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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Veias artificiais inteligentes produzem e liberam medicamentos

Veias artificiais inteligentes produzem e liberam medicamentos de forma controlada
Embora os cientistas as chamem de veias artificiais, elas são na verdade veias criadas naturalmente pelo corpo em resposta à inserção de um conjunto de células geneticamente manipuladas para produzir os medicamentos. [Imagem: Lin et al./Blood]

Veias quase naturais
Cientistas induziram a criação de vasos sanguíneos capazes de produzir e liberar medicamentos diretamente na corrente sanguínea, dispensando as constantes injeções.
As veias "artificiais" foram produzidas com células manipuladas por engenharia genética, tendo sido capazes de reverter a anemia nos camundongos em que foram implantadas segregando um composto chamado eritropoietina.
Embora os cientistas as chamem de veias artificiais, elas são na verdade veias criadas naturalmente pelo corpo em resposta à inserção de um conjunto de células geneticamente manipuladas.
Drogas recombinantes
Os pesquisadores afirmam que, quando totalmente desenvolvidas e testadas em humanos, essas "veias artificiais inteligentes" serão valiosas para a aplicação contínua de medicamentos em pacientes que hoje precisam tomar injeções continuamente.
Este é o caso da aplicação de Fator VIII e Fator IX em pacientes com hemofilia, alfa interferon em pacientes com hepatite C e interferon beta para esclerose múltipla. Mas as possibilidades vão bem além desses casos.
Essas drogas de aplicação contínua são chamadas de drogas recombinantes. Além do desconforto das injeções constantes, as drogas recombinantes são caras porque são muito difíceis de fabricar.
"A mudança de paradigma aqui é, por que nós não instruímos suas próprias células a se tornarem fábricas desses medicamentos," explica o Dr. Juan Melero-Martin, do Hospital Infantil de Boston (EUA), que está desenvolvendo as veias artificiais inteligentes.
Veias inteligentes
Os pesquisadores criaram as veias produtoras de medicamento isolando células endoteliais do sangue humano e inserindo nelas um gene para produzir o composto eritropoietina, que é produzido naturalmente pelo fígado e pelos rins.
A seguir eles as mesclaram com células-tronco mesenquimais, suspensas em um gel, e injetaram a mistura sob a pele de camundongos.
As células formaram redes de vasos sanguíneos espontaneamente e, em uma semana, começaram a liberar a eritropoietina na corrente sanguínea dos animais.
Isso foi suficiente para reverter a anemia que havia sido induzida nas cobaias para simular a anemia por que passam pacientes em tratamentos de radioterapia ou por falhas nos rins.
O gene produtor do "medicamento natural" pode ser controlado: ele só é ativado quando o animal recebe um medicamento, chamado doxiciclina, diluída na água. Retirando o medicamento da água, as células param de produzir a eritropoietina.

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