Sem benefícios
Os médicos devem parar de pedir exames preventivos para câncer de próstata porque eles fazem mais mal do que bem.
Este conselho contundente vem agora, mais de uma década depois da introdução do exame PSA, o antígeno prostático específico.
"O rastreamento para câncer de próstata com base no PSA não tem benefício líquido," concluiu a Força-Tarefa de Serviços Preventivos, dos Estados Unidos, que avalia serviços médicos de triagem.
Disfunção erétil
Os perigos das campanhas preventivas com base no PSA incluem uma alta taxa de falsos positivos, efeitos psicológicos negativos e complicações associadas com biópsias e tratamentos, diz a força-tarefa.
Entre 1986 e 2005, 1 milhão de homens nos EUA passaram por cirurgia e radioterapia para câncer de próstata após um teste de PSA.
Mas os especialistas não encontraram nenhuma evidência de que estes tratamentos tenham impedido mais mortes do que o padrão "observar e esperar", quando a saúde do paciente é monitorada com cuidado até que sinais mais consistentes da doença indiquem a necessidade real do tratamento.
No entanto, entre 200 e 300 homens em cada mil tratados - entre 20 e 30% - desenvolveram incontinência ou disfunção erétil, o que é visto pelos especialistas como um efeito colateral desses tratamentos cuja necessidade não se comprovou.
Contrários e a favor
"É encorajador ver um debate verdadeiro sobre o impacto dos exames de PSA nos resultados para o paciente", comentou John Semmes, da Eastern Virginia Medical School.
"Eu penso que a decisão é prematura porque há mais dados sendo produzidos que podem indicar se a triagem é benéfica ou não," ponderou Freddie Hamdy, da Universidade de Oxford, que está fazendo a mesma avaliação no Reino Unido.
Por outro lado, médicos europeus descartaram os exames de câncer de próstata como rotina no início do ano passado.
William Catalona, diretor do programa clínico de câncer de próstata da Universidade Northwestern, em Chicago, concorda:
"O PSA é o melhor teste de triagem que temos para o câncer de próstata, e até que haja um substituto, seria inconcebível parar de fazê-lo," diz ele.
Na verdade, já existe um novo exame, chamado A+PSA, aguardando aprovação pelas autoridades de saúde:
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