Uma nova técnica vem sendo usada para tratar o aumento da próstata, que geralmente acontece a partir dos 40 anos: com o laser Green Light, urologistas conseguem vaporizar o excesso da glândula, que produz e armazena parte do fluido do sêmen.
As principais vantagens da nova técnica são o menor risco de complicações - como grande sangramento -, o menor tempo de internação e a recuperação mais rápida.
O laser foi apresentado na XIX Jornada Carioca de Urologia, promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia do Rio, mas os médicos ainda não sabem se o resultado é definitivo, até porque o laser vem sendo usado há apenas cinco anos.
O novo laser elimina uma das principais consequências do excesso de próstata, que causa estreitamento da uretra: a necessidade constante de urinar.
O procedimento é feito via uretra através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo. A luz verde é direcionada para o tecido aumentado que vai sendo vaporizado. Ao mesmo tempo, os vasos são cauterizados.
Para cardiopatas a vaporização é uma vantagem, já que o tratamento com anticoagulantes (para prevenir o infarto) não precisa ser interrompido para evitar o risco de hemorragias.
O urologista Victor Dubeux, da SBU, explica que a técnica é aplicada em centro cirúrgico com o paciente sob raquianestesia (da cintura para baixo).
- O laser é indicado quando o paciente não responde mais aos medicamentos e há comprometimento da capacidade de urinar, com infecções recorrentes. Geralmente o paciente tem alta no dia seguinte - explica.
Em situações mais graves, as cirurgias são indicadas, como a ressecção transuretral - na qual a próstata é retirada através da uretra - e a prostatectomia - na incisão abdominal, mas cada caso deve ser avaliado.
O risco de disfunção erétil, que já é difícil na cirurgia para aumento benigno da glândula, é menor com o laser verde, assim como a incontinência urinária.
Para o urologista Fernando Vaz, chefe do Serviço de Urologia do Hospital dos Servidores do Estado do Rio (HSE) e pioneiro na técnica com Laser Green, o método tem uma série de vantagens.
- O tempo que o paciente fica com a sonda, que é de dois a quatro dias na cirurgia convencional, cai para menos de um dia com o laser, assim como o tempo de internação - diz Vaz, membro da Academia Nacional de Medicina. - Podemos usar o laser também para tratar próstatas que cresceram muito e cardiopatas. Além disso, a onda verde penetra muito pouco no tecido, de 1mm a 2mm, e a chance de causar lesões ou atingir um nervo da ereção é pequeno.
Vaz lembra que uma pequena parte dos homens com tumor benigno pode ter câncer de próstata associado. Em caso de suspeita, não se deve aplicar o laser verde, já que ao vaporizar o tecido não há como saber se ele é benigno ou maligno. Antes, é preciso fazer um estudo laboratorial para se ter certeza.
- De 10% a 20% dos pacientes operados de aumento benigno da próstata terão que ser operados novamente em alguns anos porque o crescimento da glândula continua - explica Vaz.
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