Calor da luz
Um novo tipo de tratamento, que destrói células cancerosas através do calor, está trazendo esperança a pacientes que, antes, tinham poucas opções.
Os médicos da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, estão entre os primeiros a usar a ablação a laser, guiada por imagens de ressonância magnética (IRM), para aquecer e destruir tumores no fígado, rim e próstata.
"Com a ablação a laser, podemos alvejar com precisão os tumores e matá-los, sem danificar o resto de um órgão", diz o radiologista intervencionista Eric Walser. "Acreditamos que existem vários usos potenciais para essa técnica, o que é muito estimulante", afirma.
Ablação a laser
Na ablação a laser, uma pequena agulha é inserida no tumor. A energia da luz é transmitida através da agulha até o tumor para destruí-lo.
Esse procedimento ambulatorial é realizado com a orientação de um aparelho de IRM, que pode monitorar com precisão a temperatura dentro e em volta do tumor. Quando o tumor e uma pequena porção do tecido circundante (que pode conter células cancerosas) são aquecidos até o ponto de destruição, o laser é desligado.
De acordo com o radiologista, é a combinação do laser com o IRM que garante o sucesso desse tipo de tratamento.
"Com um aparelho de IRM, somos capazes de localizar com exatidão as lesões e observar no monitor a destruição delas. Podemos concentrar o laser precisamente no tumor, pela quantidade exata de tempo, deixando os órgãos ao redor incólumes", ele afirma.
Anestesia geral
Eric Walser lidera os esforços para o uso da ablação a laser no combate a tumores no rim e no fígado, enquanto adapta o procedimento para destruir tumores no pulmão, tireóide e ossos. Até agora, cerca de 15 pacientes já foram submetidos à ablação a laser.
"Os candidatos mais indicados para esse procedimento são os pacientes com um tumor solitário ou com um câncer metastático que ainda está confinado a um órgão", ele explica.
Tumores com 5 centímetros de diâmetro ou menores são mais receptivos a esse tipo de tratamento. Tumores maiores são, normalmente, tratados com quimioterapia ou radioterapia. Como o procedimento é realizado dentro de um aparelho de IRM, os pacientes com marcapassos ou outros implantes metálicos não são candidatos a esse procedimento.
Os pacientes são submetidos a anestesia geral, para impedi-los de se mover enquanto os feixes de laser estão ativos, o que dura apenas 2,5 minutos, aproximadamente, no caso de tumores no fígado e no rim. Muitos pacientes podem voltar para casa no mesmo dia. Podem sentir alguma dor no local e sintomas parecidos ao da gripe, porque o corpo está absorvendo o tecido destruído. Efeitos colaterais desaparecem em uma semana, normalmente.
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