O óxido de cério pode ser bom para os motores, mas não é nada bom para o fígado de quem respira a fumaça do biodiesel. |
Bioperigo
O biodiesel emite menos gases de efeito estufa, o que pode ser bom para o meio ambiente.
Mas ele emite também nanopartículas de óxido de cério, o que pode ser muito ruim para a sua saúde.
Cientistas da Universidade Marshall (EUA) monitoraram a inalação dessas nanopartículas e descobriram que elas não ficam só nos pulmões, elas viajam até o fígado.
E, segundo a equipe do Dr. Eric Blough, esse processo está associado a danos no fígado.
Nanopartículas de óxido de cério
O óxido de cério é usado como aditivo no biodiesel para aumentar sua eficiência nos motores e diminuir a emissão de poluentes - mas o próprio cério é despejado na atmosfera.
O estudo mostrou um aumento na concentração de cério no fígado de animais expostos às nanopartículas - quanto maior a inalação de fumaça, maior é a concentração do metal no fígado.
O aumento do metal no fígado está associado com o aumento de enzimas do fígado em circulação no sangue e dados histológicos consistentes com danos ao órgão.
O estudo também acende um sinal amarelo para outros usos das nanopartículas de óxido de cério.
Experimentos em laboratório mostraram que elas podem ter comportamentos similares aos antioxidantes o que levou alguns pesquisadores a sugerirem que elas possam ser úteis para o tratamento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e danos aos tecidos induzidos pela radiação.
Nanotoxicidade
"Dado o uso crescente de nanomateriais na indústria e nos produtos que compramos, é cada vez mais importante entendermos se essas substâncias podem ser danosas à saúde," disse o Dr. Blough.
Segundo o Dr. Siva Nalabotu, coordenador do estudo, isso é ainda mais importante quando se considera os efeitos potenciais dos nanomateriais sobre as funções celulares, algo que ainda não se compreende bem.
Estas pesquisas compreendem um ramo ainda emergente de pesquisas, conhecidas como nanotoxicidade.
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