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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Brasileiros desenvolvem bisturi ultrassônico

A ativação ultrassônica do instrumento se dá através de um sinal elétrico que, transmitido ao bisturi, excita um conjunto de cerâmicas.

Cirurgias minimamente invasivas

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, desenvolveram um novo tipo de bisturi usando tecnologia ultrassônica.

O sistema permitirá ao médico a realização de cortes mais precisos, em um período de tempo mais curto, além de cauterização e várias outras superações das tecnologias convencionais

Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos são a grande tendência mundial na área médica.

Velocidade e menor risco

O uso desta tecnologia promete tornar todo o tratamento de saúde menos custoso a longo prazo, por evitar riscos e complicações que exigem maior monitoramento e manutenção do paciente durante e após a cirurgia.

O Brasil já é um grande usuário deste tipo de tecnologia - o número de procedimentos laparoscópicos, por exemplo, tem dobrado a cada ano -, mas ainda não figura entre seus fabricantes.

Incentivados pela empresa especializada em dispositivos médicos WEM, e financiados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), os pesquisadores agora desenvolveram um bisturi ultrassônico nacional.

Os testes mostraram que o equipamento minimiza riscos das cirurgias, oferece menos danos aos tecidos e reduz o tempo da operação e da recuperação do paciente.

Como funciona o bisturi ultrassônico

O bisturi ultrassônico é baseado em um sistema transdutor - um dispositivo que recebe um tipo de energia e a converte em outro tipo - que realiza a geração de vibrações ultrassônicas em uma ponta que transmite a energia ao tecido.

A ativação ultrassônica do instrumento se dá através de um sinal elétrico que, transmitido ao bisturi, excita um conjunto de cerâmicas.

Estas cerâmicas têm a propriedade de gerar um efeito chamado de piezoelétrico reverso, que é a capacidade de gerar energia mecânica, ou seja, movimento, a partir de corrente elétrica, deformando-se e produzindo sons.

Assim, o conjunto de cerâmicas passa a vibrar em uma frequência entre 50.000 e 55.000 Hz por segundo, muito superior à frequência detectada pelo ouvido de um ser humano, que consegue distinguir apenas os sons na faixa dos 20 aos 20.000 Hz.

Ao passar por um conversor, que amplifica a potência acústica, essa frequência gera uma vibração longitudinal - para frente - na haste. Essa energia mecânica é transmitida às proteínas, degradando-as e causando o rompimento dos tecidos.

Tecidos duros

O bisturi possui ainda outra ponta, que prende o tecido, como um pequeno alicate.

Uma das bases do alicate deve permanecer imóvel e a outra, impulsionada pelo ultrassom, promove o corte e cauterização do local.

Os pesquisadores garantem que é possível desenvolver outros tipos de instrumentos, que poderiam servir para o corte de ossos, por exemplo, através do ajuste da frequência do sistema e da ponta da haste do bisturi.

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