estão falando? Acredite, se houvesse uma forma mais fácil de conduzir os estudos, os cientistas envolvidos na pesquisa com animais seriam os primeiros a adotá-la.
O teste com animais é capaz de prever os efeitos de uma droga em um ser humano?
A rigor, seres humanos não são modelos perfeitos para eles próprios. Homens não são modelos perfeitos para mulheres, pessoas jovens não o são para velhas, pessoas que cresceram em São Paulo não são modelos perfeitos para pessoas que cresceram nos Estados Unidos e vice-versa. Os animais não são modelos perfeitos para os seres humanos. Mas o uso de animais é indispensável para fazer avançar as pesquisas. As pessoas e os animais são diferentes e utilizamos os animais para entender melhor as leis fundamentais da biologia de modo que possamos desenvolver novas drogas. Algumas pessoas dizem que a cultura de células é uma boa alternativa. E de onde veio a cultura de células? Da pesquisa animal. 

Com sua enorme capacidade de fazer cálculos e testar alternativos, os computadores não poderiam eliminar a necessidade do uso de animais em experiências?

Os computadores só conseguem analisar dados que lhes oferecemos, e esses dados vêm dos animais. Os remédios vêm de descobertas feitas em laboratórios que usam animais e, com elas, entendemos os processos biológicos fundamentais de determinado procedimento. Não é possível utilizar computadores para conduzir esse tipo de prática, ela precisa ser desenvolvida em animais. 

Por que não crer que a ciência, capaz de tantos feitos espetaculares, não é capaz de avançar sem a pesquisa com animais?

Eu adoraria que um dia não precisássemos mais conduzir experimentos sem utilizar animais. Creio que a maioria dos cientistas se sente da mesma forma. Se pudéssemos utilizar apenas um computador seria ótimo. Mas a verdade é que não é possível. A pesquisa é uma troca. Para aprender mais sobre os seres humanos realizamos experimentação animal - controlada por leis, que garantem que elas sejam feitas de modo a causar o menor sofrimento possível. Estudamos duro para entender quais são as necessidades dos bichos com os quais convivemos. Por exemplo, sabemos que os primatas são animais pensantes, curiosos. Por isso, proporcionamos à nossa colônia estímulo intelectual, realizando atividades que os mantém interessados. Os animais em nossas instalações recebem cuidado veterinário excelente. Eles se alimentam de comida excepcional e vivem muito mais do que no meio selvagem. Existem profissionais a postos 24 horas por dia. Essa visão de que a pesquisa animal é uma coisa monstruosa não é verdade. Poucas pessoas já visitaram laboratórios que acomodam esses animais e eu faço o convite para que os leitores tenham o trabalho de visitar algum deles.