Este é o esquema das nanopartículas que serão testadas pela primeira vez em seres humanos. |
Nanopartículas em humanos
Pela primeira vez, a FDA, a autoridade de saúde dos Estados Unidos, autorizou o uso de nanopartículas inorgânicas para serem usadas como um medicamento em seres humanos.
Os chamados Cornell Dots, ou pontos C, são pontos quânticos criados por uma equipe da Universidade de Cornell - minúsculas nanopartículas brilhantes que se ligam a células cancerosas, ajudando no diagnóstico e no tratamento do câncer.
O primeiro teste das nanopartículas brilhantes vai incluir cinco pacientes commelanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. O objetivo é verificar se elas são seguras e se realmente funcionam em seres humanos.
"Este é o primeiro produto de sua espécie. Queremos ter certeza que ele faz o que esperamos que ele faça," disse Michelle Bradbury, que está participando da pesquisa.
Teste de toxicidade
Os pontos C são esferas de sílica com diâmetros abaixo de 8 nanômetros, contendo em seu interior várias moléculas de corante - 1 nanômetro equivale a 1 bilionésimo de um metro, mais ou menos o comprimento de três átomos colocados um ao lado do outro.
O escudo de sílica - essencialmente um vidro - é quimicamente inerte e teoricamente pequeno o suficientemente para passar através do corpo e ser eliminado pela urina.
As nanoesferas são revestidas com polietileno glicol, uma espécie de plástico biocompatível, para que o corpo não as identifique como substâncias estranhas.
Estudos anteriores haviam demonstrado que as nanopartículas poderiam ficar retidas no corpo humano - veja Estudos de toxicidade abrem as portas para uso da nanotecnologia na Medicina.
A capacidade de eliminação pela urina destas novas nanopartículas foi verificada em camundongos.
Luz contra o câncer
As nanopartículas brilham tanto que podem ser vistas através do corpo de um camundongo. |
Para fazer com que as nanopartículas grudem nas células tumorais, moléculas orgânicas que se ligam à superfície do tumor, ou mesmo em locais específicos dentro dos tumores, são colocadas na superfície das nanoesferas, sobre a camada de polietileno glicol.
Quando expostos à luz infravermelha, os pontos emitem uma forte luminescência, funcionando como um farol para identificar as células doentes.
A tecnologia, dizem os pesquisadores, pode mostrar a extensão dos vasos sanguíneos de um tumor, revelar a morte celular, a resposta aos tratamentos e a disseminação do câncer, ou metástase, para linfonodos e órgãos distantes.
Para os testes em humanos, os pontos C serão marcados com iodo radioativo, o que os torna visíveis ao exame PET (tomografia por emissão de pósitrons), para mostrar quantos pontos se ligaram aos tumores e onde mais no corpo eles foram e por quanto tempo ficarão lá.
A grande preocupação é verificar se as nanoesferas não ficarão retidas nos rins e no fígado.
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