Pesquisar Neste Blog

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pesquisadores indicam uso de roedores para detectar tuberculose

Pesquisadores descobriram uma nova forma de fazer o exame de tuberculose de forma rápida, barata e disponível: grandes roedores capazes de sentir o cheiro da bactéria numa amostra de catarro.

Há exames de laboratório caros e complicados para a tuberculose, e a OMS (Organização Mundial de Saúde) recentemente endossou uma nova máquina capaz de fornecer resultados precisos em menos de duas horas. No entanto, o aparelho custa US$ 17 mil, e cada exame requer um cartucho de US$ 17.

Independente da opinião sobre os roedores, uma coisa é fato: eles são mais baratos.

Hoje, o método de detecção mais comumente usado em países em desenvolvimento é a microscopia. Essa técnica de cem anos envolve a coleta do catarro, a aplicação de uma substância que colore apenas o Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), causador da tuberculose, e o exame da amostra sob um microscópio.

A técnica pode ser utilizada em locais onde as instalações são mínimas, mas não é muito precisa --a não ser que haja uma alta concentração deles, os bacilos passam facilmente despercebidos, e o resultado é que de 60% a 80% dos casos positivos podem não ser diagnosticados.

Estudos sugerem que o roedor Cricetomys gambianus pode ser uma boa opção.

O animal onívoro com cauda e corpo parecido com o do rato pesa entre 4,5 kg e 6,8 kg, vivendo em colônias de até 20 bichos em toda a África subssaariana.

Essa espécie aparentemente é capaz de sentir pelo cheiro a diferença entre os bacilos da tuberculose e outros germes que habitam a fleuma humana.

O principal autor de um dos estudos sobre os roedores, Alan Poling, professor de psicologia da Western Michigan University, diz que, embora os animais tenham sido aceitos como uma ferramenta de diagnóstico razoável na Tanzânia, "a comunidade médica ainda está cética".

Em artigo publicado na edição de dezembro do "American Journal of Tropical Medicine and Hygiene", Poling e colegas reportam um exame em que os roedores usaram mostras que foram confirmadas por cultura de laboratório como positivas ou negativas.

A sensibilidade dos animais --isto é, sua capacidade de detectar a presença da tuberculose-- chegou até 86,6% e sua especificidade, ou capacidade de detectar a ausência do germe, foi de mais de 93%.

Em outro teste que comparou o sucesso dos roedores com a microscopia, os animais detectaram 44% mais casos positivos.

ROEDORES CONDICIONADOS

Os redores, criados em cativeiro, são todos descendentes de animais capturados nas Montanhas Uluguru, na Tanzânia, ou nos arredores de Morogoro, uma cidade de 200 mil pessoas nas montanhas. Trata-se da mesma espécie que foi treinada para sentir o cheiro de minas terrestres (os bichos são leves o suficiente para não detoná-las).

Os recém-nascidos abrem os olhos com cerca de quatro semanas e imediatamente começam um programa de habituação e socialização. Quando os roedores têm cerca de oito semanas, os treinadores colocam amostras de catarro, positivas e negativas para tuberculose, em uma jaula especialmente projetada.

Quando um roedor passa pelo menos cinco segundos numa amostra positiva, ele é recompensado com amendoim e banana. No fim, o roedor acaba aprendendo que uma cheirada mais longa numa amostra positiva gera uma recompensa, e que amostras negativas são improdutivas e devem ser descartadas logo.

Quando os roedores completam 26 semanas, alguns são "reprovados" no teste, mas os mais espertos viram especialistas.

Alguns estudiosos, entretanto, têm dúvidas. "Ainda falta muito para que eles demonstrem a robustez da técnica", disse Neil Schluger, professor de medicina da Universidade Columbia (EUA) e especialista em doenças pulmonares.

"Esses roedores são capazes de coisas incríveis", continuou, "mas mesmo que aceitemos que isso tenha funcionado em laboratório, será que os roedores ainda serão bons um ano depois? Eles devem ser treinados pela mesma pessoa? Como devemos cuidar deles? Se mudarmos a jaula ou o ambiente onde dormem, a técnica ainda funciona?"

Poling reconhece que a pesquisa com roedores ainda estava em estágio preliminar. Porém afirma: "Acreditamos que no final haverá um lugar para eles nos exames iniciais."

Why Some Cancers Become Malignant and Others Don't

ScienceDaily (Jan. 7, 2011) — Cancer cells reproduce by dividing in two, but a molecule known as PML limits how many times this can happen, according to researchers led by Dr. Gerardo Ferbeyre of the University of Montreal's Department of Biochemistry. The team showed that malignant cancers have problems with this molecule, meaning that in its absence they can continue to grow and eventually spread to other organs. Importantly, the presence of PML molecules can easily be detected, and could serve to diagnose whether a tumor is malignant or not.

"We discovered that benign cancer cells produce the PML molecule and display abundant PML bodies, keeping them in a dormant, senescent state. Malignant cancer cells either don't make or fail to organize PML bodies, and thus proliferate uncontrollably," Ferbeyre explained. Senescence is the mature stage in a cell's life at which in can no longer reproduce and it is a natural defense against cancer formation. When tumor cells are benign, it means that they cannot spread or grow into other parts of the body.

The team of researchers based both on campus and at the University of Montreal Hospital Research Centre built on Dr. Ferbeyre's prior discovery that PML is able to force cells to enter senescence. However, for the past ten years, the mechanism by which this was achieved remained mostly unknown. Hospital researchers worked with patients to collect samples that enabled the team to make their discovery.

"Our findings unravel the unexpected ability of PML to organize a network of tumor suppressor proteins to repress the expression or the amount of other proteins required for cell proliferation," explained researcher Véronique Bourdeau. Such proteins are essential molecules in our body that play a key role in controlling the birth, growth and death of cells. Researcher Mathieu Vernier emphasized that "this is an important finding with implications for our understanding on how the normal organism defends itself from the threat of cancer."

The work offers exciting avenues for future research. "Our discovery opens new possibilities to explore what other molecules are involved in generating senescence: a goal we consider important if we want to design therapies that turn malignant tumors into benign tumors," Ferbeyre said. The research was published on January 1, 2011 in Genes and Development, and received funding from the Canadian Cancer Society and by the Fonds de la recherche en Santé du Québec.

Major Advance in MRI Allows Much Faster Brain Scans

ScienceDaily (Jan. 6, 2011) — An international team of physicists and neuroscientists has reported a breakthrough in magnetic resonance imaging that allows brain scans more than seven times faster than currently possible.
The new technique accelerates diffusion MRI as well as functional MRI. The colored tracks show the direction of nerve fiber bundles, providing a 3-D image of the axonal pathways in the white matter (cortex) of a resting human brain. A normal structural cross sectional image of the brain (fMRI) bisects the diffusion 3-D fibertrack image. The entire 3-D image was scanned in 8.5 minutes instead of 30 minutes. 
In a paper that appeared Dec. 20 in the journal PLoS ONE, a University of California, Berkeley, physicist and colleagues from the University of Minnesota and Oxford University in the United Kingdom describe two improvements that allow full three-dimensional brain scans in less than half a second, instead of the typical 2 to 3 seconds.

"When we made the first images, it was unbelievable how fast we were going," said first author David Feinberg, a physicist and adjunct professor in UC Berkeley's Helen Wills Neuroscience Institute and president of the company Advanced MRI Technologies in Sebastopol, Calif. "It was like stepping out of a prop plane into a jet plane. It was that magnitude of difference."

For neuroscience, in particular, fast scans are critical for capturing the dynamic activity in the brain.

"When a functional MRI study of the brain is performed, about 30 to 60 images covering the entire 3-D brain are repeated hundreds of times like the frames of a movie but, with fMRI, a 3-D movie," Feinberg said. "By multiplexing the image acquisition for higher speed, a higher frame rate is achieved for more information in a shorter period of time."

"The brain is a moving target, so the more refined you can sample this activity, the better understanding we will have of the real dynamics of what's going on here," added Dr. Marc Raichle, a professor of radiology, neurology, neurobiology, biomedical engineering and psychology at Washington University in St. Louis who has followed Feinberg's work.

Because the technique works on all modern MRI scanners, the impact of the ultrafast imaging technique will be immediate and widespread at research institutions worldwide, Feinberg said. In addition to broadly advancing the field of neural-imaging, the discovery will have an immediate impact on the Human Connectome Project, funded last year by the National Institutes of Health (NIH) to map the connections of the human brain through functional MRI (fMRI) and structural MRI scans of 1,200 healthy adults.

"At the time we submitted our grant proposal for the Human Connectome Project, we had aspirations of acquiring better quality data from our study participants, so this discovery is a tremendous step in helping us accomplish the goals of the project," said Dr. David Van Essen, a neurobiologist at Washington University and co-leader of the project. "It's vital that we get the highest quality imaging data possible, so we can infer accurately the brain's circuitry -- how connections are established, and how they perform."

The faster scans are made possible by combining two technical improvements invented in the past decade that separately boosted scanning speeds two to four times over what was already the fastest MRI technique, echo planar imaging (EPI). Physical limitations of each method prevented further speed improvements, "but together their image accelerations are multiplied," Feinberg said. The team can now obtain brain scans substantially faster than the time reductions reported in their paper and many times faster than the capabilities of today's machines.

Magnetic resonance imaging works by using a magnetic field and radio waves to probe the environment of hydrogen atoms in water molecules in the body. Because hydrogen atoms in blood, for example, respond differently than atoms in bone or tissue, computers can reconstruct the body's interior landscape without the use of penetrating X-rays.

Nearly 20 years ago, however, a new type of MRI called functional MRI (fMRI) was developed to highlight areas of the brain using oxygen, and thus presumably engaged in neuronal activity, such as thinking .Using echo planar imaging (EPI), fMRI vividly distinguishes oxygenated blood funneling into working areas of the brain from deoxygenated blood in less active areas.

As with standard MRI, fMRI machines create magnetic fields that vary slightly throughout the brain, providing a different magnetic environment for hydrogen atoms in different areas. The differing magnetic field strengths make the spin of each hydrogen atom precess at different rates, so that when a pulse of radio waves is focused on the head, the atoms respond differently depending on location and on their particular environment. Those that absorb radio energy and then release the energy are detected by magnetic coils surrounding the head, and these signals, or "echoes," are used to produce an image of the brain.

With EPI, a single pulse of radio waves is used to excite the hydrogen atoms, but the magnetic fields are rapidly reversed several times to elicit about 50 to 100 echoes before the atoms settle down. The multiple echoes provide a high-resolution picture of the brain.

In 2002, Feinberg proposed using a sequence of two radio pulses to obtain twice the number of images in the same amount of time. Dubbed simultaneous image refocusing (SIR) EPI, it has proved useful in fMRI and for 3-D imaging of neuronal axonal fiber tracks, though the improvement in scanning speed is limited because with a train of more than four times as many echoes, the signal decays and the image resolution drops.

Another acceleration improvement, multiband excitation of several slices using multiple coil detection, was proposed in the U.K. at about the same time by David Larkmann for spinal imaging. The technique was recently used for fMRI by Steen Moeller and colleagues at the University of Minnesota. This technique, too, had limitations, primarily because the multiple coils are relatively widely spaced and cannot differentiate very closely spaced images.

In collaboration with Essa Yacoub, senior author on the paper, and Kamil Ugurbil, director of the University of Minnesota's Center for Magnetic Resonance Research and co-leader of the Human Connectome Project, Feinberg combined these techniques to get significantly greater acceleration than either technique alone while maintaining the same image resolution.

"With the two methods multiplexed, 10, 12 or 16 images the product of their two acceleration factors were read out in one echo train instead of one image," Feinberg said. "The new method is in the optimization phase and is now substantially faster than the scan times reported in this paper."

The ability to scan the brain in under 400 milliseconds moves fMRI closer to electroencephalography (EEG) for capturing very rapid sequences of events in the brain.

"Other techniques which capture signals derived from neuronal activity, EEG or MEG, have much higher temporal resolution; hundred microsecond neuronal changes. But MRI has always been very slow, with 2 second temporal resolution," Feinberg said. "Now MRI is getting down to a few hundred milliseconds to scan the entire brain, and we are beginning to see neuronal network dynamics with the high spatial resolution of MRI."

The development will impact general fMRI as well as diffusion imaging of axonal fibers in the brain, both of which are needed to achieve the main goal of the Human Connectome Project. Diffusion imaging reveals the axonal fiber networks that are the main nerve connections between areas of the brain, while fMRI shows which areas of the brain are functionally connected, that is, which areas are active together or sequentially during various activities.

"While it simply is not possible to show the billions of synaptic connections in the live human brain, the hope is that understanding patterns of how the normal brain is functionally interacting and structurally connected will lead to insights about diseases that involve miswiring in the brain," Feinberg said.

"We suspect several neurologic and psychiatric disorders, such as autism and schizophrenia, may be brain connectivity disorders, but we don't know what normal connectivity is," Feinberg added. "Although the fMRI and neuronal fiber images do not have the resolution of an electron microscope, the MRI derived Connectome reveals the live human brain and can be combined with genetic and environmental information to identify individual differences in brain circuitry."

Raichle, a collaborator in the NIH Human Connectome project, is one of the pioneers of "resting state" MRI, in which brain scans are taken of patients not involved in any specific task. He believes that the ongoing spontaneous activity discovered during such scans will tell us about how the brain remains flexible and maintains a degree of homeostatis so that "you know who you are."

"Being able to sample this ongoing activity at increasing temporal fidelity and precision becomes really important for understanding how the brain is doing this," Raichle said. "David is superclever at this kind of technical stuff, and I have been cheering him along, saying that the faster we can go, the better we can understand the brain's spontaneous activity."

The other authors of the PLoS ONE paper are Steen Moeller and Edward Auerbach of the Center for Magnetic Resonance Research at the University of Minnesota Medical School; Sudhir Ramanna of Advanced MRI Technologies; Matt F. Glasser of Washington University; and Karla L. Miller and Stephen M. Smith of the Oxford Centre for Functional MRI of the Brain at the University of Oxford. Feinberg is also affiliated with the UC San Francisco Department of Radiology.

The work was supported by the NIH's Human Connectome Project and by other grants from the NIH and from Advanced MRI Technologies.

Gel previne infecção por HIV em teste com macacas

Um gel experimental protegeu fêmeas de macacos contra o vírus HIV, responsável pela Aids, anunciaram cientistas na quarta-feira.

Submetidas a teste, que imita condições de transmissão do vírus por meio das relações sexuais, todas as macacas não se contaminaram com o tipo específico de vírus HIV que, nesse caso, atinge apenas esses símios.

Com fórmula que combina uma droga contra a Aids e um componente de zinco, o gel garantiu 24 horas de proteção, durante duas semanas, ao ser aplicado diariamente. Além disso, pouca quantidade é usada na aplicação.

Agora, o próximo passo esperado é o teste em humanos, segundo a pesquisadora Melissa Robbiani, do Conselho Populacional de Nova York (EUA), que contou com a colaboração do Instituto Nacional do Câncer e outros laboratórios.

Em julho do ano passado, pesquisadores desenvolveram um gel parecido com a droga Tenofovir, também contra a Aids, que reduziu em 39% a infecção por HIV entre mulheres por dois a dois anos e meio.

O gel testado pelo conselho americano tem em sua fórmula o MIV-150, uma droga desenvolvida pela companhia sueca Medivir. Como as demais drogas que agem contra a Aids, ele bloqueia a reprodução do vírus HIV no corpo.

Pesquisadores não especializados produzem drogas "piratas"; 6 pessoas morreram

Pesquisadores "clandestinos" estão usando informação científica publicada em revistas acadêmicas para produzir drogas piratas.

Com base em dados públicos, pesquisadores não especializados conseguem produzir e comercializar substâncias sem nenhum tipo de regulação ou testes clínicos.

Foi o que aconteceu com o químico David Nichols, da Universidade Purdue (EUA). Em 2002, seis pessoas morreram ao usar uma droga pirata produzida a partir de um composto que ele estudava.

Nichols e seus colegas publicaram entre 1992 e 1997 alguns trabalhos com base na molécula MTA (metiltioanfetamina), que tem estrutura similar à do ecstasy.

"A droga foi sintetizada por cientistas que simplesmente colocaram as substâncias em cápsulas sem conhecer os efeitos da droga em seres humanos", contou Nichols à Folha.

O caso foi publicado na última edição da revista científica "Nature".

O cientista investigava o uso da MTA para o tratamento de depressão. A molécula, sabe-se, inibe uma enzima que age no sistema nervoso.

"Publicamos os nossos resultados sem a expectativa de que as substâncias fossem vendidas para seres humanos", disse Nichols.

POLÊMICA

O debate sobre a divulgação dos trabalhos científicos é antigo. O caso de Nichols, porém, traz uma nova perspectiva para a discussão.

"Nos últimos anos, a ala que defende a divulgação ampla tem vencido. A maioria das revistas científicas, inclusive, exige o detalhamento de todo o experimento", explica Alessandro Piolli, que estuda ética de publicação no seu doutorado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

De acordo com Piolli, o grupo que tradicionalmente é contra a divulgação costuma estar ligado à indústria farmacêutica e tem interesse no sigilo das informações.

"O DNA de vírus perigosos já foi publicado. Nós [cientistas] acreditamos que as pessoas não vão usar essas informações para seus próprios interesses", diz Nichols.

O pesquisador destaca ainda que algumas substâncias utilizadas como entorpecentes podem ser usadas com fins terapêuticos.

O ecstasy, por exemplo, foi testado recentemente com sucesso por cientistas dos EUA em casos de transtorno pós-traumático.

"Tudo pode ser usado tanto para causas boas quanto más", conclui Nichols.

Pesquisa indica que chá verde protege contra Alzheimer e câncer


Estudo britânico afirma que compostos benéficos do chá são ativos mesmo depois da digestão.

Chá verde Alzheimer 1
Ed Okello, coordenador do estudo, acredita que osbenéficios do chá ficam ativos no corpo mesmodepois da digestão.
Um estudo da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que o chá verde pode proteger o cérebro de doenças como o Mal de Alzheimer e outros tipos de demência. A pesquisa, divulgada na publicação especializada "Phytomedicine", também sugere que o antigo remédio chinês que tem se popularizado no mundo todo também pode ter um papel muito importante na proteção do corpo contra o câncer.

No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.

De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle e que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.

"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse. "Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências."

Na pesquisa, a equipe da Universidade de Newcastle trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.

Pesquisas anteriores mostraram que compostos conhecidos como polifenóis, presentes nos chás verde e preto, tem propriedades neuroprotetoras, pois se ligam a compostos tóxicos e protegem as células do cérebro.Chás verde e preto
Dois compostos já são conhecidos por seu papel importante no desenvolvimento do Alzheimer, o peróxido de hidrogênio e uma proteína conhecida como beta-amiloide.

Quando ingeridos, os polifenóis são quebrados e produzem uma mistura de compostos. Foram estes compostos que os cientistas de Newcastle testaram.

"É uma das razões pela qual temos que ser tão cuidadosos quando fazemos afirmações a respeito dos benefícios para a saúde de vários alimentos e suplementos", disse Okello."Existem certos compostos químicos que sabemos que são benéficos e podemos identificar alimentos que são ricos nestes compostos, mas o que acontece durante o processo de digestão é crucial para saber se estes alimentos estão mesmo nos fazendo bem."

Proteção de células
Os cientistas usaram modelos de células de tumor, expondo estas células a várias concentrações de diferentes toxinas e aos compostos do chá verde digerido.

"Os compostos químicos digeridos (do chá) protegeram as células (saudáveis), evitando que fossem destruídas pelas toxinas", disse Okello. "Também observamos que eles afetaram células cancerosas, desacelerando de forma significativa seu crescimento."

'O chá verde é usado há séculos na medicina tradicional chinesa, e o que temos aqui dá provas científicas do porquê pode ser eficaz contra algumas das doenças mais importantes que enfrentamos hoje", acrescentou.

Tecnologia permite diagnóstico precoce de Alzheimer em amostra de sangue

Exame promete auxiliar também a identificação de esclerose múltipla e vários tipos de câncer


SÃO PAULO - Uma nova tecnologia capaz de diagnosticar condições como esclerose múltipla e Alzheimer promete auxiliar a identificação precoce de inúmeras doenças, inclusive vários tipos de câncer. E basta uma pequena amostra de sangue para realizar o exame.
Um artigo divulgado nesta quinta-feira, 6, na revista científica Cell apresenta resultados promissores em pacientes com Alzheimer. Antes, os cientistas já haviam testado a tecnologia em camundongos com um problema semelhante à esclerose múltipla. Tanto em animais quanto em humanos o exame de sangue diagnosticou as doenças com precisão.
O responsável pelo estudo, Thomas Kodadek, admite que, por enquanto, um teste assim não representa uma esperança tão grande para pessoas com Alzheimer, pois ainda não há terapias muito eficazes. Contudo, a mesma metodologia poderá servir para criar exames de diagnóstico precoce de câncer, aumentando as chances de tratamento.
"Já temos bons resultados preliminares em pacientes com tumores de pâncreas e pulmão, além de Parkinson", afirmou Kodadek em entrevista ao Estado. "Agora precisamos testar o exame em um número maior de voluntários." O pesquisador trabalha no Instituto de Pesquisa The Scripps, na Flórida, entidade privada sem fins lucrativos.
A empresa Opko Health Laboratories pretende comercializar os testes. "O exame para Alzheimer deverá estar pronto até o fim do ano, mas não dá para prever quanto tempo a FDA (órgão americano de vigilância sanitária) vai demorar para autorizá-lo", pondera Kodadek. "Esperamos que, em 2011, seja a vez dos testes para câncer de pâncreas e pulmão."
Inovação
O novo exame procura no sangue anticorpos específicos que denunciariam a ocorrência de uma determinada doença. A abordagem não é nova. Vários testes já disponíveis no mercado buscam anticorpos para diagnosticar doenças.
Contudo, muitas vezes é difícil identificar o antígeno que provoca - e também orienta - a produção dos anticorpos. O antígeno pode ser uma molécula da cápsula de um vírus, da parede celular de uma bactéria ou da membrana de uma célula cancerosa capaz de estimular o sistema imunológico.
Até agora, para descobrir os anticorpos úteis para o diagnóstico, os cientistas precisavam identificar os antígenos do agente causador da doença. "Kodadek descobriu uma nova abordagem para reconhecer anticorpos específicos sem precisar dos antígenos naturais", explica James Anderson, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), um dos principais financiadores da pesquisa.
Os antígenos foram substituídos por moléculas sintéticas conhecidas como peptoides, que imitam a estrutura e as propriedades das proteínas. Os peptoides, de alguma forma, simulam os antígenos, ligando-se aos anticorpos específicos.
Cuidados
O novo exame deve demorar alguns anos para chegar ao mercado. De qualquer forma, a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), Viviane Abreu, destaca a importância do diagnóstico precoce, que só pode ser realizado por um especialista. Dessa forma, o paciente pode tomar decisões que preservem sua autonomia e auxiliem o tratamento.
Vale a pena procurar um médico especializado em demência se esquecimentos tornarem-se comuns e começarem a atrapalhar o cotidiano. Mudanças de comportamento também são um sinal de alerta. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas pelo telefone da Abraz: 0800-551906. 

Cientistas descobrem como alguns cânceres se tornam malignos

Molécula conhecida como PML limita a reprodução das células cancerosas e sua presença determina se o câncer é maligno ou benigno

As células cancerosas se reproduzem dividindo-se em duas, mas a molécula conhecida como PML limita a quantidade de vezes que isso pode acontecer, de acordo com pesquisadores liderados por Gerardo Ferbeyre, da Universidade de Montreal. A equipe provou que cânceres malignos têm problemas com essa molécula, o que significa que na sua ausência eles continuam crescendo e, eventualmente, se espalham para outros órgãos. A presença das moléculas de PML pode ser facilmente detectada e pode servir para diagnosticar se um tumor é maligno ou benigno.

"Nós descobrimos que células de câncer benigno produzem as moléculas de PML e apresentam grande quantidade de corpos PML, mantendo-os em um estado dormente. Já as células de câncer maligno ou não produzem ou não conseguem organizam os corpos de PML e portanto se reproduzem descontroladamente", explicou Ferbeyre. Quando um tumor é benigno, isso significa que ele não se espalha para outras partes do corpo.

A equipe de pesquisadores se formou na descoberta anterior de Ferbeyre de que PML é capaz de forçar células a entrar em senescência - estado de maturidade na vida de uma célula em que ela não pode mais se reproduzir, sendo uma defesa natural contra a formação de tumores. No entanto, nos últimos dez anos, o mecanismo pelo qual isso foi atingido continua em sua maior parte desconhecido.

"Nossas descobertas desvendam a inesperada habilidade da PML de organizar uma rede de proteínas supressoras do tumor para reprimir a expressão ou a quantidade de outras proteínas necessárias para a proliferação celular", explicou a pesquisadora Véronique Bourdeau. Essas proteínas são moléculas essenciais no nosso corpo e tem um papel no controle do nascimento, crescimento e morte das células. O pesquisador Mathieu Vernier enfatizou que "essa é uma descoberta importante com implicações para o nosso entendimento sobre como um organismo normal se defende da ameaça apresentada pelo câncer."