Transplante para diabéticos
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão estudando o transplante de células como uma abordagem terapêutica para o diabetes.
A nova técnica tem como objetivo evitar a rejeição e aumentar a segurança nos transplantes de ilhotas de Langerhans - um grupo de células do pâncreas que é responsável pela produção de insulina.
O transplante das ilhotas pode fazer com que os portadores de diabetes tipo 1 voltem a produzir a insulina naturalmente, não precisem mais tomar injeções.
Esse tratamento, contudo, apresenta o problema da rejeição, comum nos transplantes em geral.
Encapsulamento
Para inibir a reação do sistema imunológico às novas células transplantadas, os cientistas estão usando uma técnica que encapsulamento, que reveste as ilhotas de Langerhans.
"A cápsula é feita de um material extraído de algas, com uma estrutura que permite que o oxigênio entre nas células e que a insulina ultrapasse a barreira. O tecido impede ainda que o sistema imunológico destrua as ilhotas", explica a bióloga Mari Sogayar.
Os testes ainda são preliminares. Enquanto o transplante de ilhotas já foi realizado no Brasil em cinco pacientes, os testes com a nova técnica só foram realizados até agora em animais.
Os camundongos permaneceram saudáveis, sem o diabetes, por um período equivalente à metade de sua vida. "Após 200 dias, removemos as cápsulas e o animal voltou a ficar diabético," conta a cientista.
Imunossupressores
Com a nova técnica, os médicos conseguem evitar a rejeição do organismo do paciente às células transplantadas, inclusive eliminando a necessidade dos remédios imunossupressores, usados hoje para inibir a rejeição por meio de uma atenuação do funcionamento do sistema imunológico.
Os imunossupressores, além de serem medicamentos caros, provocam efeitos colaterais indesejáveis.
"Alguns deles são causadores de diabetes, outros derrubam a imunidade. Por isso, esse projeto só é usado em casos extremos, quando o paciente diabético tipo 1 não consegue controlar a glicemia só com insulina. Aí tem que fazer alguma coisa, porque esse paciente pode morrer", explica a cientista.
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