Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um equipamento portátil capaz de diagnosticar e também tratar, de maneira rápida, o câncer de pele. O aparelho usa a fluorescência e padrões de luz para detectar lesões.
Segundo o físico e pesquisador da USP Mardoqueu Martins da Costa, para fazer o diagnóstico, uma substância chamada ácido aminolevulínico (ALA) é passada como uma pomada na pele do paciente. Depois, a região é exposta ao aparelho, que emite uma luz que faz a região onde há células cancerígenas ficarem avermelhadas. Com a exposição a uma luz de cor vermelha por cerca de 20 minutos, as células cancerígenas morrem.
- Em apenas uma sessão as células (cancerígenas) morrem. Mas estamos focando o equipamento, inicialmente, em pequenas lesões. Depois que consolidarmos o equipamento para pequenas lesões, vamos trabalhar com lesões maiores - disse Costa.
De acordo com Costa, este será o primeiro equipamento no mundo capaz de diagnosticar e também tratar o câncer de pele. Os que já existem têm apenas uma das funções. Outra vantagem do aparelho é que ele evita que partes da pele do paciente tenham que ser extraídas para que a doença seja diagnosticada, procedimento comum no Brasil. Grande parte dos pacientes tem lesões no rosto e a extração do tecido normalmente requer o trabalho de cirurgiões plásticos.
O equipamento já foi testado com bons resultados em cerca de mil pessoas ao longo dos dez anos em que vem sendo desenvolvido no Instituto de Física e na Escola de Engenharia da USP. Agora, uma empresa da área médica de São Carlos (SP), a MMOptics, vai realizar testes de validação com cerca de 8 mil pessoas em cem pontos diferentes do Brasil, para depois pedir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e, em seguida, comercializar o produto. O pesquisador Mardoqueu Costa acredita que todo esse processo demore de um a dois anos para ser concluído.
A estimativa dos pesquisadores é que o equipamento custe R$ 7 mil, um valor considerado baixo se comparado a outros aparelhos de diagnóstico de câncer desenvolvidos no exterior.
Os pesquisadores descobriram que o equipamento também serve para prevenir cáries, já que quando ele emite uma luz violeta na boca do paciente permite detectar bactérias que normalmente não podem ser vistas a olho nu. Com isso, é possível recomendar ao paciente um reforço na higiene bucal.
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