Rede de veias e artérias é formada em 72 horas. Descoberta ajudará a criar tecidos para transplante.
À esquerda, células formadoras de vasos sanguíneos são misturadas a um gel especial. À direita, após 72 horas, uma rede de vasos capilares já consegue transportar sangue. |
Pesquisadores da Universidade Rice e da Faculdade de Medicina Baylor conseguiram vencer um dos maiores desafios para o cultivo de tecidos de transplante em laboratório. Eles acharam um jeito de fazer veias e artérias crescerem dentro desses órgãos, mantendo o tecido vivo. A pesquisa será divulgada na publicação científica “Acta Biomaterialia”.
“A falta de habilidade em conseguir criar rede de veias – ou vascularizar – em tecidos criados em laboratório é hoje o maior problema da medicina regenerativa”, diz Jennifer West, um dos pesquisadores que participou do estudo. “Se você não tem irrigação de sangue, não é possível fazer uma estrutura de tecido que seja mais grossa que alguns mícrons [um milímetro dividido por mil].”
O primeiro passo da pesquisa foi achar um tipo de plástico não-tóxico que imitasse a matriz extracelular, uma estrutura que fica entre as células na maioria dos órgãos. Depois, os pesquisadores criaram um gel combinando esse plástico – o polietilenoglicol – com uma substância que estimula o crescimento celular e dois tipos de célula necessárias para a criação de veias.
As duas células usadas na mistura foram tingidas com cores fluorescentes e, em 72 horas, os cientistas conseguiram ver a formação de vasos sanguíneos dentro do gel.
Para testar a nova rede vascular, a equipe implantou o gel em córneas de rato, onde naturalmente não há veias ou artérias. Após injetar um corante no sistema circulatório do animal, os pesquisadores conseguiram confirmar que o sangue corria dentro dos recém-criados vasos sanguíneos.
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