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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Casca de banana transformada em pó pode despoluir água

Esnobada por indústrias, restaurantes e até donas de casa, a casca de banana pode em breve dar a volta por cima.

Descobriu-se que, a partir de um pó feito com ela, é possível descontaminar a água com metais pesados de um jeito eficaz e barato.

O projeto é de Milena Boniolo, doutoranda em química pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista), que teve a ideia ao assistir a uma reportagem sobre o desperdício de banana no Brasil.


"Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso é apenas nos restaurantes", diz a pesquisadora.

Boniolo já trabalhava com estratégias de despoluição da água, mas eram métodos caros --como as nanopartículas magnéticas--, o que inviabilizava o uso em pequenas indústrias.

Com as cascas de banana, não há esse problema. Como o produto tem pouquíssimo interesse comercial, já existem empresas dispostas a simplesmente doá-las.

MASSA CRÍTICA

"Como o volume de sobras de banana é muito grande, as empresas têm gastos para descartar adequadamente esse material. Isso é um incentivo para que elas participem das pesquisas", afirma.

O método de despoluição se aproveita de um dos princípios básicos da química: os opostos se atraem.

Na casca da banana, há grande quantidade de moléculas carregadas negativamente. Elas conseguem atrair os metais pesados, positivamente carregados.

Para que isso aconteça, no entanto, é preciso potencializar essas propriedades na banana. Isso é feito de forma bastante simples e quase sem gastos de energia.

"Eu comecei fazendo em casa. É realmente muito fácil", diz Boniolo.

As cascas de banana são colocadas em assadeiras e ficam secando ao sol durante quase uma semana. Esse material é então triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes.

O resultado é um pó finíssimo, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, usa-se cerca de 5 mg do pó de banana.

Em laboratório, o índice de descontaminação foi de no mínimo 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Ou seja: se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a níveis altos de "limpeza".

O projeto, que foi apresentado na dissertação de mestrado da pesquisadora no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), foi pensado com urânio.

Mas, segundo Boniolo, é eficaz também com outros metais, como cádmio, chumbo e níquel --muito usados na indústria. Além de convites para apresentar a ideia no Brasil e na Inglaterra, a química também ganhou o Prêmio Jovem Cientista.

Agora, segundo ela, é preciso encontrar parceiros para viabilizar o uso da técnica em escala industrial.

Pesquisas com células-tronco fizeram avanços inéditos em 2010

Duas companhias americanas fizeram avanços inéditos, neste ano, ao conseguir aprovação regulamentar para iniciar os primeiros experimentos com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira.

As poderosas e controversas células-tronco embrionárias são capazes de se especializar e formar qualquer tecido do corpo humano, abrindo um caminho para a cura de doenças como mal de Parkinson, diabetes, paralisia, doenças cardíacas e, quem sabe, reverter os males advindos do envelhecimento.

Empresas receberam aval para testes com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira
Empresas receberam aval para testes com células-tronco embrionárias em humanos com lesão na medula e cegueira
Outros experimentos em humanos estão a caminho, enquanto os cientistas refinam novos métodos para contornar a controvérsia que cerca as pesquisas com células-tronco embrionárias porque envolvem a destruição de embriões humanos nos primeiros estágios de desenvolvimento.

"Depois de uma década de intensa controvérsia, o campo está finalmente pronto para começar a se abastecer e realmente começar a ajudar os pacientes que padecem de uma série de doenças terríveis", comemorou Bob Lanza, cientista chefe da empresa Advanced Cell Technology.

DOENÇA DE STARGARDT

Em novembro, a companhia recebeu sinal verde da agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos (o Food and Drug Administration, FDA na sigla em inglês) para começar a testar uma terapia derivada de células-tronco embrionárias para tratar uma forma rara de cegueira que acomete crianças, conhecida como doença de Stargardt.

O início dos testes clínicos é aguardado para os próximos meses e os resultados podem ser divulgados no prazo de um semestre.

Em outubro, a Geron Corporation anunciou ter iniciado o primeiro teste de células-tronco embrionárias humanas em um paciente com lesão na medula. Espera-se que um total de 12 pacientes participem do estudo, com um ano de duração.

O objetivo principal dos dois estudos é determinar padrões de segurança e não necessariamente restaurar a mobilidade ou a visão.

A grande procupação com os tratamentos de células-tronco é que as células modificadas possam formar tumores. Mas se os métodos se revelarem seguros, as duas empresas esperam expandir seus testes para populações maiores na esperança de encontrar uma cura para a paralisia e a cegueira.

Doze anos atrás, uma equipe do cientista americano James Thomson isolou células-tronco embrionárias humanas pela primeira vez e a área tem se revelado um campo minado de polêmicas desde então.

O ex-presidente americano George W. Bush proibiu o financiamento federal para estas pesquisas por envolverem o descarte de embriões humanos, uma decisão revertida pelo presidente Barack Obama logo após chegar ao poder, em 2009.

Mas, em agosto deste ano, o juiz Royce Lamberth bloqueou o financiamento do governo americano às pesquisas com células-tronco, em decisão favorável a uma coalizão de grupos, inclusive algumas organizações cristãs.

Enquanto o financiamento público tem sido permitido desde que uma apelação, em setembro, contestou a proibição, a disputa legal deixou alguns cientistas preocupados com o futuro.

"Esta situação hesitante só vai paralisar o progresso do trabalho de todos", disse na ocasião Tim Kamp, chefe do Centro de Medicina Regenerativa e Células-tronco da Universidade do Wisconsin.

Para contornar os problemas associados às pesquisas com células-tronco embrionárias, os cientistas têm buscado alternativas, e este ano criaram as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês), capazes de se transformarem em células da pele, do sangue ou do coração, assim como as células-tronco embrionárias.

DESAFIOS

O campo das células-tronco pluripotentes induzidas enfrenta seus próprios desafios, uma vez que estudos demostraram que são menos eficientes e mais imprevisíveis que as embrionárias.

Entretanto, cientistas canadenses descreveram neste ano, na revista científica "Nature", o método que desenvolveram para transformar células de pele de adultos humanos em células sanguíneas, sem torná-las células pluripotentes, tornando o processo mais eficiente e potencialmente mais seguro.

De volta aos Estados Unidos, um cientista da Universidade de Harvard, Derrick Rossi, descobriu uma forma de evitar perigosas alterações genéticas e, ao invés disso, usar moléculas de RNA para reprogramar as células humanas adultas em células-tronco pluripotentes sem alterar o DNA.

Segundo Lanza, os avanços, embora ainda precisem passar por testes rigorosos, oferecem uma promessa de tratar uma série de doenças e de um dia eliminar a necessidade de amputação de membros, de transfusão de sangue e transplantes de órgãos de terceiros.

"Em algum momento no futuro, talvez no tempo de vida da maioria dos seus leitores, você pode sofrer um acidente e perder um rim e uma célula da pele simplesmente lhe dará um novo órgão", ilustrou Lanza. "Esta área está apenas começando", emendou.

Paciente sem diagnóstico de doença pode passar por mais estresse

Eles vivem tensos, com medo de uma piora repentina. Saem frustrados do médico ao ouvir: "Seus exames estão perfeitos." E esperam por um resposta, para saber o que têm e como tratar.

Não saber o diagnóstico de uma doença pode gerar mais estresse do que receber a notícia de que se tem um problema de saúde grave.

Bruno Soares mora em Curitiba; ele tem caixa de exames em casa, mas médicos não diagnosticaram seu problema
Bruno Soares mora em Curitiba; ele tem caixa de exames em casa, mas médicos não diagnosticaram seu problema
A constatação, de um estudo da Sociedade Norte-Americana de Radiologia, é confirmada por quem vive a angústia de não ter respostas para suas dores.

Conhecer a causa dos sintomas dá conforto ao paciente, porque tira o foco da ameaça da doença, diz o psiquiatra Renério Fráguas Júnior, do HC de São Paulo. "O problema passa a ter nome e prescrição médica."

Ceane Soares, de Curitiba, espera por um "nome" há 12 anos. Seu filho, Bruno, nasceu em 1998 e teve hipoglicemia no segundo dia de vida. Aos seis meses, não ficava "durinho" e era apático, não sorria nem chorava.

Um neuropediatra constatou que ele tinha traços autistas. Meses depois, começou a ter convulsões que nenhum remédio controlava.

Bruno já recebeu os diagnósticos "mais cabeludos", diz a mãe, todos descartados.
Tanta investigação rendeu uma caixa de exames no guarda-roupa: tomografias, ressonâncias, avaliações genéticas, endoscopias.

"A gente o observa 24 horas por dia. Nunca sabemos se a medicação é a certa, se vai melhorar. Estamos andando sem saber para onde."

A sensação de estar perdido é compartilhada pelo professor J.S., 25, de São Paulo. Neste ano, ele começou a ter urticária. Foi a dermatologistas, alergistas, fez exames e foi internado com dores e inchaço no rosto e no corpo.

Em 45 dias, gastou quase R$ 1.000 em remédios, trocados a cada nova consulta.

Os médicos cogitaram imunidade baixa, estresse, sífilis e Aids. Exames para os dois últimos deram negativo.

J.S. também tem convulsões. Foi a neurologistas e cada um fez um diagnóstico. "Não saber o que acontece no próprio corpo assusta."

COMUNICAÇÃO

Infelizmente, é comum que urticárias fiquem sem solução, diz Ana Paula Castro, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia de SP.

Exames de sangue detectam substâncias que causam alergia. Mas não há testes para várias delas, como remédios, corantes e conservantes. O diagnóstico é limitado.

Em casos sem solução, médicos e pacientes concordam: a ansiedade é pior quando a comunicação entre as duas partes é falha.

Profissionais que prescrevem drogas e exames sem explicar por que geram desconfiança nos pacientes.

A aposentada Maria Amália Moraes, 57, que passou quase a vida toda acordando com dores nos olhos e nas têmporas, reclama que sua relação com os médicos foi sempre superficial.

Quatro vezes ao ano, tomava antibióticos para uma suposta sinusite, mas achava que o problema tinha origem dentária. "Já gastei o valor de um carro na minha boca."

Foi uma dentista que acertou o que ela tinha: distúrbio temporomandibular (DTM), que a fazia apertar os dentes durante o sono. A solução é uma placa usada à noite. A aposentada criou um blog para ajudar quem tem o problema.

Maria Amália diz que torcia para que os exames achassem o problema. Quando isso não acontecia, saía chorando do consultório. "Ficava desiludida. Ao mesmo tempo, agradecia a Deus por não ter nada grave. Achavam que eu inventava doenças, ninguém acreditava nas dores."


Protein Helps Parasite, Toxoplasma Gondii, Survive in Host Cells

ScienceDaily (Dec. 29, 2010) — Researchers at Washington University School of Medicine in St. Louis have learned why changes in a single gene,ROP18, contribute substantially to dangerous forms of the parasite Toxoplasma gondii. The answer has likely moved science a step closer to new ways to beat Toxoplasma and many other parasites.
In a study published in Cell Host & Microbe, scientists show that the ROP18 protein disables host cell proteins that would otherwise pop a protective bubble the parasite makes for itself. The parasite puts the bubble on like a spacesuit by forming a membrane around itself when it enters host cells. This protects it from the hostile environment inside the cell, which would otherwise kill it.
"If we can find therapies that block ROP18 and other parasite proteins like it, that could give the host the upper hand in the battle against infection," says first author Sarah Fentress, a graduate student in the laboratory of L. David Sibley, PhD, professor of molecular microbiology.
Infection with Toxoplasma, or toxoplasmosis, is most familiar to the general public from the recommendation that pregnant women avoid changing cat litter. Cats are commonly infected with the parasite, as are some livestock and wildlife.
"The exact role of ROP18 and related proteins in human disease remains to be studied," says Sibley. "But mice are natural hosts of Toxoplasma, so studies in laboratory mice are relevant to the spread of infection."
Epidemiologists estimate that as many as one in every four humans is infected with Toxoplasma. Infections typically cause serious disease only in patients with weakened immune systems. In some rare cases, though, infection in patients with healthy immune systems leads to serious eye or central nervous system disease, or congenital defects or death in the fetuses of pregnant women.
In the new study, Fentress showed that the ROP18 protein binds to a class of host proteins known as immunity-related GTPases. Tests in cell cultures and animal models showed that this binding leads to a reaction that disables the GTPases, which normally would rupture the parasite's protective membrane.
"With one exception, humans don't have the same family of immunity-related GTPases," Fentress notes. "But we do have a similar group of immune recognition proteins called guanylate-binding proteins, and we are currently testing to see if ROP18 deactivates these proteins in human cells in a similar manner."
The findings could be applicable to other parasites and pathogens. Toxoplasmosis belongs to a family of parasites that includes the parasite Plasmodium, which causes malaria. All surround themselves with protective membranes when they enter host cells.
"Plasmodium doesn't make ROP18, but it does secrete related proteins called FIKK," says Fentress. "It's possible they also act to thwart host defense mechanisms like GTPases and guanylate-binding proteins."
This research was supported by the National Institutes of Health and the Veteran's Administration.

Toxoplasma gondii and other related parasites surround themselves with a membrane to protect against factors in host cells that would otherwise kill them. Scientists at Washington University School of Medicine in St. Louis have identified a parasite protein that protects this membrane from host proteins that can rupture it. According to the researchers, disabling the parasite's defensive protein could help give hosts an advantage in the battle against infection. (Credit: Wandy Beatty)
Divulgado o Calendário de Bolsas e Auxílios 2011A diretoria da Fundação divulgou nesta quinta-feira (30/12) o Calendário de Bolsas e Auxílios para 2011 do programa básico de fomento da Fundação. O Calendário de Bolsas e Auxilio da FAPERJ 2011 inclui a nova modalidade de bolsa para estágio de doutorandos no exterior (doutorado sanduíche) ao calendário regular do programa básico de fomento da FAPERJ. Outra novidade está nos auxílios à organização de eventos (APQ 2) e à participação em reunião científica (APQ 5) que passaram a estar divididas em duas chamadas anuais, uma para eventos com realização no segundo semestre de 2011 (junho a dezembro) e a outra para o primeiro semestre de 2012 (janeiro a junho de 2012). Já as bolsas de pós-doutorado recém-doutor (PDR) permanecem temporariamente suspensa do calendário regular, haja vista a negociação existente entre a Capes e a FAPERJ, visando ao lançamento de nova edição de edital específico para "Apoio ao Programa de Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro". Os interessados em submeter propostas ao programa básico de fomento da Fundação devem estar com cadastro atualizado noSistema inFAPERJ, preencher os critérios de elegibilidade previstos no Manual de Bolsas e Auxílios da FAPERJ e não podem estar inadimplentes. Mais informações: http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=6036

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pesquisador identifica proteínas que podem diagnosticar câncer de tireoide

Descoberta deve possibilitar a criação de um exame que diferencie com precisão os nódulos benignos dos malignos, evitando intervenções desnecessárias. Análise pós-operatória indica que apenas de 5% a 10% das pessoas que extraem a glândula tinham tumor


Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram um conjunto de proteínas que pode ajudar no diagnóstico do câncer de tireoide. A ideia é criar um exame capaz de diferenciar com precisão os nódulos benignos dos malignos, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias. Os testes clínicos começam em janeiro.
Werther Santana/AE-17/12/2010
Cirurgia. Valziria Peloia segura exames de sua tireoide
Até a década passada, quando a apalpação era a principal forma de detectar nódulos na tireoide, as anomalias eram verificadas em 7% dos adultos. À medida que o exame de ultrassom se tornou comum, nódulos pequenos passaram a ser identificados em mais de 60% dos pacientes.
O desafio hoje é identificar quais lesões são, de fato, perigosas. O método mais usado atualmente é a punção aspirativa por agulha fina (Paaf), que consiste na retirada de células da região para análise no microscópio. O problema é que em 30% dos casos o resultado desse exame é inconclusivo e os pacientes precisam ser submetidos à cirurgia para confirmação do diagnóstico.
"Apenas de 5% a 10% dos casos submetidos à cirurgia têm resultado de tumor maligno. A maioria das intervenções é desnecessária, só onera o sistema de saúde", diz a geneticista Janete Cerutti, principal autora do estudo.
Em parceria com a John Hopkins University Medical School, dos EUA, Janete descobriu que a existência ou não de determinadas proteínas no material obtido da biópsia cirúrgica estava associada à presença de tumores malignos. Em testes feitos entre 2002 e 2010, mais de mil possíveis bio-marcadores foram identificados. Os melhores candidatos foram testados em 300 amostras, que representam os diferentes grupos de tumores benignos e malignos de tireoide.
O desenvolvimento do exame passou por várias etapas. A mais recente, publicada no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, apresenta o conjunto de proteínas que, segundo os autores, poderiam determinar com 97% de precisão a presença de um tumor maligno.
Os testes clínicos para o desenvolvimento de um exame pré-cirúrgico serão feitos com amostras coletadas de pacientes do Hospital São Paulo. Além de identificar o câncer, o exame pode indicar a sua agressividade.
Medo. O exame pré-cirúrgico poderia ter evitado a retirada da tireoide da paisagista Valziria Peloia, de 54 anos. Há seis anos, exames de rotina indicaram dois nódulos e a punção de um deles foi inconclusiva. Por causa do histórico familiar, ela optou pela extração da tireoide. Análises após a operação mostraram que os dois nódulos eram benignos. "Tinha perdido um irmão por causa de um câncer. Não quis conviver com a dúvida."
Segundo a endocrinologista Laura Ward, apenas 20% dos pacientes submetidos a cirurgias realmente precisariam ser operados. "Quando há dúvida, costuma-se extrair a tireoide inteira. A reposição hormonal e a cicatriz são iguais, mas o risco de a lesão espalhar, se for maligna, é maior quando se tira apenas a metade que contém o nódulo." Há lesões benignas que podem ter indicação cirúrgica.


SAIBA MAIS

A tireoide
É a maior glândula do corpo humano e produz hormônios que regulam o funcionamento de todas as células.

Hipertireoidismo
Quando os hormônios são produzidos em excesso ocorre uma aceleração do metabolismo, podendo ocorrer agitação, diarreia, taquicardia, perda de peso, sudorese aumentada e irregularidade menstrual.

Hipotireoidismo
Quando os hormônios são produzidos em quantidade insuficiente são comuns sintomas como cansaço, intestino preso, ganho de peso, depressão, dor muscular e nas articulações, unhas finas e quebradiças e enfraquecimento do cabelo.

Câncer
A incidência de nódulos malignos na tireoide quintuplicou nas últimas décadas. A melhora no diagnóstico, o envelhecimento da população e o excesso de iodo no sal podem ser causas. 

Dor crônica Gene pode está relacionado com a hereditariedade.


Cerca de um terço dos indivíduos apresentará algum tipo de dor crônica durante a vida. À medida em que aumenta a expectativa de vida, cresce o número de pessoas com dores na coluna, articulações, doenças reumáticas, câncer, degenerações ou inflamações nos órgãos internos e outros problemas relacionados ou que podem provocar dores crônicas.

Dor crônica é uma doença debilitante com consequências nefastas para a condição física, psicológica e comportamentais. Seus portadores desenvolvem depressão, deficiências psicomotoras, lembranças e sensações de perda que muitas vezes guardam pouca relação com o quadro doloroso. 

Tais sintomas costumam ser interpretados como característicos de enfermidades psíquicas, quando na verdade refletem apenas a semelhança que existe entre a dor e a memória. 

Pesquisadores de diversos países descobriram o primeiro gene ligado à dor crônica. Depois da descoberta, mais de 500 outros genes relacionados à dor crônica ainda precisam ser estudados. 

O gene, chamado Alfa-2-Beta-3, foi identificado na drosófila, a mosca de fruta. Depois, foi estudado em ratos e, finalmente, analisado em humanos. O resultado da pesquisa confirma algo que já se cogitava anos atrás: a importância das diferenças genéticas na forma como o cérebro processa a dor crônica. 

Estudos feitos com gêmeos, por exemplo, mostraram que cerca de 50% das variações na sensibilidade à dor são hereditárias. Até variações pequenas no Alfa-2-Beta-3 mostraram uma grande diferença no nível da dor sentida pelos indivíduos, seja ela provocada por queimaduras ou por problemas crônicos na coluna, por exemplo. 

Isso ocorre porque o gene regula a passagem de partículas de cálcio pela membrana das células. Essas partículas são essenciais para controlar a transmissão, pelos neurônios, dos sinais da dor até o cérebro. 

A partir dos dados revelados pelo estudo, novos analgésicos, muito mais eficazes do que os atuais, poderão ser desenvolvidos à medida em que a medicina entenda cada vez mais como a dor é transmitida pelas células nervosas para o cérebro. Isso é um grande avanço. Até há pouco tempo, era recorrente a ideia, principalmente entre os profissionais de enfermagem, de que o paciente deveria tolerar a dor para evitar o excesso de medicamentos que poderia torná-lo dependente – a maioria deles feita a partir de derivados do ópio, como a morfina. 

No Brasil, de 50% a 60% das pessoas que sentem dores crônicas se tornam parcial ou totalmente incapacitadas para o trabalho e um em cada cinco acaba largando o emprego. 

Quais são as regiões ou orgão do corpo onde, principlamente, ocorre a dor ?
  • 70% são de origem esquelética-muscular;
  • 20% são de origem neuropáticas;
  • 10% são causadas por cânceres.

Quais são as dores que mais afetam os brasileiros? 
  • Epigastralgias e outras dores abdominais;
  • Disúria (ao urinar);
  • Cefaleias (cabeça);
  • Artralgias (articulações);
  • Lombalgias (costas);
  • Torácica;
  • Nos membros.

Síndrome do olho seco


Ar quente ou seco, vento, permanência em altitudes elevadas ou em locais com ar condicionado e fumaça de cigarro são os principais fatores que contribuem para que o indivíduo desenvolva a Síndrome do Olho Seco.

Os usuários de lentes de contato também podem se queixar ocasionalmente de olhos secos. Normalmente as lentes de contato flutuam na película lacrimal do olho. Se a produção de lágrimas diminuir ou se a composição da película estiver alterada, pode acontecer que as lentes fiquem posicionadas diretamente sobre a córnea, danificando-a.

Nestes casos a sensação de secura também pode ser provocada pelo depósito de proteínas nas lentes, razão pela qual a limpezas das mesmas é tão importante.

Determinados medicamentos insuficiênciam no metabolismo de algumas vitaminas, assim como algumas doenças são outros fatores capazes de provocar uma formação reduzida de lágrimas, como, por exemplo, preparados hormonais, falta de vitamina A, doenças da tireóide, doença de Parkinson ou a Síndrome de Sjögren.

De acordo com especialistas, os principais sintomas do olho seco são: ardor nos olhos, coceira, irritação, olhos vermelhos, visão turva, que melhora depois de um pestanejar de olhos, sensação da existência de um corpo estranho e desconforto quando se lê, vê televisão ou trabalha em frente à tela do computador por muito tempo. E é uma das queixas mais recorrentes por parte dos pacientes.
 
Resumindo, podemos dizer que a Síndrome do Olho Seco significa que os olhos não são umedecidos suficientemente seja porque a produção do fluído lacrimal é deficiente, ou porque a composição das lágrimas não é a ideal. Normalmente o pestanejar, piscar os olhos, espalha uniformemente a película lacrimal sobre o olho. No entanto, se esta película lubrificante não for o suficiente poderão ocorrer irritações nos olhos.

Diversas podem ser as causas do olho seco, que é também um sinal de envelhecimento, já que normalmente a medida que ficamos mais velhos a produção de lágrimas tende a diminuir. As mulheres sofrem mais de olhos secos que os homens em decorrência da ocilaçãonas taxas hormonais: uso da pílula anticoncepcional ou devido às alterações hormonais dá menopausa.

Existem, entretanto, algumas medidas que poderão ajudar a prevenir e aliviar os sintomas de olho seco, tais como:

  • Beber líquidos em quantidade suficiente, de preferência água natural, para que o corpo não fique desidratado;
  • Quando estiver lendo ou trabalhando em frente à tela do computador, lembre-se de piscar os olhos com frequência;
  • Caso faça uso das lentes de contato, procure sempre higienizá-las de maneira correta e fique sempre atento a data de validade e de retorno ao oftamologista;
  • E uma recomendação importante, em qualquer situação, evite esfregar os olhos, pois isso agrava qualquer sintoma de mal estar ocular.
Por fim, mas não mesmo importante, munca se automedique. Isto pode ser muito perigoso, ação que pode colocar em risco a saúde de sua córnea. "Não existe colírio inócuo. Em caso de apresentar algum dos sintomas que podem ser atribuídos ao olho seco, a primeira providência é consultar um oftalmologista".

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rupturas na aorta matam ao menos 2.000 americanos por ano

Rupturas na aorta podem ser desconhecidas à maioria das pessoas, mas elas matam pelo menos dois mil americanos por ano --e possivelmente mais, pois algumas das mortes podem ser erroneamente atribuídas a ataques cardíacos. As rupturas são mais comuns em homens do que em mulheres, e principalmente em pessoas entre 40 e 70 anos. Suas causas incluem pressão alta descontrolada, aterosclerose e uma tendência genética a tecidos fracos ou uma válvula anormal na aorta. Pode não haver nenhum sinal indicador antes da ruptura.

A aorta é a maior artéria do corpo humano, com mais de 2,5 centímetros de diâmetro em alguns pontos. Ela possui três camadas; a maioria dos rasgos ocorre na mais interna. Com isso, o sangue força sua passagem pela abertura e separa as camadas, ou as descasca --um tipo de lesão chamado de dissecção aórtica. Uma aba e um "falso canal" podem se formar dentro da aorta e impedir o fluxo sanguíneo. E a pressão do sangue pode continuar aumentando o rasgo e a aba.

Se o rasgo atravessar as três camadas e a aorta se romper, a morte pode ser quase imediata. Isso não ocorreu a Holbrooke, segundo um porta-voz.

Os rasgos são frequentemente --mas nem sempre-- associados a aneurismas, áreas salientes e enfraquecidas na parede da artéria. A pressão sanguínea alta pode contribuir a ambos os problemas.

Não se sabe se Holbrooke sofria de algum desses males. Sua família não concedeu entrevistas, e seus médicos não receberam permissão para falar com a imprensa.

Cirurgiões não associados ao caso afirmaram que Holbrooke provavelmente teve o tipo mais comum de ruptura, que ocorre na aorta ascendente --o início da veia, onde ela surge no topo do coração.

Em sua forma mais simples, os rasgos podem ser reparados ''com bastante facilidade'', disse Timothy J. Gardner, porta-voz da Associação Americana do Coração e cirurgião cardíaco que é diretor médico do Centro de Saúde Cardíaca e Vascular de Christiana Care, em Newark.

Gardner não conhecia os detalhes do caso de Holbrooke, mas disse: ''Temos de supor que ele teve uma dissecção aórtica complicada, envolvendo uma ou mais ramificações de sua aorta, e/ou os danos ao tecido e a hemorragia eram abrangentes e muito difíceis de lidar''.

Nessa situação, segundo ele, ''o procedimento cirúrgico pode ser realmente desafiador''.

Robert Michler, cirurgião-chefe do Centro Médico Montefiore, na cidade de Nova York, disse que se ele está na sala de operações no meio da noite, muito provavelmente a cirurgia é um reparo de aorta rompida. Os pacientes tendem a aparecer com sintomas durante a noite.

"Não sabemos exatamente o porquê disso", afirmou ele.

Um sintoma comum é uma dor forte e repentina no peito, costas ou pescoço.

Algumas pessoas dizem ter sentido uma sensação de rasgo ou laceração. Outros não sentem dor alguma. Alguns sentem falta de ar, pernas frias, pulsos anormais nos membros ou sintomas de derrames, como fraqueza e paralisia.

Algumas vezes, o bloqueio da circulação causa a falência de órgãos.

A variação dos sintomas pode dificultar o diagnóstico dos médicos, e levá-los a confundir o problema com um ataque cardíaco, um colapso dos pulmões ou uma úlcera.

Demoras no diagnóstico podem ser fatais, pois rupturas na aorta ascendente exigem uma cirurgia de emergência. Algumas pessoas morrem tão rapidamente que nem mesmo chegam ao hospital. Entre aqueles que chegam, se o problema não é diagnosticado e tratado em até 48 horas, metade não sobrevive.

De 80% a 90% dos pacientes sobrevivem à cirurgia, que envolve cortar a parte rompida da aorta --na maioria dos casos, diversos centímetros-- e substituí-la por um tubo de material sintético. A válvula aórtica também pode precisar ser reparada ou substituída, e as artérias coronárias podem precisar de uma ponte de safena.

As operações são longas e complicadas; o coração precisa ser parado e o paciente precisa ser conectado a uma máquina que assume as funções de bombear e oxigenar o sangue.

"Você simplesmente opera até terminar", disse Loren F. Hiratzka, cirurgião cardiotorácico e diretor de cirurgia cardíaca dos hospitais Bethesda North e Good Samaritan, em Cincinatti. ''Não é raro passarmos de quatro a oito horas lá dentro.''

Uma operação de 21 horas, como a de Holbrooke, só pode ser descrita como "heroica", disse Hiratzka, acrescentando: ''Se eles ficaram na sala de operações por 21 horas, nem posso imaginar com o que estavam lidando. Algumas vezes é como tentar consertar papel de seda molhado. As camadas da aorta ficam simplesmente em farrapos. As próprias camadas podem ficar muito frágeis, e difíceis de se arrumar."

Algumas vezes, segundo ele e outros cirurgiões, o tecido está tão fraco que nem segura um ponto, e eles passam horas costurando e tentando parar o sangramento.

Em alguns casos, pode ser um problema genético que deixa o tecido frágil e a aorta propensa a rasgos. Certas condições genéticas, como a síndrome de Marfan, são conhecidas por predispor pessoas a esses problemas --mas pesquisadores acham que há outras mutações, ainda não identificadas, que também podem ter algum papel.

Anormalidades na válvula aórtica também podem levar a rupturas. Na maioria das pessoas, a válvula possui três folhas que abrem e fecham para controlar o fluxo sanguíneo, mas em algumas ela possui apenas duas --o que pode fazer com que o sangue esguiche contra a parede da aorta num rápido borrifo, como água numa mangueira parcialmente bloqueada. Esse borrifo pode escavar buracos na parede da artéria.

''Tenho algumas imagens extraordinárias de uma parede aórtica, que removi de um paciente com aneurisma, mostrando crateras como as da lua na parede da artéria, onde a aorta havia sido atingida e tentara curar a si mesmas'', afirmou Michler, cirurgião-chefe do Montefiore. ''Isso havia acontecido em meia dúzia de lugares.''

Exames de tomografia computadorizada conseguem detectar aneurismas e identificar pessoas com riscos de rasgos ou rupturas, segundo Michler. Se um aneurisma está se desenvolvendo, os médicos conseguem monitorá-lo e operá-lo se ele crescer demais. Mas não se sabe se Holbrooke havia se submetido a raios-X ou exames de tomografia, ou se ele teve qualquer motivo para se submeter a esses procedimentos.

Alguns especialistas acreditam que qualquer pessoa com um aneurisma ou rasgo aórtico tem grandes chances de ter alguma doença genética oculta. Assim, sempre que um paciente apresenta um aneurisma aórtico, disse Hiratzka, é importante que os familiares mais próximos --irmãos, filhos e pais-- sejam testados por problemas similares.