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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cientistas subdividem câncer de mama em
dez tipos diferentes
Cânceres de mama

Há poucos dias, foi descoberta uma nova mutação do câncer de mama.

Agora, em um estudo publicado na revista Nature, um grupo internacional afirma que o câncer de mama de fato não pode ser mais encarado como uma doença única.

Segundo eles, a doença pode ser desdobrada em dez tipos diferentes.

Essa nova categorização poderá melhorar o tratamento, uma vez que cada tipo poderá ter seu próprio tratamento.

10 tipos de câncer de mama

Christina Curtis e seus colegas afirmam que se pode comparar o câncer de mama a um mapa-múndi.

As biópsias atuais têm capacidade de classificar a doença em diferentes "continentes".

Mas as descobertas mais recentes já permitem mapear a doença com um grau de definição muito maior, como se fossem "países".

"O câncer de mama não é uma doença, mas sim dez diferentes doenças", Carlos Caldas, coautor do estudo.

"Nossos resultados abrem caminho para que, no futuro, os médicos possam diagnosticar que tipo de câncer uma mulher tem e os tipos de remédios que vão ou não funcionar, de uma maneira muito mais precisa do que é possível atualmente", acrescenta o pesquisador.

Poucos efeitos imediatos

Os cientistas precisam agora comprovar os benefícios da nova classificação antes que médicos e hospitais de todo o mundo passem a utilizá-la - um processo que pode levar de três a cinco anos.

Além disso, a caracterização de novos tipos da doença poderá exigir o desenvolvimento de medicamentos específicos, um processo que leva ainda mais tempo.

O fato é que hoje só existe uma terapia bem fundamentada para tratar um dos dez tipos de câncer de mama.

Os outros grupos permanecerão com procedimentos genéricos, à base de sessões de quimioterapia e radioterapia.

Tamoxifeno e Herceptin

No momento, os tumores são classificados de acordo com sua aparência sob as lentes de microscópios e exames com "marcadores".

Aqueles identificados com "receptores de estrogênio" deveriam responder a tratamentos que utilizam o tamoxifeno (um modulador seletivo da recepção deste tipo de hormônio) e os classificados com "receptores Her2" deveriam sofrer impacto da terapia com o medicamento Herceptin.

A grande maioria dos tipos de câncer de mama (mais de 70%) responde bem aos tratamentos com hormônios. Entretanto, a reação às terapias varia muito.

"Alguns respondem bem, outros fracassam terrivelmente. Claramente precisamos de uma classificação mais detalhada", diz Caldas.
Neuroprótese restaura movimento
de mão paralisada
Os sinais cerebrais dos macacos foram usados para controlar pequenas correntes elétricas disparadas diretamente em seus músculos, "contornando" a medula espinhal.

Neurotecnologia

Uma nova tecnologia de interface cérebro-máquina envia mensagens do cérebro diretamente para os músculos, sem precisar passar pela medula espinhal.

Os pesquisadores demonstraram que, com isso, é possível fazer movimentos voluntários e complexos com uma mão paralisada.

"Nós ficamos ouvindo os sinais elétricos naturais do cérebro que dizem ao braço e à mão como se mover, e então enviamos esses sinais diretamente para os músculos", disse o Dr. Lee Miller, da Universidade Northwestern (EUA).

Os experimentos foram feitos em macacos, como sempre ocorre no desenvolvimento desse tipo de neurotecnologia, mas o próximo passo é avaliar seu uso para permitir a movimentação de pacientes humanos com paralisia.

Neuroprótese

A atividade elétrica cerebral e os sinais musculares dos macacos foram registrados por eletrodos implantados no cérebro enquanto eles repetiam tarefas de agarrar uma bola, levantá-la e colocá-la em um pequeno tubo.

Essas gravações permitiram que os pesquisadores desenvolvessem um algoritmo - um decodificador - que processa os sinais do cérebro e prevê os padrões da atividade muscular para cada tarefa.

A seguir, os macacos receberam um anestésico local para bloquear a atividade do nervo no cotovelo, causando paralisia temporária e indolor da mão.

Com a ajuda de dispositivos especiais no cérebro e no braço - uma neuroprótese - os sinais cerebrais dos macacos foram usados para controlar pequenas correntes elétricas disparadas em seus músculos.

Com duração de cerca de 40 milissegundos, esses pulsos elétricos induzem a contração dos músculos, permitindo que os macacos peguem a bola e concluam a tarefa quase tão bem quanto antes.

"Esta conexão do cérebro para os músculos poderá ser usada no futuro para ajudar pacientes paralíticos por lesão da medula espinhal, que poderão realizar atividades da vida diária e alcançar uma maior independência," prevê o cientista.
O implante monitora a atividade de cerca de 100 neurônios no cérebro, passando-os para um computador, que decifra os sinais que geram os movimentos da mão.

Implante cerebral

Como os pesquisadores calcularam a relação entre a atividade do cérebro e a atividade muscular, a neuroprótese de fato "sente" e interpreta uma variedade de movimentos que o macaco quer fazer, teoricamente permitindo-lhe fazer uma grande variedade de movimentos voluntários com as mãos.

"Isso dá ao macaco um controle voluntário de sua mão que não é possível com as próteses atuais," disse Miller.

Os pesquisadores desenvolveram um novo implante cujos eletrodos monitoram a atividade de cerca de 100 neurônios no cérebro, passando-os para um computador, que decifra os sinais que geram os movimentos da mão.

"Nós podemos extrair uma quantidade considerável de informações de apenas 100 neurônios, embora haja, literalmente, um milhão de neurônios envolvidos na realização desse movimento.

"Isso porque são neurônios de saída, que normalmente enviam sinais para os músculos. Por trás desses neurônios muitos outros estão fazendo os cálculos que o cérebro necessita para controlar o movimento. Nós estamos captando o resultado final de todos esses cálculos," conclui o pesquisador.
Descobertos novos efeitos da aspirina
 
Salgueiro

Cientistas descobriram uma nova forma de atuação da aspirina no corpo humano.

Depois de digerida, a aspirina se decompõe em salicilato, um composto encontrado na casca do salgueiro, que tem sido utilizado como medicamento desde o tempo de Hipócrates.

Simon Hawley e seus colegas da Escócia, Austrália e Canadá agora descobriram que altas concentrações de salicilato ativam a enzima AMPK.

Aspirina e diabetes

A enzima AMPK é considerada um medidor de combustível celular, sendo ligada por exercícios físicos ou pela metformina, medicamento comumente usado contra o diabetes.

Como monitora o armazenamento de energia pelas células, ela regula uma variedade de processos importantes, incluindo o crescimento celular e o metabolismo.

Estudos anteriores sugerem que a ativação da AMPK pode ser um tratamento eficaz contra o câncer diabetes e outras doenças.

Hawley e colegas verificam que, em camundongos sem a AMPK, alguns, mas não todos, os efeitos benéficos de altas doses de salicilato sobre o metabolismo desapareceram.

"Nós mostramos que o salicilato aumenta a queima de gordura e reduz a gordura hepática em ratos obesos, e que isso não ocorre em camundongos geneticamente modificados que não possuem a subunidade beta 1 da AMPK,", disse ele.

Efeitos benéficos da aspirina

Eles puderam então descrever o mecanismo molecular preciso pelo qual o salicilato ativa a AMPK.

"Nós demonstramos que, ao contrário dos exercícios ou da metformina, que aumentam a atividade da AMPK alterando o equilíbrio energético das células, os efeitos do salicilato são totalmente dependentes de um único aminoácido Ser108, da subunidade beta 1," conta o pesquisador.

Isso sugere que alguns dos efeitos benéficos da aspirina, envolvendo o metabolismo - ou seja, separado de seus efeitos analgésicos - podem se dar a partir da ativação da AMPK.

Salicilato

Essas descobertas são importantes porque está em andamento um grande ensaio clínico testando se o salsalato, um derivado da aspirina, pode prevenir o diabetes tipo 2.

No entanto, estudos adicionais serão necessários, já que as concentrações de salicilato usadas neste estudo foram maiores, por exemplo, do que as doses testadas para avaliar os efeitos da aspirina contra o câncer.
Medicamento para diabetes vira nova arma contra o câncer

O salicilato, que é derivado da casca do salgueiro, é o ingrediente ativo da aspirina.

Acredita-se que ele seja uma das mais antigas drogas no mundo, com os primeiros relatos de sua utilização datando de um papiro egípcio de 1543 AC.