Antocianinas da romã
Considerada desde o império romano como um símbolo de riqueza, a romã contém, entre os diversos compostos bioativos, as antocianinas.
Os cientistas brasileiros também vão estudar o óleo obtido por prensagem das sementes da romã. |
Assim como a vitamina C, vitamina E e o betacaroteno, por terem deficiência de elétrons, as antocianinas captam facilmente os radicais livres.
Esses radicais, se produzidos ou absorvidos em excesso, aumentam os riscos para doenças como hipertensão, cataratas, artrite e envelhecimento precoce.
Isso pode ocorrer principalmente quando há demasiada ingestão de bebidas alcoólicas, estresse intenso e muita exposição à poluição, ao tabaco e ao Sol, situações que danificam as células saudáveis.
De acordo com estudos da Universidade de Baroda, na Índia, o fruto tem três vezes mais capacidade antioxidante do que o vinho e o chá verde. Não é por acaso que os povos árabes acreditavam em suas propriedades para fins medicinais.
Compostos da romã
Agora, a Embrapa, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está tentando desenvolver novas técnicas para o aproveitamento desses elementos da fruta.
O mercado para a romã no Brasil tem crescido consistentemente, o que tem ampliado as áreas cultivadas com o fruto.
A pesquisadora Regina Isabel Nogueira, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), espera obter a antocianina e outros compostos bioativos concentrando-os e estabilizando-os por microencapsulação por um processo chamado spray drier.
Nesse processo, pequenas gotas de material líquido são recobertas com um fino filme protetor.
Os materiais microencapsulados (material ativo ou núcleo) são envoltos num material formador de filme (material de parede ou agente encapsulante) onde cápsulas extremamente pequenas podem liberar o conteúdo de forma controlada e sob condições específicas.
Trata-se de uma tecnologia inovadora que tem sido empregada com êxito na indústria de cosméticos, farmacêutica e alimentícia.
Óleo de romã
Também será estudado o óleo obtido por prensagem das sementes da fruta com o objetivo de caracterizar o perfil dos ácidos graxos e as propriedades que possam interessar à indústria de alimentos.
A pesquisadora ainda prevê a opção de cristalizar a casca da romã, expondo-a em contato com a calda de açúcar para reduzir em até 50% o teor de água. Com isto, a fruta aumenta seu tempo de conservação e diminui seu peso e volume, gerando economia no custo de transporte, além de adocicar seu sabor levemente ácido.
Este processo, por ser muito simples, poderá despertar o interesse de produtores como uma forma de apresentar a fruta para consumo de forma semelhante à encontrada hoje por meio do gengibre cristalizado.
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