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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os outros sabem mais sobre você do que você mesmo

Conhece a ti mesmo
Conhece a ti mesmo, soa o conselho eterno dado por Sócrates.
Se as pessoas realmente seguissem o conselho, e seguindo a sabedoria convencional, seria de presumir que você é pessoa que mais conhece a si mesmo, certo?
"É uma tendência natural pensar que nos conhecemos melhor do que as outras pessoas nos conhecem," afirma Simine Vazire, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Contudo, as pesquisas mostram que de fato não é assim.
Conhecem a ti mesmo
Vazire e sua colega Erika N. Carlson, depois de revisarem todas as pesquisas científicas sobre o assunto, concluíram que, em vez de consultar a si mesmo para se conhecer melhor, é melhor perguntar a um amigo.
"Há aspectos da nossa personalidade que os outros conhecem e que nós próprios não conhecemos, e vice-versa", diz Vazire. "Para obter um quadro completo de uma personalidade, você precisa de ambas as perspectivas."
Não é que não saibamos nada sobre nós mesmos. É que nosso entendimento é obstruído por pontos cegos, criados por nossos desejos, medos e motivações inconscientes.
E o principal desses elementos, segundo a pesquisa, é a necessidade de manter uma auto-imagem elevada - ou, se estivermos neuróticos, da nossa necessidade de manter uma auto-imagem baixa.
A perspectiva do outro
O mais interessante é que, mesmo assistindo uma filmagem de nós mesmos, o artifício não altera substancialmente as nossas percepções - enquanto outros observando a mesma fita facilmente apontam traços que estão inconscientes.
Assim, sem grandes surpresas, nossos entes mais chegados e as pessoas que passam mais tempo conosco nos conhecem mais do que nós mesmos - ou, pelo menos, conhecem aspectos de nós que nós mesmos não conhecemos.
Mas não é só isso: até mesmo os estranhos têm inúmeras pistas de quem somos: roupas, preferências musicais e até postagens nos fóruns ou redes sociais deixam transparecer facetas da nossa personalidade que podem não ser conscientes.
O que nós vemos e o que os outros veem
Curiosamente, as pessoas não veem as mesmas coisas sobre si mesmas que os outros veem: por exemplo, traços de ansiedade, tais como o medo de falar em público, são óbvios para nós mesmos, mas nem sempre para os outros.
Por outro lado, criatividade, inteligência, e grosseria muitas vezes são melhor percebidas pelos outros.
Isso não ocorre só porque essas características percebidas pelos outros se manifestam publicamente, mas também porque carregam um juízo de valor, algo que tende a afetar o auto-julgamento.
E o mundo nem sempre faz a crítica mais dura a nosso respeito - os outros tendem a nos dar notas mais altas para os nossos pontos fortes do que nós mesmos.
Dificuldade do feedback
Se isso é verdade, então por que todas estas informações que os outros têm sobre nós, e que nós temos sobre os outros, não ajudam a construir um mundo de pessoas que se entendem melhor?
Segundo as pesquisadoras, é porque as pessoas são complexas, há muitas informações sociais, e porque as percepções dos outros são obscurecidas por nossas próprias necessidades e preconceitos.
Além disso, a informação nem sempre está facilmente acessível: "É incrível o quão difícil é obter um feedback direto," observa Vazire, acrescentando que, com isto, não está defendendo uma franqueza grosseira a qualquer custo.
O desafio, então, é usar esse conhecimento que temos dos outros para o bem.
"Como podemos dar um feedback às pessoas, e como isso pode ser usado para melhorar nosso auto-conhecimento? E como podemos utilizar esse auto-conhecimento para ajudar as pessoas a serem mais felizes e terem um melhor relacionamento?", pergunta a pesquisadora.
A primeira resposta a estas perguntas pode ser a mais óbvia, mas não é a mais fácil de ser colocada em prática: Ouvir os outros. Eles podem saber mais do que você mesmo sobre si próprio - e o interesse desses outros pode ser bem mais altruísta do que simplesmente colocar defeitos em você.

Nanotecnologia acorda sistema imunológico para combater câncer

Técnica acorda o sistema imunológico usando nanopartículas com medicamentos
As nanocápsulas, que têm o formato de um barril, imitam estruturas naturais encontradas no citoplasma de todas as células de mamíferos.
Nanotecnologia contra o câncer
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de despertar o sistema imunológico para que o organismo "acorde" e combata o câncer.
O mecanismo consiste em fornecer uma proteína que estimula o sistema imunológico.
A proteína é levada no interior de um minúsculo recipiente, construído com nanotecnologia, que é depositado diretamente sobre o tumor, aproveitando as defesas naturais do organismo para combater o crescimento da doença.
Os testes foram feitos com câncer de pulmão, mas são promissores para outros tipos de tumor.
Nanocápsulas
As nanocápsulas, que têm o formato de um barril, imitam estruturas naturais encontradas no citoplasma de todas as células de mamíferos.
Os cientistas projetaram seus nanobarris para que eles liberem lentamente uma proteína, a quimiocina CCL21.
Os estudos pré-clínicos, feitos em animais de laboratório, mostraram que a proteína estimula o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerosas, inibindo o crescimento do câncer.
"Nos tumores de pulmão, o sistema imunológico tem seu funcionamento deprimido, e o que queríamos era despertá-lo, encontrar uma maneira de fazê-lo perceber o câncer e atacá-lo," explica o Dr. Leonard Rome, coautor do estudo.
Rome afirma que o nanobarril - que se insere na categoria dos chamados nanocarreadores, carregadores de medicamentos pelo corpo humano, criados pela nanotecnologia - "era apenas um sonho três anos atrás".
Imunoterapia
Tudo começou com a tentativa de construir um mecanismo imunológico para defender o organismo do câncer - a chamada imunoterapia.
Em vez da abordagem clássica da quimioterapia, onde medicamentos atacam o tumor, os cientistas querem desenvolver formas de fazer com que o próprio sistema imunológico do paciente faça o serviço.
Essa abordagem é promissora porque, em tese, eliminará os graves efeitos colaterais dos quimioterápicos, já que será o próprio organismo que aprenderá a destruir o câncer.
Além disso, como o sistema imunológico se encarregará da tarefa, ele poderá atuar em todo o corpo, combatendo a metástase, que é a proliferação das células cancerosas para outros pontos do organismo.
Técnica acorda o sistema imunológico usando nanopartículas com medicamentos
O nanobarril se insere na categoria dos chamados nanocarreadores, carregadores de medicamentos pelo corpo humano, criados pela nanotecnologia - "um sonho três anos atrás", segundo o pesquisador.
Células dendríticas
A equipe do Dr. Steven Dubinett, parceiro da pesquisa, estava usando um adenovírus com replicação deficiente para infectar células dendríticas e forçá-las a uma superprodução de CCL21.
Glóbulos brancos do paciente são usados para criar essas células dendríticas, que são células do sistema imunológico que processam um material antígeno e o apresentam na superfície de outras células do sistema imunológico.
As células modificadas - 10 milhões de cada vez - foram então injetadas diretamente no câncer de pulmão do paciente para estimular a resposta imunológica.
Esta foi a primeira vez que a quimiocina foi administrada a seres humanos.
O estudo inicial mostrou que a técnica de células dendríticas é segura, não tem efeitos colaterais e parece estimular a resposta imunológica - linfócitos T com assinaturas de citocinas específicas foram identificadas circulando pelo organismo do paciente, indicando que os linfócitos estavam reconhecendo o câncer como um invasor.
Tratamento personalizado
Mas os cientistas se depararam com grandes problemas.
O processo de geração das células dendríticas a partir dos glóbulos brancos, e sua "configuração" para produzir um excesso de CCL21, é uma tarefa trabalhosa, cara e demorada.
Há ainda o desafio da variabilidade de paciente para paciente. É mais fácil isolar e cultivar as células dendríticas em alguns pacientes do que em outros, por isso os resultados não foram consistentes.
E as células de um paciente não funcionam em outro.
Nanobarris
É aí que entram os nanobarris.
Essas estruturas podem substituir as células dendríticas, carregando a quimiocina CCL21 sintetizada em laboratório e depositando-a diretamente no tumor.
Como os cientistas esperavam, o resultado sobre o tumor foi o mesmo do teste anterior, sem todos os problemas associados com a produção das células dendríticas.
A próxima etapa, quando os nanobarris serão testados em humanos, deverá levar três anos.