Pulmões de crianças são mais suscetíveis a nanopartículas Redação do Diário da Saúde
Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos. |
Apesar de todos os benefícios que as nanopartículas estão trazendo, inclusive para a medicina, há riscos sérios envolvidos com o seu uso e manipulação.
Já se sabe, por exemplo, que essas nanopartículas oferecem riscos à saúde, e que elas podem não ficar localizadas dentro do corpo, mas migrarem dos pulmões até o fígado.
Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde criou um grupo de estudos para mapear todos os riscos da Nanotecnologia à saúde e ao meio ambiente.
Uma nova descoberta mostra que essas preocupações estão longe de ser infundadas.
Nanopartículas nos pulmões de crianças
O Dr. Akira Tsuda e sua equipe da Universidade de Harvard (EUA) descobriram que a inalação de nanopartículas é ainda mais perigosa para as crianças.
O comportamento do pulmão das crianças em relação às nanopartículas é diferente porque, nelas, os alvéolos, as pequenas "bolsas" que aumentam a área superficial dos pulmões, ainda estão se desenvolvendo.
E, segundo o Dr. Tsuda, o fluxo de ar nos pulmões depende do nível de desenvolvimento dos alvéolos.
Isto envolve, sobretudo, a forma como o ar que sai e o ar que entra nos pulmões a cada respiração cria vórtices que determinam se as nanopartículas vão se depositar ou serão expelidas de volta para o ambiente.
Mistura caótica
Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos.
"Em experimentos com animais, nós descobrimos que a deposição das nanopartículas é inicialmente muito baixa (nos recém-nascidos), para logo aumentar significativamente" conforme o pulmão se desenvolve, afirmou Tsuda.
O comportamento daquilo que o pesquisador chamada de "mistura caótica" - ar que sai, ar que entra e nanopartículas - depende do tamanho dos alvéolos.
E, nos alvéolos pequenos das crianças, a tendência de deposição das nanopartículas - e, portanto, sua permanência nos pulmões - é maior do que nos alvéolos maiores dos adultos.
"O estudo sugere que a quantidade de nanopartículas depositadas nos pulmões das crianças varia com a idade. É importante então levar em conta as diferenças na deposição quando se prescreve uma dosagem de medicamento para as crianças," conclui o cientista, referindo-se a medicamentos por inalação, que contêm nanopartículas.
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