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quinta-feira, 15 de março de 2012

Anvisa proíbe produção e comércio de cigarros com sabor e cheiro artificiais

Indústria do tabaco terá 18 meses para mudar a linha de produção e escoar ou recolher o produto; associação do setor não comentou decisão da agência

Após mais de um ano de discussão e polêmica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem uma resolução que proíbe os cigarros com substâncias que mudam o sabor ou o cheiro - os chamados aditivos, que podem ser, por exemplo, de chocolate, baunilha, menta ou morango. Na prática, a medida passa a valer dentro de um ano e meio, prazo dado para a indústria mudar a linha de produção e escoar ou recolher o produto do mercado.

Veja também:

Proibição dos cigarros sem sabor ou cheiro alterados passará a valer dentro de 1 ano e meio

Para cigarrilhas e charutos, o prazo dado pela Anvisa é maior: 18 meses para interrupção da produção e 6 meses para retirada dos produtos do comércio.

A versão aprovada por unanimidade é mais branda da que foi colocada em consulta pública em dezembro de 2010. A medida permite a adição de açúcar ao tabaco para repor a substância perdida no processo de secagem. A versão anterior incluía o açúcar na lista de proibições. A adição permitida, no entanto, terá de obedecer um critério.

Fabricantes terão de informar quanto do açúcar foi perdido no processo de cura e quanto foi reposto.

A resolução aprovada ontem também garante a permanência de um grupo de outras sete substâncias que não alteram o sabor ou cheiro do tabaco mas são usadas durante o processo de produção. Entre elas estão glicerol, adesivos e agentes aglutinantes.

Recomendação. A proibição de aditivos aromatizantes que emprestam sabor aprovada ontem pela Anvisa atende a uma recomendação da Convenção-Quadro do Tabaco, acordo mundial com medidas para reduzir e prevenir o tabagismo, do qual o Brasil é signatário.

Médicos e grupos antitabagistas afirmam que a adição de produtos que alteram o sabor e cheiro do cigarro é uma tática há tempos usada pela indústria para atrair novos fumantes, principalmente crianças e adolescentes.

Na edição de ontem, o Estado mostrou pesquisa feita com 17 mil estudantes de 13 a 15 anos em 13 Estados do País que mostrou que a maioria dos alunos que já experimentara cigarro preferiam os com sabor, principalmente os mentolados (mais informações nesta página).

"Foi um ganho para a saúde pública do País", comentou o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da Silva, ao fim da reunião.

Embora a decisão tenha sido unânime, o clima da reunião de ontem foi bastante tenso. Um dos diretores, Jaime Oliveira, havia sugerido que outros aditivos que não conferissem sabor ou odor ao produto fossem permitidos na produção de cigarros brasileiros.

Estima-se que existam cerca de 600 aditivos usados no cigarro. A proposta já havia sido apresentada na segunda-feira, em uma reunião informal entre diretores. Ontem, depois de muita discussão, ficou acertado que, no futuro, empresas poderão enviar propostas tanto para liberar quanto para proibir novas substâncias.

Impacto. O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Fumo, Carlos Fernando Galante, não quis fazer uma avaliação sobre a resolução. "Temos de discutir qual impacto que essa medida exercerá no setor", afirmou. Ao longo do último ano, a indústria do fumo pressionou sob todas as formas o governo federal para tentar evitar a aprovação da medida.

Eles asseguram que a proibição da adição de produtos ao cigarro pode afetar o setor, que emprega milhares de pequenos agricultores no País.

"Esse discurso é muito semelhante àquele que foi feito durante a aprovação da Convenção-Quadro do Tabaco: na época eles diziam que o setor estava ameaçado. E vemos que a atividade nunca esteve tão fortalecida", afirmou Paula Johns, da Aliança de Controle do Tabagismo.

De acordo com a indústria do fumo, cigarros com sabor representam cerca de 3% do mercado brasileiro. Ao longo dos últimos anos, o número de marcas com sabores aumentou arde forma expressiva no País.

"Diante das restrições com publicidade, as imagens de advertência, eles reforçaram outra estratégia que sabidamente é eficaz entre jovens: tornar o cigarro mais atrativo", afirmou Vera Costa e Silva, pesquisadora da Fiocruz.
Estresse no trabalho induz mulheres a 'comer emocionalmente'

Esgotamento também leva a comer de forma descontrolada; hábito pode ser fator de risco para obesidade

Quem tem um trabalho estressante deve evitar levar guloseimas ao escritório

Mulheres que andam esgotadas no trabalho seriam mais propensas a usar a comida para aliviar o estresse, mostra um estudo finlandês.

O trabalho, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, aponta que aquelas que disseram estar extremamente cansadas no trabalho tendiam a comer por causas emocionais, ou seja, estresse, ansiedade ou depressão, em vez de apenas por fome.

Além disso, eram mais propensas a comer "descontroladamente", situação que ocorre quando a pessoa está sempre faminta ou não pode deixar de comer até que toda a comida tenha desaparecido.

"Quem sofre desgaste pode ser mais vulnerável à ingestão emocional e descontrolada e tem habilidade para mudar seu hábito alimentar", descreve Nina Nevanpera, do instituto finlandês de Saúde Ocupacional, líder do estudo.

"Recomendamos que primeiro seja tratado o desgaste, e que o desgaste e o comportamento alimentar sejam avaliados nos transtornos de obesidade", acrescentou. 

O resultado se baseia no estudo feito com 230 trabalhadoras com idades entre 30 e 55 anos que fizeram parte de uma avaliação clínica sobre mudanças saudáveis de estilo de vida. Todas tinham emprego e no início foram questionadas sobre seu estresse ocupacional e hábitos alimentares.

Cerca de 22% tinham algum grau de esgotamento no trabalho, e o grupo tendia a comer segundo as emoções e de maneira descontrolada. Ao contrário, as mulheres sem esgotamento no início do estudo tendiam em um ano a comer cada vez menos de forma descontrolada. Mas o grupo do estresse não conseguiu fazer essa mudança.

Ainda assim, não foram observados efeitos no peso das participantes. No início do estudo, metade das mulheres com 'burnout' (sensação de que o trabalho estressa ou que não tem sentido) tinham um peso normal, comparado com um terço das mulheres que não sofriam de estresse.

"A partir dos resultados, não podemos concluir que o esgotamento no trabalho está associado ao sobrepeso ou à obesidade", diz a autora. Ainda assim, ela considera que comer emocionalmente é um fator de risco potencial para a obesidade futura.


Além disso, não é um hábito saudável, já que as pessoas estressadas tendem a optar por um chocolate ou uma comida rápida em lugar de uma fruta, por exemplo.

Os resultados não surpreendem, diz Sherry Pagoto, professora associada de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts e médica do centro de peso da mesma universidade.

"Tudo está associado ao estresse", acrescentou Pagoto, que não participou do estudo.

Quando as pessoas estão expostas a uma fonte de estresse crônico, às vezes começam a comer segundo suas emoções e a ter problemas de peso. 

"concordo que o importante é controlas as fontes de estresse", diz Pagoto. "Se uma pessoa está exposta de maneira crônica a um elemento estressante, terá muitos problemas para emagrecer", acrescentou.

E se uma pessoa não está com sobrepeso, o fato de comer emocionalmente não é uma boa ideia. É reforçar um hábito que não é saudável", destacou.

Àquelas que não estão expostas ao estresse no trabalho, ela recomenda eliminar as tentações do escritório, ou pelo menos levar alimentos saudáveis, bem como evitar as máquinas que vendem produtos.

Se o estresse aumenta, ela sugere encontrar outras formas de controle, como fazer caminhadas. Pagoto considerou um erro não fazer exercício, porque a atividade física é o 'melhor antídoto', segundo ela.
Consumo de carne vermelha eleva risco de morte em até 20%

Questão de vida ou morte

Um estudo em larga escala realizado na Universidade de Harvard comprovou que o consumo contínuo de carne vermelha está associado com maior risco de morte.

O risco de morrer mais cedo foi verificado em termos gerais e, mais especificamente, detectou-se uma elevação no risco de morrer de câncer e de doenças cardiovasculares.

A boa notícia é que a substituição da carne vermelha por outras fontes de proteínas, incluindo peixe, frango, castanhas e legumes, está associada com um menor risco de mortalidade.

Bifinho

O Dr. Frank Hu e seus colegas acompanharam 37.698 homens e 83.644 mulheres.

Os homens tiveram sua saúde monitorada durante 22 anos, e as mulheres durante 28 anos. A dieta de cada um deles foi aferida a cada quatro anos.

O consumo regular de carne vermelha, sobretudo de carnes processadas, foi associado com um maior risco de mortalidade.

O consumo diário de uma porção de carne vermelha não-processada - um bife não maior do que uma carta de baralho - elevou o risco de mortalidade em 13% no período estudado.

E o consumo da mesma quantidade de carne processada - salsichas, mortadela, bacon etc. - foi associado com um aumento no risco de mortalidade de 20%.

Mortalidade pela carne

E são várias as causas de morte induzidas pelo consumo excessivo de carnes vermelhas.

"Nosso estudo adiciona novas evidências dos riscos à saúde de se comer grandes quantidades de carne vermelha, o que já foi associado com diabetes tipo 2, doenças coronarianas, derrame e determinados cânceres em outros estudos," diz An Pan, coordenador do estudo.

Entre as causas específicas de morte, foi verificado um aumento no risco entre 18% e 21% para causas cardiovasculares, e entre 10% e 16% para a mortalidade por câncer.

Carne vegetal

As carnes vermelhas, especialmente as processadas, contêm ingredientes que têm sido sistematicamente associados com maior risco de doenças crônicas.

Esses ingredientes incluem gorduras saturadas, sódio, nitritos e determinados compostos carcinogênicos formados durante o preparo das carnes.

Uma alternativa mais saudável às carnes de vermelhas foi apresentada recentemente por cientistas alemães: uma carne vegetal, como a mesma textura e suculência da carne animal.
111 entidades pedem moratória na Biologia SintéticaRedação do Diário da Saúde
O objetivo da biologia sintética é aplicar princípios de engenharia para os componentes fundamentais da biologia. 
Riscos da vida artificial

Conforme as pesquisas avançam, são cada vez maiores as preocupações entre os próprios cientistas com a chamada biologia sintética.

Primeiro, o ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, John Sulston, chamou a atenção sobre os riscos de concessão de patentes para o desenvolvimento de células sintéticasem laboratório.

Depois, um grupo de especialistas enviou um alerta para a revista Nature, onde listam medidas para evitar um desastre na Biologia Sintética.

Agora, dando mais peso à gravidade com que o assunto precisa ser tomado, um grupo de nada menos do que 111 organizações assinou um documento pedindo uma moratória no desenvolvimento da chamada "vida artificial".

Segundo o documento, a biologia sintética precisa de mais supervisão e os governos precisam estipular regulamentos para a área.

Regras para mexer com a vida

O objetivo da biologia sintética é pegar células ou seres vivos completos e transformá-los geneticamente para criar "seres vivos artificiais" capazes de fazer trabalhos úteis.

Segundo o relatório assinado pelas 111 organizações, a biologia sintética é "uma forma extrema de engenharia genética", para a qual não existe qualquer regulamentação.

Estudos mostram também que o público não tem virtualmente nenhum conhecimento do que seja essa área e daquilo que é feito nos laboratórios.

Moratória da biologia sintética

As organizações pedem, entre outras coisas, que os cientistas sejam proibidos de manipular o genoma humano ou o genoma de microrganismos dentro do corpo humano.

Isto é visto como "promissor" pela possibilidade de que essas "vidas artificiais" venham a produzir substâncias que o corpo humano precisa para combater alguma doença, ou o envelhecimento.

O documento pede também que sejam discutidas normas de segurança para o público e para os próprios trabalhadores, cientistas inclusive, que lidem com essas formas de vida manipuladas artificialmente.

Até lá, defende o documento, é necessário impor uma moratória às pesquisas da biologia sintética, que deveriam ser paralisadas até que a sociedade tenha alguma garantia de sua segurança.

Recomendações para a biologia sintética

As entidades que assinam o documento mostram-se particularmente preocupadas com o uso de organismos sintéticos em produtos comerciais, que possam ser colocados à disposição do público sem que se conheça adequadamente os riscos envolvidos.

Esses riscos podem estar presentes tanto para os seres humanos, quanto para o meio ambiente, uma vez que não se sabe exatamente como esses "seres artificiais" se comportarão quando entrarem em contato com os seres naturais.

As organizações fazem 18 recomendações para a busca da segurança necessária às pesquisas e aos seus resultados.

O documento completo, incluindo as recomendações, pode ser lido, em inglês, no endereço http://www.synbioproject.org/scorecard/recommendations/.
Exercícios físicos alteram o DNAR

Mutabilidade do DNA

Que os exercícios físicos ajudam a manter o corpo saudável já se sabe desde a Antiguidade.

Mas foi necessário um pouco mais de estudos para descobrir como os exercícios ativam o corpo para gerar esses benefícios.

E tudo parece começar em um lugar aparentemente insuspeito, normalmente tido como um código que nos torna o que somos, ao menos fisiologicamente - no DNA.

O fato é que fazer exercícios altera o DNA em poucos minutos.

Mutação instantânea

Embora o código genético básico permaneça o mesmo em reação às atividades físicas - você não sofrerá mutações anômalas por se exercitar -, as moléculas de DNA no interior das células musculares sofrem alterações não apenas químicas, mas também estruturais, de formas muito específicas.

Elas ganham ou perdem marcadores de grupos metil em sequências específicas e bem conhecidas do DNA.

As mutações no DNA induzidas pelos exercício acontecem por meio das chamadasalterações epigenéticas.

E, segundo os pesquisadores, elas parecem estar na base de uma cadeia de eventos que responde pelos benefícios fisiológicos dos exercícios.

Metilação

Os experimentos mostraram que o DNA nas células musculares tem menos grupos metil - ou metilas - após os exercícios do que antes.

As alterações também envolvem áreas na superfície do DNA que funcionam como pontos de ancoragem para várias enzimas, os chamados fatores de transcrição.

"Já se sabia que os exercícios induzem alterações nos músculos, incluindo um incremento no metabolismo do açúcar e das gorduras. O que descobrimos é que a mudança na metilação vem primeiro," diz a Dra. Juleen Zierath, do Instituto Karolinska, na Suécia.

A metilação é um dos mecanismos da herança genética. As metilas funcionam como uma espécie de chave que ativa e desativa os genes.

As descobertas foram publicadas na revista Cell Metabolism.