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terça-feira, 10 de abril de 2012

Nutracêuticos: Passe o licopeno

Esquema da técnica de encapsulamento dos nutracêuticos em uma matriz de carboidratos.

Alimento-medicamento

Bem-vindo ao mundo dos nutracêuticos.

Nutracêuticos são compostos que se situam entre um alimento e um remédio. Além de nutritivos, eles incrementam as funções fisiológicas e são revigorantes.

Agora, cientistas desenvolveram uma técnica que permite o encapsulamento de suplementos nutricionais concentrados, extraídos de alimentos.

A descoberta promete dar um novo impulso a esse conceito de alimento-medicamento, permitindo que as pessoas usufruam diretamente de vitaminas, antioxidantes e outros compostos.

Instabilidade dos nutracêuticos

Srinivas Janaswamy, da Universidade Purdue (EUA), conta que já existem muitos nutracêuticos no mercado, mas eles não são estruturalmente estáveis.

Calor, luz, oxigênio e outros fatores degradam esses suplementos sensíveis, tornando-os ineficazes.

"Há muitas formas de adicionar nutracêuticos aos alimentos, mas todos eles têm em comum a instabilidade, por possuírem estruturas não-rígidas," disse ele.

Fibra cristalina

Janaswamy dedicou-se então a desenvolver uma técnica que eliminasse esse inconveniente.

A solução veio por meio da criação de fibras similares a cristais, no interior das quais os nutracêuticos são incorporados, protegendo-os das influências externas e evitando que se degradem.

"Uma vez que o nutracêutico está envelopado, ele fica termicamente protegido. A técnica é aplicável a qualquer coisa, mesmo moléculas de medicamentos, vitaminas ou hormônios," conta Janaswamy.

Viabilização dos nutracêuticos

A descoberta é promissora para a viabilização de nutracêuticos como beta-caroteno, licopeno, resveratrol e vitaminas em geral.

Recentemente, cientistas brasileiros desenvolveram um nutracêutico à base de óleo de pequizeiro.
Mães obesas têm maior risco de terem filhos autistas

Obesidade e autismo

Cientistas identificaram uma forte conexão entre a obesidade e o diabetes maternal e a probabilidade de que o bebê nasça com autismo ou outra deficiência neurológica.

Mães obesas têm uma propensão 1,6 vez maior de ter uma criança com autismo quando comparadas com mães com peso normal, sem diabetes e sem hipertensão.

A chance é duas vezes maior em relação a outras deficiências neurodesenvolvimentais.

Gravidez e obesidade

Mães com diabetes têm quase 2,3 vezes mais chance de ter um bebê com atraso no desenvolvimento do que as mães sem diabetes.

A proporção de mães com diabetes que tiveram filho com autismo foi mais alta do que as mães saudáveis, mas não atingiu uma significância estatística.

O estudo também descobriu que crianças autistas filhas de mães diabéticas têm um déficit maior na compreensão da linguagem e na comunicação do que as crianças com autismo nascidas de mães saudáveis.

Nos Estados Unidos, onde a pesquisa foi realizada, 60% das mulheres em idade reprodutiva têm sobrepeso, 34% são obesas e 16% têm síndrome metabólica.

Autismo

O autismo é caracterizado por problemas na interação social, déficits de comunicação e comportamentos repetitivos.

Frequentemente é observada também a deficiência intelectual.

Segundo a Dra. Paula Krakowiak, uma das autoras do estudo, estima-se que o autismo acometa 1 em cada 110 crianças nascidas vivas.
Identificados genes associados com a obesidade infantil
 
Obesidade "comum"


Cientistas identificaram pelo menos duas novas variantes genéticas que aumentam o risco de obesidade na infância.

"Este é o maior estudo já realizado com todo o genoma sobre a obesidade infantil comum, em contraste com estudos anteriores, que se concentraram em formas mais extremas de obesidade, principalmente relacionadas com síndromes raras", disse Struan Grant, do Hospital Infantil da Filadélfia (EUA).

"Como consequência, nós definitivamente identificamos e caracterizamos uma predisposição genética para a obesidade infantil comum," reforça ele.

O estudo, realizado por um grupo internacional de colaboradores, o Early Growth Genetics Consortium (EGG), foi publicado hoje na revista Nature Genetics.

Alimentos, sedentarismo e genes

Pesquisas indicam que adolescentes obesos tendem a ter maior risco de mortalidade quando adultos, além de resistência à insulina e maiores riscos de doenças crônicas.

Embora fatores ambientais, tais como escolhas alimentares, sedentarismo e pouco sono, sejam considerados os principais causadores da obesidade na infância, estudos com gêmeos e outros indícios de base familiar têm sugerido também um componente genético para a condição.
Hábitos alimentares são mais importantes que gene da obesidade

Estudos anteriores identificaram variantes genéticas que contribuem para a obesidade em adultos e em crianças com obesidade extrema, mas pouco se sabe sobre os genes envolvidos na obesidade infantil não relacionada a alguma doença.

Outros cientistas têm preferido seguir outras vias, afirmando que a obesidade está ligada à insulina, e não aos genes.

Este novo trabalho analisou estudos anteriores realizados na Europa, Austrália e Estados Unidos.

Funcionamento desconhecido

A meta-análise incluiu 14 estudos anteriores, abrangendo 5.530 casos de obesidade infantil e 8.300 participantes de controle, todos de ascendência europeia.

A equipe identificou dois novos locais suspeitos, um perto do gene OLFM4, no cromossomo 13, o outro dentro do gene HOXB5, no cromossomo 17.

Eles também encontraram indícios fortes para duas variantes de outros genes.

Nenhum desses genes havia sido previamente associado com a obesidade.

"O conhecimento biológico de três dos genes," acrescenta Grant, "aponta para um papel do intestino, apesar de que seu papel funcional preciso sobre a obesidade é atualmente desconhecido."
Tipo intestinal: humanos têm três tipos diferentes de intestino
Beta-amiloide pode ser consequência, e não causa do Alzheimer

Beta-amiloide é consequência, e não causa

A deposição do amiloide beta no cérebro de indivíduos com doença de Alzheimer é o foco da maioria das pesquisas tanto com relação à causa, quanto com relação ao tratamento da condição.

Embora não haja um consenso quanto ao fato de a deposição contribuir para a doença ou ser uma consequência do Mal de Alzheimer, já existe concordância que a deposição do amiloide beta não é favorecida termodinamicamente, o que significa que há outra coisa por trás promovendo o processo.

Por exemplo, uma pesquisa recente mostrou que o problema na verdade pode ser a falta de amiloide beta produzida pelos neurônios que cause do Alzheimer.
É hora de uma nova teoria sobre a Doença de Alzheimer

Componente amiloide P sérico

Agora, Chris Exley e seus colegas da Universidade Keele, no Reino Unido, estão relatando que outras proteínas são depositadas in vivo com o beta-amiloide.

E uma dessas proteínas, que é particularmente intrigante, é o componente P do soro amiloide (ou SAP: serum amyloid P - ou componente amiloide P sérico).

Pesquisas recentes sugerem que o SAP atinge níveis elevados na doença de Alzheimer.

Exley e seus colegas demonstraram que concentrações fisiologicamente significativas de SAP promovem a deposição de beta-amiloide em condições similares aos encontrados in vivo.

"Nós mostramos que o componente amiloide P sérico é ligado por fibrilas de amiloide beta e que esta interação estabiliza as fibrilas em escalas de tempo que são fisiologicamente significativas," explica o pesquisador.

"Este é o primeiro exemplo de uma biomolécula fisiologicamente significativa promovendo e estabilizando a formação de fibrilas amiloides do amiloide beta 42 sob condições quase fisiológicas," completou.

Alumínio e Alzheimer

O grupo também descobriu que esta propriedade do SAP foi aumentada na presença de alumínio, um metal que também é codepositado com o amiloide beta na doença de Alzheimer.

Tem havido esforços recentes para reduzir a concentração plasmática de SAP como uma terapia para a doença de Alzheimer, e esta nova pesquisa fornece um forte indício de que o componente amiloide P sérico está envolvido na deposição do amiloide beta 42 na doença de Alzheimer.

Assim, a redução da concentração plasmática de SAP também poderia reduzir a deposição do amiloide beta.

As observações suportam o uso do componente P do soro amiloide como um alvo terapêutico na doença de Alzheimer.
Pancadas na cabeça

Você não precisa ser lutador de boxe para sofrer uma concussão cerebral e nem cabeceador profissional para sentir os impactos diretamente em seu cérebro.

Milhões de pessoas sofrem lesões cerebrais no seu dia-a-dia, em quedas no banheiro, em uma calçada mal pavimentada ou simplesmente batendo a cabeça em um parque de diversões.

A maioria dessas ocorrências envolve crianças, adolescentes e adultos acima de 65 anos.

E o que fazer quando isto acontece?
"Dormir ajuda a pessoa a se recuperar de uma concussão cerebral. Mas essas pessoas não devem ser deixadas sozinhas na primeira noite e devem ser levadas ao médico no dia seguinte."

Como cuidar de alguém que bateu a cabeça?

Esclarecer isto é a intenção do Dr. Chris Hummel, da Universidade Ithaca, em Nova Iorque (EUA), principalmente porque há muitos mitos e descobertas recentes que colocaram de cabeça para baixo as recomendações médicas na área.

Por exemplo, se você for chamado à escola porque seu filho acabou de bater a cabeça, você vai permitir que a criança durma enquanto você dirige até o médico?

"Houve uma época em que deixar uma pessoa que sofreu uma concussão adormecer era considerado um risco de vida," disse Hummel.

"Mas as pesquisas atuais mostram o contrário. Dormir é realmente a melhor coisa para um indivíduo que levou uma pancada na cabeça. O descanso físico e mental ajuda a pessoa a se recuperar de uma concussão," esclarece o pesquisador.

Ele acrescenta que cuidar de concussões, sobretudo aquelas que levam a um estado de choque, é muito complicado e deve ser feito apenas por pessoas com treinamento especializado nesse tipo de acidente.

Ainda assim, é importante que os pais, amigos, colegas e parentes saibam a diferença entre fato e ficção quando o assunto são os cuidados básicos que envolvem pessoas que levaram pancadas na cabeça.
"Se uma pessoa descreve uma dor de cabeça ou tonturas, mostra sinais de problemas de equilíbrio, ou dificuldade para lembrar-se das coisas, assuma que o indivíduo teve uma concussão cerebral e leve-a para uma avaliação por pessoal médico qualificado." [Imagem: Ithaca College]

FICÇÕES

Uma tomografia computadorizada normal consegue descartar uma lesão cerebral

"Uma concussão resulta de um evento neurometabólico causado pelo trauma," explica Hummel. "De forma bem simples, há um desequilíbrio dos produtos químicos necessários, ou do combustível que ajuda o funcionamento do cérebro quando alguém sofre uma concussão.

"Isso não é uma lesão estrutural, então uma tomografia computadorizada não vai identificá-la. A tomografia computadorizada consegue visualizar apenas danos estruturais."

Um indivíduo que tenha ficado inconsciente sofreu um dano pior do que alguém que não perdeu a consciência

"Uma pessoa não tem que ser nocauteada para ter tido uma concussão grave," disse Hummel. "Em alguns casos, as pessoas que ficam inconscientes podem sofrer traumas menos graves. Em ambos os casos, a gravidade da lesão não pode ser definida por dias ou semanas."

Um impacto de grau um é menos grave do que um choque de grau três

"Nós costumávamos classificar as concussões em graus durante o diagnóstico inicial, mas não fazemos mais isto porque agora sabemos que é difícil avaliar com precisão a gravidade de uma concussão imediatamente," esclarece Hummel. "Temos que esperar e ver como os sintomas desaparecem com o tempo antes que possamos determinar se a concussão é grave ou não."

Quanto maior é o impacto, maior é o dano cerebral

"Nem sempre um forte impacto na cabeça produz uma lesão cerebral," disse Hummel. "Qualquer contato com a cabeça ou com o corpo que force um movimento rápido da cabeça pode causar uma concussão cerebral."

Uma pessoa pode voltar a trabalhar logo depois de uma concussão

"Não," diz Hummel. "Normalmente, leva de uma a duas semanas para os sintomas da concussão desaparecerem e para o cérebro voltar a funcionar a plena capacidade.

"Não é só porque alguém afirma que tudo 'clareou' novamente que deve retomar suas atividades normais. Isso pode não ser seguro."

Capacetes evitam lesões cerebrais

"Capacetes para ciclistas, skatistas e trabalhadores da construção civil são projetados para prevenir fraturas no crânio, e não lesões cerebrais," esclarece Hummel.

"Se um capacete se ajusta e está adequadamente colocado, ele pode reduzir o risco ou a gravidade dos danos, mas um capacete não é capaz de evitar uma concussão cerebral, ainda!"
Se você desconfia que alguém teve uma concussão cerebral, trate-a como se tivesse certeza que ela tenha tido o evento, aconselha o Dr. Chris Hummel.

FATOS

Um indivíduo que teve uma lesão cerebral tem maior probabilidade de ter outra do que uma pessoa que nunca sofreu um acidente desse tipo

"Uma vez que alguém teve uma concussão, o limiar para sofrer outra concussão pode ser diminuído. Além disso, se uma pessoa sofre outro golpe antes de estar totalmente recuperada, os sintomas resultantes podem ser agravados e resultarem em uma recuperação mais prolongada.

"Há também um fenômeno raro, chamado Síndrome do Segundo Impacto, que pode causar diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, ou mesmo a morte, se um indivíduo sofrer outro trauma antes de ter-se recuperado completamente."

Concussões devem ser tratadas e administradas em uma base individual

"O cérebro é um órgão incrivelmente complexo, o mesmo acontecendo com os processos neuroquímicos que o governam," disse Hummel. "Não há duas concussões exatamente iguais, da mesma forma que os cérebros de dois indivíduos quaisquer nunca são idênticos."

Se você suspeitar que alguém teve uma concussão, assuma que é uma concussão

"Se uma pessoa descreve dor de cabeça ou tonturas, mostra sinais de problemas de equilíbrio, ou dificuldade para lembrar-se das coisas, assuma que o indivíduo teve uma concussão cerebral e leve-a para uma avaliação por pessoal médico qualificado," concluiu Hummel.
Antibióticos podem fazer engordar Com informações da New Scientist

Uso excessivo de antibióticos

Os trilhões de bactérias que colonizam nossos intestinos estão em perigo.

O uso excessivo de antibióticos está não apenas levando ao desenvolvimento de superbactérias perigosas, como também está mudando as bactérias que vivem dentro de nós.

Agora surgiram indícios firmes de que a nova flora intestinal, produzida pela ingestão seguida de antibióticos, pode ser responsáveis por nossas cinturas em expansão.

Flora intestinal

Para investigar se o uso excessivo de antibióticos poderia ter alguma relação com a obesidade, Martin Blaser e seus colegas da Universidade de Nova Iorque deram seguidas doses de penicilina para animais de laboratório desde a sua infância.

Depois de 30 semanas, já adultos, os animais que receberam a penicilina estavam de 10% a 15% maiores e tinham o dobro da gordura dos animais com dieta normal.

Ao analisar sua flora intestinal, os pesquisadores verificaram que os animais que receberam o antibiótico apresentavam menores níveis de Lactobacillus, uma bactéria benéfica, associada a um menor risco de recorrência do câncer.

Isto levou a um novo equilíbrio na flora intestinal dos animais.

Bactérias intestinais e obesidade

Para confirmar que os camundongos cresceram e ficaram obesos devido ao seu microbioma intestinal alterado, a equipe voltou-se para camundongos livres de germes, os quais são criados em um ambiente estéril e não têm nenhuma bactéria intestinal.

Eles então lhes lhes deram, via alimentação, as bactérias do microbioma intestinal daqueles outros camundongos que haviam recebido o antibiótico.

Cinco semanas depois, os animais estavam 35% mais pesados do que os animais de controle.

Antibióticos para crianças

Segundo os pesquisadores, os maiores riscos parecem estar associados às crianças que recebem antibióticos muito cedo na vida.

Embora ninguém saiba ainda por que certos grupos de bactérias podem afetar o peso corporal, o Dr. Blaser diz que podemos esperar que crianças expostas a antibióticos ganhem peso de forma muito parecida com os animais de laboratório.

As proporções deverão ser menores, já que as crianças não costumam tomar doses tão rotineiras de antibiótico quanto os animais receberam, mas o impacto deverá existir.