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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Estudo desenvolve anti-inflamatório a partir de árvore amazônica

A Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da USP, está desenvolvendo um anti-inflamatório a partir do óleo da copaíba, árvore encontrada em todo o país, principalmente na Amazônia.

Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, os índios já utilizavam o óleo como remédio, que é encontrado até hoje em ferias e lojas de fitoterápicos.

Popularmente, ele possui propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e cicatrizante, mas segundo o coordenador do estudo, o professor Osvaldo de Freitas, apenas a primeira foi comprovada.

Segundo o autor, ainda há muitos passos antes de produzir algo que possa ser comercializado. "Medicamento é diferente de remédio. Como remédio, o óleo de copaíba já é usado, mas medicamento precisa passar por vários testes científicos e ser registrado pela Anvisa", disse.

A formulação já foi aprovada para uso em animais e deve começar a ser testada em seres humanos --testes clínicos-- em breve.

Sistema desenvolvido em universidade combate infecção hospitalar com luz intensa

Pesquisadores escoceses desenvolveram um processo de desinfecção permanente, inofensivo à saúde humana, que não requer treinamento específico e de ampla eficácia, que pode penetrar até no canto mais oculto de um quarto de hospital.

A nova luz pode ser usada na presença dos pacientes e durante atividades de rotina do hospital, afirma a microbiologista Michelle Mclean, uma das responsáveis pelo estudo.

"Esse método é o primeiro do gênero. Os procedimentos atuais de descontaminação de quartos envolvem gases esterilizantes ou luz ultravioleta, o que requer o esvaziamento do local", diz Mclean.

Disco de petri sob luz de alta intensidade que desinfeta ambientes
Disco de petri sob luz de alta intensidade que desinfeta ambientes
A invenção foi batizada de Sistema de Descontaminação Ambiental de Luz HINS (sigla em inglês para High-Intensity Narrow-Spectrum -luz de alta intensidade e espectro estreito).

O sistema, criado na Universidade de Strathclyde, encontra-se em processo de comercialização e estará disponível a instituições de saúde de todo o mundo a partir do ano que vem.

PROTEÇÃO A MAIS

Testes clínicos com a nova tecnologia indicaram eficácia 60% superior à apresentada pelas operações de desinfecção tradicionais.

No entanto, afirmam os pesquisadores, o objetivo não é substituir, e sim adicionar o sistema aos métodos convencionais.

"É conhecida a dificuldade em determinar exatamente de que forma a redução de bactérias resulta na diminuição de infecções associadas ao tratamento hospitalar, mas hoje se entende que, quanto mais limpo o ambiente, menor o risco de adquirir infecções."

O sistema escocês descontamina o ar e todas as superfícies expostas à luz HINS.

"As ondas desse tipo de iluminação excitam as moléculas existentes nas bactérias, produzindo reações letais a micro-organismos como o Staphylococcus aureus", diz a microbiologista.

SUPERBACTÉRIAS

O crescente aparecimento das "superbactérias" levou a equipe de pesquisadores -formada por um engenheiro elétrico, dois microbiologistas e um físico especializado em óptica- a iniciar estudos no tema em 2006.

Dois anos depois, o método passou a ser testado no Glasgow Royal Infirmary, hospital público escocês.

No Brasil, o índice de infecção hospitalar pode chegar a 16 casos a cada mil dias de internação. Nos Estados Unidos, essa proporção se reduz a 8 por mil.

Debelar o problema completamente é, nas condições atuais, uma quimera, explica o infectologista Jorge Amarante, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do hospital Samaritano.

"As CCIHs em todo o mundo têm como meta a diminuição da velocidade com que aparece a resistência bacteriana, mas ela é inevitável e atingiu um alto grau de complexidade."

Para o infectologista, uma das maiores causas para o problema é a falta de pesquisas que derivem em novos antibióticos.

"Estamos vivendo uma crise mundial de investimento em saúde. Enquanto não houver uma tomada de posição por parte dos órgãos internacionais, vai haver cada vez mais superbactérias."

Estudo associa estrutura do cérebro a sociabilidade

Imagem computadorizada de um cérebro mostra amígdalas em cor azul; Estudo associa estrutura do cérebro a sociabilidade
Imagem computadorizada de um cérebro mostra
amígdalas em cor azul.
Cientistas americanos dizem ter encontrado uma associação entre a sociabilidade de um indivíduo e o tamanho de sua amígdala – pequena estrutura de forma amendoada encontrada no cérebro, e não o órgão na garganta.

O estudo, feito por pesquisadores do Hospital Geral Massachusetts e da Universidade Northeastern, em Boston, Massachusetts, foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.

O trabalho confirma resultados de estudos anteriores, envolvendo outras espécies de primatas, mostrando que animais que vivem em grupos sociais maiores têm amígdalas maiores.

"Sabemos que primatas que vivem em grupos sociais maiores têm uma amígdala maior, mesmo quando se leva em conta o tamanho total do cérebro e do corpo", disse Lisa Feldman Barrett, que chefiou o estudo.

"Consideramos uma única espécie de primata – a humana – e descobrimos que o volume da amígdala se correlacionou positivamente com o tamanho e complexidade de redes sociais em humanos adultos".

Os pesquisadores também analisaram outras estruturas subcorticais dentro do cérebro e não encontraram evidências de um relacionamento similar entre essas estruturas e a vida social de humanos.

Também não foram encontradas associações entre o volume da amígdala e outras variáves sociais na vida de humanos – como índices de satisfação social, por exemplo.

"A associação entre o tamanho da amígdala e o tamanho e complexidade da rede social foi observada tanto em indivíduos mais velhos como mais novos, homens e mulheres", disse Bradford Dickerson, da Escola Médica Harvard, em Cambridge, Massachusetts, outro cientista que participou do estudo.

"E a associação é específica à amígdala, porque o tamanho e complexidade da rede social não foram associados ao tamanho de outras estruturas do cérebro", acrescentou.

Questionários
 
Os pesquisadores pediram aos 58 participantes do estudo que respondessem perguntas sobre o tamanho e a complexidade de suas redes sociais.

As perguntas se referiam ao número total de contatos sociais regulares que cada participante mantinha, assim como o número de grupos diferentes a que esses contatos pertenciam.

Os participantes, com idades entre 19 e 83 anos, também foram submetidos a exames de ressonância magnética para que os cientistas pudessem obter informações sobre uma série de estruturas presentes no cérebro, incluindo o volume da amígdala.

Barrett disse que os resultados do estudo são consistentes com a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.

"Mais pesquisas estão sendo feitas para tentar estabelecer de que forma a amígdala e outras regiões do cérebro estão envolvidas no comportamento social de humanos", ela disse.

"Nós e outros pesquisadores estamos tentando entender também como anormalidades nessas regiões do cérebro podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos".

Primeira publicação brasileira sobre biossegurança ganha nova edição

A primeira publicação brasileira sobre biossegurança, lançada originalmente em 1996, foi tão bem-sucedida nas áreas da saúde pública, da biologia e da medicina experimental que acaba de ganhar sua segunda edição revista e ampliada. Organizado pelos pesquisadores Pedro Teixeira, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), e Silvio Valle, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o livro Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar apresenta 22 capítulos escritos por 34 autores. A obra trata da evolução das abordagens em saúde e trabalho, discute a política de biossegurança mais adequada para o país e enfoca, entre outros assuntos, príons e sua importância em biossegurança, doenças emergentes, organismos transgênicos, riscos biológicos, hepatite B como doença ocupacional, mapas de riscos, biossegurança e arquitetura e resíduos de laboratórios. Para Pedro Teixeira, que também atua na Coordenação de Serviços Ambulatoriais e Laboratoriais da Ensp, "trata-se de uma obra indispensável para os profissionais que, de modo geral, conjugam pesquisa e saúde". 
Qual é o objetivo do livro? 
Pedro Teixeira: O livro apresenta os principais temas ligados à área de biossegurança e possibilita ao leitor decodificar esses temas fundamentais para a promoção da saúde. Nessa segunda edição, temos a pretensão de abordar também questões que vieram à tona nos últimos 14 anos. Todos os capítulos foram revisados e outros foram inseridos. Como exemplo, temos um capítulo que visa auxiliar o leitor na busca de informações sobre a área, usando as ferramentas da internet. Em outro capítulo, damos ênfase às questões da ergonomia. Prevenção e biotecnologia são conceitos presentes de forma transversal em grande parte dos capítulos, com destaque para o texto sobre segurança química, e, de outro ângulo, a proteção dos ambientes aparece nos ensaios sobre biossegurança e arquitetura e sobre os resíduos de laboratórios.
Quais são os principais aspectos da biossegurança abordados no livro?
Pedro Teixeira: 
Como o próprio título do livro diz, nossa abordagem foi de caráter multidisciplinar, na qual foram apresentados os principais conceitos da área, com ênfase nos riscos biológicos, químicos e radiológicos. A publicação reflete a preocupação em relação a barreiras de contenção e à construção dos mapas de risco, faz um apanhado da história da biossegurança e desenha um amplo panorama dos aspectos envolvendo a legislação. Os ensaios que compõem a coletânea transitam pelo tema da biossegurança, entendida como proteção ao trabalhador de saúde na pesquisa e na assistência, cobrindo também as áreas de esterilização química, proteção radiológica e organização dos laboratórios de saúde pública.
Como foi o trabalho de organização e de revisão desta segunda edição?
Pedro Teixeira: 
Comparo organizar um livro a pilotar um transatlântico: são muitas variáveis complexas envolvidas no processo. Em relação aos convites, foi a parte mais fácil, pois são profissionais extremamente qualificados que se tornaram amigos fraternos. A parte boa da organização de um livro é que possibilita inúmeros contatos durante o percurso, e as amizades vão se estreitando. O grande problema que considero é que, atualmente, os profissionais (autores) que escrevem capítulos para livros são os mesmos que ministram aulas e também participam de grupos de pesquisa do CNPq e publicam artigos em revistas indexadas, entre inúmeras atividades.
Você acha que os conceitos que estão no livro podem auxiliar os profissionais que atuam em áreas de risco? Em relação às instituições, o que está sendo feito?
Pedro Teixeira: 
O livro pode ajudar na compreensão desses conceitos, mas, em alguns casos, é necessário que haja uma mudança na cultura das instituições. Por exemplo: na Fiocruz, tivemos um grande avanço com a criação das comissões internas de biossegurança, que induzem a política de biossegurança nas unidades técnico-científicas. Hoje, várias unidades estão passando pelo processo de acreditação. As áreas de qualidade e biossegurança são fundamentais nesse processo e precisam cada vez mais de uma estrutura que possa atender a essas demandas.
Qual é o público-alvo do livro?
Pedro Teixeira: 
O público-alvo é bem diverso. Desde alunos de graduação até de pós-graduação, profissionais das áreas das ciências biológicas, médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, técnicos de laboratório, engenheiros de segurança, arquitetos, farmacêuticos e tantos outros profissionais que se identificam com o tema e, de certa forma, se apropriam dos conceitos da biossegurança apresentados no livro. Recebemos informação da editora que, por conta dessa clientela, a primeira edição de mil exemplares se esgotou em seis meses.
Onde os interessados encontram o livro? 
Pedro Teixeira: Na livraria da Abrasco e demais livrarias parceiras. Caso haja dificuldade na aquisição, basta entrar em contato com a Editora Fiocruz.
Serviço:
EDITORA FIOCRUZ
Av. Brasil 4.036 - sala 112 - Manguinhos
CEP: 21040-361 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Tels.: (21) 3882-9007 | 3882-9039 | 3882-9041
Fax: (21) 3882-9006
E-mail: comercialeditora@fiocruz.br

Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos é lançado em Brasília

Foi lançado nesta quinta-feira (16/12), em Brasília, como parte das comemorações dos dez anos do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde, o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBEC). O RBEC é uma plataforma virtual de acesso livre do Brasil, América Latina e Caribe, para registro gratuito, por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, de estudos (ensaios clínicos) realizados em seres humanos. O RBEC inclui ensaios clínicos que avaliam intervenções em saúde resultantes de uso de medicamentos, procedimentos cirúrgicos, terapias comportamentais de reabilitação e terapias complementares.
 O RBEC é uma vitrine para pesquisadores, empresas e centros de pesquisa, propiciando maior interação e inserção internacional, além de facilitar o acesso das empresas aos recursos de que necessita
O RBEC é uma vitrine para pesquisadores, empresas e centros de pesquisa, propiciando maior interação e inserção internacional, além de facilitar o acesso das empresas aos recursos de que necessita

Valiosa fonte de evidência sobre a eficácia e a segurança das intervenções em saúde, o ensaio clínico, quando registrado em bases de dados públicas, garante a pacientes e médicos acesso a informações sobre os efeitos clínicos, farmacológicos e farmacodinâmicos de um produto sob investigação. Nesse sentido, aumenta a transparência na pesquisa, fortalecendo o valor ético e científico dos estudos de intervenção e observacionais.
O registro de ensaios clínicos é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que desde 2007 coordena a Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos, integrando dados provenientes de registros de países como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, China, Alemanha e Inglaterra, entre outros. “O desenvolvimento do RBEC é pautado pelas diretrizes estabelecidas pela OMS para a Rede de Registros Primários, para que o registro brasileiro possa integrar a Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos”, afirma Josué Laguardia, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador da iniciativa.
Em desenvolvimento pela Bireme e em fase de transferência de tecnologia para o Icict, que a partir de 2011 será responsável por hospedar e gerenciar o sistema, o RBEC já desperta interesse internacional. “Países que ainda não têm uma plataforma para o registro de ensaios clínicos e desejam desenvolver um novo sistema estão sendo orientados pela OMS a conhecer o aplicativo brasileiro”, adianta Laguardia.
Fruto de um esforço conjunto do Ministério da Saúde, do Icict/Fiocruz, da Organização Panamericana de Saúde (Opas) e do Centro Latinoamericano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), o RBEC aumenta a eficácia dos esforços dos ensaios clínicos, na medida em que divulga o que, em geral, é publicado em revistas científicas e está sujeito ao chamado “viés da publicação”. Por essa razão, o RBEC torna-se uma vitrine para pesquisadores, empresas e centros de pesquisa, propiciando maior interação e inserção internacional, além de facilitar o acesso das empresas aos recursos de que necessita, atraindo parcerias e facilitando a busca de parcerias. O RBEC está disponível aqui.

Pesquisa analisa a efetividade dos tratamentos para micose ainda pouco estudada

Dar visibilidade a uma doença ainda pouco estudada e contribuir para melhorar a assistência aos pacientes: estas são perspectivas da dissertação de mestrado da farmacêutica Sheila Rocha Conceição Borges, defendida em dezembro no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz). Sheila estudou a paracoccidioidomicose (PCM), doença que, apesar do nome pouco popular, é endêmica na América Latina - 80% dos casos são registrados no Brasil, sobretudo nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A farmacêutica investigou fatores que influenciam a efetividade do tratamento, desde o medicamento utilizado até características socioeconômicas dos pacientes. Os resultados apontam para dificuldades de adesão ao tratamento, cujas causas ainda precisam ser mais estudadas, mas podem estar relacionadas ao longo tempo de tratamento, entre outros fatores. Para identificar essas causas e saná-las, aumentando a probabilidade de cura num período menor de tratamento, Sheila recomenda a atuação de equipes de saúde multidisciplinares.
 Histopatologia de paracoccidioidomicose (Imagem: CDC/Lucille K. Georg/Wikipedia) 
Histopatologia de paracoccidioidomicose (Imagem: CDC/Lucille K. Georg/Wikipedia) 


Descrita pela primeira vez em 1908, pelo cientista Adolpho Lutz, a PCM é uma micose sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Ela acomete, principalmente, homens, de 30 a 50 anos, que trabalham ou trabalharam com o manuseio da terra. Formas do parasita, encontrado no solo, são inaladas, atingem o tecido pulmonar e podem se disseminar pelo sangue para outras partes do corpo, como a pele. A PCM pode provocar incapacidade e morte prematura, com impacto econômico significativo, uma vez que atinge, em geral, pessoas em idade produtiva. Nas zonas endêmicas, a incidência da doença pode chegar a três casos novos por 100 mil habitantes ao ano.

O Ipec atende pacientes com PCM desde 1949. Sheila atuou, junto a pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa, na construção de um extenso banco de dados. Foram levantadas informações sobre 460 portadores da doença que receberam tratamento no Instituto em algum período entre 1987 e 2009. No grupo estudado, 89,8% eram homens; 59,8% tinham idade entre 40 e 59 anos; 68,6% tinham ensino fundamental incompleto ou eram analfabetos; e 89,8% apresentavam a doença sob a forma crônica do adulto. “De acordo com a análise, 69,6% tiveram desfecho de cura após receberem o primeiro tratamento. No entanto, um número considerável de pacientes – 129 – precisou fazer tratamentos subseqüentes", diz Sheila.

As análises estatísticas feitas pela pesquisadora revelaram uma série de associações importantes. Ela verificou, por exemplo, que os pacientes com até 19 anos de idade – todos portadores da forma juvenil e mais grave da doença – evoluíam mais lentamente para a cura. “Se comparados aos outros grupos etários, eles apresentaram taxa de incidência de cura reduzida em 60%”, afirmou. Sheila também constatou o impacto negativo de tratamentos irregulares e incompletos. Pacientes que completaram o tratamento apresentaram um aumento de 5,1 vezes na taxa de incidência de cura.

Por fim, a farmacêutica avaliou os tipos de tratamento utilizados: de um lado, o itraconazol; de outro, a associação entre sulfametoxazol e trimetoprima, hoje amplamente usada por ter um custo considerado menor. Entretanto, a análise de Sheila mostrou que o itraconazol possibilitou a cura em um tempo mediano de 14 meses, enquanto a associação dos outros dois medicamentos requer 24 meses. Essa economia de tempo, portanto, poderia sinalizar que o itraconazol oferece uma melhor relação custo/efetividade no tratamento da PCM. Assim, superados os possíveis riscos de interações medicamentosas do itraconazol com outros medicamentos eventualmente usados pelos pacientes para tratar outras doenças coexistentes, ele poderia ser o fármaco de primeira escolha.