A difícil tarefa de desenvolver novos anti-inflamatórios Redação do Diário da Saúde
Oxidantes e antioxidantes
Cientistas descobriram uma nova rota para tratar inflamações.
O novo tipo de composto anti-inflamatório poderá ser útil para tratar inúmeras condições, incluindo doenças neurodegenerativas e autoimunes.
Sua forma de ação se dá através da inibição da enzima NOx2, uma parte da família de enzimas responsáveis pela produção das espécies reativas de oxigênio.
Espécies reativas de oxigênio (ou ROS, do inglês Reactive Oxygen Species) são os chamados oxidantes, que deram mais fama aos compostos que os combatem, os antioxidantes.
Espécies reativas de oxigênio
Tanto as espécies reativas de oxigênio quanto as enzimas NOx desempenham um papel essencial no sistema imunológico e no sistema cardiovascular.
Ocorre que um excesso de espécies reativas de oxigênio leva ao estresse oxidativo, associado com danos aos tecidos e condições como derrame, infarto e doenças neurodegenerativas.
A ideia era que os antioxidantes absorvessem os oxidantes, mas todos os estudos clínicos analisando candidatos a medicamentos para fazer isso foram desapontadores.
Em vez de parar a produção das espécies reativas de oxigênio, os antioxidantes produzidos em laboratório acabam espalhando-as por todo o corpo.
Ebselen
"Nós estamos adotando um enfoque completamente diferente," disse Susan Smith, da Universidade de Emory (EUA). "Quando um cano começa a vazar, a primeira coisa que você precisa é de uma torneira para desligar a água, e não de uma vassoura de pano para tentar secar a água."
A "torneira" vem na forma de um composto específico para inibir a enzima NOx2, evitando sua "montagem" - o composto chama-se ebselen.
Mas nem tudo está pronto, porque fechar o registro geral pode deixar a casa sem água.
A inibição radical da produção da NOx2 impede que o sistema imunológico responda ao ataque de bactérias e fungos, deixando o paciente vulnerável - uma das principais funções da enzima nas células imunológicas é produzir um "disparo" tóxico de espécies reativas de oxigênio para matar as bactérias e fungos.
Os pesquisadores esperam que seu composto possa servir como meio de ação temporário, aplicado a curto prazo, enquanto eles procuram um jeito de controlar a vazão de água em sua torneira.
"Esta é apenas a ponta do icebergue. É um bom sinal que o ebselen seja relativamente não tóxico. Por meio da química medicinal, pode ser possível gerar inibidores mais potentes, que se tornarão candidatos para o desenvolvimento de novos medicamentos," disse o Dr. David Lambeth, coordenador da pesquisa.
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