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segunda-feira, 26 de março de 2012

Aspirina pode reduzir risco de câncer e metástase, sugerem estudos

Especialistas advertem, porém, que droga também eleva riscos de sangramentos

Tomar uma dose baixa de aspirina diariamente pode prevenir e possivelmente até ajudar a tratar alguns tipos de câncer, segundo novos estudos recém-publicados pela revista científica The Lancet.
Especialistas advertem que o consumo exagerado da aspirina tem efeitos colaterais perigosos

Muitas pessoas já tomam doses diárias de aspirina para prevenir problemas cardíacos. Mas os especialistas advertem que ainda não há provas suficientes para recomendar o consumo diário de aspirina para prevenir câncer e advertem que a droga pode provocar efeitos colaterais perigosos, como sangramentos estomacais.

Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, e sua equipe, já haviam relacionado anteriormente a aspirina a um risco menor de câncer, particularmente de intestino. Mas seu trabalho anterior sugeria que as pessoas precisavam tomar a droga por mais de dez anos para ter alguma proteção.

Agora os mesmos especialistas acreditam que o efeito de proteção pode ocorrer em muito menos tempo - de três a cinco anos -, baseados em uma nova análise de dados de 51 estudos envolvendo mais de 77 mil pacientes.

Metástase

A aspirina parece não somente reduzir o risco de desenvolver muitos tipos diferentes de câncer, mas também impede a doença de se espalhar pelo corpo. Os exames tinham como objetivo comparar os pacientes que tomavam aspirina para prevenir doenças cardíacas com aqueles que não tomavam.

Mas quando Rothwell e sua equipe viram como muitos dos participantes desenvolveram e morreram de câncer, verificaram que também poderia haver uma relação entre o consumo da aspirina e a doença.

Segundo o estudo, o consumo de uma dose baixa (75 a 300 mg) de aspirina parecia reduzir o número total de cânceres em cerca de um quarto em um período de três anos - houve nove casos de câncer a cada mil pacientes ao ano no grupo que consumia aspirina, comparado com 12 por mil entre os que consumiam placebo.

A droga também reduziu o risco de morte por câncer em 15% num período de cinco anos (e em menos tempo se a dose fosse maior que 300 mg). Se os pacientes consumiam aspirina por mais tempo, as mortes relacionadas a câncer caíam ainda mais - 37% após cinco anos.

Doses baixas de aspirina também pareciam reduzir a probabilidade de o câncer, principalmente no intestino, se espalhar para outras partes do corpo (metástase), em até 50% em alguns casos. Em números absolutos, isso poderia significar que a cada cinco pacientes tratados com aspirina, uma metástase de câncer poderia ser prevenida, segundo os pesquisadores.

Sangramentos

A aspirina já vem sendo usada há tempos como prevenção contra o risco de ataques e derrames, mas ela também aumenta o risco de sangramentos graves. Porém o aumento do risco de sangramento somente é verificado nos primeiros anos de tratamento com a aspirina e cairia depois.

Críticos apontam que algumas das doses analisadas no estudo eram muito maiores que a dose típica de 75 mg dada para pacientes com riscos de problemas cardíacos. Outros estudos grandes sobre o consumo de aspirina realizados nos Estados Unidos não foram incluídos na análise.

Rothwell admite as lacunas ainda deixadas pelo estudo e diz que para a maioria das pessoas saudáveis, as coisas mais importantes para reduzir o risco de câncer ao longo da vida é não fumar, se exercitar e ter uma dieta saudável.

Mas ele afirma que a aspirina parece reduzir o risco ainda mais - apenas em uma pequena porcentagem quando não há nenhum outro fator de risco, mas consideravelmente quando o paciente tem um histórico familiar de cânceres como o colorretal. Os especialistas advertem, porém, que as pessoas devem discutir suas opções com seus médicos antes de tomar qualquer remédio.
Exposição a micróbios fortalece sistema de defesa

Descoberta ajuda a explicar como os germes podem proteger contra doenças no futuro
Reprodução
Crianças criadas em ambientes extremamente limpos podem ser mais suscetíveis a alergias

A exposição a germes na infância ajuda a fortalecer o sistema imunológico e proteger a criança contra alergias e asma, mas o mecanismo pelo qual isso ocorre ainda não está claro. Agora, pesquisadores identificaram um mecanismo em ratos que pode explicar o papel da exposição aos micróbios no desenvolvimento da asma e da colite ulcerativa, uma forma de inflamação intestinal.

Um estudo publicado na Science mostra que, nos ratos, a exposição aos micróbios no início da vida pode reduzir a quantidade de células natural killer T (iNKT), que ajudam a combater infecções mas que também podem atacar o organismo, causando vários distúrbios como asma e doenças inflamatórias do intestino.

O estudo defende a "hipótese da higiene", que prega que doenças autoimunes são mais comuns nos países desenvolvidos onde a prevalência de antibióticos e antibacterianos reduz a exposição das crianças aos micróbios.

"Não somos expostos aos mesmos germes que éramos expostos no passado", diz um dos líderes do trabalho, Dennis Kasper, microbiólogo da Harvard Medical School em Boston, Massachusetts.

Para chegar ao resultado, os autores acompanharam dois grupos de ratos: alguns foram criados em ambiente estéril, sem contato com germes, e outros se desenvolveram em condições normais de laboratório.

Os pesquisadores induziram os animais a desenvolver formas de asma ou colite ulcerativa. Os ratos livres de germes tinham mais células iNKT nos pulmões e desenvolveram sintomas mais graves das doenças, indicando que a exposição aos micróbios teve alguma influência nos níveis de iNKT e deixando esses ratos mais suscetíveis às doenças.

O estudo também descobriu que a falta de exposição no início da vida não pode ser compensada mais tarde, apresentando micróbios a esse grupo de ratos na vida adulta.

Na busca do mecanismo que explique a influência da exposição aos micróbios, os pesquisadores focaram na CXCL16, proteína sinalizadora associada a inflamações e células iNKT. A expressão dessa proteína foi mais alta no cólon e no tecido dos pulmões dos ratos criados em ambiente asséptico do que nos demais, e bloquear a expressão dela reduziu o número de células iNKT e a quantidade de inflamação nos tecidos.

Os autores sugerem que a exposição a certos micróbios inibe a expressão excessiva dessa proteína, o que protege contra níveis elevados de iNKT e inflamações.

Ainda não está claro se o mesmo ocorre em humanos, mas os resultados 'complementam o que vemos em epidemiologia', diz Erika Von Mutius, líder do departamento de asma e alergia da Universidade de Munique, na Alemanha. 

Daniel Peterson, imunologista do Johns Hopkins Medical Institute in Baltimore, Maryland, diz que o estudo tem limitações porque nenhum ser humano poderia ser criado de uma forma tão asséptica quanto os ratos usados no estudo. No entanto, ele acha o estudo provocativo: "a descoberta é mais surpreendente é a persistente elevação das iNKT, que não é revertida mais tarde com a exposição convencional a micróbios", diz. "Isso abre várias questões sobre a duração desse intervalo e quais micróbios estariam envolvidos."
Intestino artificial cabe dentro de um chip

Esta é a melhor reprodução artificial do intestino já feita, já estando pronta para uso em testes de toxicidade e avaliação de moléculas para desenvolvimento de novos medicamentos.
Intestino em um chip

Testar novos medicamentos em animaisenfrenta sérias questões éticas, nem sempre produz resultados que podem ser transpostos para o ser humano e, de resto, não sai barato.

É por isso que vários grupos de cientistas ao redor do mundo vêm desenvolvendo alternativas tecnológicas à experimentação com animais.

A mais recente delas acaba de ser apresentada pela equipe do Dr. Donald Ingber, da Universidade de Harvard (EUA).

Trata-se de um minúsculo dispositivo capaz de imitar a estrutura e a fisiologia do intestino humano, incluindo a flora intestinal e os movimentos naturais ritmados do órgão, os chamados movimentos peristálticos.

Intestino artificial

Embora o teste de fármacos em culturas celulares seja um caminho natural, essas culturas também não replicam adequadamente os órgãos humanos, o que é essencial quando é necessário observar a ação sistêmica das moléculas que estão sendo investigadas.

A saída é o desenvolvimento dos chamados órgãos artificiais, estruturas miniaturizadas que nem sempre lembram o órgão humano real, mas constituem plataformas de testes muito melhores do que órgãos de animais ou culturas planas.

O biochip contém dois canais microscópicos, separados por uma membrana flexível.

Essa membrana é recoberta com uma camada de células epiteliais do intestino humano suficiente para criar uma cultura da bactéria Lactobacillus rhamnosus, essencial à flora intestinal.

Os cientistas simulam as contrações do intestino aplicando uma pequena sucção, alternadamente, entre os dois canais, causando o dobramento do tecido intestinal, as chamadas vilosidades.

Eles afirmam que esta é a melhor reprodução artificial do intestino já feita, já estando pronta para uso em testes de toxicidade e avaliação de moléculas para desenvolvimento de novos medicamentos.

Órgãos artificiais


Mais recentemente, começaram a avançar as pesquisas rumo a um cérebro artificial.


Epigenética começa nova busca por genes ligados ao câncer


Tabuleiro vazio
O câncer é geralmente atribuído a genes defeituosos, mas evidências da epigenética indicam que as proteínas que silenciam genes desempenham um papel fundamental no processo.
Um novo estudo promete acelerar as pesquisas na área identificando rapidamente os genes que as proteínas epigenéticas podem ter como alvo para silenciamento.
"A epigenética do câncer é um campo novo, e ainda estamos lidando com o básico," diz o Dr. Jianpeng Ma, professor de bioengenharia da Universidade Rice (EUA).
"É algo como um tabuleiro de jogo. Até agora, nós entendemos algumas das regras e vimos algumas das peças, mas o tabuleiro do jogo propriamente dito está praticamente vazio," diz ele.
Alterações epigenéticas
Enquanto muitos cânceres têm sido associados a mutações na sequência do DNA de genes específicos, as alterações epigenéticas não envolvem mutações genéticas.
Em vez disso, a epigenética permite que duas células com sequências de DNA idênticas se comportem de maneiras completamente diferentes.
As proteínas epigenéticas efetivamente editam o genoma, desligando genes que não são necessários.
Esse processo de edição é o que permite aos seres humanos terem células especializadas - como as células nervosas, células ósseas, células do sangue etc. - que têm aparência e comportamento diferentes, ainda que compartilhem o mesmo DNA.
Proteínas epigenéticas
Os principais "jogadores" epigenéticos nesse tabuleiro do câncer a que o pesquisador se refere são uma família de proteínas chamadas PcG (polycomb-group).
As PcGs são encontradas bem no interior do núcleo das células, em uma câmara onde o DNA é armazenado.
Estudos descobriram níveis anormalmente elevados de PcGs em algumas das formas mais agressivas de câncer de mama e de próstata.
As PcGs são generalistas, que podem ser chamadas para silenciar qualquer um dentre várias centenas a vários milhares de genes.
Elas são recrutadas para essa tarefa pelos PREs (polycomb response elements), segmentos de DNA que estão localizados nas proximidades dos genes das proteínas que serão a seguir silenciados.
E é aqui que o tabuleiro fica em branco.
Preditor epigenético
Embora os cientistas saibam que existem literalmente centenas de milhares de potenciais PREs em qualquer genoma - incluindo tudo, desde simples insetos até os seres humanos - apenas uns poucos deles foram encontrados até agora.
"Até agora, apenas dois PREs foram verificados experimentalmente em mamíferos - um em camundongos e um em humanos," diz Jia Zeng, pesquisador da Universidade de Baylor."Nós suspeitamos que há muitos deles, mas encontrá-los tem sido difícil."
"Um dos maiores desafios desde a conclusão do Projeto Genoma Humano é como garimpar informações úteis da enorme quantidade de dados genômicos," diz Ma.
Mas eles parecem estar no caminho certo, desenvolvendo um novo programa de computador, chamado EpiPredictor, que "digere" os dados do genoma e devolve alvos potenciais para a validação experimental.
No exemplar deste mês da revista científica Nucleic Acids Research, a equipe mostra que o programa consegue identificar com precisão genes específicos afetados pelas proteínas epigenéticas.
Agora é só ter paciência e testar cada um dos resultados, em busca de novos alvos para atuação contra o câncer - ficará mais fácil jogar assim que o tabuleiro estiver com todas as peças, garantem os cientistas.

Descobertos genes que podem ser responsáveis pela calvície masculina


Problema nas células-tronco
Há cerca de ano, cientistas da Universidade da Pensilvânia (EUA) anunciaram a descoberta de que a calvície masculina seria causada por defeitos nas células-tronco que produzem os novos fios de cabelo.
Apesar de as áreas sem cabelo apresentarem o mesmo número de células-tronco responsáveis pelos fios que as áreas normais do couro cabeludo, na área careca existem menos células-tronco mais amadurecidas, as chamadas células progenitoras.
Agora, George Cotsarellis e seus colegas publicaram um novo estudo onde afirmam que o problema na verdade está em dois genes, ativados quando os cabelos começam a cair.
Problema nos genes
Segundo este novo estudo, o início da queda de cabelo coincide com uma elevação dos níveis de uma proteína chamada prostaglandina D sintetase.
Essa elevação se dá nas células dos folículos capilares localizados em áreas calvas do couro cabeludo.
Os folículos capilares continuam existindo nas áreas calvas, mas se tornam tão pequenos que parecem invisíveis, levando à aparência da calvície.
Essa inibição do crescimento do cabelo seria acionada quando a proteína se liga a um receptor nas células dos folículos capilares.
"Essencialmente, mostramos que a proteína prostaglandina aumenta no couro cabeludo calvo dos homens e inibe o crescimento capilar. Então identificamos um alvo para o tratamento da calvície masculina", afirma o sempre otimista George Cotsarellis.
Cura da calvície?
Assim, afirma o grupo, encontrando um composto que reative esse receptor, pode ser possível curar a calvície.
"O próximo passo será procurar compostos que afetem esse receptor, e também descobrir se bloquear esse receptor poderia reverter a calvície ou somente preveni-la. Esta é uma questão que poderá levar um tempo para ser respondida", diz ele.
O cientista afirma que várias drogas que seguem essa mesma rota de ação já foram identificadas, com algumas já na fase de testes clínicos.
Assim, tudo os que os carecas têm a fazer, por enquanto, é aguardar os resultados destes testes - ou a próxima "descoberta da cura da calvície" do Dr. Cotsarellis.