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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nova técnica corta dor e cicatriza lesão mais rápido


Ortopedistas brasileiros estão usando com sucesso uma técnica que utiliza o plasma sanguíneo rico em plaquetas do próprio paciente para acelerar a cicatrização de lesões em tendões e músculos - especialmente em atletas, amadores ou profissionais.
Chamada de PRP, a técnica que utiliza o plasma rico em plaquetas ainda não é usada de maneira rotineira nos hospitais e nos centros de ortopedia, mas deve se tornar um consenso até o final deste ano.
Isso porque a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) já reuniu mais de 300 artigos científicos internacionais sobre a técnica para a redação de um documento que a descreve.
O plasma rico em plaquetas é feito usando o sangue do próprio paciente. O médico coleta entre 30 ml e 50 ml do líquido, que depois é filtrado e centrifugado para separar as plaquetas das outras células.
As plaquetas são ricas em proteínas chamadas fatores de crescimento - que aceleram a cicatrização do tecido por causa do aporte de sangue.
Como as lesões de tendão demoram muito para cicatrizar - porque no local há pouca vascularização -, os médicos acreditam que a aplicação do PRP diretamente na lesão aceleraria esse processo.
Pesquisa. No Brasil, até agora foram feitos poucos estudos sobre esse tema - por isso, em muitos casos, a técnica ainda é considerada experimental. Um estudo acaba de ser concluído pelo ortopedista Adriano Marques de Almeida, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas.
Durante seis meses, Almeida analisou a evolução cirúrgica de 27 atletas amadores que estavam com lesões de ligamento do joelho - um problema muito comum em atletas que praticam rúgbi, futebol, basquete, handebol, etc.
Na cirurgia tradicional, o médico retira um pedaço de enxerto do tendão do joelho e reconstrói o ligamento com problemas. Por causa da falta de aporte de sangue, o local de onde foi retirado o enxerto leva de um a dois anos para cicatrizar - e nem sempre cicatriza como um todo.
Na técnica do PRP, o médico aplica o gel com o plasma rico em plaquetas do próprio paciente no local de onde foi retirado o enxerto. Assim, a ideia é que o local seja irrigado e cicatrize de maneira mais rápida.
Resultados. Dos 27 atletas avaliados, 12 receberam plasma rico em plaquetas e 15 eram o grupo controle. Ao fim do período, o médico percebeu que a cicatrização dos pacientes tratados com PRP estava 50% maior que nos casos controle.
Além disso, segundo Almeida, no pós-operatório, os pacientes tratados com PRP relataram 3,8 pontos na escala de dor, enquanto a dor dos pacientes do grupo controle ficou em torno de 5,1.
"Não há efeito colateral, porque usamos sangue do próprio paciente. A cicatrização mais rápida diminuiu o tempo de recuperação e reduziu a dor do paciente. É possível que esses pacientes estejam totalmente cicatrizados em um ano", avalia Almeida. Ele afirma que a ideia é ampliar o uso dessa técnica e torná-la rotineira no Hospital das Clínicas.
Menos cirurgia. O uso do plasma rico em plaquetas também pode ser aplicado em alguns tipos de lesões para evitar que o paciente se submeta a um procedimento cirúrgico.
O ortopedista Rogério Teixeira da Silva, diretor da Sbot, foi um dos primeiros a usar e avaliar o método no Brasil. Ele também acaba de concluir um estudo sobre o uso de PRP em 78 atletas amadores que são jogadores de tênis. Todos eles sofriam de tendinite do cotovelo e tinham indicação de cirurgia. Para participar da pesquisa, o atleta precisava estar com a lesão havia pelo menos seis meses e ter tentado, sem sucesso, ao menos dois tipos de tratamentos.
Segundo Silva, o uso do PRP evitou que 74% dos pacientes precisassem ser operados. O plasma foi aplicado com uma injeção diretamente no local da lesão e a cicatrização ocorreu num prazo entre quatro e seis semanas. O retorno ao esporte aconteceu entre oito e dez semanas.
"Os resultados serão excepcionais, mas, infelizmente, ainda há muita resistência no Brasil sobre o uso da técnica", diz Silva.
Um outro empecilho no uso rotineiro da PRP, avalia Silva, é o custo do procedimento, que ainda não é coberto pelo SUS nem por planos de saúde - o que gera uma batalha jurídica em torno da cobertura.
"A aplicação custa em torno de R$ 1,5 mil. Meu objetivo é colocar essa técnica no SUS, porque quando é bem aplicada, ela reduz os custos, evita cirurgias e ainda promove uma recuperação mais acelerada."

Fiocruz vai dobrar fabricação de vacinas

Anúncio ocorre no momento em que fundação se habilita para receber financiamento internacional

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das principais instituições de pesquisa e produção de remédios do País, dobrará para 600 milhões de doses a capacidade de fabricação de vacina.

Veja também: 

A instituição está negociando com o governo do Estado os termos de um acordo para cessão de um terreno de 550 mil metros quadrados para a instalação do Centro do Processamento Final de Vacinas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos), que estará concluída em cinco anos.

O anúncio da ampliação da capacidade de produção vem no momento em que a Fiocruz se habilita para receber financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates para a produção e exportação de vacinas para países pobres. O Instituto Butantã também disputa a verba.

Uma missão da organização americana esteve na Fiocruz em outubro para avaliar as possibilidades de cooperação. "Há questões técnicas, sobre a vacina que será produzida e a escala de produção. Mas vamos dar um passo muito significativo", afirmou Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz. "Essa fábrica garante a manutenção do Programa Nacional de Imunização e possibilita a entrada no mercado global e em mercados regionais, dentro da Unasul (União das Nações Sul-Americanas)."

O projeto prevê uma fábrica integralmente automatizada. "O maquinário é todo involucrado. As pessoas não têm acesso ao equipamento. Significa que todo o produto que sai da fábrica já está certificado", afirmou. A planta também será flexível - vacinas que têm base comum podem ser produzidas concomitantemente. "A fábrica que nós temos já é bem moderna, mas está duas gerações aquém da que vamos construir", disse Gadelha. O projeto básico foi concluído e o terreno cedido ficará no Distrito Industrial de Santa Cruz, na zona oeste. O financiamento será do Ministério da Saúde.

Inovação. A Fiocruz também se prepara para tirar da prateleira dos laboratórios alguns dos seus mais importantes estudos. A pesquisa para a vacina tetravalente de dengue avança para nova fase e será testada em três capitais, em 2012. A fundação também licenciou a patente do bioinseticida BTI, que combate larvas dos mosquitos da dengue, malária e filariose. Técnicos da BR3, empresa abrigada na incubadora da USP, receberam as últimas instruções para a transferência de tecnologia no dia 31. "Estamos no nosso melhor momento", contou Gadelha.

O bioinseticida está pronto para ser produzido em larga escala. "A formulação é específica para o vetor e, dessa forma, não agride outras espécies", explica a engenheira química Elizabeth Gomes Sanches. A comercialização deve começar em dois anos.

Hoje a Fiocruz tem 1,4 mil projetos de pesquisa, alguns em parceria com laboratórios internacionais. Um deles é o medicamento para tuberculose que combina em um comprimido quatro drogas. A tecnologia será transferida pelo laboratório indiano Lupin. Também foi assinado recentemente acordo com a empresa alemã Boehringer Ingelheim, para transferência de tecnologia do medicamento pramipexol, usado no tratamento da doença de Parkinson.

Chip biológico monitora saúde unindo eletrônica com células vivas

Chip biológico monitora saúde unindo eletrônica com células vivas
O chip biológico vivo poderá ser usado para monitorar a eficácia e a segurança de drogas experimentais ou para comandar dispositivos implantáveis, como marca-passos, desfibriladores ou bombas de insulina.

Biochip vivo
Pesquisadores da Universidade de Rochester (EUA) desenvolveram uma nova tecnologia para monitorar a saúde e ainda melhorar os implantes médicos.
Já existem diversas propostas para a instalação de sensores sem fios no interior do corpo humano, sobretudo em pacientes com condições crônicas.
Esses sensores podem transmitir para o médico as informações sobre o estado de saúde do paciente em tempo real.
Mas o novo biochip é diferente: trata-se de um "biochip vivo", um chip biológico que integra células vivas com componentes eletrônicos.
Chip biológico
O novo biochip foi projetado para fornecer informações sobre a saúde do paciente, mas, mais importante, sobre alterações nas suas condições fisiológicas.
Em vez dos sensores eletrônicos tradicionais, o "biochip vivo" integra células vivas, que são cultivadas para viverem e funcionarem como parte de um pequeno chip eletrônico.
Isto permite uma interação direta entre tecidos, sem os problemas de incompatibilidade entre os componentes eletrônicos inertes e o corpo humano.
Um biossensor sem fios é colocado no interior e ao redor dos vasos sanguíneos e nervos para monitorar os tecidos e órgãos ao redor.
Quando detecta qualquer variação, o dispositivo transmite um alerta para um computador, para um telefone celular ou diretamente para o médico.
Monitoramento de implantes
As aplicações possíveis do biochips são muitas.
Ele poderá ser usado em pacientes com problemas cardíacos para detectar alterações mínimas nos níveis de proteínas no sangue, alertando o médico para a necessidade de alterar a medicação para corrigir o problema.
Isto hoje só feito durante os exames de rotina ou quando o paciente começa a sofrer os sintomas do problema.
O biochip também poderá ser usado para monitorar a eficácia e a segurança de drogas experimentais ou para comandar dispositivos implantáveis, como marca-passos, desfibriladores ou bombas de insulina.

Alimentos integrais e fibras têm múltiplos benefícios à saúde

Alimentos integrais e fibras têm múltiplos benefícios à saúde
O consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são responsáveis pela diminuição do risco de câncer de intestino e vários outros problemas de saúde.

Consumo de fibras
Um estudo realizado por pesquisadores da Grã-Bretanha e da Holanda sugere que o consumo de mais cereais e grãos integrais pode reduzir o risco de câncer colorretal, ou câncer do intestino grosso.
Segundo os cientistas do Imperial College de Londres, para cada dez gramas de aumento no consumo de fibras há uma queda de 10% no risco deste tipo de câncer.
Já se sabia que o consumo destes alimentos ajuda a proteger contra problemas cardiovasculares, mas os especialistas afirmam que qualquer ligação com câncer colorretal era menos clara, pois as pesquisas não tinham dado resultados consistentes.
Arroz integral e aveia
Os cientistas britânicos e holandeses analisaram 25 estudos relativos ao assunto, que envolveram cerca de 2 milhões de pessoas, e concluíram que o consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são os responsáveis por esta diminuição de risco.
Dagfinn Aune, uma das autoras do estudo e pesquisadora associada no Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas do Imperial College, afirmou que a análise realizada ajudou a encontrar uma associação linear entre a fibra na dieta e o câncer colorretal.
"Quanto mais fibras como estas você come, melhor é. Até quantidades menores têm algum efeito", afirma.
O estudo foi publicado na revista especializada British Medical Journal.
Outros benefícios das fibras
Os pesquisadores informaram que a adição de 90 gramas por dia de grãos integrais na dieta está ligada a uma redução de 20% no risco de câncer colorretal.
Eles dizem ainda que os benefícios para saúde do consumo destes grãos não se limitam apenas à diminuição do risco deste tipo específico de câncer.
"Também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, excesso de peso e obesidade e, possivelmente, mortalidade geral", afirmaram.
Outros componentes das frutas
No entanto, o último estudo afirma que não há provas de que as fibras presentes em frutas ou vegetais tenham a mesma importância neste resultado.
Uma pesquisa anterior que mostrou a redução do risco devido ao alto consumo de frutas e vegetais sugere que outros compostos presentes nas frutas, ao invés das fibras, podem ser os responsáveis.
Yinka Ebo, da organização de caridade britânica de combate ao câncer Cancer Research UK, afirmou que esta pesquisa dá mais credibilidade às afirmações de que as fibras protegem contra o câncer no intestino.
"Comer fibras é apenas uma das muitas coisas que você pode fazer para diminuir o risco de desenvolver a doença, junto com manter um peso saudável, uma vida ativa, diminuir o consumo de álcool, de carne vermelha e industrializada, e não fumar", afirmou.

Médicos podem aprender empatia em curso por computador


Importância da empatia
Os médicos oncologistas - que tratam de pacientes com câncer - até querem ser ouvintes simpáticos, mas frequentemente não percebem essa necessidade dos pacientes.
Para ajudá-los a lidar melhor com os medos e preocupações de seus pacientes, um pesquisador da Universidade Duke (EUA) desenvolveu uma nova ferramenta de treinamento interativo para ensinar empatia.
O tutorial por computador inclui feedback sobre registros gravados das conversas do próprio médico com seus pacientes, e fornece uma alternativa mais rápida e mais barata aos caros cursos na área.
Em um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine, os pesquisadores mostram que o curso resultou em respostas mais empáticas dos oncologistas, com os pacientes relatando maior confiança em seus médicos - um componente chave do cuidado que melhora a qualidade de vida.
Empatia na consulta
"Estudos anteriores demonstraram que os oncologistas respondem ao sofrimento do paciente com empatia apenas cerca de um quarto das vezes," disse James A. Tulsky, coordenador do estudo.
"Muitas vezes, quando os pacientes trazem suas preocupações, os médicos mudam de assunto ou focam no tratamento médico, em vez de darem atenção à preocupação emocional. Infelizmente, este comportamento envia a mensagem: 'Não é disto que estamos falando'," completa.
Tulsky afirma que os médicos de câncer têm muitas razões para evitar conversas emocionalmente carregadas. Alguns temem que isso aumente, em vez de aliviar o estresse, enquanto outros afirmam que não têm tempo para abordar as preocupações não-médicas.
Nenhuma das duas coisas é verdade, afirma Tulsky, observando sua pesquisa mostra que fazer as perguntas certas durante as consultas pode realmente economizar tempo e aumentar a satisfação do paciente.
Apaixonadamente comprometidos
"Os oncologistas estão entre os médicos mais dedicados - comprometidos apaixonadamente com seus pacientes. Infelizmente, os pacientes nem sempre sabem disto, a menos que os médicos articulem sua empatia explicitamente," afirma Tulsky.
"É um conjunto de habilidades. Não é que os médicos sejam negligentes, apenas que a comunicação precisa ser ensinada e aprendida," propõe.
Embora o curso em CD ainda não esteja amplamente disponível, o pesquisador afirma estar envidando esforços para que o treinamento baseado em computador possa ter uma distribuição mais ampla.

Lobotomia: Quando a ciência se torna bárbara e grotesca


Coragem
Você duvidaria de uma descoberta científica que ganhasse o Prêmio Nobel de Medicina?
Você se recusaria a passar por uma cirurgia que médicos de todo o mundo afirmassem ser a mais indicada para o seu caso, mesmo não sabendo exatamente no que consiste a cirurgia?
Esta é a triste história da lobotomia, ou leucotomia.
Lobotomia
Em 1935, o neurologista português Egas Moniz descobriu uma solução quase milagrosa para os comportamentos obsessivos e depressivos: cortar as conexões entre os lobos frontais e o resto do cérebro.
Isso diminuía os comportamentos violentos observados em pacientes de hospitais psiquiátricos. Se o paciente ficava apático e "tranquilo", isso era visto como um sucesso.
Moniz relatou ter observado melhorias dramáticas nos vinte primeiros pacientes tratados.
Foi tanto entusiasmo que a prática se alastrou por todo o globo, logo saindo dos hospitais psiquiátricos e passando a ser recomendada, por exemplo, para mulheres com depressão pós-parto.
Apesar da oposição de alguns profissionais, a cirurgia tornou-se prática comum, recomendada para tratar transtornos compulsivos, esquizofrenia e depressão.
Em 1949, Moniz ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pela invenção da lobotomia. A cirurgia alcançou então o pico de sua popularidade.
Medicina bárbara
Hoje a lobotomia é vista como uma prática bárbara: são feitos dois furos, um de cada lado do cérebro.
Uma ferramenta simples de metal, com um cabo de madeira, é passada de um lado para o outro, rompendo as conexões nervosas dos lobos frontais com o restante do cérebro.
O efeito para o paciente é devastador: ele é mentalmente mutilado, praticamente deixando de existir como pessoa.
E os argumentos dos muitos cirurgiões que ganharam fama com a prática pareceram bem sólidos na época: segundo eles, o encarceramento em hospitais psiquiátricos parecia ser uma alternativa pior.
Anular o paciente enquanto pessoa parecia então uma alternativa razoável, já que ela já estava de fato anulada, e ainda sofria violências de todos os tipos.
Felizmente, na década de 1950, a lobotomia caiu rapidamente em desuso.
Em primeiro lugar, pelo grande número de cirurgias fracassadas. E, em segundo, pelo desenvolvimento de drogas psiquiátricas que também "desligavam" os pacientes violentos sem a necessidade da cirurgia.
Aprendemos a lição?
Será que o mundo aprendeu a lição?
O Prêmio Nobel de Medicina Egas Moniz acreditava que os comportamentos obsessivos eram gerados por circuitos defeituosos no cérebro.
Quantas pesquisas atuais não tentam explicar inúmeras condições por "genes defeituosos"?
Até mesmo comportamentos como simpatia, sociabilidade e altruísmo já foram devidamente "explicados" pela ativação ou desativação de algum gene.
Você não é capaz de saber se outra pessoa é simpática no primeiro contato? Pois uma pesquisa ganhou recentemente as manchetes afirmando não que os humanos sentem a simpatia, mas que eles "detectam o gene da sociabilidade em 20 segundos".
E isto deve continuar por muito tempo, conforme mais e mais universidades compram equipamentos caros de sequenciamento genético, que devem ser usados por mais e mais alunos de doutoramento e pós-doutoramento, que continuarão emitindo explicações e dando resultados baseados no mesmo pressuposto.
E qual é esse pressuposto? O de que o homem, fisiológica e psicologicamente, é aquilo que seus genes dizem que ele é.
Há uma grande corrente que prefere a epigenética, que seria mais razoável, admitindo que pode ser a simpatia que ativa o gene, e não o contrário, mas esta corrente ainda está longe de ser predominante.
Ciência bárbara
Hoje a lobotomia é considerada uma prática bárbara, bizarra e grotesca.
Será que não há tratamentos hoje recomendados que foram desenvolvidos com base em pressupostos "científicos" igualmente bárbaros, bizarros e grotescos?
O pressuposto básico da chamada "ciência oficial" é a de que o ser humano é um animal cuja mente, cuja consciência, ou como se queira chamar o que a filosofia historicamente chama de "espírito humano", é um produto inteiramente gerado pela sua fisiologia.
Em uma comparação com o mundo da tecnologia, o software do homem emana do seu hardware. Logo, qualquer correção, de qualquer defeito, deve ser feita no hardware.
É claro que há inúmeros cientistas que discordam disso. Mas eles não podem publicar isto em seus artigos científicos porque isso não seria considerado ciência. E isto realimenta o processo, uma vez que o pressuposto básico do "homem-unicamente-animal" não encontra oposição.
Na época da lobotomia, inúmeros cientistas também se apresentaram como opositores da cirurgia, mas o argumento de que a alternativa era pior venceu.
Esse argumento da "alternativa pior" continua sendo usado hoje em muitos casos.
Mesmo quando travestido ele pode ser identificado, por exemplo, quando protocolos médicos recomendam determinados exames preventivos em determinada idade e os interesses comerciais começam a reduzir essa idade cada vez mais, apenas para vender mais exames - "Você quer se arriscar a ter câncer?", ameaçam os "vendedores".
E os medicamentos que vieram ajudar a eliminar a lobotomia hoje são prescritos também para crianças que apresentam apenas um comportamento agitado na escola, graças à onda da medicalização de quase todos os comportamentos.
Ciência humana
Os fatos indicam que ainda não estamos isentos de novos barbarismos. Para limitar sua ocorrência, só mesmo o surgimento de uma ciência verdadeiramente humana.
No caso da Medicina, de uma ciência médica que nunca se esqueça de que seu pressuposto básico é que ela estará sempre tratando de seres humanos, que têm corpo e espírito, e não de animais humanos, animais aos quais sempre se negou uma alma.

Alteração genética é um esforço coletivo


Atividade coletiva
A regulação genética pode ser mais complicada do que parecia à primeira vista.
Cientistas descobriram que a regulação de um gene depende mais da sinergia de múltiplas proteínas do que da ação direta de fatores individuais.
A constatação foi feita por Larry Stanton e seus colegas do Instituto Genômico de Cingapura.
Mais do que isso, a intensidade da interação entre os fatores parece ser uma parte determinante da "potência" dos resultados, ou seja, dos efeitos sobre a regulação genética.
Atividade dos genes
A atividade dos genes é coordenada por proteínas conhecidas como fatores de transcrição, que se ligam seletivamente a sequências regulatórias específicas do DNA, ativando ou inibindo a expressão do gene.
No entanto, esses fatores não operam isoladamente, e os cientistas estão cada vez mais descobrindo que pode ser difícil prever o comportamento de um gene baseando-se simplesmente na presença ou ausência de um determinado fator de transcrição no chamado "site genético".
Controle da expressão do gene
Stanton e seus colegas mostraram que um mesmo fator de transcrição chamado REST - fator de transcrição silenciador do gene RE1 - forma vários tipos de associação com outras proteínas, associações estas que variam largamente dependendo do site.
A extensão da formação do complexo depende em grande parte da força de interação entre o REST e um determinado site, que é parcialmente determinada pelo grau em que esses sites se assemelham à sequência RE1 "ideal".
"Nossos resultados refletem um fenômeno mais geral," disse Stanton, "onde a associação de fatores de transcrição e cofatores, e não apenas um fator por si só, é necessária para controlar a expressão do gene."