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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Contraceptivo hormonal injetado dobra o risco infecção pelo HIV

O contraceptivo mais popular entre as mulheres do leste e sul africano, uma injeção de hormônio dada a cada três meses, parece dobrar o risco de infecção pelo vírus da AIDS, segundo estudo publicado nesta segunda-feira (3) no periódico científico "The Lancet Infectious Diseases."

Quando as injeções são usadas por mulheres soropositivas, seus parceiros têm risco duas vezes maior de serem infectados do que se elas não usarem a contracepção injetada.

O estudo, liderado por Jared Baeten, epidemiologista, e outros pesquisadores da Universidade de Washington, envolveu 3.800 casais em Botsuana, Quênia, Ruanda, África do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.

Em todos os casos, o homem ou a mulher já tinha Aids. Os pesquisadores acompanharam os casais por dois anos, controlando seus métodos de contracepção se o parceiro não infectado contraiu o HIV do parceiro.

A pesquisa foi apresentada em uma conferência internacional sobre AIDS há alguns meses, mas agora ganhou força, segundo os cientistas, com a publicação no "The Lancet".

Os cientistas não sabem por que a injeção aumentou a transmissão do HIV. A maior chance de infecção observada em quem usava as injeções não se deveu a um uso menos frequente de camisinha, dizem os pesquisadores.

O estudo levou a Organização Mundial da Saúde a marcar uma reunião, em janeiro do ano que vem, para avaliar se a pesquisa é motivo suficiente para mudar a recomendação de uso das injeções.

"A melhor contracepção, hoje, é a hormonal injetável, porque você não precisa de um médico, é de longa duração", disse Isobel Coleman, diretora do programa de política externa e mulheres no Conselho de Relações Exteriores.

"Se for provado que esses contraceptivos estão promovendo a epidemia de AIDS, temos uma grande crise de saúde em nossas mãos."

"Queremos nos certificar de que comaçaremos a alertar quando houver uma necessidade real para o alerta, mas ao mesmo tempo não queremos chegar a um julgamento precipitado que teria graves conseqüências de longo alcance para a saúde sexual e reprodutiva das mulheres ", disse ela. "Este é um dilema muito difícil."

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