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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Orégano destrói células do câncer de próstata

Os muitos benefícios do orégano já o estão elevando à categoria dos supertemperos, a exemplo do açafrão.

Tempero da saúde

O conhecido tempero orégano, muito usado em pizzas e massas, tem efeitos benéficos à saúde conhecidos há muito tempo.

Entre esses benefícios estão os efeitos antioxidantes, a redução do risco de doenças crônicas, mas, mais particularmente, o combate aos fortes efeitos colaterais da quimioterapia.

Agora, em uma pesquisa ainda com cultura de células em laboratório, cientistas descobriram que o orégano consegue destruir células do câncer de próstata.

Supertempero

A Dra. Supriya Bavadekar e seus colegas da Universidade Long Island (EUA) isolaram um composto do orégano, chamado carvacrol, e testaram seus efeitos contra as células tumorais.

Os estudos demonstraram que o constituinte do orégano dispara o fenômeno de apoptose, a morte programada das células.

"Nós sabemos que o orégano possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, mas seus efeitos sobre as células do câncer realmente elevam o tempero ao nível dos supertemperos, como o açafrão," disse a pesquisadora, citando outro vegetal com largos benefícios à saúde.

Licopeno e carvacrol

Embora o estudo esteja em estado inicial, a pesquisadora acredita que os resultados são suficientes para apostar no uso do carvacrol como um fármaco anticâncer.

"Alguns pesquisadores já demonstraram que a ingestão de pizza pode reduzir o risco de câncer. Esse efeito tem sido atribuído ao licopeno, um composto presente no molho de tomate, mas agora acreditamos que o orégano possa ter sua participação nesse benefício," disse ela.
Fiocruz começa teste de vacina contra malária

Vacina brasileira contra a malária

A Fundação e o Instituo Oswaldo Cruz começaram a testar em animais fármacos que poderão levar ao desenvolvimento de uma vacina contra a malária no Brasil.

"Passada essa fase [testes em animais], a ideia é entrar em ensaios clínicos", disse o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz, Cláudio Ribeiro.

Segundo ele, os testes clínicos serão efetuados com voluntários, visando a verificar a inocuidade, ou seja, se a substância que vai ser injetada não faz mal a quem a recebe.

Em seguida, os pesquisadores observam se há uma resposta imunológica do paciente e se essa resposta é forte o suficiente para proteger o indivíduo da infecção. "Aí, estaremos prontos para fazer ensaios em populações".

Segundo Ribeiro, os pesquisadores querem chegar a uma vacina que proteja ao mesmo tempo contra a malária e contra a febre amarela.

Falta de recursos contra a malária

A malária é considerada uma doença negligenciada.

Um estudo publicado nesta semana por cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, mostrou que, ao longo dos últimos 80 anos, todos os surtos de malária no mundo ocorreram depois que houve cortes nas verbas governamentais para o combate à doença.

Na Índia, por exemplo, a Agência para o Desenvolvimento Internacional financiou um programa de erradicação que levou a uma queda vertiginosa nos casos de malária anuais, de cerca de 100 milhões no início do século 20, para cerca de 100.000 em 1965.

Mas quando o envolvimento da instituição cessou, a malária ressurgiu com um pico de 6 milhões de casos em 1976.

Calcula-se que 216 milhões de pessoas contraíram malária em 2010, em 106 países - 655.000 morreram da doença.

No Brasil, em 2011, foram registrados 263 mil casos contra 320 mil no ano anterior.

Diagnóstico da malária

Cláudio Ribeiro destaca que o que mais está chamando a atenção no momento é a ocorrência de malária fora da área de transmissão.

Embora sejam poucos casos, eles aparecem em lugares onde os médicos não estão acostumados a lidar com a doença, descartando o diagnóstico: "A malária, proporcionalmente, mata mais fora da região amazônica do que dentro".
Médicos confundem malária com outras doenças

Os pacientes que têm a malária diagnosticada em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo ou Belo Horizonte, por exemplo, têm 60 vezes mais chance de morrer da doença, do que se a malária for diagnosticada na região amazônica. "Isso porque, aqui, o médico não pensa no diagnóstico e confunde a doença com dengue e outras síndromes febris".

Bilhões

Ribeiro ressaltou que, graças ao aporte financeiro de instituições como a Fundação Melinda e Bill Gates, pesquisadores do mundo inteiro dispõem hoje de R$ 2 bilhões por ano para realizar pesquisas que permitem vislumbrar a eliminação da malária do planeta.

Ele avaliou, porém, que seriam necessários R$ 6 bilhões por ano para atingir esse objetivo.
Brasileiros descobrem como célula
elimina proteínas oxidadas 

Com informações da Agência Fapesp

Custos da evolução

O surgimento do oxigênio e do metabolismo aeróbico na Terra permitiu aos seres vivos aproveitar a energia dos alimentos de forma muito mais eficiente.

Essa conquista evolutiva, porém, teve um preço: deixou as células sujeitas à ação de substâncias oxidantes.

Esses subprodutos da respiração aeróbica interagem com proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos fazendo com que essas macromoléculas percam sua função.

Tal processo pode levar à morte celular e, nos seres mais complexos como os humanos, ser a base de doenças como câncer, artrite, aterosclerose, Parkinson e Alzheimer.

Mas os organismos, felizmente, desenvolveram mecanismos para se proteger dos danos oxidativos.

Um deles foi recentemente descoberto por pesquisadores brasileiros e mereceu destaque na capa da revista Antioxidants & Redox Signaling, uma das mais importantes na área.

Neuropatologias

Marilene Demasi e sua equipe do laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto Butantã, descobriu a estratégia usada pela célula da levedura Saccharomyces cerevisiae para acelerar a degradação de proteínas oxidadas.

"Além de perder função, a proteína danificada por substâncias oxidantes tende a se agregar, e hoje sabemos que isso é a causa de diversas neuropatologias. A melhor defesa das células é degradar essas moléculas", explicou Marilene.

A missão de livrar as células de proteínas indesejadas, sejam elas oxidadas ou não, cabe a um complexo proteico chamado proteassomo.

"Ele regula diversas funções, como a resposta a estímulos internos e externos, a divisão e a morte celular. Essa regulação é feita por meio da degradação das proteínas envolvidas em todos esses processos", explicou Marilene.

Esse sistema, contou a pesquisadora, se mantém ao longo da cadeia evolutiva em todos os organismos eucarióticos, ou seja, que possuem células com núcleo isolado do citoplasma por uma membrana e diversas organelas. Está presente, portanto, desde seres unicelulares até plantas e animais.

"Sabíamos que em situações de estresse oxidativo o proteassomo passa por um processo chamado glutatiolação e queríamos entender o motivo. A pesquisa mostrou, pela primeira vez, que o proteassomo glutatiolado é capaz de degradar as proteínas oxidadas com maior velocidade e menor gasto energético para célula", contou Marilene.

A glutatiolação, explicou a pesquisadora, é um tipo de modificação oxidativa que afeta os resíduos do aminoácido cisteína existentes no proteassomo. "Mas esta é uma modificação oxidativa não deletéria e reversível, que funciona como mecanismo de proteção da célula", afirmou.

Ubiquitina

Para que o proteassomo reconheça as proteínas a serem eliminadas durante os processos normais de regulação celular, esses alvos são marcados com uma outra proteína chamada ubiquitina. Os cientistas sabiam, no entanto, que quando se tratava de degradar proteínas oxidadas essa sinalização era desnecessária.

Para entender exatamente o que ocorre dentro do proteassomo, os pesquisadores recorreram à microscopia eletrônica de transmissão e à uma técnica conhecida como SAXS (small angle X-ray scattering), desenvolvida pela equipe do professor Cristiano de Oliveira, do Instituto de Física da USP. O método permite analisar a molécula em solução e fazer medidas a partir de modelagem estrutural.

"O proteassomo tem uma estrutura cilíndrica, com abertura nas extremidades. Mas essas entradas normalmente ficam fechadas. Conseguimos mostrar que, quando o proteassomo está glutatiolado, esses portões se abrem permitindo a entrada da proteína oxidada", contou Marilene.

Também foi possível confirmar, por meio da espectometria de massa, que apenas duas das 32 cisteínas existentes no proteassomo sofrem glutatiolação - e justamente aquelas relacionadas à abertura e ao fechamento da câmera catalítica, que é o local onde as proteínas entram para serem degradadas. Essa parte do trabalho foi feita em colaboração com a equipe do professor Fabio Gozzo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Uma das duas cisteínas que encontramos glutatioladas é altamente conservada ao longo da cadeia evolutiva, ocorrendo desde a levedura até o homem", ressaltou Marilene. "Esse é um resultado muito importante, pois ninguém havia mostrado antes que o proteassomo sofre regulação redox."
Publicada lista de 10 produtos químicos
suspeitos de causar autismo

Químicos tóxicos suspeitos

Um grupo internacional de cientistas divulgou hoje um manifesto pedindo mais pesquisas para identificar as possíveis causas ambientais do autismo e outras desordens do desenvolvimento neurológico em crianças.

O documento também apresenta uma lista de 10 produtos químicos suspeitos, aqueles que são considerados altamente susceptíveis de contribuir para essas condições.

O documento foi publicado juntamente com quatro artigos científicos - cada um sugerindo uma ligação entre produtos químicos tóxicos e autismo - na revista científica Environmental Health Perspectives

Causas ambientais das desordens neurológicas

A Academia Nacional de Ciências dos EUA afirma que 3% de todos os transtornos neurocomportamentais em crianças, incluindo o transtorno do espectro do autismo (ASD) e déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), são causados por substâncias tóxicas no meio ambiente, e que outros 25% são causados por interações entre fatores ambientais e genéticos.

Mas as causas ambientais e seus mecanismos de ação no organismo ainda não são conhecidos.

Os pesquisadores elaboraram uma lista de 10 produtos químicos encontrados em produtos de consumo que são suspeitos de contribuir para a deficiência do autismo e de aprendizagem, de forma a orientar uma estratégia de pesquisas para descobrir causas ambientais potencialmente evitáveis.

Produtos químicos suspeitos

Os dez produtos químicos são:
  1. Chumbo
  2. Metilmercúrio
  3. PCBs - Bifenilas Policloradas
  4. Inseticidas ou pesticidas organofosforados
  5. Inseticidas ou pesticidas organoclorados
  6. Desreguladores endócrinos
  7. Gases do escapamento de automóveis
  8. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
  9. Antichamas bromados
  10. Compostos perfluorados
O primeiro dos quatro artigos, escrito por uma equipe da Universidade de Wisconsin, encontrou indícios que ligam fumar durante a gravidez com a desordem de Asperger e outras formas de autismo de alto grau.

Dois artigos, escritos por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis, mostram que os PCBs (bifenilas policloradas) atrapalham as primeiras etapas do desenvolvimento cerebral.

O último artigo, da mesma universidade, sugere uma ligação entre a exposição a pesticidas e o autismo.
Antidepressivos fazem mais mal do que bem aos pacientes Wade Hemsworth

Nem segura e nem eficaz

Os antidepressivos mais comumente receitados parecem estar fazendo mais mal do que bem aos pacientes, afirmam cientistas.

Uma equipe canadense acaba de publicar um estudo no qual eles avaliaram o impacto dos medicamentos antidepressivos em todo o corpo, e não apenas no tocante ao humor.

"Precisamos ser muito mais cautelosos sobre o uso disseminado dessas drogas," disse Paul Andrews, da Universidade McMaster, principal autor do artigo.

"Isto é importante porque milhões de pessoas recebem receitas de antidepressivos a cada ano, e o senso comum sobre essas drogas é que elas seriam seguras e eficazes."

Serotonina não regula só o humor

Andrews e seus colegas examinaram estudos de pacientes quanto aos efeitos dos antidepressivos em todo o organismo.

Eles descobriram que os benefícios da maioria dos antidepressivos, mesmo tomados nos seus melhores resultados, mal se comparam aos riscos, que incluem a morte prematura em pacientes idosos.

Os antidepressores são concebidos para aliviar os sintomas da depressão através do aumento dos níveis de serotonina no cérebro, onde essa substância regula o humor.

Contudo, a grande maioria da serotonina que o corpo produz é usada para outros fins, incluindo a digestão, a formação de coágulos de sangue em locais de ferimentos, além da reprodução e do desenvolvimento físico.

O que os pesquisadores descobriram é que os antidepressivos têm efeitos negativos sobre a saúde em todos os processos normalmente regulados pela serotonina.

"A serotonina é uma substância química antiga. Ela regula delicadamente muitos processos diferentes, e quando você interfere com essas coisas você pode esperar que alguma coisa saia errado," disse Andrews.

Riscos dos antidepressivos

Os resultados mostram elevação dos seguintes riscos:
problemas de desenvolvimento em crianças
problemas com estimulação e função sexual, e problemas no desenvolvimento dos espermatozoides em adultos
problemas digestivos, como diarreia, constipação, indigestão e flatulência
sangramento anormal e acidente vascular cerebral em idosos

Os autores revisaram três estudos recentes que mostram que idosos que usam antidepressivos são mais propensos a morrer do que os não-usuários da droga, um resultado que persiste mesmo depois que se leva em contra outras variáveis importantes.

Ninguém faz nada

As maiores taxas de mortalidade indicam, segundo os pesquisadores, que o efeito global destas drogas no corpo é mais prejudicial do que benéfico.

O Dr. Andrews acrescenta que, embora possa parecer surpreendente, a maior parte dos indícios dos malefícios desses medicamentos tem estado evidente e disponível à comunidade científica há muito tempo.

"A única coisa que está faltando nos debates sobre antidepressivos é uma avaliação global de todos esses efeitos negativos em relação aos seus potenciais efeitos benéficos," afirma. "A maioria dessas evidências tem estado por aí há anos e ninguém olha para esta questão básica."

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vitamina E protege contra o câncer,
mas não em suplementos

O mais prudente é tomar uma mistura de tipos de vitamina E que melhor imite aquela presente em uma dieta saudável - ou comer uma dieta saudável e dispensar os suplementos.

Tipos de vitamina E

Cientistas norte-americanos e chineses recolheram evidências científicas de que a vitamina E tem forte efeito protetor contra várias formas de câncer.

Sobretudo duas formas da vitamina E - tocoferóis gama e delta - mostraram-se altamente eficazes na prevenção dos cânceres de cólon, pulmão, mama e próstata.

Esses dois tipos de vitamina E são encontrados nos óleos de soja, canola e milho, e em castanhas.

"Nossa mensagem é que a forma tocoferol gama da vitamina E, a forma mais abundante dessa vitamina na alimentação, e o tocoferol delta, encontrado em óleos vegetais, são benéficos na prevenção do câncer," afirmou o Dr. Chung S. Yang, da Universidade de Rutgers.

Veja o conteúdo dos suplementos

Contudo, há um grande porém na pesquisa realizada pela equipe do Dr. Yang.

"A forma alfa-tocoferol, a mais comum em suplementos de vitamina E, não mostrou qualquer benefício [na prevenção do câncer]," salientou o pesquisador.

As constatações foram feitas a partir tanto de estudos com animais de laboratório quanto de dados epidemiológicos humanos.

Na realidade, outros estudos já mostraram que os suplementos de vitamina E podem ter efeito oposto ao desejado:
Suplementos de vitamina E aumentam risco de câncer de próstata

Olhe o rótulo, ou coma melhor

É por isso, salienta o pesquisador, que é importante identificar as diferentes formas de vitamina E, o que exigirá pesquisas mais detalhadas sobre o efeito preventivo contra o câncer e outros efeitos biológicos de cada um dos tipos de vitamina E.

"Para as pessoas que acreditam que precisam tomar suplementos de vitamina E," diz Yang, "o mais prudente é tomar uma mistura de [tipos de] vitamina E que melhor imite aquela presente em uma dieta saudável."

Ou, como alternativa, ingerir uma dieta mais saudável e dispensar qualquer controvérsia.
Aspirina reduz risco de morte por câncer de intestino

Tomar ou não tomar aspirina

Tomar ou não tomar aspirina de forma preventiva?

Eis a questão, para a qual a resposta ainda é cuidadosa pela maioria dos especialistas.

Um estudo recente mostrou que a aspirina pode reduzir risco de metástase e morte por câncer, enquanto outro descobriu novos efeitos do medicamento que começam a esclarecer sua forma de atuação no organismo.

O assunto volta à imprensa hoje, com a publicação de um novo estudo no British Journal of Cancer, realizado pela equipe do Dr. Gerrit-Jan Liefers, da Universidade de Leiden, na Holanda.

Resultados e críticas

No estudo, que levou quase uma década, um quarto dos pacientes não usou aspirina, um quarto apenas usou aspirina depois de ser diagnosticado com câncer e a metade restante tomou aspirina antes e depois do diagnóstico.

A maior parte dos pacientes que tomaram aspirina o fizeram para evitar doenças cardiovasculares, como enfarte e acidentes vasculares - a recomendação da ingestão de aspirina por pacientes em risco de doenças cardiovasculares tem maior concordância entre os especialistas.

Tomar aspirina por qualquer período depois do diagnóstico de câncer de intestino reduziu a chance de morte por câncer em 23%.

Os pacientes que tomaram doses diárias do medicamento por pelo menos nove meses depois do diagnóstico tiveram a chance de morrer por câncer reduzida em 30%.

Nos pacientes que tomaram a aspirina antes e depois do diagnóstico, a redução do risco de morte foi de apenas 12%.

As críticas ao estudo são duas: o câncer de intestino ocorre sobretudo em pessoas mais idosas, o que pode dificultar a extensão dos resultados para outras faixas etárias.

E a ingestão de aspirina não foi comparada com a ingestão de um placebo.

Cuidados

O Dr. Liefers salienta que a aspirina não deve ser vista como alternativa a outros tratamentos, como a quimioterapia, mas poderia ser útil como tratamento adicional.

Já Sarah Lyness, da entidade Cancer Research UK ressalta que isso é diferente de recomendar que as pessoas sem qualquer diagnóstico passem a tomar aspirina continuamente para se prevenir do câncer.
Uso regular de aspirina pode fazer mais mal do que bem

"É possível que pessoas mais velhas tenham outros problemas de saúde que não permitam a quimioterapia. Câncer de intestino é mais comum em pessoas mais velhas, então esses resultados poderiam ser um grande avanço no tratamento da doença, particularmente para este grupo. Mas precisamos de pesquisa adicional para confirmar isso," afirmou. "Qualquer um pensando em tomar aspirina para reduzir o risco de câncer deveria conversar com seu médico primeiro. Pessoas com câncer devem estar cientes de que a aspirina pode aumentar as chances de complicações antes de cirurgia ou outros tipos de tratamento, e de
Instrumento de luz elimina bactérias da pele em segundos Site Inovação Tecnológica

O aparelho a plasma esterilizou biofilmes espessos de bactérias resistentes a antibióticos. Agora só falta um pouco de miniaturização e um trato no visual para sua comercialização.

Lanterna de plasma

Cientistas chineses e australianos criaram um aparelho capaz de eliminar bactérias da pele em instantes.

Batizado de "lanterna de plasma", o equipamento, que é portátil e alimentado a bateria, gera um feixe de plasma frio que mata os microrganismos.

Segundo Kostya Ostrikov, do instituto australiano CSIRO, a lanterna de plasma é ainda mais promissora por ser portátil, alimentada por uma bateria de 12 Volts, e dispensar alimentadores externos de gás.

Assim, além de poder ser usado no dia-a-dia de consultórios e hospitais, o aparelho terá grande aplicação em áreas de desastres naturais e para o atendimento de comunidades remotas.

Biofilme bacteriano

Nos experimentos, a lanterna de plasma conseguiu inativar um espesso biofilme de uma das bactérias mais resistentes aos antibióticos e ao calor - a Enterococcus faecalis, que frequentemente infecta os canais das raízes durante tratamentos dentários.

Os biofilmes, cultivados durante sete dias, tinham 17 camadas de bactérias, atingindo 25 micrômetros de espessura.

Os resultados mostraram que a lanterna de plasma não inativou apenas a camada superficial de bactérias, mas penetrou profundamente no biofilme, matando até as bactérias das camadas inferiores.

"Neste estudo, nós escolhemos um exemplo extremo para demonstrar que a lanterna de plasma pode ser muito eficaz mesmo a temperatura ambiente. Para bactérias individuais, o tempo de inativação será de 10 ou 20 segundos," disse Ostrikov.

Para destruir o biofilme de 17 camadas, foi necessária uma aplicação de cinco minutos.

Dimensões e aparência

Embora o mecanismo exato da ação antibacteriana do plasma - o quarto estado da matéria - seja praticamente desconhecido, acredita-se que a reação do plasma com o ar ambiente produza uma população de espécies reativas que são muito similares às encontradas em nosso sistema imunológico.

"O aparelho é fácil de ser feito e pode ser produzido por menos de US$100,00. É claro que um pouco de miniaturização e de design podem ser necessários para torná-lo mais simpático e pronto para comercialização," afirmou Ostrikov.

Fonte: Lanterna de plasma elimina bactérias da pele em segundos
Imagens virtuais de tecidos mostram doenças em 3D

O grande ganho é a alta resolução das novas imagens 3D, ao contrário das tentativas anteriores de processamento.

Tecidos em 3D

Cientistas da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, aprimoraram uma técnica para gerar imagens coloridas, de alta resolução, e em 3D, de amostras e tecidos biológicos.

A forma mais comum de observar tecidos biológicos é fazer fatias muito finas do tecido para que elas possam ser observadas ao microscópio.

Na última década, a tecnologia permitiu a disseminação da microscopia digital, quando escâneres substituem o fatiamento, capturando a imagem 2-D da superfície da amostra.

3D de alta resolução

O que os cientistas fizeram agora foi desenvolver um programa de computador que permite que essas imagens geradas digitalmente sejam compostas para gerar uma visualização 3D de todo o tecido.

O grande ganho é a alta resolução das imagens, ao contrário das tentativas anteriores de processamento.

As imagens podem ser vistas em uma tela de computador e examinadas a partir de qualquer ângulo. Em uma futura etapa, os cientistas poderão fazer zooms no interior do tecido.

Imagens tridimensionais de tecidos do corpo podem auxiliar na identificação de doenças em seus estágios iniciais ao facilitar a análise do material de uma biópsia - sem contar os benefícios científicos e educacionais.
"Um tumor é um 'órgão' tridimensional formado por células saudáveis e cancerosas, incluindo vasos sanguíneos, células do sistema imunológico e outras células 'normais'".

É por isso que, por exemplo, uma equipe internacional está tentando fazer um mapa 3D do cérebro humano, incluindo todas as conexões entre os neurônios.

Cirurgias mais precisas

"O tecido é, naturalmente, tridimensional. Para muitos usos, essa natureza tridimensional é importante," disse Derek Magee, um dos cientistas da equipe. "Se você pegar um vaso sanguíneo, que é um dos pedaços de uma rede de tubos ramificada, e retirar um trecho dele, a imagem bidimensional que você obtiver será apenas uma elipse do vaso."

Segundo o pesquisador, a visualização em 3D do tecido também permitirá que um cirurgião possa remover um tumor situado perto de um órgão sensível de forma mais precisa e com menos danos ao tecido saudável.

"Essa tecnologia pode ajudar pesquisadores a compreender mais a respeito da doença e encontrar formas de tratá-la de maneira mais eficaz. Estamos começando a entender o quão complexo é o câncer.

"Um tumor é um 'órgão' tridimensional formado por células saudáveis e cancerosas, incluindo vasos sanguíneos, células do sistema imunológico e outras células 'normais'," acrescentou Kat Arney, que trabalha com pesquisas sobre o câncer.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Neurocientistas fazem zoom do comportamento
até os neurônios


Neurônios em operação

Assim como os físicos querem enxergar tudo ao nível de átomos, os neurocientistas também têm seus "átomos": os neurônios.

Enxergar o cérebro e outros tecidos ao nível de neurônios individuais pode abrir novos campos de entendimento sobre o funcionamento do corpo humano, compreendendo o que dá errado no caso das disfunções, ou seja, das doenças.


Os neurocientistas conseguiram pela primeira vez rastrear um processo biológico do comportamento até os neurônios individuais na origem desse comportamento.[Imagem: Konnerth Lab/TU Muenchen]


Agora, cientistas da Universidade de Munique (Alemanha) alcançaram um marco na visualização de todos os processos envolvidos no Mal de Alzheimer, pela primeira vez rastreando um processo biológico do comportamento até os "átomos", ou melhor, os neurônios.

Zoom no cérebro

Assim como os físicos testam as propriedades dos materiais em amostras de laboratório, e depois usam microscópios cada vez mais potentes para enxergar até o nível dos seus átomos, o professor Arthur Konnerth e seus colegas deram uma espécie de zoom em um organismo vivo.

A primeira camada de observação foi o comportamento, ou melhor, a variação do comportamento induzida pelo desenvolvimento do Alzheimer em cobaias.

Prosseguindo em seu zoom biológico, eles observaram a cognição sensorial, ou seja, a relação entre o reconhecimento de sinais do ambiente e o seu processamento físico no cérebro.

Na terceira camada, eles já mergulharam de vez no lado físico do cérebro, mais especificamente nos circuitos neuronais, mapeando quais circuitos o cérebro estava usando para ativar o reconhecimento de sinais da segunda camada que, por sua vez, levam aos comportamentos da primeira camada.

Finalmente, no nível mais profundo do seu zoom biológico, eles atingiram pela primeira vez os neurônios corticais individuais - não quaisquer neurônios, mas aqueles individualmente envolvidos na tarefa.
Começando com o défice visual induzido pelo Alzheimer em modelos animais, os cientistas conseguiram chegar até os neurônios associados com esse comportamento. [Imagem: Konnerth Lab/TU Muenchen]

Processos paralelos

O feito foi possível graças a uma técnica recente de geração de imagens, chamada imageamento de dois fótons baseada em cálcio, a única que permite a visualização da atividade de um circuito neuronal com resolução de células individuais - algo como os físicos observarem o comportamento elétrico de um metal com resolução atômica.

O resultado desse zoom inédito, publicado pela revista Nature, mostra pela primeira vez as alterações envolvidas no acúmulo das placas daproteína beta-amiloide no cérebro.

Em vez de alterações em cascata, em que um efeito vira causa de outro, e assim sucessivamente, a pesquisa mostrou que as alterações se dão de forma paralela, e que apenas vendo-as como um conjunto é possível compreender as diversas fases da doença de Alzheimer.

"Nossos resultados fornecem novos e importantes insights sobre a causa que pode estar por trás dos problemas de comportamento, identificando no córtex uma subpopulação de neurônios que tiveram suas funções fortemente perturbadas," diz o pesquisador.
Especialista relata estado das pesquisas sobre fibromialgia e dores crônicas

Com informações de Marilúcia Leal - UFBA

Tipos de dor

Denominamos dor o que sentimos após uma pancada, ou quando um objeto perfura nossa pele, mas também quando a saudade de alguém ou a tristeza suga nossas forças.

Mas e quando a dor passa a não ter um ponto de origem específico e, além disso, a ocorrer de forma intensa e ininterrupta?

Essas são as principais características da fibromialgia, uma síndrome que faz referência a uma condição dolorosa generalizada e crônica.

Especialista no assunto, o Dr. Pedro Montoya, da Universidade das Ilhas Baleares (Espanha) esteve na Universidade Federal da Bahia, trazendo as últimas novidades sobre a fibromialgia e as dores crônicas em geral.

Aliviar, e não suportar

Montoya explicou os principais efeitos causados pela fibromialgia no cérebro.

Ao receber qualquer estímulo do, o cérebro ativa as defesas pessoais e autoriza a liberação de hormônio que ajudará a aliviar os constrangimentos dolorosos.

Segundo o pesquisador, o problema surge quando tais estímulos passam a ser frequentes.

"Quanto mais o cérebro for castigado pela dor, mais dificuldade terá em realizar as funções delegadas a ele. Por isso, é de extrema importância procurar métodos para aliviar as dores, e não suportá-las," alerta o pesquisador.

Desconexão entre sensação e corpo

Estudos demonstram que a atividade cerebral de um paciente diagnosticado com a fibromialgia interpreta informações cotidianas de maneira equivocada.

"Há uma relação desnivelada entre o estímulo e a sensação da dor. Tocar levemente a pele de um paciente com dor crônica pode desencadear um quadro generalizado, já que não há relação direta entre a sensação e o corpo," afirmou Montoya.

Alterações no ritmo das passadas e no equilíbrio, disparidade na compreensão das emoções pessoais e alheias - situação que pode interferir diretamente no convívio em sociedade - também são consequências da doença reveladas pela pesquisa de Montoya, ainda em andamento.

"O cérebro de um paciente com a doença interpreta expressões de alegria e tristeza de maneira muito próximas", completa.

Causas da fibromialgia

As causas para o desenvolvimento da doença é o maior desafio para Montoya e, neste caso, todo o estudo se volta para esse fim.

Segundo ele, só a descoberta das causas poderá dar subsídios para o desenvolvimento de trataremos eficazes.

O que se sabe até o momento é que a experiência da dor surge da atividade cerebral e é modulada por diversos fatores bio-psico-sociais (genéticos, hormonais, cognitivos, emocionais, sociais, culturais), além da comprovação das alterações que ocorrem em tal atividade.

Complexidade da dor

O pesquisador chama atenção para a condição de complexidade da dor, reforçando o aspecto de que a mesma não é algo estático, mas que muda com o tempo.

Para ele, responder questões como localização e intensidade não são suficientes para nenhum tipo de diagnóstico que a tenha como principal sintoma.

Esses aspectos são imprescindíveis, entretanto, não podem limitar as investigações. "É necessário compreender a dinâmica da dor e como ela varia a - e na - atividade cerebral", defende.
Lista de procedimentos reduz em 18% mortalidade por infarto

Check-list do infarto

Médicos do Hospital do Coração de São Paulo (HCor) criaram uma lista de procedimentos - um assim chamado protocolo médico - que pode reduzir em 18% o número de mortes por infarto.

Baseada no esquema de segurança das companhias aéreas, as ações garantem que as equipes médicas sigam os protocolos essenciais no tratamento de pacientes com ataque cardíaco.

Realizado em parceria com o Ministério da Saúde, o projeto teve reconhecimento internacional, e agora pode melhorar o atendimento a pacientes cardíacos do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Dr. Otávio Berwanger, do HCor, explica que o estudo constatou que muitos procedimentos fundamentais eram deixados de lado no atendimento aos pacientes infartados.

"Antes de agir, nós notamos que apenas metade dos pacientes recebia todos os tratamentos de acordo com o protocolo" para nas primeiras 24 horas, afirmou o médico.

Organização e métodos

Segundo ele, a falta de aplicação de todos os protocolos ocorre em todo o mundo e não está ligada a desconhecimento ou negligência dos profissionais.

Para Berwanger, em uma emergência de hospital, o comportamento dos médicos e enfermeiras acaba seguindo um padrão semelhante ao dos passageiros de um avião.

"Só falando, alguns não deixam a cadeira na posição vertical ou deixam o celular ligado. Precisa ter alguma intervenção ativa que vá lá e faça mudar o comportamento", ressaltou.

Para confirmar a hipótese, foi adotada uma intervenção experimental semelhante à dos procedimentos de checagem de segurança adotados nos voos comerciais. "Nós pedimos para uma enfermeira atuar como uma gerente de caso, que é que nem a aeromoça que checa se você desligou o celular e colocou a cadeira na posição vertical".

Durante cerca de oito meses, ao longo de 2011, a equipe do HCor monitorou 34 hospitais públicos do país para verificar como os pacientes com síndrome coronariana aguda (infarto) eram atendidos.

Metade dos hospitais foi apenas observada, enquanto outro grupo recebeu treinamento para aplicação da intervenção multifacetada, que incluía materiais educacionais, listas e lembretes que tinham como base evidências científicas de controle da doença.

Pulseira

"Ao chegar ao hospital, o paciente passava por uma triagem. Se apresentasse algum sintoma, um lembrete era anexado ao formulário para que o médico soubesse que se tratava de um paciente de risco. Além da notificação no formulário médico, o paciente recebia uma pulseira que o identificava de acordo com a categoria de risco," explica Berwanger.

"Fizemos isso durante oito meses nos hospitais", relata. "Ocorreu um aumento de 18% na adesão aos padrões nas primeiras 24 horas. E 19%, em toda a hospitalização."

De acordo com Berwanger, a cada 10% de aumento na adesão às diretrizes, há uma redução de 10% na mortalidade dos pacientes.

A maioria das mortes por infarto ocorre nas primeiras horas de manifestação da doença - 65% dos óbitos ocorrem na primeira hora e 80% até 24 horas após o início do infarto.

Além dos remédios

Os resultados da primeira fase do projeto foram apresentados com destaque no Congresso do Colégio Americano de Cardiologia (American College of Cardiology Scientific Sessions 2012), realizado em Chicago (EUA).

O trabalho também repercutiu positivamente em artigo publicado na revista científica JAMA (Journal of the American Medical Association), uma das publicações médicas mais importantes do mundo.

Para o ministro Alexandre Padilha, que recebeu a visita da equipe do HCor que coordenou o projeto, o comportamento clínico é fundamental para melhorar a qualidade no atendimento aos pacientes cardíacos.

"Muitas vezes o paciente com infarto não recebe as terapias adequadas para o tratamento e isso dificulta sua recuperação. Mais do que medicamentos - que hoje são oferecidos gratuitamente pelo SUS - precisamos oferecer um atendimento rápido e adequado ao paciente, pois isso significa a diferença entre a vida e morte," avalia o ministro.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cientistas subdividem câncer de mama em
dez tipos diferentes
Cânceres de mama

Há poucos dias, foi descoberta uma nova mutação do câncer de mama.

Agora, em um estudo publicado na revista Nature, um grupo internacional afirma que o câncer de mama de fato não pode ser mais encarado como uma doença única.

Segundo eles, a doença pode ser desdobrada em dez tipos diferentes.

Essa nova categorização poderá melhorar o tratamento, uma vez que cada tipo poderá ter seu próprio tratamento.

10 tipos de câncer de mama

Christina Curtis e seus colegas afirmam que se pode comparar o câncer de mama a um mapa-múndi.

As biópsias atuais têm capacidade de classificar a doença em diferentes "continentes".

Mas as descobertas mais recentes já permitem mapear a doença com um grau de definição muito maior, como se fossem "países".

"O câncer de mama não é uma doença, mas sim dez diferentes doenças", Carlos Caldas, coautor do estudo.

"Nossos resultados abrem caminho para que, no futuro, os médicos possam diagnosticar que tipo de câncer uma mulher tem e os tipos de remédios que vão ou não funcionar, de uma maneira muito mais precisa do que é possível atualmente", acrescenta o pesquisador.

Poucos efeitos imediatos

Os cientistas precisam agora comprovar os benefícios da nova classificação antes que médicos e hospitais de todo o mundo passem a utilizá-la - um processo que pode levar de três a cinco anos.

Além disso, a caracterização de novos tipos da doença poderá exigir o desenvolvimento de medicamentos específicos, um processo que leva ainda mais tempo.

O fato é que hoje só existe uma terapia bem fundamentada para tratar um dos dez tipos de câncer de mama.

Os outros grupos permanecerão com procedimentos genéricos, à base de sessões de quimioterapia e radioterapia.

Tamoxifeno e Herceptin

No momento, os tumores são classificados de acordo com sua aparência sob as lentes de microscópios e exames com "marcadores".

Aqueles identificados com "receptores de estrogênio" deveriam responder a tratamentos que utilizam o tamoxifeno (um modulador seletivo da recepção deste tipo de hormônio) e os classificados com "receptores Her2" deveriam sofrer impacto da terapia com o medicamento Herceptin.

A grande maioria dos tipos de câncer de mama (mais de 70%) responde bem aos tratamentos com hormônios. Entretanto, a reação às terapias varia muito.

"Alguns respondem bem, outros fracassam terrivelmente. Claramente precisamos de uma classificação mais detalhada", diz Caldas.