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terça-feira, 8 de maio de 2012

Estimulação elétrica do cérebro combate enxaqueca

Eletricidade no cérebro

Cientistas conseguiram inibir ou reduzir os efeitos dos ataques de enxaqueca utilizando uma técnica derivada da estimulação cerebral profunda.

A nova técnica, chamada estimulação transcraniana por corrente contínua, envolve a aplicação de uma fraca corrente elétrica através de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo.

A corrente contínua é o tipo de energia fornecida pelas pilhas e baterias, que é diferente da corrente alternada, disponível nas tomadas.

Rede da dor

"Nós desenvolvemos essa tecnologia e essa metodologia a fim de levar as correntes até bem fundo no cérebro," explica o Dr. Marom Bikson, da Universidade de Michigan (EUA).

O objetivo é atingir a chamada "rede da dor", uma coleção de regiões interconectadas do cérebro, envolvidas na percepção e na regulação da dor.
A sequência mostra o alvo dos médicos, que desenvolveram a técnica para que a corrente elétrica chegue bem fundo no cérebro.
Os experimentos mostraram que a aplicação da corrente elétrica reverte as alterações que marcam o surgimento das debilitantes crises da enxaqueca crônica.

Sessões repetidas da nova técnica reduziram a duração dos ataques e diminuíram a intensidade das enxaquecas que ainda ocorreram.

Os resultados foram se acumulando durante as primeiras quatro semanas de aplicação, e então se mantiveram.

Não se trata de uma cura, mas de uma melhoria significativa, que alcançou até 37%.

Estimulação elétrica do cérebro

Várias outras equipes trabalham com a estimulação elétrica do cérebro para prevenir as enxaquecas, mas essas técnicas ainda têm efeitos colaterais, como convulsões.

Por isso os médicos apostaram em uma estimulação usando tensões mais fracas de corrente contínua, o que também requer um equipamento menor, facilitando a adoção futura do tratamento, depois que ele for aprovado em testes clínicos de larga escala.
Estimulação cerebral "reverte" efeitos do Mal de Alzheimer
Pesquisadores brasileiros aprimoram tratamento de periodontite grave 

Com informações da Agência Fapesp

Tratamento duplo

Pesquisadores brasileiros descobriram que o tratamento convencional de infecções bacterianas que afetam as gengivas e os demais tecidos que circundam os dentes (periodontites) pode ser significativamente melhorado por meio do uso concomitante dos antibióticos metronizadol e amoxicilina.

Um artigo publicado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia

A equipe da Universidade Guarulhos (UnG) publicou a descoberta no Journal of Clinical Periodontology, a revista de maior impacto científico na área odontológica.

E o artigo se transformou em um dos mais lidos e citados da revista, atraindo atenção internacional para o trabalho brasileiro.

Periodontite agressiva

Os pesquisadores estudaram pacientes com periodontite agressiva, um tipo de infecção bacteriana rara que afeta normalmente pessoas mais jovens.

A infecção é caracterizada pela rápida perda dos ossos de suporte, podendo resultar na perda de dentes, principalmente os molares e incisivos.

Tradicionalmente, esta doença, assim como outros tipos de infecções periodontais, são tratados com a raspagem mecânica e o alisamento das raízes dos dentes para remoção das bactérias que colonizam a região entre os dentes e as gengivas e atacam os ossos de suporte dentário.

Mas os pacientes jovens costumam não responder bem a esse tipo de tratamento, apresentando recorrência da doença.

Metronizadol e amoxicilina

A solução foi descoberta associando o uso dos antibióticos metronizadol e amoxicilina.

Após três meses, os pacientes apresentaram uma resposta clínica melhor do que os que só receberam o tratamento convencional.

Além disso, também houve uma melhor recolonização da placa bacteriana (biofilme) localizada abaixo da margem da gengiva.

Os exames revelaram que os antibióticos ajudaram a promover uma melhor recolonização do biofilme dos pacientes, que apresentou maior proporção de bactérias benéficas do que patogênicas em comparação com o dos pacientes que só receberam o tratamento convencional.

"Constatamos que, nos pacientes que não tomaram antibióticos, houve um retorno maior e mais rápido dos patógenos após o tratamento, enquanto a microbiota dos que receberam a medicação se manteve mais estável e mais benéfica, o que resultou na melhora dos parâmetros clínicos, como redução de sangramento e regressão da doença", disse Feres.

Periodontites

As periodontites são causadas pela colonização da boca por determinadas espécies de bactérias que podem ser transmitidas dos pais para os filhos e que podem se reproduzir na margem da gengiva quando há uma baixa resistência do hospedeiro.

Ao colonizar a margem da gengiva, o organismo tenta se livrar delas, desencadeando um processo inflamatório de evolução rápida, que produz metabólitos que degradam os tecidos em volta dos dentes e os ligamentos periodontais (os ossos de suporte).

Por estar associada a uma carga muito alta de bactérias agressivas à saúde, alguns estudos recentes em uma área da periodontia, chamada medicina periodontal, têm sugerido que as infecções periodontais podem funcionar como fator de risco para outras alterações sistêmicas, como parto prematuro, doenças cardiovasculares e infecções pulmonares.
Descarte de medicamentos: jogar no lixo ou devolver à farmácia?

Descarte de medicamentos

A preocupação com o descarte de medicamentos chegou ao Senado Federal, que pretende discutir o assunto nesta próxima semana, durante a 1ª Semana de Vigilância Sanitária, que irá de 7 a 10 de Maio.

Na quinta-feira, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) promoverá audiência pública para tratar do descarte de resíduos de medicamentos no país.

O objetivo da audiência é discutir com o setor farmacêutico, entidades de classe e sociedade civil a implementação da Logística Reversa de Resíduos de Medicamentos.

A preocupação é com o descarte de medicamentos vencidos, que não podem ser jogados no lixo ou na rede de esgoto, sob o risco de contaminar o solo, a água, os animais e as pessoas.

Jogar no lixo ou devolver?

É realmente interessante ouvir todos os envolvidos da sociedade civil.

Por exemplo, a preocupação não deveria ser tamanha com o descarte de medicamentos, segundo os cientistas autores de um estudo publicado no último exemplar da revista científica Environmental Science and Technology.

Nos Estados Unidos, a legislação recomenda que os medicamentos vencidos ou não usados sejam descartados juntamente com o lixo doméstico.

Já na Suécia, há um programa de recolhimento por parte da indústria farmacêutica há vários anos.

Steven Skerlos e sua equipe da Universidade de Michigan, quis tirar a questão a limpo, e fez um estudo cobrindo tanto os danos ao meio ambiente, quanto os riscos de contaminação.

Miopia científica?

Segundo a equipe, jogar esses medicamentos na lata do lixo comum é melhor para o meio ambiente do que retorná-los para a farmácia porque isto geraria um custo ambiental maior do que qualquer ganho obtido nesse esquema de logística reversa.

Mas o "melhor" sugerido pela equipe leva em conta apenas o custo ambiental da emissão de gases de efeito estufa, fumaça e emissão de compostos que danificam a camada de ozônio - um verdadeiro mantra entre os ambientalistas.

Isto porque os medicamentos devolvidos às farmácias são incinerados, o que elimina todos os ingredientes farmacologicamente ativos.

Mas seria realmente correto trocar um dano certo por uma influência ainda incerta?

Segundo a recomendação dos cientistas, seria razoável fazer o descarte dos medicamentos, enviando todos esses ingredientes farmacologicamente ativos para o meio ambiente - incluindo compostos com efeitos residuais carcinogênicos e respiratórios, além de possíveis contaminantes do lençol freático - em troca de emitir um pouco menos de CO2.

Degradação de medicamentos

Já um estudo em andamento na USP mostra que o problema pode ser ainda mais sério do que simplesmente o composto ativo dos medicamentos.

Ocorre que um medicamento, mesmo dentro do prazo de validade, pode formar produtos de degradação tóxicos para os seres humanos.

Os pesquisadores brasileiros estão agora desenvolvendo técnicas para identificar e quantificar os compostos gerados por esta degradação, assim como os fatores que contribuem com seu processo de formação.

O objetivo é que as indústrias façam modificações na composição, embalagem e transporte dos medicamentos para evitar o aparecimento de compostos nocivos à saúde.

Mas o problema pode ser certo quando esses medicamentos são descartados no meio ambiente.
Sistema público de saúde não incentiva o parto normal 

Emoções da mulher

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o parto normal, em detrimento das cesarianas, bem como que os procedimentos sejam humanizados e ofereçam uma assistência segura com o uso apropriado das tecnologias para as gestantes e bebês.

Mas a maioria dos hospitais da rede pública de saúde do Estado de São Paulo ainda não segue esse modelo.

"O profissional da saúde geralmente não tem o preparo para lidar com as emoções da mulher. Sua vontade e seu bem-estar não são priorizados na hora do parto," resume Cláudia de Azevedo Aguiar, da USP.

A pesquisadora analisou prontuários de parturientes de dois hospitais da rede pública de São Paulo, sendo que um deles utiliza o modelo humanizado e o outro o modelo tradicional, com centro obstétrico.

Parto humanizado

O parto humanizado prevê assistência total à mulher durante o trabalho de parto, visando o conforto e bem-estar da mãe e do bebê.

Dentre as ações envolvendo o parto humanizado, registradas desde 1996 nas Recomendações da OMS, estão:
  • Elaboração de um plano pessoal que determine onde e por quem será assistido o nascimento.
  • Direito ao leito hospitalar no ato do parto.
  • Disponibilidade de líquidos orais durante o trabalho de parto (no modelo tradicional, ainda se adota o jejum, o que já foi esclarecido pela Medicina Baseada em Evidências como prejudicial para a saúde da mulher e do bebê).
  • Não utilização de métodos invasivos e farmacológicos para alívio de dor durante o trabalho de parto, substituídos por alternativas como massagens e técnicas de relaxamento.
"O que tem que ficar claro é que esse não é um momento de glorificação do profissional, mas um momento da mulher e o que tem que ser valorizado é a relação mãe-bebê," diz a pesquisadora.

Decisão médica arbitrária

As mulheres analisadas eram consideradas saudáveis, o que as colocava na condição ideal para a realização do parto normal.

Entretanto, por motivos diversos - esclarecidos de forma bastante contraditória nesses prontuários - elas foram submetidas à cesariana.

"Algumas intercorrências podem levar a uma mudança de planos na realização do parto. O que ficou claro no estudo é que muitas mulheres poderiam ter seus bebês pelo parto normal, mas em função de intervenções excessivas ou por uma decisão médica arbitrária, elas foram impedidas," afirma Cláudia.

Mesmo o direito ao acompanhante, garantido pela lei nº 11.108 de 2005, não é respeitado.

"Os serviços de saúde do Sistema Público de Saúde, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato," diz a lei.

Contudo, uma das justificativas que Cláudia teve da dirigente do hospital tradicional foi de que, por serem salas coletivas, os acompanhantes inibem as outras gestantes e lhes causam desconforto.

Humanização falha

Mesmo no hospital que utiliza técnicas do parto humanizado, pode se constatar falhas.

Segundo Cláudia, apesar de alguns direitos serem respeitados, como acompanhante, outros pontos são deixados de lado. "As gestantes ainda são submetidas a substâncias químicas e farmacológicas para acelerar as contrações e isso pode ser extremamente danoso para mulher e para o bebê".

Uma substância muito utilizada é a ocitocina. Ela aumenta as contrações intrauterinas, o que acelera a dilatação da mulher, mas em contrapartida causa muitas dores na gestante. Ela é altamente danosa para o corpo humano, quando utilizada incorretamente e só é recomendada em casos extremos, quando as contrações estão abaixo do normal ou quando há parada na progressão do trabalho de parto.

Cláudia destaca que o parto normal garante uma recuperação muito mais rápida à mulher, a mãe pode ficar com o bebê o tempo todo - o que não acontece na cesariana - há menos perda de sangue e menos uso de medicamentos e taxa de mortalidade menor.

"Infelizmente, a cultura popular cultiva uma visão errada do parto normal, como algo muito doloroso. Claro que existe dor, mas todas as mulheres são capazes de passar pelo parto normal", afirma.
Composto de açafrão começa a ser testado contra câncer
 
Tempero saudável

Médicos do Instituto Nacional do Câncer do Reino Unido estão lançando um estudo clínico - em pacientes humanos - para analisar os efeitos de um composto do açafrão para combater o câncer de intestino.

O estudo vai se concentrar na curcumina, um composto que pesquisadores brasileiros estão testando contra o câncer de pele.

O objetivo é avaliar o resultado da adição do medicamento natural ao tratamento tradicional do câncer.

Estudos anteriores, em laboratório e em animais, já demonstraram que a curcumina melhora a capacidade da quimioterapia em destruir as células do câncer.

Agora vem o próximo passo natural, do teste em humanos em condições reais.

Curcumina contra o câncer

Pacientes com câncer de intestino em estado avançado normalmente recebem um tratamento chamado FOLFOX, resultado da combinação de três drogas quimioterápicas.

O problema é que entre 40 e 60% dos pacientes não têm nenhum benefício com o tratamento, ainda que sofram todos os seus efeitos colaterais, incluindo formigamentos e dores intensas.

"A perspectiva de que a curcumina possa aumentar a sensibilidade das células cancerosas à quimioterapia é entusiasmante, porque isso poderá significar a administração de doses mais baixas [da quimioterapia], assim os pacientes terão menos efeitos colaterais e poderão continuar a receber o tratamento por mais tempo," disse o Dra William Steward, da Universidade de Leicester.

"Esta pesquisa está em um estágio muito inicial, mas estudar o potencial de compostos de plantas para tratar o câncer é uma área fascinante, que esperamos que poderá fornecer pistas para o desenvolvimento de novos medicamentos no futuro," completou o médico.