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sexta-feira, 16 de março de 2012

Pulmões de crianças são mais suscetíveis a nanopartículas Redação do Diário da Saúde
Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos.
Riscos da nanotecnologia

Apesar de todos os benefícios que as nanopartículas estão trazendo, inclusive para a medicina, há riscos sérios envolvidos com o seu uso e manipulação.

Já se sabe, por exemplo, que essas nanopartículas oferecem riscos à saúde, e que elas podem não ficar localizadas dentro do corpo, mas migrarem dos pulmões até o fígado.

Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde criou um grupo de estudos para mapear todos os riscos da Nanotecnologia à saúde e ao meio ambiente.

Uma nova descoberta mostra que essas preocupações estão longe de ser infundadas.

Nanopartículas nos pulmões de crianças

O Dr. Akira Tsuda e sua equipe da Universidade de Harvard (EUA) descobriram que a inalação de nanopartículas é ainda mais perigosa para as crianças.

O comportamento do pulmão das crianças em relação às nanopartículas é diferente porque, nelas, os alvéolos, as pequenas "bolsas" que aumentam a área superficial dos pulmões, ainda estão se desenvolvendo.

E, segundo o Dr. Tsuda, o fluxo de ar nos pulmões depende do nível de desenvolvimento dos alvéolos.

Isto envolve, sobretudo, a forma como o ar que sai e o ar que entra nos pulmões a cada respiração cria vórtices que determinam se as nanopartículas vão se depositar ou serão expelidas de volta para o ambiente.

Mistura caótica

Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos.

"Em experimentos com animais, nós descobrimos que a deposição das nanopartículas é inicialmente muito baixa (nos recém-nascidos), para logo aumentar significativamente" conforme o pulmão se desenvolve, afirmou Tsuda.

O comportamento daquilo que o pesquisador chamada de "mistura caótica" - ar que sai, ar que entra e nanopartículas - depende do tamanho dos alvéolos.

E, nos alvéolos pequenos das crianças, a tendência de deposição das nanopartículas - e, portanto, sua permanência nos pulmões - é maior do que nos alvéolos maiores dos adultos.

"O estudo sugere que a quantidade de nanopartículas depositadas nos pulmões das crianças varia com a idade. É importante então levar em conta as diferenças na deposição quando se prescreve uma dosagem de medicamento para as crianças," conclui o cientista, referindo-se a medicamentos por inalação, que contêm nanopartículas.

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