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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Zinco é arma do sistema imunológico contra micróbios


Zinco
Cientistas do Instituto CNRS, na França, descobriram um novo mecanismo natural de defesa contra infecções.
De forma surpreendente, os pesquisadores descobriram que o zinco, um metal pesado que é tóxico em altas doses, é utilizada pelas células do sistema imunológico para destruir micróbios como o bacilo da tuberculose ou a bactériaE. coli.
A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas relacionadas às infecções e às doenças auto-imunes, além de novas formas para testar vacinas em desenvolvimento.
O sistema imunológico contra-ataca
Uma das estratégias bem conhecidas e usadas por nosso sistema imunológicopara destruir os micróbios consiste em privá-los de nutrientes essenciais, tais como os metais, especialmente o ferro.
Mas esta é a primeira vez que os cientistas demonstram que o inverso também é verdadeiro: as células imunológicas são capazes de mobilizar reservas de metais pesados, principalmente o zinco, para envenenar os micróbios.
O fenômeno foi demonstrado com o Mycobacterium tuberculosis, o agente responsável pela tuberculose em humanos, que responde por quase 2 milhões de mortes por ano no mundo, e para a Escherichia coli, da qual algumas cepas podem causar infecções graves do sistema digestivo e urinário.
Bombas de defesa
Os pesquisadores observaram uma acumulação rápida e persistente de zinco nas células do sistema imunológico (macrófagos) que ingeriram M. tuberculosisou E. coli.
Eles também observaram a produção, na superfície dos micróbios, de numerosas proteínas cujo papel é o de bombear para fora os metais pesados, ou seja, eliminá-los.
A sintetização dessas "bombas" é uma defesa dos micróbios contra a intoxicação imposta pelos macrófagos.
A prova definitiva veio quando os cientistas alteraram geneticamente os micróbios para que eles não conseguissem desenvolver as bombas: tanto o M. tuberculosis quanto a E. coli se tornaram ainda mais sensíveis à destruição pelos macrófagos.
Importância do zinco no organismo
O zinco, embora tóxico quando ingerido em quantidades muito elevadas, é, portanto, benéfico para o sistema imunológico.
Os cientistas levantam a hipótese de que possa haver mecanismos equivalentes para outros metais pesados, como o cobre.
Estes resultados têm implicações clínicas muito concretas.
Em particular, eles reabrem o debate sobre a suplementação da dieta com zinco e podem também conduzir a novos antibióticos que bloqueiem a ação das bombas microbianas de metais ou a novas vacinas com cepas atenuadas.

Câmera médica filma fluxo de sangue sob a pele em tempo real

Câmera médica filma fluxo de sangue sob a pele em tempo real
O equipamento será usado para avaliar pacientes com queimaduras e ajudará no planejamento de cirurgias reconstrutivas.[Imagem: Aimago]

Queimaduras e reconstrução

Pesquisadores suíços desenvolveram uma câmera que mostra a circulação do sangue através da pele em tempo real.
O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne e testado por especialistas em queimaduras e cirurgiões de reconstrução do Hospital Universitário da mesma cidade.
A câmera foi projetada para ajudar a avaliar a extensão e a gravidade de queimaduras e para auxiliar no planejamento de cirurgias reconstrutivas, quando tecido de uma parte do corpo é implantado em outra parte.
Laser Doppler
A câmera emprega um efeito conhecido como "imageamento por laser Doppler".
Ela é conectada a um braço flexível e colocada a uma pequena distância da área queimada.
Do outro lado há uma tela de vídeo, na qual as variações de cores mostram diferenças na intensidade da circulação do sangue.
"Vermelho significa um fluxo de sangue elevado, azul significa baixo fluxo sanguíneo," explica o Dr. Michael Friedrich. "Essa informação pode ser usada para ver se o tecido queimado ainda tem suprimento de sangue ou não.
Enxerto de pele
A câmera pode gerar cerca de 12 quadros por segundo, o que significa que os usuários podem detectar o efeito dos batimentos cardíacos do paciente nas imagens.
"Se o tecido não tiver fornecimento de sangue ele não poderá se recuperar, ele vai morrer, assim você vai precisar fazer um enxerto de pele. No entanto, se a pele estiver perfundida (ou seja, se o sangue ainda está fluindo através dela), então ela vai curar-se espontaneamente sem deixar cicatrizes," diz Friedrich.
Embora o principal uso da nova câmera seja para vítimas de queimaduras, seus criadores afirmam que ela pode também ser usada em cirurgias reconstrutivas, para determinar a viabilidade do tecido antes que ele seja transferido de uma parte do corpo para outra.

Enfermeiros são reprovados na medição de pressão arterial


Pressão baixa
Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou resultados preocupantes quanto à capacidade dos profissionais de saúde para lidar com a pressão arterial dos pacientes.
A aferição da pressão arterial é um procedimento simples, mas fundamental para os pacientes críticos internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
"De tão simples, a questão pode não estar sendo tratada com o cuidado necessário," comenta a enfermeira Taciana da Costa Farias Almeida, autora da pesquisa.
Reprovados
Em testes feitos com 54 enfermeiros que atuam em UTIs para adultos, em três hospitais do município de Campinas, a nota média de acertos foi de 4,6, de um máximo de 10.
Ou seja, das 40 questões de múltipla escolha sobre os três métodos de aferição da pressão arterial - auscultatório, oscilométrico e canulação arterial - disponíveis e realizados em UTIs para adultos, os profissionais de saúde acertaram, em média, entre 18 e 19 questões.
"Em minha opinião, os resultados foram alarmantes e revelaram lacunas no conhecimento dos enfermeiros, as quais precisam ser revistas. Se considerarmos que a média de aprovação em cursos superiores em instituições de ensino é 5, muitos seriam reprovados no quesito medida da pressão arterial (PA)," afirma a enfermeira.
Erros na medição da pressão arterial
A maior taxa de erros ocorreu entre os métodos de aferição indiretos, o esfigmomanometria (manguito) e o oscilométrico ou automático.
Estes métodos são os realizados com mais frequência no dia-a-dia das instituições de saúde e os mais estudados durante o curso de graduação em Enfermagem.
Apenas 7,8% dos voluntários obtiveram percentual de acertos igual a 60%. Já com relação ao conhecimento sobre medida direta da PA, 75% atingiram o percentual de acertos acima de 50%.
"Trata-se de um problema grave em UTI, visto que os valores detectados com a medida da pressão arterial são essenciais para o monitoramento e tomada de condutas diante do paciente grave", alerta.
Para a enfermeira, é preciso discutir a questão de formação continuada destes profissionais que estão à frente de equipes de saúde, orientando-os nesta prática de forma rápida e segura.
Capacitação dos enfermeiros
A partir deste quadro, Taciana Almeida reafirma a necessidade de capacitar os profissionais neste tópico em especial.
Uma vez que o estudo contemplou, de maneira inédita, o conhecimento dos enfermeiros intensivistas nos três métodos, foi possível identificar em quais aspectos ocorreu o maior número de erros e, assim, realizar uma intervenção pontual.
O estudo já traz uma série de estratégias de atualização para se revisar a técnica com os diferentes métodos disponíveis, assim como aspectos gerais sobre a pressão arterial.
"Já estamos com projetos de propor o início de educação continuada dos profissionais nos hospitais estudados e minimizar o problema, que se mostrou pontual. Os enfermeiros necessitam de segurança na realização desta técnica para orientar sua equipe, assim como guiar condutas diante de valores de pressão arterial no cuidado ao paciente grave", conclui.

Depressão despluga circuito cerebral da raiva


Circuito da raiva
Cientistas descobriram que as pessoas com depressão frequentemente apresentam uma desconexão do chamado "circuito da raiva" em seus cérebros.
O circuito da raiva - que conecta o giro frontal superior, a ínsula e o putâmen - representa a conexão que interliga estas partes do cérebro quando uma pessoa sente raiva.
Os cientistas usaram exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para observar o cérebro de 39 pessoas com depressão e 37 voluntários saudáveis.
E os exames mostraram diferenças significativas no funcionamento do cérebro dos dois grupos.
Desacoplamento cerebral
A maior diferença observada no cérebro das pessoas deprimidas foi uma menor atividade - que os cientistas chamaram de desacoplamento - no circuito da raiva.
Foram ainda percebidas diferenças menos intensas nos circuitos relacionados ao risco e às reações, recompensas e emoção, atenção e processamento da memória.
Jianfeng Feng e seus colegas da Universidade de Warwick (Reino Unido) fizeram as seguintes observações entre as pessoas com depressão:
  • o circuito da raiva tinha 92% de probabilidade de estar desacoplado;
  • o circuito risco/ação tinha 92% de probabilidade de estar desacoplado;
  • o circuito de emoção/recompensa tinha 82% de probabilidade de estar desacoplado;
Raiva de si mesmo e dos outros
"Os resultados são claros, mas desafiadores à primeira vista, já que sabemos que a depressão é frequentemente caracterizada por auto-aversão, e não há indicações óbvias de que os depressivos tenham menos tendência a ter raiva dos outros," comenta o Dr. Feng.
Uma das possibilidades que o pesquisador levanta para explicar os resultados é uma incapacidade das pessoas com depressão em controlar seus relacionamentos e aprender com as situações sociais, que provocam sentimentos de raiva em relação a si mesmos ou aos outros.
"Isto poderá levar a uma incapacidade para lidar adequadamente com sentimentos de raiva e uma maior propensão de auto-aversão descontrolada e fuga das interações sociais. Isto pode ser uma indicação neurológica de que normalmente haja mais ocasiões para ter raiva dos outros do que ter raiva de si mesmo," propõe o cientista.

Suplementos vitamínicos diminuem expectativa de vida de mulheres


Suplemento mortal
Determinados suplementos vitamínicos foram associados com um pequeno aumento no risco de morte em mulheres idosas.
O estudo sugere que o consumo de suplementos dietéticos, incluindo multivitamínicos, ácido fólico, ferro e cobre, entre outros, diminui a expectativa de vida das mulheres na faixa dos 50 e 60 anos.
O estudo foi publicado hoje na revista médica Archives of Internal Medicine.
Uso de suplementos
O finlandês Jaakko Mursu usou dados dos Estados Unidos para estudar a associação entre a taxa de mortalidade e ingestão de suplementos de vitaminas e minerais.
Foram pesquisadas 38.772 mulheres com idade média de 61,6 anos, que relataram seu consumo de suplementos vitamínicos e minerais em 1986, 1997 e 2004.
O uso de suplementos cresceu muito entre 1986 e 2004. Em 1986, 62,7% das mulheres tomavam pelo menos um suplemento por dia; esse número passou para 75,1% em 1987 e 85,1% e 2004.
Só em caso de doença
Os cientistas concluíram que o uso de multivitaminas, vitamina B6, ácido fólico, ferro, magnésio, zinco e cobre apresentou uma associação com um maior risco de morte.
O risco mais elevado foi associado com a ingestão de ferro.
O único suplemento que teve um efeito contrário, elevando a expectativa de vida, foi o cálcio.
Embora a elevação do risco de morte seja pequena (2,4%) era de se esperar, se esses suplementos realmente fossem saudáveis e úteis, que houvesse um aumento na expectativa de vida.
"Com base nas evidências existentes, nós vemos poucas justificativas para o uso geral e disseminado dos suplementos," concluem os autores. "Nós recomendamos que eles sejam usados apenas com fortes razões médicas, tais como doenças e deficiências nutricionais sintomáticas."
Mais não é sempre melhor
Os médicos Goran Bjelakovic e Christian Gluud, que não participaram da pesquisa, comentaram os resultados afirmando que eles "somam-se a uma crescente evidência demonstrando que certos suplementos antioxidantes, como vitamina E, vitamina A, e beta-caroteno, podem ser perigosos".
"A suplementação dietária mudou de um preventivo contra deficiências para tentativas de promover a saúde e o bem-estar," escrevem os dois comentaristas. "Nós acreditamos que o paradigma 'Quanto mais melhor' está errado."
"Nós não podemos recomendar o uso de suplementos de vitaminas e minerais como uma medida preventiva, pelo menos não em uma população bem nutrida," concluem eles.