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quinta-feira, 15 de março de 2012

111 entidades pedem moratória na Biologia SintéticaRedação do Diário da Saúde
O objetivo da biologia sintética é aplicar princípios de engenharia para os componentes fundamentais da biologia. 
Riscos da vida artificial

Conforme as pesquisas avançam, são cada vez maiores as preocupações entre os próprios cientistas com a chamada biologia sintética.

Primeiro, o ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, John Sulston, chamou a atenção sobre os riscos de concessão de patentes para o desenvolvimento de células sintéticasem laboratório.

Depois, um grupo de especialistas enviou um alerta para a revista Nature, onde listam medidas para evitar um desastre na Biologia Sintética.

Agora, dando mais peso à gravidade com que o assunto precisa ser tomado, um grupo de nada menos do que 111 organizações assinou um documento pedindo uma moratória no desenvolvimento da chamada "vida artificial".

Segundo o documento, a biologia sintética precisa de mais supervisão e os governos precisam estipular regulamentos para a área.

Regras para mexer com a vida

O objetivo da biologia sintética é pegar células ou seres vivos completos e transformá-los geneticamente para criar "seres vivos artificiais" capazes de fazer trabalhos úteis.

Segundo o relatório assinado pelas 111 organizações, a biologia sintética é "uma forma extrema de engenharia genética", para a qual não existe qualquer regulamentação.

Estudos mostram também que o público não tem virtualmente nenhum conhecimento do que seja essa área e daquilo que é feito nos laboratórios.

Moratória da biologia sintética

As organizações pedem, entre outras coisas, que os cientistas sejam proibidos de manipular o genoma humano ou o genoma de microrganismos dentro do corpo humano.

Isto é visto como "promissor" pela possibilidade de que essas "vidas artificiais" venham a produzir substâncias que o corpo humano precisa para combater alguma doença, ou o envelhecimento.

O documento pede também que sejam discutidas normas de segurança para o público e para os próprios trabalhadores, cientistas inclusive, que lidem com essas formas de vida manipuladas artificialmente.

Até lá, defende o documento, é necessário impor uma moratória às pesquisas da biologia sintética, que deveriam ser paralisadas até que a sociedade tenha alguma garantia de sua segurança.

Recomendações para a biologia sintética

As entidades que assinam o documento mostram-se particularmente preocupadas com o uso de organismos sintéticos em produtos comerciais, que possam ser colocados à disposição do público sem que se conheça adequadamente os riscos envolvidos.

Esses riscos podem estar presentes tanto para os seres humanos, quanto para o meio ambiente, uma vez que não se sabe exatamente como esses "seres artificiais" se comportarão quando entrarem em contato com os seres naturais.

As organizações fazem 18 recomendações para a busca da segurança necessária às pesquisas e aos seus resultados.

O documento completo, incluindo as recomendações, pode ser lido, em inglês, no endereço http://www.synbioproject.org/scorecard/recommendations/.

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