Uma descoberta de cientistas islandeses promete tornar mais preciso e menos invasivo o diagnóstico de câncer de próstata. Eles desenvolveram um novo teste de PSA (sigla de antígeno prostático específico e marcador para a doença) personalizado, através da observação de certas variações genéticas.
O PSA ainda é visto com desconfiança, até mesmo por parte de alguns médicos, porque é difícil definir quais são os seus níveis normais; às vezes o câncer não é detectado ou ocorrem falsos positivos. E o PSA ainda pode aumentar por razões não relacionadas ao câncer. Por outro lado, homens com um PSA abaixo de 2,5 nanogramas por mililitro podem ter a doença e não saber.
Então os cientistas pensaram em personalizar esse exame, a partir da análise de perfis genéticos individuais; e esse pode ser um passo para evitar biópsias desnecessárias em pacientes de baixo risco. No estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, os islandeses da companhia Decode Genetics descobriram varias mutações do DNA, conhecidas como SNP, que afetam os níveis sanguíneos de PSA. William Catalona, professor de urologia na Universidade Northwestern, em Illinois - que ajudou a desenvolver o teste de PSA original e participou da investigação atual - diz que agora ficou claro porque que alguns homens têm naturalmente níveis altos ou baixos PSA.
O câncer de próstata é o mais comum nos homens ocidentais e mata 250 mil anualmente, mas pode ser curado se detectado no início. No futuro, dizem especialistas, analisar as variações genéticas que afetam os níveis de PSA poderia permitir criar ferramentas muito mais precisas em termos individuais.
Segundo o uro-oncologista Luiz Carlos Miranda, da Sociedade Brasileira de Urologia-RJ, o exame de PSA personalizado ainda é um protocolo de pesquisa, e diz que há outro novo teste já usado em alguns países que melhora o diagnóstico do tumor maligno: o PCA3, feito através da coleta da urina. Ele deve ser associado ao atual exame de PSA, de rotina, ao toque retal.
Segundo urologistas, a investigação do gene PCA3 potencializa as chances de identificação de células do câncer de próstata em pacientes com PSA alto. Esse método de diagnóstico já está em uso no Chile e se acredita que até o segundo semestre de 2011 estará disponível para os brasileiros. O exame também está em uso em Alemanha, Holanda e Inglaterra. Mas o seu preço ainda é alto. Em Portugal, por exemplo, custa 300 euros.
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