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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Identificado gene associado com dores crônicas


Gene da dor crônica
Um gene responsável pela regulação da dor crônica, chamada HCN2, foi identificado por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
A pesquisa, publicada hoje pela revista Science, abre a possibilidade do desenvolvimento de drogas para bloquear a proteína produzida pelo gene, a fim de combater a dor crônica.
Há vários tipos de dores crônicas, ou de longa duração, sendo as mais comuns a artrite, a dor nas costas e as dores de cabeça.
Dor inflamatória e dor neuropática
As dores crônicas ocorrem em duas variedades principais.
A primeira, a dor inflamatória, ocorre quando uma lesão persistente (por exemplo, uma queimadura ou artrite) resulta em uma maior sensibilidade das terminações nervosas sensíveis à dor, aumentando assim a sensação de dor.
A segunda variedade, a dor neuropática, é mais difícil de tratar por ser causada por danos nos nervos, gerando uma dor contínua e uma hipersensibilidade aos estímulos.
A dor neuropática, que muitas vezes persiste ao longo de toda a vida, é uma condição surpreendentemente comum, e contra a qual os remédios atuais não são eficazes.
Gene HCN2
A equipe do professor Peter McNaughton descobriu que um gene específico, chamado HCN2 tem estreita ligação com a dor neuropática.
O gene HCN2, que é expresso nas terminações nervosas sensíveis à dor, é conhecido há vários anos, mas seu papel na regulação da dor não era bem compreendido.
Como um outro gene correlacionado, o HCN4, desempenha um papel crítico no controle da frequência da atividade elétrica do coração, os cientistas suspeitavam que o HCN2 poderia regular a frequência da atividade elétrica nos nervos sensíveis à dor.
E foi justamente isso que os estudos mostraram.
Mantendo a dor normal
O gene HCN2 foi silenciado em estudos em culturas de células (in vitro) e em camundongos geneticamente modificados (in vivo).
Os animais que tiveram o gene silenciado ficaram imunes à dor crônica.
Curiosamente, os cientistas descobriram que o silenciamento do HCN2 não afeta a dor aguda normal, o tipo de dor produzida por uma lesão repentina, como cortar um dedo ou morder a língua.
"Muitos genes desempenham um papel fundamental na sensação de dor, mas, na maioria dos casos, interferir com eles simplesmente abole toda a dor, ou até mesmo toda a sensação.
"O que é entusiasmante no trabalho com o gene HCN2 é que removê-lo, ou bloqueá-lo farmacologicamente, elimina a dor neuropática, sem afetar a dor aguda normal.
"Esta descoberta pode ser muito valiosa clinicamente, porque a sensação de dor normal é essencial para evitar danos acidentais," disse o professor McNaughton.

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