Pessoas com fatores de risco para doenças cardíacas, como pressão alta e colesterol elevado, têm mais chance de sobreviver após um ataque do coração do que aquelas completamente saudáveis. Isso é o que revela um novo estudo que acompanhou mais de 500 mil pacientes nos Estados Unidos, publicado no Journal of the American Medical Association.
Segundo os autores, mesmo levando em conta influências como idade e peso, o resultado mostra que, quanto maior o número de fatores de risco, menor a chance de morrer. "Após ajustar dados como idade e outros fatores clínicos, houve uma associação inversa entre o número de fatores de risco para ao coração e mortalidade no hospital", diz o líder do estudo, John Canto.
Para os pesquisadores, uma possível explicação para a descoberta é que pessoas com problemas conhecidos podem estar recebendo remédios, como estatinas e betabloqueadores, que ajudam a protegê-las após o ataque cardíaco. Esses pacientes também tendem a visitar o médico com mais frequência.
Também é possível que pacientes sem os tradicionais fatores de risco tenham outros fatores não avaliados, ou problemas no fluxo sanguíneo, por exemplo.
Os dados avaliados vieram de registros de internações entre 1994 e 2006. Do total de pacientes, mais de 85% tinham pelo menos um fator de risco, como pressão alta, colesterol elevado, diabetes ou histórico familiar _ e pessoas com mais de um tinham sofrido ataques do coração mais jovens.
Após levar em conta o fato de que pessoas que não tinham fatores de risco eram frequentemente mais velhas, e ajustar dados como peso, raça e gênero, o estudo descobriu que aqueles que não fumavam, não tinham diabetes, colesterol alto ou histórico familiar tinham 50% mais chance de morrer no hospital do que os demais.
Um em cada sete pacientes com nenhum sinal de alerta morreu. No grupo dos que tinham fatores de risco, a mortalidade foi de um em 28.
Os autores também observaram que pacientes com mais fatores de risco tinham mais probabilidade de tomar medicação nas primeiras 24 horas da internação ou passar por uma cirurgia.
"A população realmente precisa identificar os fatores de risco que podem ser tratados precocemente, e esses tratamentos melhoram o prognóstico", diz Canto. "À medida que a pessoa envelhece, o fato de não ter fatores de risco não significa que ela não precise fazer consultas de rotina", alertam os médicos.
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