Mais importância para os iguais
Nosso próprio status social influencia a maneira como nosso cérebro responde a outras pessoas de categoria superior ou inferior.
Pessoas de maior status socioeconômico subjetivo apresentam uma grande atividade cerebral em resposta a outros indivíduos de nível igualmente elevado, enquanto aqueles com menor nível têm uma maior resposta a outros indivíduos de baixo status socioeconômico.
Estas características de comportamento foram identificadas em um componente chave do sistema cerebral que processa valores - uma região conhecida como estriato ventral.
Reações ao status social
"A forma como interagimos e nos comportamos em relação a outras pessoas é muitas vezes determinada pelo status social dessas pessoas em comparação ao nosso e, portanto, informações sobre o status social são muito valiosas para nós", afirma Caroline Zink, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos.
"Curiosamente, o valor que atribuímos às informações sobre o estado social de alguém parece depender do nosso próprio status," afirma a pesquisadora.
Os resultados, agora verificados em humanos, são bastante consistentes com observações anteriores, feitas em macacos: os macacos dirigem sua atenção aos outros de maior ou menor status depende da sua própria posição no bando.
A equipe de Zink queria saber se este princípio aplica-se igualmente aos seres humanos.
Eles usaram exames de ressonância magnética funcional (MRI) para medir a atividade cerebral no estriato ventral enquanto os participantes da pesquisa, de diferentes status sociais, viam informações sobre alguém de status relativamente elevado e informações sobre alguém de status relativamente mais baixo.
Valores subjetivos
Os dados mostraram que a resposta do cérebro às informações sobre o status depende dos valores subjetivos do próprio indivíduo.
"O valor que damos às informações associadas ao status - evidenciadas pela intensidade com que nossos centros cerebrais de valor são ativados - não é o mesmo para todos, e é influenciado, pelo menos em parte, pela nossa própria condição socioeconômica subjetiva," afirma Zink.
As descobertas certamente têm implicações importantes para nosso comportamento social e para nossas vidas em sociedade, acrescenta a pesquisadora.
Afinal, os seres humanos, como todos os animais sociais, definem as ações apropriadas em relação aos outros com base em uma avaliação do seu status social.
Status socioeconômico
Zink explica que o status socioeconômico não se baseia apenas no dinheiro, mas pode incluir também fatores como as realizações e os hábitos.
O status socioeconômico também é apenas um dos sistemas hierárquicos entre muitos que os seres humanos pertencem e que podem influenciar nossas interações cotidianas.
E, claro, a nossa condição socioeconômica não é fixa, ela muda ao longo do tempo, para melhor ou para pior.
"Como seres humanos, temos a capacidade de avaliar o nosso entorno e o contexto para determinar nossos sentimentos e o comportamento adequado", diz Zink. "Nós, e a atividade de nosso cérebro, não são estáticos e podem se ajustar em função das circunstâncias."
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