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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Agenda Fiocruz: de 13 a 17 de dezembro

SEGUNDA-FEIRA: 13/12

Defesa de dissertação de mestrado em biologia celular e molecular no IOC: Análise da indução do fator de crescimento semelhantes à insulina I (IGF-I)e de receptor (IGF-1R ) em células de Schwann pelo Mycobacterium leprae. Por Robertha Mariana Rodrigues Lemes. Orientadores: Maria Cristina Vidal Pessolani e Flavio Alves Lara.

Horário: 14h

Local: auditório Emmanuel Dias / Pavilhão Arthur Neiva / IOC

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação do processo de implementação do Consórcio Intermunicipal de Saúde da região do Teles Pires. Por Cristina Santos Botti. Orientadora: Elizabeth Artmann.

Horário: 14h

Local: sala 1 / térreo da Direb

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da implementação da investigação de casos de Aids associados à transfusão sanguínea. Por Walkíria Gentil Almeida Andréev. Orientadora: Marly Marques da Cruz.

Horário: 14h

Local: sala 6 / térreo da Direb

TERÇA-FEIRA: 14/12

Seminário avançado de imunologia no IOC: Estudos sobre a desregulação da expressão de WASP - contribuição dos modelos transgênicos. Por Vinícius Cotta de Almeida, do laboratório de inovações em terapia, ensino e bioprodutos do IOC.

Horário: 11h

Local: auditório Maria Deane / Pavilhão Leonidas Deane / IOC

Lançamentos Editora Fiocruz 2010.

Horário: 18h30

Local: Blooks Livraria / Botafogo

Defesa de dissertação de mestrado em pesquisa clínica em doenças infecciosas no Ipec: Vírus do Papiloma Humano (HPV) associado ao supercrescimento gengival induzido por ciclosporina em transplantados renais. Por João José Cossatis. Orientadoras: Maria da Gloria Bonecini de Almeida e Silvia Maria Baeta Cavalcanti.

Horário: 14h

Local: auditório do Ipec

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da implementação da assistência das doenças sexualmente transmissíveis na Regional de Saúde do Gama - Distrito Federal. Por Maria Marta Duval da Silva. Orientadora: Elizabeth Moreira dos Santos.

Horário: 14h

Local: sala 7 / térreo da Direb

Defesa de tese de doutorado em saúde pública na Ensp: Avaliação do impacto dos medicamentos antirretrovirais disponibilizados pelos SUS na mortalidade por Aids no Brasil - análise de séries temporais. Por Tania Zdenka Guillén de Torres. Orientador: Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro Bastos.

Horário: 9h

Local: sala 404 da Ensp

QUARTA-FEIRA: 15/12

Defesa de dissertação de mestrado em pesquisa clínica em doenças infecciosas no Ipec: Estudo dos fatores que influenciam na efetividade do tratamento em cacientes com paracoccidioidomicose. Por Sheila Rocha Conceição Borges. Orientadores: Antônio Carlos Francesconi do Valle e Gilberto Marcelo Sperandio.

Horário: 9h

Local: auditório do Ipec

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da vigilância entomo-epidemiológica no Programa de Controle da Dengue no município de Cuiabá - MT. Por Maria de Lourdes Girardi. Orientador: Rosely Magalhães de Oliveira.

Horário: 14h

Local: na Direb

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação da assistência farmacêutica em um serviço de cuidados paliativos oncológicos – satisfação dos usuários do Inca. Por Maria Fernanda Barbosa. Orientadora: Sandra Aparecida Venâncio de Siqueira.

Horário: 9h30

Local: sala 410 da Ensp

QUINTA-FEIRA: 16/12

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Avaliação das indicações de profilaxia antirrábica humana em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil, em 2008. Por Gislaine Coelho Brandão. Orientador: Luciano Medeiros de Toledo.

Horário: 9h

Local: na Escola de Saúde Pública “Dr. Jorge David Nasser”

Defesa de dissertação de mestrado profissionalizante em saúde pública na Ensp: Determinantes socioambientais da produção da leishmaniose tegumentar americana no município de Ji-Paraná - RO, no período de 2002 a 2008. Por Jussara da Silva Barcelos Ferreira. Orientador: Helia Kawa.

Horário: 10h

Local: sala 602 da Ensp

Centro de estudos de Farmanguinhos: Esfinhos e aconchegos – os desafios do gerenciamento de projetos. Por José Augusto Neves.

Horário: 10h

Local: sala de conferência do CTM / Jacarepaguá

Palestra na Dirac: Metrologia como ferramenta para auxiliar a melhoria da pesquisa e prestação de serviços na área de saúde.

Horário: 9h

Local: auditório da Dirac

SEXTA-FEIRA: 17/12

Defesa de especialização em entomologia médica no IOC: Caracterização morfológica do subgênero Miamyia Dyar, gênero Wyeomya Theobald (DIPTERA: CULICIDAE: SABETHINI). Por Roberta de Souza Ramos. Orientadora: Monique de Albuquerque Motta.

Horário: 14h

Local: sala 29 do Pavilhão 108

OIE Disease Information - Informaciones Sanitarias - Informations sanitaires

Información sanitaria semanal
Nos complace informarle que las Informaciones Sanitarias semanales han sido publicadas y pueden ser consultadas en el sitio web de la OIE en:
http://www.oie.int/wahis/public.php?page=weekly_report_index&admin=0&newlang=3
Departamento de Información Sanitaria de la OIE
information.dept@oie.int

Informations sanitaires hebdomadaires
Nous avons le plaisir de vous informer de la parution des Informations sanitaires de cette semaine, accessibles sur le site web de l'OIE à l'adresse suivante:
http://www.oie.int/wahis/public.php?page=weekly_report_index&admin=0&newlang=2
Service de l’information sanitaire de l'OIE
information.dept@oie.int

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Sherlocks da natureza: insetos ajudam a desvendar crimes




Investigação inteligente: Janyra Oliveira da Costa está organizando,
com sua equipe, um banco de dados de entomologia forense 
Se não são exatamente detetives com asas, certos tipos de mosca podem ajudar peritos criminalistas a descobrir exatamente como, quando e de que forma alguém foi assassinado. Para elas, não importa se, nas tentativas de dificultar o trabalho policial, o corpo tenha sido carbonizado, jogado na água para lavar evidências ou oculto em lugares distantes do local do crime. Esses Sherlocks alados tudo conseguem desvendar. Basta que os detetives da vida real tenham material adequado para entender o que esses insetos têm a revelar. Exatamente por isso, a pesquisadora Janyra Oliveira da Costa, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), desde 2005, vem montando um banco de dados de entomologia forense, que reúne vários tipos de análise para comparação. Trabalho que recebeu, no ano passado, recursos do edital de Apoio à Inovação Tecnológica, da FAPERJ.

Conhecida popularmente por varejeira, a mosca Chrysomia albiceps sempre é encontrada em cadáveres. Como ela, certos tipos de inseto são atraídos por material em decomposição, característica que vem sendo usada como recurso na criminalística dos Estados Unidos e de vários países europeus, que já contam com bancos de dados bastante completos. Isso, no entanto, de nada adianta para o Brasil e outros países da América do Sul, já que as espécies se comportam de forma diferente não só de um país para outro, mas mesmo de um estado ou de uma cidade para outra, dadas as diferenças de clima e vegetação. "Se em áreas urbanas do Rio de Janeiro, o limiar de desenvolvimento de uma Chrysomia se dá a temperaturas entre 12 a 15 graus, por exemplo, no Rio Grande do Sul, esse limiar pode ser algo entre 7 e 8 graus", exemplifica Janyra.

Como explica a pesquisadora, o protocolo básico da entomologia forense exige que se faça, pelo menos, um experimento utilizando um modelo animal, em geral, o porco, por sua semelhança com o homem – para que se conheça o comportamento dos insetos em humanos. "Precisamos não só identificar as várias espécies presentes nas diferentes regiões do estado, como também especificar o período de decomposição que atrai cada uma delas. Ou seja, mostrar que espécie chega em um corpo e quando", explica Janyra.

E eles chegam quase imediatamente após a morte. Sem que se perceba, começam a colocar ovos nos orifícios naturais do corpo, especialmente boca, narinas e ouvidos. Cada estágio de decomposição corresponde à presença de diferentes tipos desses insetos, já que, por suas características, eles costumam preferir determinadas características físico-químicas – que, nesse processo, estão sempre mudando – do cadáver. Mas como algumas famílias de insetos como a mosca Sarcophagidae são de difícil identificação, a pesquisadora conta com a ajuda de três especialistas de áreas distintas. Para a identificação das espécies de insetos, Janyra tem a parceria das taxonomistas Cátia Antunes Mello-Patiu e Márcia Couri, do Museu Nacional, mas quando se trata de coletar e analisar material molecular, entra em cena o geneticista Rodrigo Moura Neto da UFRJ.

A partir daí, será possível dizer, por exemplo, quem é o cadáver. "Numa cidade como o Rio de Janeiro, que costuma ser quente, em dois ou três dias um corpo começa a ficar inflado, com odor forte, já em fase gasosa. Nesses casos, ele perde material para coletar digitais, então a identificação tem que ser genética", diz Janyra. Cadáver inflado também significa que o material se encontra muito misturado, contaminado. Mas isso não chega a ser problema para as moscas detetives. "Graças a um processo digestivo muito particular, esses insetos nos auxiliam em qualquer circunstância. Como têm um sistema digestório compartimentalizado e no primeiro compartimento, os tecidos ingeridos não sofrem influência de enzimas digestivas e permanecem absolutamente preservados, é possível recolhê-los para análise. O material que estiver ali será única e exclusivamente do cadáver", explica.

Chrysomia albiceps: sempre presente em cadáveres
Segundo Janyra, isso também vale para crimes sexuais. Como as moscas preferem se alojar e pôr ovos nos orifícios naturais do corpo, no caso ânus e vagina, tudo o que ingerirem dessa área ficará igualmente preservado em seu primeiro compartimento digestivo. Se houver sêmen, por exemplo, ele será ingerido e mantido preservado na primeira seção digestiva. "Na verdade, ao comer, esses insetos se encarregam de fazer a coleta de material para que possamos depois analisar", diz a pesquisadora.

Outras duas questões que podem ser respondidas pelos insetos são "quando?" e "onde?". A primeira, para se determinar o dia da morte, pode ser respondida pelo tempo de desenvolvimento das larvas de mosca. "Como sabemos que as moscas chegam e colocam ovos no mesmo dia da morte, o estágio de desenvolvimento das larvas nos indica o tempo de morte", fala Janyra. Saber o onde também é questão de se conhecer as espécies endêmicas de cada área, sejam urbanas ou rurais. "Se alguém foi morto na cidade e seu cadáver levado para uma região de serra numa tentativa de ocultação de corpo, por exemplo, mesmo assim os insetos nos dirão. Será o caso de recorrer ao banco de dados para identificar de que áreas são as moscas coletadas. Se divergirem da região em que o corpo foi encontrado, é sinal de que ele não foi morto ali", explica.

O protocolo básico da entomologia forense exige pelo menos
 a realização de um experimento com modelo animal, no caso, porco
 Mesmo em estágios avançados de decomposição, esses corpos não escapam de exames toxicológicos, ou de análises para determinação da causa da morte. Heroína, anfetaminas, cocaína, crack ou carbamato, o popular chumbinho, podem perfeitamente ser detectados nas larvas. Da mesma forma, vestígios de chumbo, bário e antimônio são detectáveis e sua presença indica ferimento por arma de fogo, mesmo que esse ferimento tenha sido transfixante – ou seja, o projétil tenha entrado e saído sem ser encontrado. Também não adianta carbonizar o corpo ou atirá-lo na água. "Apesar das condições de calor, odor de combustível e ausência de umidade, se ainda houver tecido, certas espécies de moscas atrasam, mas mesmo assim aparecem. Além disso, há certos tipos de besouro que são atraídos pelos ossos. Também um cadáver afogado atrai determinados tipos de inseto. Basta saber identificá-los e saber a que estágio de decomposição eles correspondem.

Certas situações, no entanto, podem confundir os especialistas. O caso de alguém enforcado, por exemplo. "É que num corpo pendurado, os insetos, como tudo o mais, sofrem a ação da gravidade e caem. Isso pode prejudicar a avaliação do tempo de morte, como aconteceu numa avaliação que fizemos para o Instituto de Criminalística. Enquanto as testemunhas diziam que o morto estava desaparecido há 15 dias, o legista avaliava o estágio de decomposição em uma semana. Isso porque nessa posição, pendurado, a decomposição é mais lenta."

O trabalho, que vem sendo feito desde 2005, teve novo impulso com a aquisição de equipamento e, mais tarde, com a compra dekits para processamento de análises. "Os estagiários da equipe também estão digitalizando as análises e passando para o banco de dados", conta Janyra. Com isso, a perícia criminal definitivamente está ganhando um grande aliado. "Ainda há poucos grupos trabalhando com entomologia forense no país. Além do nosso, no Rio, há o pessoal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de Brasília (UNB), o pessoal da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o pessoal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Acredito que, aos poucos, isso vá mudando. Afinal, precisamos recorrer aos insetos porque eles contam toda a história."

The Gateway to Farm Animal Welfare newsletter: week 3 - 10 December 2010

17 items have been added

document
1.Code of Welfare Pigs 2010
2.Scientists to study animals' feelings
3.UK - Animal welfare proposals
4.Brandeis University Hatches New Cage-Free Egg Policy
5.ANIMAL CARE EXPLORING PROGRAM
6.BVA AWF Funded Projects
7.Improving dog ownership - The economic case for dog licensing
8.Grants for Farmers
9.World Vets eNews
10.Ethics of Quality: Making animal welfare ethics fit for quality purpose in the food service sector
11.BEASTS of BURDEN - Equine Abuse in Nepalgunj
12.Farm Animal Voice - Issue 180
13.Grandin: Livestock owners should 'open up' to public
14.St. Joseph Medical Center Joins National Cage-Free Egg Movement
15.Rabid Bytes - Issue 20 - November 2010
16.Universitários de Sergipe vencem o Prêmio WSPA de Bem-Estar Animal 2010
17.Animal Welfare Newsletter

3 events have been added

event
1.Expert Meeting on Dog Population Management
2.5th Pan Commonwealth Veterinary Conference
3.WAFL 2011

Nova técnica a laser destrói tumores da próstata permitindo melhor recuperação

Uma nova técnica vem sendo usada para tratar o aumento da próstata, que geralmente acontece a partir dos 40 anos: com o laser Green Light, urologistas conseguem vaporizar o excesso da glândula, que produz e armazena parte do fluido do sêmen.
As principais vantagens da nova técnica são o menor risco de complicações - como grande sangramento -, o menor tempo de internação e a recuperação mais rápida.
O laser foi apresentado na XIX Jornada Carioca de Urologia, promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia do Rio, mas os médicos ainda não sabem se o resultado é definitivo, até porque o laser vem sendo usado há apenas cinco anos.
O novo laser elimina uma das principais consequências do excesso de próstata, que causa estreitamento da uretra: a necessidade constante de urinar.
O procedimento é feito via uretra através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo. A luz verde é direcionada para o tecido aumentado que vai sendo vaporizado. Ao mesmo tempo, os vasos são cauterizados.
Para cardiopatas a vaporização é uma vantagem, já que o tratamento com anticoagulantes (para prevenir o infarto) não precisa ser interrompido para evitar o risco de hemorragias.
O urologista Victor Dubeux, da SBU, explica que a técnica é aplicada em centro cirúrgico com o paciente sob raquianestesia (da cintura para baixo).
- O laser é indicado quando o paciente não responde mais aos medicamentos e há comprometimento da capacidade de urinar, com infecções recorrentes. Geralmente o paciente tem alta no dia seguinte - explica.
Em situações mais graves, as cirurgias são indicadas, como a ressecção transuretral - na qual a próstata é retirada através da uretra - e a prostatectomia - na incisão abdominal, mas cada caso deve ser avaliado.
O risco de disfunção erétil, que já é difícil na cirurgia para aumento benigno da glândula, é menor com o laser verde, assim como a incontinência urinária.
Para o urologista Fernando Vaz, chefe do Serviço de Urologia do Hospital dos Servidores do Estado do Rio (HSE) e pioneiro na técnica com Laser Green, o método tem uma série de vantagens.
- O tempo que o paciente fica com a sonda, que é de dois a quatro dias na cirurgia convencional, cai para menos de um dia com o laser, assim como o tempo de internação - diz Vaz, membro da Academia Nacional de Medicina. - Podemos usar o laser também para tratar próstatas que cresceram muito e cardiopatas. Além disso, a onda verde penetra muito pouco no tecido, de 1mm a 2mm, e a chance de causar lesões ou atingir um nervo da ereção é pequeno.
Vaz lembra que uma pequena parte dos homens com tumor benigno pode ter câncer de próstata associado. Em caso de suspeita, não se deve aplicar o laser verde, já que ao vaporizar o tecido não há como saber se ele é benigno ou maligno. Antes, é preciso fazer um estudo laboratorial para se ter certeza.
- De 10% a 20% dos pacientes operados de aumento benigno da próstata terão que ser operados novamente em alguns anos porque o crescimento da glândula continua - explica Vaz.

Pesquisadores avaliam exposição de pacientes e profissionais à radioatividade


    
No IRD, equipamento específico é capaz de avaliar a quantidade
de elementos radioativos presentes no corpo dos pacientes
 
São inegáveis os benefícios da medicina nuclear. Ela engloba exames de diagnóstico e tratamentos utilizados no combate ao câncer. Segundo o Banco de Dados de Instalações Radioativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), existem atualmente, no Brasil, cerca de 300 serviços de medicina nuclear, 44 deles instalados no estado do Rio de Janeiro. Pensando na exposição à qual estão sujeitos os profissionais que atuam nesse segmento e nas doses de radiofármacos às quais os pacientes são submetidos, um grupo de pesquisadores do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), vinculado à CNEN, desenvolveu um projeto intitulado "Estudo dos fatores que afetam a exposição de pacientes e trabalhadores na prática da medicina nuclear". O projeto, coordenado pelo pesquisador Bernardo Maranhão Dantas, contou com recursos do edital de Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa, da FAPERJ

Para Bernardo, o principal objetivo do trabalho é disponibilizar metodologias que permitam otimizar a utilização dos radiofármacos na medicina nuclear, que é também uma das funções do IRD. No caso dos pacientes, os estudos estão voltados para que eles recebam a menor dose de radiofármacos possível, dentro das necessidades de cada exame ou tratamento. Segundo a física Silvia Maria Velasques, uma das integrantes da equipe, existe uma relação inversa entre a atividade do elemento radioativo e o tempo que ele demora a se manifestar no corpo humano. Isso quer dizer que quanto menor a dose de radiofármacos, maior será o tempo que o paciente terá que esperar para realizar o exame. "Além disso, de nada adianta reduzir a quantidade do material radioativo aplicado e o tratamento não surtir o efeito desejado, ou o exame não render uma imagem com qualidade", afirma a pesquisadora.

Durante a pesquisa, Silvia acompanhou crianças com problemas renais, tratadas com iodo 131. "Com elas, devemos ter ainda mais cuidado. A dose de radiofármacos não pode ser alta a ponto de representar risco significativo de efeitos tardios no corpo da criança, nem muito baixa, pois os pequenos não têm paciência para ficar parados o tempo necessário para a obtenção de uma imagem de boa qualidade no exame", completa. Segundo a pesquisadora, a maior incidência de problemas renais acontece em meninos entre cinco e 10 anos. "O iodo 131 é um material que irradia bastante o rim. O problema é a proximidade dos rins com as gônadas, que são glândulas muito sensíveis à irradiação. Por isso, devemos calcular muito criteriosamente a dose nas gônadas durante o tratamento."

A pesquisadora afirma que há cerca de três anos a equipe do IRD vem estudando um novo protocolo, formulado pela Associação Européia de Medicina Nuclear. Trata-se de uma nova proposta de cálculo da atividade que é administrada às crianças, estabelecendo-se novos critérios. "Antes, considerava-se a proporção da dose de radiofármaco em função do peso e da idade do paciente. Com o novo protocolo, são incluídos outros critérios no cálculo da dose a ser administrada: a toxicidade do material e a qualidade da imagem que poderá ser obtida, que é relativa à dosagem ministrada", relata Silvia. Com isso, é possível adequar ainda mais a atividade administrada do radiofármaco para a geração de uma imagem de boa qualidade.

O uso de determinados elementos radioativos em exames diagnósticos permite que as imagens apresentem alta definição. Um exemplo é a tomografia por emissão de pósitrons (PET). Ao ser submetido a esse exame, o paciente é injetado com uma dose de flúor 18, que emite partículas de pósitrons – a antimatéria do elétron –, que interagem com os tecidos do corpo onde ela é emitida, aniquilando-se imediatamente, e gerando fótons, que são os responsáveis pela formação da imagem dos órgãos que se deseja avaliar. Entre outras aplicações, o exame é indicado para diagnóstico de tumores malignos.

Em relação à exposição ocupacional, deve-se ressaltar que os funcionários de clínicas de medicina nuclear que utilizam flúor 18 necessitam aproximar-se dos pacientes que receberam uma dose do radiofármaco e, assim, apresentam risco de exposição externa, como também em todos os demais exames de medicina nuclear. "Todo profissional que atua em medicina nuclear deve receber o treinamento adequado em radioproteção, e é sempre recomendável reduzir ao mínimo possível os riscos de exposição interna e externa", diz o coordenador Bernardo Dantas.

Pelo que ele observou, os níveis de contaminação interna dos trabalhadores monitorados até o momento estão abaixo dos limites estabelecidos pelas normas da CNEN. Para realizar essa avaliação, a química Ana Letícia e sua equipe empregam equipamentos, como o contador de corpo inteiro – que permite que se identifique e quantifique os radiofármacos presentes no corpo do indivíduo monitorado. "Em nosso trabalho, sugerimos que seja implementada uma monitoração interna rotineira dos trabalhadores da área de medicina nuclear, o que atualmente não é realizado", propõe Ana.

Para avaliar o nível de contaminação interna dos trabalhadores e a meia-vida efetiva dos elementos radioativos nos pacientes, o grupo também utiliza técnicas de bioanálise in vitro, principalmente em urina e fezes. "A meia-vida efetiva está relacionada ao tempo que o elemento permanece ativo dentro do corpo do paciente. Com esses exames, podemos determinar esse parâmetro", explica a química Ligia Castro Julião, responsável pelo laboratório de bioanálise do IRD. Análises deste tipo confirmam o que foi observado nas medições diretas, realizadas no contador de corpo inteiro: que os trabalhadores frequentemente apresentam contaminação interna por iodo 131, um dos mais importantes radiofármacos manipulados em medicina nuclear. Tais resultados corroboram a necessidade de se implementar programas rotineiros de monitoração interna da exposição ocupacional desses profissionais.

Em termos de exposição externa, atualmente apenas a monitoração de tórax é obrigatória. Mas as mãos acabam ficando mais expostas do que o tórax e poucos profissionais usam dosímetros individuais de extremidade, como anéis ou pulseiras, para medi-la. A análise estatística das doses externas recebidas por estes trabalhadores, monitorados no estado do Rio de Janeiro durante este trabalho, revelou alguns valores acima do limite anual de dose ocupacional estabelecido pela CNEN. "O que estamos fazendo de diferente é medir meticulosamente as diversas áreas das mãos para verificar qual a mais atingida pela radiação durante as diversas etapas dos exames mais comuns de medicina nuclear", informa a física Claudia Maurício.

No processo de injeção de flúor-18, por exemplo, a dose no dedo indicador, o dedo mais exposto, é mais do que 20 vezes maior do que a do tórax e cerca de 10 vezes maior do que a do pulso. No processo de manipulação do flúor-18, a dose no dedo indicador chega a ser 200 vezes maior do que a do tórax. No caso de exames com tecnécio-99m, as diferenças das doses do tórax para as mãos na etapa de injeção do radiofármaco são bem menores, mas da mesma ordem de grandeza. No processo de manipulação, a dose no dedo indicador é quase 100 vezes maior do que no tórax. Esta parte do estudo foi realizada com dosímetros termoluminescentes importados com apoio da FAPERJ.

Para complementar estas medições, são feitas simulações computacionais para avaliar melhor o local mais exposto, pois não conseguimos colocar dosímetros termoluminescentes em todas as posições das mãos dos trabalhadores. "Não conseguimos, por exemplo, medir a ponta dos dedos", informou o físico Denison Souza Santos. "No caso do exame PET, em que se utiliza o flúor-18, executo, no computador, uma previsão matemática baseada na emissão de pósitrons do elemento em questão. Com isso, posso chegar a uma probabilidade da exposição recebida em todos os pontos das mãos do profissional que injeta ou manipula o radiofármaco", diz Denison. Para a equipe, o importante é, também nesse caso, determinar precauções para, cada vez mais, proteger a saúde dos profissionais do setor..